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quarta-feira, 24 de maio de 2023

Lava Jato: sai o juiz militante que era fã do Lula; volta Gabriela Hardt - Gazeta do Povo

Vozes - Alexandre Garcia


Gabriela Hardt
Juíza substituta da 13ª Vara Federal de Curitiba assume processos conduzidos por Appio referentes à Operação Lava Jato.| Foto: reprodução/You Tube

Vou falar de muita coisa triste, feia e ridícula ao mesmo tempo. 
 Vejam só, ontem, a Assembleia Legislativa de Roraima tem 24 deputados estaduais, dos quais 17 votaram na mulher do governador para ser conselheira do Tribunal de Contas Estadual. É vitalício, é até morrer. O salário é de mais de R$ 35 mil, fora os penduricalhos todos, né
O nome dela é Simone. O governador se chama Antônio Denarium, que em latim quer dizer dinheiro.
Ela vai receber dinheiro dos impostos da gente, é claro
E é para fiscalizar as contas públicas estaduais, inclusive do marido dela, que vai assinar a nomeação dela.
 
STF cancela indulto
Bom, outra coisa o artigo 84 da Constituição, diz que compete privativamente ao presidente da República conceber indulto ou comutar pena.  
Só que o Supremo diz que não vale para o Daniel Silveira. 
E ontem, o ministro Moraes mandou recolher Daniel Silveira de novo para a prisão. Ele tinha recebido o indulto do presidente da República, mas o Supremo disse que não vale o que está escrito na Constituição.
 
Juiz do LUL22
Um juiz que substituiu Sérgio Moro - pobre Sérgio Moro ter um substituto desse - juiz militante, que chegou a usar como senha profissional LUL22, e disse que era pra homenagear Lula porque ele estava furioso com a condenação injusta do Lula
Ele continuou militante e, entre muitas coisas, a Polícia Federal descobriu que ele andou pesquisando o filho de um desembargador do tribunal revisor das coisas dele, e ligou para o filho do desembargador João Malucelli, fazendo ameaças, inclusive uma chantagem final cuja frase é o seguinte: "o senhor tem certeza que não andou aprontando nada? Aí desligou o telefone". 
Há 90% de chance de a voz ser do próprio juiz, que já foi afastado. Assumiu a nossa conhecida Gabriela Hardt, que era substituta de Sergio Moro.
 
Petrobras da Dilma
E por fim, mais uma. Petrobras derrubou tudo que era do Pedro Parente. Eu não estou falando de presidente Bolsonaro, não. 
Pedro Parente foi presidente no governo Temer, e saneou as finanças da Petrobras no instante em que estava endividada e quase quebrada pela corrupção. Só que por quê?  
Porque emparelhou os preços com o preço internacional do petróleo. Agora estão derrubando tudo isso. 
Volta de novo a política de preço de Dilma, que era demagogia, populismo, e ainda por cima tinha muita, muita corrupção. 
A Petrobras estava quase quebrada. Agora a gente festeja a curtíssimo prazo. A prazo imediato os preços caíram, mas depois a gente vai pagar a conta.

Conteúdo editado por: Jônatas Dias Lima

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

quinta-feira, 30 de maio de 2019

Insegurança jurídica - Julgamento hoje no STF é exemplo da impossibilidade de pacto político

Duas decisões monocráticas têm o efeito de paralisar o programa de venda de ativos da Petrobras

Um bom exemplo da impossibilidade de o Supremo Tribunal Federal (STF) participar de um pacto político com o Executivo e o Legislativo é o julgamento de hoje das liminares que impedem a privatização de estatais e suas subsidiárias. Duas medidas correlatas foram tomadas monocraticamente por ministros, afetando as privatizações, cujo programa está em curso e é um dos pilares das reformas econômicas do governo. A decisão do plenário do Supremo pode gerar reação do Congresso, que já tem um projeto para impedir que ministros possam tomar decisões individuais. [urge que os ministros do Supremo não possam exercer o Poder de um só ministro, se entender conveniente e se sujeitando ao seu exclusivo entendimento parar o Brasil; 
atualmente um ministro do STF pode, em decisão monocrática, impedir o andamento de qualquer tema. 

