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sábado, 16 de abril de 2022

O partido da toga - Supremo Partido

Revista Oeste

Ministros do STF estendem o ativismo político à Justiça Eleitoral e escavam trincheiras contra a reeleição de Jair Bolsonaro 

Em entrevistas recentes, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello disse temer “tempestades” quando o seu ex-colega de toga Alexandre de Moraes assumir o comando da Justiça Eleitoral. A posse na presidência do TSE está marcada para agosto. Mas os sinais da tormenta já começaram.

As camadas do STF: Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso , Edson Fachin e Ricardo Lewandowski | Montagem Revista Oeste/SCO/STF
As camadas do STF: Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso , Edson Fachin e Ricardo Lewandowski -  Montagem Revista Oeste/SCO/STF

O Tribunal Superior Eleitoral é formado por sete integrantes, sendo três do STF. É esse trio quem manda na Corte. Os outros membros são figurantes, indicados pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), e dois juristas. O atual presidente é Edson Fachin, que entregará o bastão para Moraes antes do primeiro turno. Ricardo Lewandowski compõe a mesa.

“Tenho receio”, disse Marco Aurélio, em entrevista a Oeste. “A presidência do TSE é mais forte do que a presidência do Supremo. Moraes [a quem ele chamava de xerife no STF] precisa perceber que terá uma responsabilidade muito grande, principalmente porque o atual presidente da República tentará a reeleição, o que é natural.”

“O STF não pode ser instrumento de partidos de oposição”

A declaração mais clara de que o presidente Jair Bolsonaro e seus aliados terão dificuldades na campanha foi dada nesta semana pelo também ministro do STF Luís Roberto Barroso, que dirigiu as últimas eleições municipais. 
Ele foi uma das estrelas de um evento chamado Brazil Conference, em Boston (EUA). Estava ao lado da deputada Tábata Amaral (PSB-SP), a menina prodígio patrocinada pelo bilionário Jorge Paulo Lemann. O debate era sobre o combate às fake news nas eleições e a agilidade do Judiciário.

“É preciso ter uma compreensão crítica de que há coisas ruins acontecendo, mas é preciso não supervalorizar o inimigo”, disse. “Nós somos muito poderosos, nós somos a democracia. Nós é que somos os poderes do bem e ajudamos a empurrar a história na direção certa. O mal existe, é preciso enfrentá-lo, mas o mal não pode mais do que o bem.”

A manifestação de Barroso, de longe um dos mais falantes e vaidosos iluministros, é ao mesmo tempo autoexplicativa e perigosa. Sem rodeios, ele deixou claro que os ministros não escondem mais estar numa cruzada contra o atual presidente. No limite, podem tentar impedir sua reeleição numa canetada — como a cassação da chapa no segundo semestre.

Barroso foi além: colocou o Judiciário na mesma trincheira do consórcio da imprensa e de jovens de esquerda, que formariam a frente do bem contra o mal — afinal, “eles são a democracia”, afirmou. A esse grupo, ainda se juntou Jorge Paulo Lemann, o segundo homem mais rico do Brasil, de acordo com a revista Forbes. “Temos uma eleição em curso no Brasil e teremos um novo presidente”, disse o investidor, durante o evento.

O festival “dos poderes do bem”, como definiu Barroso, ainda teve a participação de Lewandowski, que usou o microfone para responsabilizar o governo “negacionista” pelas mortes da covid. Foi aplaudido pela plateia por lembrar da palavra mágica — negacionista — da pandemia.

Jair Bolsonaro foi o único pré-candidato que não foi convidado. A organização afirmou que ele “representa um risco à democracia”. [em certos eventos o melhor é não ser convidado; muitas vezes o ser convidado é uma forma de apequenar o convidado. 
Quanto as críticas do ministro Lewandowski à condução da pandemia, estão afinadas com as que foram apresentadas ao Tribunal Penal Internacional de Haia, pelo trio que presidiu à covidão,  e foram descartadas antes mesmo de serem recebidas. ] 
Todos os candidatos à medalha de bronze nas eleições compareceram. Lula enviou o senador baiano Jaques Wagner (BA) para representá-lo.

