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sexta-feira, 1 de junho de 2018

Pedro Parente pede demissão e abandona presidência da Petrobras

Pedro Parente pede demissão da presidência da Petrobras

Desgastado com a greve dos caminhoneiros, ele se reuniu esta manhã com Temer 

Nomeação de interino será examinada pelo Conselho de Administração da Petrobras ao longo do dia de hoje [bem ao estilo Temer o 'sindicato dos caminhoneiros' será consultado sobre quem aceita como interino';

motivos para a consulta:

Temer nomeou um ministro para o MTb e uma associação de advogados não concordou, entrou na Justiça e um juiz de primeira instância suspendeu a nomeação, decisão que o STF, através de decisão monocrática da presidente,  corroborou - e o presidente aceitou, desistindo da nomeação;

Temer diante da suprema decisão foi mais cuidadoso e antes de decretar GLO nacional para resolver a 'greve' dos caminhoneiros e transportadoras, consultou o STF;

agora, já que gato escaldado tem medo de água fria, com medo que os caminhoneiros fiquem contrariados e voltem a bloquear as estradas, deverá obter o aval da categoria para o novo presidente da estatal. 

Governo admite risco de novo bloqueio das estradas - confira aqui:

Força-tarefaO governo, no entanto, avalia que a efetiva redução do preço do diesel nas bombas é uma das preocupações. É um acordo que o Planalto não pretende descumprir, até para evitar que os caminhoneiros voltem a ocupar as estradas]

Pedro Parente pediu demissão da presidência da Petrobras na manhã desta sexta-feira, em reunião com o presidente Michel Temer, em Brasília, em meio ao desfecho da greve dos caminhoneiros, que teve como alvo a política de preços de combustíveis da Petrobras. A decisão ocorre dois dias após o governo ter reforçado o compromisso com a política de preços da Petrobras. Temer lamentou a saída de Parente, mas entendeu a situação dele, segundo interlocutores. O interino deve ser indicado até a noite desta sexta-feira.

A demissão, segundo pessoas próximas, foi motivada pelas discussões em torno da política de preços da estatal. O problema do diesel já foi resolvido, mas as discussões envolvendo a política de preços da Petrobras vai continuar, inclusive com a gasolina.
— Parente estava virando uma parte do problema. E, como ele entende que já cumpriu a missão dele na Petrobras, não poderia mais continuar — disse um interlocutor.

A Petrobras informou em nota que a nomeação de um CEO interino será examinada pelo Conselho de Administração da Petrobras ao longo do dia de hoje. A composição dos demais membros da diretoria executiva da companhia não sofrerá qualquer alteração, disse a empresa em nota. Após a divulgação da notícia do pedido de demissão de Parente, a Bolsa suspendeu a negociação das ações da PetrobrasApesar do desgaste sofrido por Parente, que foi criticado por caminhoneiros e por políticos, que pediram sua demissão, Temer considerava fundamental a permanência dele no comando da Petrobras para dar continuidade ao processo de recuperação da saúde financeira da estatal, segundo auxiliares do presidente.  Em carta, Parente disse que sua permanência "deixou de ser positiva" para Petrobras e que a demissão tem "caráter irrevogável e irretratável". "Tenho refletido muito sobre tudo o que aconteceu. Está claro, Sr. Presidente, que novas discussões serão necessárias. E, diante deste quadro fica claro que a minha permanência na presidência da Petrobras deixou de ser positiva e de contribuir para a construção das alternativas que o governo tem pela frente. Sempre procurei demonstrar, em minha trajetória na vida pública que, acima de tudo, meu compromisso é com o bem público. Não tenho qualquer apego a cargos ou posições e não serei um empecilho para que essas alternativas sejam discutidas", diz trecho.

O Globo

 
 

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

TCU determina bloqueio de bens de Dilma, Palocci e Gabrielli por prejuízo à Petrobras

Segundo o tribunal, o dano causado pela compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras foi de US$ 580 milhões.

O plenário do TCU (Tribunal de Contas da União) determinou nesta quarta (11) o bloqueio de bens da ex-presidente Dilma Rousseff e de outros ex-membros do Conselho de Administração da Petrobras para ressarcimento de prejuízo causado à estatal no caso da compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.