Existe dezenas de exemplos, cito apenas um: 
há uns três ou quatro anos o ministro Fux, em decisão solitária, concedeu liminar que permitia o pagamento do auxílio-moradia, medida que beneficiou sua filha, Mariana Fux, desembargadora do TJ-RJ, que apesar de ser proprietária de dois apartamento no Leblon, recebia o tal auxilio, beneficiária, portando, da decisão do pai - confira aqui ou aqui.
Decisões monocráticas devem se limitar a situações claramente definidas em lei, com a função apenas de fazer valer o determinado em lei.
Usar para suprir lacunas na legislação, tornar um ministro do STF, um legislador supremo, é algo inaceitável no estado democrático de direito.]

Estudos como “O Supremo em números”, realizados pela Fundação Getúlio Vargas do Rio, mostram que o fenômeno da “monocratização” das decisões, decorrência do enorme número de processos que impossibilita que todos sejam julgados pelo plenário, vem prejudicando a atuação regular do STF.  Nada menos que 80% das decisões atualmente são monocráticas. Para o jurista Joaquim Falcão, criador do projeto da FGV, este fato ”deturpa o sistema, já que a Constituição dá o direito ao cidadão ser julgado pela instituição do Supremo, não por este ou aquele ministro”.
Nesses casos que serão julgados hoje pelo plenário, dois ministros interromperam um programa de desinvestimento da Petrobras, com possíveis efeitos colaterais no programa de privatização do governo, se as decisões forem aprovadas pela maioria.  O ministro Ricardo Lewandowski deu uma liminar em junho do ano passado proibindo a venda do controle de estatais e suas subsidiárias, inclusive da Petrobras, sem a prévia autorização do Congresso.  Essa decisão, se referendada pelo plenário, acrescentará à insegurança jurídica a demora do processo de privatização, pois a tramitação no Congresso necessariamente será demorada, e sujeita a injunções politicas de todas as ordens.

Dentro do mesmo entendimento, Lewandowski, em abril, encaminhou uma reclamação de sindicatos para proibir as privatizações de refinarias da Petrobras, que o ministro Edson Fachin acatou, suspendendo decisão do Superior Tribunal de Justiça que permitiu a venda de 90% das ações da Transportadora Associada de Gás (TAG), subsidiária da Petrobras, alegando que ela só poderia ser feita através de licitação.  As duas decisões monocráticas têm o efeito de paralisar o programa de venda de ativos da Petrobras, e podem dar à estatal um prejuízo de cerca de U$ 30 bilhões, além de já terem gerado uma insegurança jurídica que pode afetar o programa de privatizações do governo, que tem o potencial de gerar até R$ 1 trilhão.

Além dos impactos econômicos imediatos nos resultados da Petrobras, e a ingerência nos planos de privatização do governo, as decisões monocráticas, aumentando a insegurança jurídica, poderão afetar os investimentos aguardados para a retomada do crescimento econômico.

A definição de que estatais só podem ser vendidas com a autorização do Congresso, e de que as subsidiárias têm que ser vendidas através de licitações, e não do programa especial que a Petrobras utiliza, com autorização legal e o aval do Superior Tribunal de Justiça (STJ), afeta a economia como um todo, especialmente no momento crucial que estamos vivendo.  Parece incoerente a especialistas que, se a Petrobras pode criar empresas, subsidiárias, coligadas, da mesma forma não possa aliená-las, extingui-las, incorpora-las. Trata-se de ato de gestão da empresa, que tem órgãos de direção que, em tese, sabem o que é melhor da ela.