Em sessão virtual do Senado, o gaúcho Lasier Martins (Podemos) intimou o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sobre as falas dos ministros no exterior. “É um movimento nitidamente político, com a presença de dois ministros do STF, para falar contra o Brasil”, disse. “Já não bastam esse inquérito perpétuo, a anulação da sentença do Lula? Não param de cometer atos irregulares, que não têm nada a ver com a missão do Judiciário. O Senado deve fazer algo, pelo menos que abra o processo [de impeachment], e o ministro Alexandre de Moraes venha responder. Ele é um campeão de arbitrariedades.”

Como tirar Bolsonaro do jogo?
No ano passado, Alexandre de Moraes tentou preparar uma armadilha para Bolsonaro no inquérito inconstitucional que conduz no STF. 
O ministro chegou a determinar que o presidente prestasse depoimento à Polícia Federal sobre o vazamento de informações secretas de um ataque hacker às urnas eletrônicas. Bolsonaro não foi. Até agora, nada aconteceu.
 
É no TSE que os adversários do presidente vão tentar impedi-lo de disputar as eleições até o fim. A engenharia precisa seguir alguns passos: 1) apresentar denúncias de uso de fake news ou abuso do poder econômico (uso da máquina pública em campanha); 
2) aval do Ministério Público Eleitoral para investigá-las
3) um ministro disposto a tumultuar o processo eleitoral. O restante do trabalho a velha imprensa já faz.

Outro caminho para tornar Bolsonaro inelegível seria acusar sua campanha de publicar notícias falsas

Sobre o primeiro item, centenas de denúncias são apresentadas em anos eleitorais — e começam muito antes da campanha. Ou alguém imagina que o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), escolhido como coordenador da campanha de Lula, vai declinar de sua tarefa preferida em 2022?

O próprio PT pressionou na semana passada para levar as investigações de corrupção no Ministério da Educação (MEC) para o TSE. Alegou que dois pastores teriam recebido dinheiro público e isso poderia se converter em apoio futuro de evangélicos à reeleição do presidente. Foi a primeira tentativa de configurar abuso de poder político e econômico.

A defesa redigida pela Advocacia-Geral da União (AGU), contudo, fez um questionamento óbvio: por que se justifica uma ação judicial nessa Corte se a eleição nem sequer começou?  
Se não houve registro de candidatura? O TSE ainda não se pronunciou.

Outro caminho para tornar Bolsonaro inelegível seria acusar sua campanha e seus perfis em redes sociais de publicarem notícias falsas. Nesse caso, seria um “prato cheio” para Alexandre de Moraes. Ele, inclusive, deu declarações sobre isso quase um ano antes de a campanha começar. “Se houver repetição do que foi feito em 2018, o registro será cassado, e as pessoas que assim fizerem irão para a cadeia, por atentar contra as instituições e a democracia no Brasil”, disse, em outubro, durante o arquivamento da denúncia de disparos em massa pelo WhatsApp.  “Nós já sabemos os mecanismos, quais as provas rápidas que devem ser obtidas, em quanto tempo e como”, afirmou Moraes. “Não vamos admitir que essas milícias digitais tentem novamente desestabilizar as eleições.”

Defesa
Para defender Bolsonaro, o Partido Liberal (PL) contratou uma equipe de advogados, chefiada por Tarcisio Vieira de Carvalho Neto. Ele foi ministro do TSE durante sete anos. A primeira medida de contenção de danos foi preparar uma cartilha, entregue ao presidente, sobre o que pode ou não ser feito neste ano — especialmente na internet.

