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quarta-feira, 6 de setembro de 2023

"Chegou setembro" - Alexandre Garcia

 "Na Câmara, é grande a animação em torno de uma reforma administrativa que limite o inchaço do Estado. O governo não quer porque sua ideologia é a do Estado grande se impondo a uma nação fraca e obediente" — ressalta jornalista

 Já assentou a poeira das eleições e de início de governo e chegou setembro, o nono mês da atual administração federal.  
Na porta de setembro estão batendo prefeitos, principalmente os do Nordeste, onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu vitorioso. Das janelas da Faria Lima, em São Paulo, já se veem rostos surpresos, apreensivos e, talvez, arrependidos por terem assinado a tal Carta pela Democracia.
 
No Congresso, o calor da eleição já baixou e perdeu-se a oportunidade de agir sob a força de votos ainda frescos. 
A picanha não se coletivizou e essa pode ser a pior parte.  
A favor do governo, não há restrições de pandemia e o fato de a mídia ser sempre anti-Bolsonaro, desde que ele entrou na política e, por consequência, agir pró-Lula. Isso gera notícia em favor do governo e emudece a saudável crítica.
 
No entanto, números não são opiniões, mas fatos. Em julho, os crescentes gastos do governo federal já superaram a decrescente arrecadação em R$ 36 bilhões. 
Para o ano que vem, ano eleitoral, faltam R$ 168 bilhões.  
Claro que quem pagará isso somos nós. O Arcabouço Fiscal — eufemismo para o arrombamento do teto de gastos — vai permitir, em 2024, um acréscimo de R$ 129 bilhões nas despesas.
 
O governo quer uma reforma tributária que o permita arrecadar mais. Anuncia que vai cobrar dos ricos, mas o cobrado por cima se derrama para baixo. O consumidor vai pagar o imposto que estará embutido nos preços. 
 Quer cobrar do assalariado três vezes mais de imposto sindical para garantir a boa vida das cúpulas sindicais que apoiam o governo.
 
Como não se saiu bem na eleição para deputados e senadores, o governo os atrai com liberação de emendas e oferta de cargos. 
E tudo tem um custo, inclusive o de ampliar o ministério. 
E a mexida agrada uns e desagrada outros. 
Trocar PT por Centrão tem ônus político-eleitoral. 
Assim como voltar ao antigo sistema de contratar publicidade estatal em troca de apoio. 
Aliás, a propaganda é a alma do governo.
 
Na Câmara, é grande a animação em torno de uma reforma administrativa que limite o inchaço do Estado.  
O governo não quer porque sua ideologia é a do Estado grande se impondo a uma nação fraca e obediente.  
Lula já expressou sua admiração ao sistema chinês, onde o governo fala e o povo cala. E não conseguiu impedir a prorrogação da desoneração da folha.

Giros internacionais
Na política externa, há muitas viagens. Mas só isso
A desta semana é a 13ª e vai à Índia. A ideologia está atrapalhando. Até a Human Rights Watch criticou o governo Lula por suas omissões ante as agressões aos direitos humanos na Venezuela, Cuba, Nicarágua, China e Rússia
A tentativa de impor Nicolás Maduro na reunião regional em Brasília pegou mal até ante o esquerdista chileno Gabriel Boric.
 
As declarações do presidente sobre o conflito Rússia-Ucrânia têm sido desastrosas. 
Enfim, terminam-se as preliminares e já é tempo de medir resultados. 
Nota-se muita propaganda e um sinuoso rumo político, junto com a inglória tentativa de fechar contas com gastos inchando.

Ao chegar setembro, as expectativas criadas começam a gerar frustrações pela constatação que o governo atual está menos parecido com os dois mandatos passados de Lula e mais semelhante aos períodos de Dilma Rousseff.

Alexandre Garcia, colunista - Correio Braziliense

 


quinta-feira, 10 de março de 2022

As big bags, o agro na Faria Lima e o vexame do Itaú - Revista Oeste

Bruno Meyer
 

Para o bilionário Marino Colpo, a safra de 2022 vai ser ótima. A de 2023, nem tanto

Menos de um ano depois de ter levantado R$ 460 milhões em sua IPO (oferta pública inicial de ações), a goiana Boa Safra Sementes vai anunciar nos próximos dias a ampliação da linha de produção e estocagem. Ela vai acontecer na unidade de Cabeceiras, cidade de 7 mil habitantes em Goiás. A ideia é aumentar a armazenagem e o beneficiamento de sementes de soja.  
A empresa vai adicionar 9 mil quilômetros de área no centro de armazenamento refrigerado, o que possibilitará estocar 20 mil big bags, elevando a capacidade para 60 mil big bags na unidade
Cada big bag armazena cerca de 1 tonelada de sementes de soja. A expansão da planta de Cabeceiras se junta ao anúncio de um novo centro de distribuição da empresa, em Sorriso, em Mato Grosso, com capacidade de armazenar 40 mil big bags refrigeradas. São os dois principais investimentos da companhia para 2022.