O programa de desinvestimento de ativos está em andamento desde o governo Temer, quando Pedro Parente assumiu a presidência de uma estatal quebrada e começou seu processo de recuperação.  Outra questão preocupante é o ritmo do Supremo, que hoje, em tese, vai apenas decidir se referenda ou não a decisão do ministro Lewandowski. O mérito da questão ficaria para outro julgamento, sem data marcada. Se não houver a decisão de queimar etapas e transformar a sessão de hoje em exame do mérito, continuará a insegurança jurídica na dependência da pauta do Supremo.


Merval Pereira - O Globo

sábado, 29 de setembro de 2018

"O petrolão segue cobrando seu preço"

Petrobras faz novo acordo bilionário com autoridades americanas, desta vez para encerrar investigações sobre a corrupção instalada pelo PT na estatal

A pilhagem promovida pelo PT na Petrobras ao longo de vários anos continua cobrando seu preço. A estatal anunciou, nesta quinta-feira, um acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos para encerrar as disputas judiciais naquele país, como consequência do escândalo de corrupção desvendado pela Lava Jato. O valor total é de US$ 853 milhões, equivalentes a cerca de R$ 3,4 bilhões, que serão divididos entre autoridades norte-americanas e brasileiras: 10% irão para o próprio Departamento de Justiça; outros 10% para a Securities and Exchange Commission (SEC), o órgão que monitora o mercado de ações norte-americano; e 80% comporão um fundo de programas para promoção da transparência e cidadania, monitorado pelo Ministério Público Federal.

O valor será pago ao longo de um ano e se soma a um montante ainda mais vultoso, acertado em janeiro deste ano. Para impedir o julgamento de uma ação coletiva de investidores norte-americanos que foram prejudicados pela destruição do valor de mercado da estatal, a Petrobras concordou em pagar US$ 3 bilhões, que à época equivaliam a quase R$ 10 bilhões, mas ao câmbio de hoje já passam de R$ 12 bilhões. O preço do petrolão, apenas com essas duas multas, supera de longe o valor que a estatal conseguiu recuperar desde o início da Lava Jato (R$ 2,5 bilhões), indicando que a diferença continuará tendo de sair dos cofres da empresa, afetando seu desempenho – o provisionamento dos recursos para o acordo fechado em janeiro, por exemplo, impediu que a estatal tivesse lucro líquido em 2017.
O eleitor brasileiro não pode cometer o erro de devolver a chave do cofre aos que destruíram a Petrobras

As autoridades norte-americanas, ao fechar o acordo, reconhecem “a situação de vítima da Petrobras deste esquema de corrupção”, segundo o comunicado divulgado pela estatal. A empresa, como tal, pode ser vista como vítima, mas a verdade é que seus algozes estavam dentro e acima dela: os diretores escolhidos a dedo pelo governo federal para azeitar a máquina de pilhagem e propina que envolvia os contratos da estatal com as grandes empreiteiras hoje encrencadas na Lava Jato.

E isso porque o Departamento de Justiça estava voltado apenas para a corrupção, deixando de lado todas as outras maneiras usadas pelo petismo para depredar a Petrobras. Houve, por exemplo, a política de preços populista, que fez a empresa ter prejuízos vendendo combustível a valores mais baixos que os de compra. Houve decisões puramente ideológicas, como a da refinaria Abreu e Lima, que seria uma parceria com a Venezuela, mas terminou em um calote de Hugo Chávez, levando a empresa a arcar sozinha com custos muito maiores que o orçamento inicial, e que deixam bem para trás o prejuízo que a Petrobras teve com outra decisão desastrosa, a da co
Pedro Parente mpra da refinaria de Pasadena, no Texas. 

A muito custo o Brasil conseguiu se livrar das garras petistas e colocar na Petrobras uma administração responsável, capitaneada por Pedro Parente – que deixou a estatal quando o governo Temer voltou a interferir nas políticas de preços da empresa após a greve dos caminhoneiros. A empresa está longe de recuperar o valor de mercado que teve no seu auge, e ainda levará muito tempo até ela se livrar dos altos níveis de endividamento. Seu reerguimento será um trabalho de médio e longo prazo. Isso, claro, se o eleitor brasileiro não cometer o grande erro de devolver a chave do cofre aos mesmos que foram os responsáveis pela destruição da Petrobras.