Além dos de Dilma, foram bloqueados os bens do ex-ministro Antônio Palocci, Claudio Luis da Silva Haddad, Fábio Colletti Barbosa, Gleuber Vieira e do ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli.  Segundo o tribunal, o dano causado foi de US$ 580 milhões.

Ainda é possível recorrer da decisão. O bloqueio tem duração de um ano. Em 2006, quando a compra de Pasadena foi fechada, Dilma era presidente do Conselho de Administração da Petrobras.  A estatal comprou 50% da refinaria americana por US$ 360 milhões.

PREJUÍZO
Em agosto, o plenário do TCU já havia condenado Gabrielli e o ex-diretor da área Internacional Nestor Cerveró pelo envolvimento de ambos na compra da refinaria. O tribunal determinou que ele deveriam ressarcir à estatal o valor de US$ 79,9 milhões (cerca de R$ 250 milhões), além de pagar multa de R$ 10 milhões cada um.

O TCU também proibiu que ambos ocupem cargos públicos.

Fonte: Folha de S. Paulo



 

 

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Diretor da Globo defende impeachment de Dilma



A defesa de um impeachment da presidente Dilma Rousseff está saindo do campo editorial dos veículos da Globo e ganha agora manifestações pessoais de membros do primeiro escalão do jornalismo das empresas da família Marinho; diretor de Mídias Digitais da Globo, Erick Bretas, anunciou no Facebook que estará na manifestação pelo impeachment da presidente, marcada para o dia 15 de março, no Rio; "Só a pressão popular pode salvar o Brasil de mais um assalto — agora, às instituições", disse Bretas; 

O diretor criticou também o fato da presidente Dilma ter afirmado em entrevista que os indícios de corrupção na Petrobras deveriam ter sido investigados ainda na década de 1990, durante o governo FHC; "Jogar a corrupção na Petrobras no colo dos tucanos é diversionismo, é tentar criar uma cortina de fumaça para que o cidadão mais pobre e menos informado se confunda", afirmou; campanha pró-impeachment terá outros adesistas da Globo?

IMPEACHMENT DA DILMA

247 - A Rede Globo há tempos não esconde seu desejo de retirar a presidente da República, Dilma Rousseff do poder. Tática principal do grupo dos irmãos Marinho é o noticiário direcionado para o caos.

Segundo o Manchetômetro da Universidade do Rio de Janeiro (Uerj), na semana passada foram 14 matérias negativas contra o governo federal e nenhuma neutra. No jornal O Globo, dirigido por João Roberto Marinho, não é muito diferente. Seis matérias negativas do governo, contra uma neutra.

A novidade na insatisfação da Rede Globo contra o governo do PT agora é a bandeira do impeachment de Dilma sendo empunhada abertamente por integrantes do primeiro escalão do império midiático.  O Diretor de Mídias Digitais da Globo, Erick Bretas, anunciou no Facebook que no dia 15 de março estará na manifestação pelo impeachment da presidente Dilma Roussef, no Posto 5, em Copacabana, às 9:30h.  "Não defendo quartelada nem intervenção militar. Não me alinho com a direita hidrófoba e obscurantista de Bolsonaros e Felicianos. Mas também não sou omisso diante do que está acontecendo no país. Os fatos dos últimos dias me fizeram ter certeza de que só a pressão popular pode salvar o Brasil de mais um assalto — agora, às instituições", disse Bretas.

O diretor da Globo criticou o fato da presidente Dilma ter afirmado em entrevista que os indícios de corrupção na Petrobras deveriam ter sido investigados ainda na década de 1990, durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).  "Quando vem a público e diz uma coisa dessas, a presidente está sendo desonesta e não há passado que sustente o que lhe restava de respeito junto a brasileiros minimamente informados. (...) Mas ela sabe que tentar jogar a corrupção na Petrobras no colo dos tucanos é diversionismo, é tentar criar uma cortina de fumaça para que o cidadão mais pobre e menos informado se confunda", afirmou.

Leia na íntegra o post do diretor da Globo pelo impeachment de Dilma Rousseff, reproduzido pelo Diário do Centro do Mundo.
Sua nota-conclamação: O carnaval, a conclusão do MBA e alguns afazeres domésticos me fizeram andar meio afastado aqui do Facebook, ao menos das conversas sobre política. Confesso que gostaria de continuar falando sobre amenidades, mas não dá.
Decidi que no dia 15 de março, um domingo, estarei mesmo na manifestação pelo impeachment da presidente Dilma Roussef, no Posto 5, em Copacabana, às 9:30h.