A blindagem não deverá impedir a enxurrada de ações de adversários no tribunal. Um antigo episódio descrito pelo ex-ministro Marco Aurélio Mello, aliás, mais uma vez pode funcionar como profecia. Qualquer semelhança com a patota de Randolfe é mera semelhança. “Lembro de um diálogo entre o deputado federal Jamil Haddad (PSB), já falecido, e o ministro Sepúlveda Pertence. Pertence disse: ‘O senhor está aqui todo dia’. E Haddad respondeu: ‘Olha, eu presto contas aos meus eleitores’. O Supremo não pode se prestar a ser instrumento de partidos de oposição ao atual governo.”

Leia também “Aberração jurídica”

Silvio Navarro, colunista - Revista Oeste


quinta-feira, 10 de março de 2022

As big bags, o agro na Faria Lima e o vexame do Itaú - Revista Oeste

Bruno Meyer
 

Para o bilionário Marino Colpo, a safra de 2022 vai ser ótima. A de 2023, nem tanto

Menos de um ano depois de ter levantado R$ 460 milhões em sua IPO (oferta pública inicial de ações), a goiana Boa Safra Sementes vai anunciar nos próximos dias a ampliação da linha de produção e estocagem. Ela vai acontecer na unidade de Cabeceiras, cidade de 7 mil habitantes em Goiás. A ideia é aumentar a armazenagem e o beneficiamento de sementes de soja.  
A empresa vai adicionar 9 mil quilômetros de área no centro de armazenamento refrigerado, o que possibilitará estocar 20 mil big bags, elevando a capacidade para 60 mil big bags na unidade
Cada big bag armazena cerca de 1 tonelada de sementes de soja. A expansão da planta de Cabeceiras se junta ao anúncio de um novo centro de distribuição da empresa, em Sorriso, em Mato Grosso, com capacidade de armazenar 40 mil big bags refrigeradas. São os dois principais investimentos da companhia para 2022.

Musical <i>Chicago</i> | Foto: Divulgação
Musical Chicago - Foto: Divulgação 
 
Do carrinho de rolimã ao bilhão
Fundada em 2009 pelos irmãos Marino e Camila Colpo, a Boa Safra produz e vende sementes de soja para 12 Estados brasileiros, além do Distrito Federal. De família de classe média de Formosa, cidade de 120 mil habitantes nos rincões de Goiás, Marino conta que viveu uma infância raiz, com direito a “carrinho de rolimã, muita bicicleta e subidas em pés de manga”. Mas com um diferencial se comparado aos amigos: seu pai, produtor rural de classe baixa, o incentivava a ler os jornais diariamente, especialmente os focados em economia e negócios, como o Gazeta Mercantil. “Meu pai falava que um grande empresário precisava estar na bolsa de valores”, lembra Colpo. A frase ecoou na mente do jovem de 15 anos. Quase duas décadas depois, ele e a irmã fizeram a empresa abrir capital, em abril de 2021, transformando os dois goianos — ele, hoje com 37 anos; ela, com 32 — em novos bilionários brasileiros. A fortuna de cada um é estimada em R$ 1,8 bilhão, de acordo com a Forbes. Colpo afirma que o montante nunca foi uma obsessão, e a divulgação do patrimônio o fez pensar em questões relacionadas à segurança. Como é de esperar de bilionários brasileiros, os carros da família passaram a ser blindados.  

Rússia e China no caminho

O agronegócio brasileiro vai sofrer impacto, sim, com a invasão da Rússia na Ucrânia. Para Colpo, o setor já vinha sendo pressionado pela alta dos insumos causada por problemas de energia na China e pela falta de carvão. Muitas fábricas chinesas acabaram operando por menos horas, o que baixou a produção e elevou os preços. Com a guerra na Ucrânia, o agro em peso olha com lupa as produções de fertilizantes e trigo. A Rússia é o principal exportador de insumos para a produção de fertilizantes. Segundo Colpo, um fato é inevitável: o preço do trigo vai subir no mercado internacional.
 