Editorial - Gazeta do Povo
 

sábado, 2 de junho de 2018

Arruaceiros no ataque

Dominou o Brasil por esses dias a turma do “quanto pior, melhor”. 


Não eram mais, apenas, caminhoneiros ou donos de empresas distribuidoras os envolvidos nos protestos. Não se tratava mais de uma mera greve setorial a reclamar um escopo de medidas – muitas delas legítimas, diga-se de passagem. Até porque, na integralidade, as reivindicações foram atendidas de pronto, mesmo a um custo penoso e arriscado para os cofres públicos. Infiltrados, no avanço do movimento que de fato paralisou o País, viram a oportunidade de instalar o caos, em proveito próprio. Baderneiros tomaram conta, assumiram os bloqueios, coagindo, ameaçando e atacando motoristas que inicialmente engajaram-se na causa dos transportes para depois virarem reféns, também eles, de uma pauta difusa de exigências, que chegava ao despautério de pregar a intervenção militar. De partidos políticos a agentes de algumas organizações sociais, muitas delas atuando na marginalidade, surfaram na onda. Bandidos sem a menor responsabilidade ou senso de dever para com o País e o próximo. Havia de tudo um pouco. Oportunistas a granel. Petroleiros que já contam com um acordo salarial em vigor até o ano que vem acharam por bem, da noite para o dia, cruzar os braços a despeito do veto estabelecido pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), que considerou ilegal a mobilização por carregar claros sinais de motivação político-ideológica. [atualizando: petroleiros suspenderam a greve no inicio da quinta-feira;

a enérgica ação do TST, aplicando multa de R$2.000.000,00, por dia parado fez a FUP - filiada à CUT, braço sindical da organização criminosa = PT = perda total, ainda chamada de 'partido dos trabalhadores'´ - amarelar e desistir da inoportuna e política greve;

cabe agora à Justiça do Trabalho cobrar a multa por um dia parado (dia 30 maio 2018)- se o TST anistiar a multa (R$2.000.000,00) estará desmoralizando toda a Justiça do Trabalho e por extensão o Poder Judiciário - a multa precisa ser cobrada e paga em prazo razoável sob pena de penhora dos bens da entidade inadimplente.]

Nem a multa diária de R$ 500 mil no caso de descumprimento da liminar inibiu os articuladores. No limite do devaneio eles pediam a queda do presidente da estatal Petrobras, Pedro Parente, e pregavam a cantilena de “Lula livre” como saída para solucionar os dissabores. Eis o tamanho da inconsequência dessa turma, que age com um grau de chantagem sem precedentes. [Pedro Parente pediu demissão do cargo de presidente da Petrobras, tendo o bem senso de só renunciar ao cargo após os petroleiros terem desistido da greve.
E o movimento 'lula livre' honrando os imbecis que inventaram tal palhaçada, está sendo multado em R$ 500.000,00,  por dia,  até desocupar a 'moita'  e conta no momento com menos de 50 militontos.]   Imaginá-la no poder, de novo, aparelhando o Estado para práticas criminosas a torto e a direito seria um pesadelo. No festival de provocações, como numa espécie de terra de ninguém, cada um tirava sua casquinha. Motoristas de vans e motoboys entraram no embalo da baderna. No pano de fundo do cenário de caos, que atingiu um nível inaceitável e generalizado, despontava a fragilidade do governo. Ele demorou a negociar e quando sentou à mesa já era tarde. Não contava com margem de manobra. Com as estradas bloqueadas não havia muito o que fazer. 