Musical <i>Chicago</i> | Foto: Divulgação
Musical Chicago - Foto: Divulgação 
 
Do carrinho de rolimã ao bilhão
Fundada em 2009 pelos irmãos Marino e Camila Colpo, a Boa Safra produz e vende sementes de soja para 12 Estados brasileiros, além do Distrito Federal. De família de classe média de Formosa, cidade de 120 mil habitantes nos rincões de Goiás, Marino conta que viveu uma infância raiz, com direito a “carrinho de rolimã, muita bicicleta e subidas em pés de manga”. Mas com um diferencial se comparado aos amigos: seu pai, produtor rural de classe baixa, o incentivava a ler os jornais diariamente, especialmente os focados em economia e negócios, como o Gazeta Mercantil. “Meu pai falava que um grande empresário precisava estar na bolsa de valores”, lembra Colpo. A frase ecoou na mente do jovem de 15 anos. Quase duas décadas depois, ele e a irmã fizeram a empresa abrir capital, em abril de 2021, transformando os dois goianos — ele, hoje com 37 anos; ela, com 32 — em novos bilionários brasileiros. A fortuna de cada um é estimada em R$ 1,8 bilhão, de acordo com a Forbes. Colpo afirma que o montante nunca foi uma obsessão, e a divulgação do patrimônio o fez pensar em questões relacionadas à segurança. Como é de esperar de bilionários brasileiros, os carros da família passaram a ser blindados.  

Rússia e China no caminho

O agronegócio brasileiro vai sofrer impacto, sim, com a invasão da Rússia na Ucrânia. Para Colpo, o setor já vinha sendo pressionado pela alta dos insumos causada por problemas de energia na China e pela falta de carvão. Muitas fábricas chinesas acabaram operando por menos horas, o que baixou a produção e elevou os preços. Com a guerra na Ucrânia, o agro em peso olha com lupa as produções de fertilizantes e trigo. A Rússia é o principal exportador de insumos para a produção de fertilizantes. Segundo Colpo, um fato é inevitável: o preço do trigo vai subir no mercado internacional.
 
A distante Faria Lima
A entrada da Boa Safra na bolsa brasileira mexeu com os brios do poderoso agronegócio brasileiro. A discrepância do setor — que representa 26% do PIB nacional, mas apenas 2% na B3 — deve diminuir nos próximos anos. Analistas financeiros focados no agronegócio foram contratados em corretoras, gestoras e empresas, como a XP, desde abril de 2021, e novas captações já estão no radar dos gestores. “A Faria Lima é distante de Goiás e do campo”, resume Colpo. A própria abertura de capital da Boa Safra foi trabalhosa, de acordo com o fundador, com inúmeras viagens do mercado financeiro de São Paulo para Estados como Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais. “Tivemos o trabalho de levar gestores de fundos para conhecer o que é o agro brasileiro, o que é a empresa, e o que é a soja.” 
Safra boa
Analistas ouvidos falam que as perspectivas do agronegócio brasileiro para 2022 são boas — alguns poucos falam em moderadas. Para Colpo, 2022 vai ser um ótimo ano para o setor. A maior parte dos produtores rurais antecipou e comprou os insumos, antes da alta dos fertilizantes, a partir de setembro de 2021. “A safra vai ser boa e o produtor vai ter um custo competitivo na mão”, resume. O mesmo não deve ocorrer em 2023. “O aperto vai ser maior. As margens do agricultor serão menores, pelo aumento dos custos dos insumos.” A nova safra começará a ser plantada em setembro, para colheita nos primeiros meses de 2023.
 
Socorro, o dinheiro sumiu! 
O Itaú, maior banco privado do Brasil, cujo lucro foi de quase R$ 30 bilhões só em 2021, levou ao desespero um número incontável de clientes na quinta-feira 3.  
Os mais variados tipos de problemas foram notificados: sumiço de dinheiro, dificuldades para o acesso ao aplicativo, saques indevidos, depósitos inesperados e até o extrato zerado. Questionado por Oeste sobre um eventual ataque cibernético, à la Lojas Renner e CVC, o banco negou. “A situação não tem nenhuma relação com quaisquer eventos externos”, garantiu o Itaú. “A origem do problema está relacionada a um atraso no processamento de dados bancários.” Então tá.
 
Mais sólido do que uma rocha
Michel e Marcela Temer separados? Essa foi a postagem de um blog de Brasília na última semana. Elsinho Mouco, o fiel comunicador do ex-presidente (e autor de parte da famosa carta que selou a paz por um momento entre Bolsonaro e o STF, em 2021), garantiu a Oeste que a nota é totalmente inverídica. E que o casamento de Temer está “mais sólido do que nunca”.
 
(...)
R$ 2,3 bilhões em 24 horas
Prossegue a farra dos estrangeiros nas empresas brasileiras listadas na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo. Na sexta-feira (25), o volume de entrada no país vindo de fora chegou a mais de R$ 2 bilhões. No acumulado do ano, o saldo positivo é de cerca de R$ 60 bilhões. 

bruno@revistaoeste.com 

Leia também “O jogo da terceira via e a animação de Tarcísio”