A distante Faria Lima
A entrada da Boa Safra na bolsa brasileira mexeu com os brios do poderoso agronegócio brasileiro. A discrepância do setor — que representa 26% do PIB nacional, mas apenas 2% na B3 — deve diminuir nos próximos anos. Analistas financeiros focados no agronegócio foram contratados em corretoras, gestoras e empresas, como a XP, desde abril de 2021, e novas captações já estão no radar dos gestores. “A Faria Lima é distante de Goiás e do campo”, resume Colpo. A própria abertura de capital da Boa Safra foi trabalhosa, de acordo com o fundador, com inúmeras viagens do mercado financeiro de São Paulo para Estados como Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais. “Tivemos o trabalho de levar gestores de fundos para conhecer o que é o agro brasileiro, o que é a empresa, e o que é a soja.” 
Safra boa
Analistas ouvidos falam que as perspectivas do agronegócio brasileiro para 2022 são boas — alguns poucos falam em moderadas. Para Colpo, 2022 vai ser um ótimo ano para o setor. A maior parte dos produtores rurais antecipou e comprou os insumos, antes da alta dos fertilizantes, a partir de setembro de 2021. “A safra vai ser boa e o produtor vai ter um custo competitivo na mão”, resume. O mesmo não deve ocorrer em 2023. “O aperto vai ser maior. As margens do agricultor serão menores, pelo aumento dos custos dos insumos.” A nova safra começará a ser plantada em setembro, para colheita nos primeiros meses de 2023.
 
Socorro, o dinheiro sumiu! 
O Itaú, maior banco privado do Brasil, cujo lucro foi de quase R$ 30 bilhões só em 2021, levou ao desespero um número incontável de clientes na quinta-feira 3.  
Os mais variados tipos de problemas foram notificados: sumiço de dinheiro, dificuldades para o acesso ao aplicativo, saques indevidos, depósitos inesperados e até o extrato zerado. Questionado por Oeste sobre um eventual ataque cibernético, à la Lojas Renner e CVC, o banco negou. “A situação não tem nenhuma relação com quaisquer eventos externos”, garantiu o Itaú. “A origem do problema está relacionada a um atraso no processamento de dados bancários.” Então tá.
 
Mais sólido do que uma rocha
Michel e Marcela Temer separados? Essa foi a postagem de um blog de Brasília na última semana. Elsinho Mouco, o fiel comunicador do ex-presidente (e autor de parte da famosa carta que selou a paz por um momento entre Bolsonaro e o STF, em 2021), garantiu a Oeste que a nota é totalmente inverídica. E que o casamento de Temer está “mais sólido do que nunca”.
 
(...)
R$ 2,3 bilhões em 24 horas
Prossegue a farra dos estrangeiros nas empresas brasileiras listadas na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo. Na sexta-feira (25), o volume de entrada no país vindo de fora chegou a mais de R$ 2 bilhões. No acumulado do ano, o saldo positivo é de cerca de R$ 60 bilhões. 

bruno@revistaoeste.com 

Leia também “O jogo da terceira via e a animação de Tarcísio”

segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Um pouco de ... Silvio Santos é milionário ou bilionário? Conheça os detalhes da fortuna do dono do SBT

Silvio Santos é milionário ou bilionário? Conheça os detalhes da fortuna do dono do SBT

Silvio Santos fundou o SBT em 1981; a emissora de TV é a terceira maior do país

Nascido no Rio de Janeiro, Senor Abravanel, popularmente conhecido como Silvio Santos, começou sua trajetória nos anos 1940, ainda na adolescência, como vendedor ambulante. A boa conversa e capacidade de converter tudo em vendas rendeu ao jovem Silvio oportunidade de trabalhar em uma emissora carioca de rádio. Na década de 1960, com a popularização dos aparelhos de TV, ele seguiu para as telas e se tornou uma personalidade conhecida desde então. Vinte anos depois, em 1981, o apresentador e empresário fundou o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), a terceira maior emissora do país.