Concedeu e atendeu sem ressalvas às demandas. A crise de representatividade se instalou. Não apenas por parte das autoridades. Mesmo os sindicatos de classe demonstravam não comandar seus filiados e os desdobramentos da mobilização. A interlocução ficou quase nula. O Congresso batia cabeça. A Justiça não se mexia. A ausência de líderes lúcidos piorava o quadro. Com o exército e a polícia nas ruas, os brasileiros assistiram atônitos aos impactos insuportáveis da anarquia, clamando por salvadores da pátria. Mais de 70 milhões de aves morreram por falta de ração. Nada menos que um milhão de toneladas de comida foram jogadas na lata do lixo. Apodreceram nos caminhões ou nos galpões das empresas por falta de escoamento. Dá para se aceitar tamanho desperdício diante da fome que se espalha como praga mundial? Produtores, chorando, surgiram na TV contabilizando as perdas. 

No Porto de Santos, o maior do País, cerca de 18 mil containers de carga restaram parados com prejuízos estimados em R$ 600 milhões. Remédios tiveram de ser transportados por homens da Força Aérea e do Exército. Quase 300 militares assumiram a direção de caminhões pelas estradas. Nos hospitais em São Paulo, cirurgias de emergência como transplantes de fígado, retirada de miomas e colocação de stents foram suspensas por absoluta falta de produtos. A esculhambação geral tinha rostos distintos. Agromilicianos entraram em campo nas fazendas produtoras para barrar as colheitas. Em vias como a Régis Bittencourt, que liga o sul ao sudeste, manifestantes esvaziavam os pneus dos caminhões e faziam barricadas de fogo para evitar a circulação. Um flagrante deplorável de servidores públicos usando ambulâncias para abastecer carros privados dava o tom da barbárie. Nessa lei da selva, alguns brincaram de golpe. Bombardearam a democracia pedindo a volta do regime dos tanques e botinas. [convenhamos que se a situação se prolongasse por mais alguns dias, os tanques e botinas teriam que  socorrer o Brasil e tal socorro não poderia jamais poderia ser no estilo Temer = muita conversa e nenhuma ação.] Cair na tentação autoritária é típico de insurgentes que não toleram a força das urnas. Repetir como em um videotape os anos de chumbo da ditadura, que já deitou raízes por essas bandas por mais de duas décadas, é de um descalabro absoluto. Com tamanha estupidez seus mentores agridem a sociedade por tentar tirar dela o direito fundamental de escolha dos governantes. 

Qualquer democracia, mesmo imperfeita, se conserta com doses cavalares de mais democracia, com maior participação de todos os cidadãos. Quem vivenciou o drama dos porões da repressão sabe que a arma para os problemas de uma nação livre e em sintonia com o mundo é o voto. É muito fácil se pedir a ditadura quando existe democracia, mas a equação contrária não funciona. Há um estado latente de indignação permanente por aqui e é natural, até esperado, que seja assim diante do desarranjo político, econômico e social que vivemos. Mas nada há de substituir o bom-senso e o equilíbrio das ações contra a arruaça praticada por uma minoria que veio ao ataque. [vale lembrar que dois dias após o fim da greve a cidade de São Paulo suspendeu o estado de emergência - devido o progresso do processo de normalização;
já o Distrito Federal, sede da Capital da República e de dois gabinetes 'gerador' de crise, até o presente momento continua com o abastecimento de combustíveis em total precariedade (filas imensas de veículos em postos de combustível,  fechados por falta de gasolina e/ou álcool e sem previsão de chegada) e faltando em todo o DF gás de cozinha - os poucos botijões 13kg que aparecem são vendidos a preços em torno de R$ 150,00.] 

Carlos José Marques,  diretor editorial da Editora Três

 

sexta-feira, 1 de junho de 2018

Parente perigoso - Sai o de reputação ilibada, fica o que tem ordem de prisão

Está na cara que temos de estatizar tudo o que passar pela frente, do trióxido de molibdênio à cachaça 51, pregam os arquiduques do “Brasil forte”