Não defendo quartelada nem intervenção militar. Não me alinho com a direita hidrófoba e obscurantista de Bolsonaros e Felicianos. Mas também não sou omisso diante do que está acontecendo no país. Os fatos dos últimos dias me fizeram ter certeza de que só a pressão popular pode salvar o Brasil de mais um assalto — agora, às instituições.

Para quem não acompanhou o noticiário, um resumo:
1 – O ministro da Justiça (e candidato ao STF) José Eduardo Cardozo recebeu advogados da empreiteira Odebrecht em seu gabinete para discutir a Lava-Jato. Isto é o que ele reconhece ter feito.

Segundo vários veículos de imprensa, o que dizem participantes deste e de outro encontro com advogados de empreiteiras é que o ministro da Justiça tem assegurado à defesa dos barões das construtoras que a chegada da Lava-Jato ao Supremo vai representar uma reviravolta no processo.

Num país que não seja uma república bananeira, o encontro do ministro da Justiça com advogados de empreiteiros investigados pela polícia subordinada ao ministro já seria motivo para sua demissão. Essa é a opinião do ex-presidente do Supremo, Joaquim Barbosa. E minha também.

Pior: a Veja desta semana diz que Cardozo teria pedido à defesa de Sergio Pessoa, presidente da UTC e chefe do chamado "Clube do Bilhão" para não assinar um acordo de delação premiada.

2 – O presidente do Instituto Lula admitiu ter recebido representantes das empreiteiras implicadas na Lava-Jato para discutir as "dificuldades" provocadas pela investigação policial.

A simples reunião em uma mesma sentença das expressões "Instituto Lula", "empreiteiros" e "policial" já soa estranha.
O Instituto Lula não foi criado para preservar o acervo e a memória do ex-presidente? Não era para ser tipo assim, um think tank, uma biblioteca, um centro de debates sobre o país, que nem os institutos dos ex-presidentes americanos? O que faz o presidente de uma instituição com este perfil dialogar com representantes de empreiteiros presos por corrupção?

3 – Depois de passar dois meses sem conceder entrevistas, a presidente da República saiu-se com essa: "Se um funcionário da Petrobras tivesse sido investigado no governo FHC, ele não teria desviado milhões mais tarde".

Eu nunca toquei na banda dos que se horrorizam com a presidente, que a chamam de terrorista, que espalham boatos infundados sobre sua honestidade. Na verdade, a história pessoal da presidente sempre me inspirou uma certa simpatia. Uma mulher que combateu a ditadura, foi torturada, parecia ter firmeza de propósitos. Essas coisas que falam ao coração de quem já foi de esquerda, sabem?

Mas quando vem a público e diz uma coisa dessas, a presidente está sendo desonesta e não há passado que sustente o que lhe restava de respeito junto a brasileiros minimamente informados. Aliás, o que Dilma conseguiu com isso foi provocar memes hilariantes.
A presidente não acredita no que diz, tenho certeza disso. Se está reproduzindo algo a mando de João Santanna ou de Lula, não importa. Mas ela sabe que tentar jogar a corrupção na Petrobras no colo dos tucanos é diversionismo, é tentar criar uma cortina de fumaça para que o cidadão mais pobre e menos informado se confunda.

E aí reforça minha convicção de que não dá mais para ela.
Já não dava para ela se sair com o "Eu não sabia" que salvou Lula da degola no Mensalão. Dilma era presidente do Conselho de Administração da Petrobras quando aconteceu tudo o que vem a público agora. Deveria ser a brasileira mais interessada nas práticas de governança da empresa pelos anos em que lá esteve.

Ainda que por negligência se não por má-fé –, paira sobre ela a responsabilidade pelo desvio de centenas de milhões de dólares dos cofres da Petrobras.

E é de responsabilidade que trata o impeachment. A análise objetiva desta questão cabe aos constitucionalistas. Eu não entendo disso e não vou me arriscar no tema. Mas o impeachment é também um processo político. Ele reflete a visão do parlamento sobre as condições de um presidente permanecer no cargo. E o parlamento se deixa influenciar pelo barulho que vem das ruas. E é na rua que estarei no dia 15 de março.

Fonte: Brasil 247