Todas as vezes que ouvir falar em “recurso estratégico”, ponha a mão no bolso e segure a carteira: alguém, com certeza, está querendo roubar você. Pode ser gente do governo — tanto faz que seja da situação ou da oposição. Podem ser sindicatos e CUTs. Podem ser, certamente, empreiteiros de obras públicas loucos para construir refinarias, “complexos industriais” e “plantas” disto ou daquilo. Podem ser todos os economistas do “campo progressista”, sem exceção. Podem ser intelectuais, professores de universidade, artistas de novela. Existe à vista alguma coisa que possa ter um valor qualquer? Então, dizem todos os nomeados acima, é “estratégico”. Se é estratégico ninguém pode mexer: a coisa tem de ser “do Estado”, ou do governo. Como tanto o “Estado” quanto o “governo” são uma ideia e não um ser humano, a exemplo do ex-presidente Lula, isso quer dizer, obrigatoriamente, que gente de muita carne e muito osso vai mandar nela. Também obrigatoriamente, essa gente vai criar empresas imensas para cuidar da riqueza da “população”, lotar cada uma delas com funcionários amigos e roubar o pobre do “recurso estratégico” até não sobrar um único osso.

A esquerda nacional, historicamente, é a mãe desnaturada dos gêmeos “bem estratégico” e “empresa estatal”, mas os beneficiários materiais de sua doutrina não são apenas os esquerdistas. Como acontece com tanta frequência na aplicação das ideias “progressistas”, entra na festa todo o tipo de safado que a elite brasileira tem a oferecer — com o tempo, na verdade, vai se descobrindo que é justamente esse bonde do capitalismo terceiro-mundista, tão selvagem quanto a selva no inferno de Dante, quem mais ganha dinheiro com a história de que “o Brasil tem de defender as suas riquezas da cobiça internacional” etc, etc,. Vale qualquer coisa, aí. Está na cara que temos de estatizar tudo o que passar pela frente, do trióxido de molibdênio à cachaça 51, pregam os arquiduques do “Brasil forte” — assim fica tudo só para nós. Simples demais? Pode ser simples, mas não é demais: é apenas a verdade estabelecida pela observação dos fatos, diante da roubalheira que chegou ao ponto de fissão nuclear a partir dos governos Lula-Dilma e que tanta gente está hoje desesperada para colocar de novo em operação.

Em nenhum espaço da vida brasileira a ação dos saqueadores se mostra tão desesperada quanto no petróleo e na Petrobras. Trata-se, possivelmente, da área em que o brasileiro é roubado há mais tempo — espantosamente, desde 1953. Depois da implosão do PT, a Petrobras tem passado com excelentes resultados por um processo de reconstrução. O governo Michel Temer desistiu de encher a empresa de políticos-bandidos, o que deixa absolutamente transtornados os presidentes do Senado, da Câmara e as gangues do Congresso, e permitiu que um executivo de talento, Pedro Parente, tocasse a máquina como ela deve ser tocada. Deu certo. Parente salvou a estatal da falência e criou ali uma cultura de competência, responsabilidade e resultados. É claro que os políticos, de Lula ao extremo anti-Lula, querem matar esse Parente.

O pano de fundo da greve dos caminhoneiros, que tanto barulho levantou, é a guerra entre a liberdade econômica e as forças que querem continuar controlando o petróleo e os combustíveis no Brasil. Na superfície é uma disputa por preços, eliminação de impostos dementes e questões financeiras imediatas — por sinal esses caminhoneiros, onde Lula e a esquerda são detestados, mostraram uma capacidade de juntar gente e mostrar força infinitamente maiores que a “mobilização social” em favor do “Lula Livre”. (A multidão que iria cercar a prisão “até Lula ser solto” nunca passou de 500 pessoas, e hoje está reduzida a nada. Virou uma palhaçada de artistas que agora usam Lula para promover seus shows.) Para além da greve, porém, está a discussão verdadeira: o fim da Petrobras e similares, o estabelecimento da livre concorrência e a construção de um Brasil com chances de progredir.

Publicado na edição impressa da EXAME - J R Guzzo - Veja

Sai o de reputação ilibada, fica o que tem ordem de prisão

Chamado por Deus, Temer troca presidente da Petrobras mas mantém ministérios na mão de ex e futuros presidiários 

BRF, frigorífico problemático, agradece ajoelhado: Pedro Parente se livra da Petrobras. Assim funciona o desgoverno Temer: troca o sujeito de reputação ilibada mas mantém no Trabalho o que vai a Londres e tem ordem de prisão. E nas rodovias o ex-presidiário que manda lá há + de década

Lillian Witte Fibe - Veja
 

Pedro Parente pede demissão e abandona presidência da Petrobras

Pedro Parente pede demissão da presidência da Petrobras

Desgastado com a greve dos caminhoneiros, ele se reuniu esta manhã com Temer 

Nomeação de interino será examinada pelo Conselho de Administração da Petrobras ao longo do dia de hoje [bem ao estilo Temer o 'sindicato dos caminhoneiros' será consultado sobre quem aceita como interino';

motivos para a consulta:

Temer nomeou um ministro para o MTb e uma associação de advogados não concordou, entrou na Justiça e um juiz de primeira instância suspendeu a nomeação, decisão que o STF, através de decisão monocrática da presidente,  corroborou - e o presidente aceitou, desistindo da nomeação;

Temer diante da suprema decisão foi mais cuidadoso e antes de decretar GLO nacional para resolver a 'greve' dos caminhoneiros e transportadoras, consultou o STF;

agora, já que gato escaldado tem medo de água fria, com medo que os caminhoneiros fiquem contrariados e voltem a bloquear as estradas, deverá obter o aval da categoria para o novo presidente da estatal. 

Governo admite risco de novo bloqueio das estradas - confira aqui:

Força-tarefaO governo, no entanto, avalia que a efetiva redução do preço do diesel nas bombas é uma das preocupações. É um acordo que o Planalto não pretende descumprir, até para evitar que os caminhoneiros voltem a ocupar as estradas]

Pedro Parente pediu demissão da presidência da Petrobras na manhã desta sexta-feira, em reunião com o presidente Michel Temer, em Brasília, em meio ao desfecho da greve dos caminhoneiros, que teve como alvo a política de preços de combustíveis da Petrobras. A decisão ocorre dois dias após o governo ter reforçado o compromisso com a política de preços da Petrobras. Temer lamentou a saída de Parente, mas entendeu a situação dele, segundo interlocutores. O interino deve ser indicado até a noite desta sexta-feira.

A demissão, segundo pessoas próximas, foi motivada pelas discussões em torno da política de preços da estatal. O problema do diesel já foi resolvido, mas as discussões envolvendo a política de preços da Petrobras vai continuar, inclusive com a gasolina.
— Parente estava virando uma parte do problema. E, como ele entende que já cumpriu a missão dele na Petrobras, não poderia mais continuar — disse um interlocutor.

A Petrobras informou em nota que a nomeação de um CEO interino será examinada pelo Conselho de Administração da Petrobras ao longo do dia de hoje. A composição dos demais membros da diretoria executiva da companhia não sofrerá qualquer alteração, disse a empresa em nota. Após a divulgação da notícia do pedido de demissão de Parente, a Bolsa suspendeu a negociação das ações da PetrobrasApesar do desgaste sofrido por Parente, que foi criticado por caminhoneiros e por políticos, que pediram sua demissão, Temer considerava fundamental a permanência dele no comando da Petrobras para dar continuidade ao processo de recuperação da saúde financeira da estatal, segundo auxiliares do presidente.  Em carta, Parente disse que sua permanência "deixou de ser positiva" para Petrobras e que a demissão tem "caráter irrevogável e irretratável". "Tenho refletido muito sobre tudo o que aconteceu. Está claro, Sr. Presidente, que novas discussões serão necessárias. E, diante deste quadro fica claro que a minha permanência na presidência da Petrobras deixou de ser positiva e de contribuir para a construção das alternativas que o governo tem pela frente. Sempre procurei demonstrar, em minha trajetória na vida pública que, acima de tudo, meu compromisso é com o bem público. Não tenho qualquer apego a cargos ou posições e não serei um empecilho para que essas alternativas sejam discutidas", diz trecho.

O Globo