A TV fundada por Silvio foi de grande ajuda para o sucesso dos demais negócios do empresário –um vendedor nato–, ao funcionar também como um canal de promoção e publicidade para marcas como Jequiti Cosméticos, Baú da Felicidade e Tele Sena, comandadas por Silvio.

VEJA TAMBÉM: O sobe e desce dos bilionários que já estiveram no Top 10 da Forbes Brasil

Entre os demais negócios, Silvio Santos foi acionista controlador do Banco PanAmericano S.A., que, em 2011, foi vendido ao BTG Pactual por uma quantia pequena após acumular um rombo de R$ 43 bilhões. O BTG pertence ao bilionário André Santos Esteves, de fortuna estimada em R$ 24,96 bilhões pela Forbes em 2020.

O PanAmericano é alvo de investigação da Polícia Federal, que acaba de concluir um inquérito sobre a venda de 35% das ações do banco à Caixa Econômica Federal, entre 2009 e 2010. O negócio envolveu o pagamento de R$ 740 milhões pela Caixa Participações por ações do PanAmericano.

Segundo informações relatadas pela PF, a transação teria acontecido com conhecimento do rombo bilionário e fraudes contábeis no qual o PanAmericano estaria envolvido. O inquérito agora será analisado pelo Ministério Público Federal (MPF), que decidirá sobre uma denúncia à Justiça que envolveria nove executivos da que fizeram parte do negócio.

Ainda assim, os resultados até então acumulados pelo empresário e apresentador de TV o levaram a estrear na lista de bilionários brasileiros da Forbes em 2013, na 59ª posição, com patrimônio líquido estimado em R$ 2,67 bilhões na época.

Por mais que a conta bancária de Silvio ainda tenha dez dígitos, seus negócios têm enfrentado dificuldades para se manter ao longo dos anos. Desde de sua estreia na lista da Forbes entre os mais ricos do país, a fortuna de Silvio variou significativamente de forma negativa: em 2020, o comandante do SBT aparece no novo ranking de bilionários brasileiros da Forbes com fortuna de R$ 1,9 bilhão, na 179ª posição –R$ 740 milhões a menos do que em sua estreia. A oscilação representa uma baixa de 28% da riqueza do bilionário em um período de sete anos.

E AINDA: 10 mulheres mais ricas do Brasil em 2020

Ainda assim, este não é o momento mais delicado para a finanças do bilionário. Em 2018, Silvio registrou a maior baixa em seu patrimônio e apareceu na lista de bilionários brasileiros da Forbes na 160ª posição, quando sua fortuna foi calculada em R$ 1,21 bilhão –desvalorização de 54,16% em comparação aos R$ 2,64 bilhões levantados em 2013.

Apesar da breve recuperação da fortuna de Silvio Santos, o ano de 2020 ainda apresenta sérios desafios ao bilionário do SBT. Na segunda quinzena de agosto, a filha caçula do empresário, Renata Abravanel, assumiu a presidência do conselho do Grupo Silvio Santos para revisar contratos e gastos.

Outro elefante branco na sala de Silvio tem sido um prédio de sua propriedade na Avenida Paulista. O edifício de 16 andares e gastos mensais estipulados em R$ 100 mil está encalhado desde 2013. Por conta da crise, o imóvel está disponível para locação com 20% de desconto, por R$ 370 mil mensais.

Neste ano, a emissora de Silvio Santos também registrou baixa de 20% na audiência. No total, Silvio Santos construiu um portfólio de mais de 30 empresas. Entre as aplicações do bilionário está a Simba Content, programadora que negocia conteúdo de Record, SBT e RedeTV!, e as companhias que compõem o Grupo Silvio Santos, como a Liderança Capitalização (promotora da Tele Sena), o hotel Jequitimar, no Guarujá, a Sisan Empreendimentos Imobiliários e a TV Alphaville.

Revista Forbes


terça-feira, 24 de setembro de 2019

Bolsonaro diz que é 'falácia dizer que Amazônia é pulmão do mundo', ataca cacique Raoni e diz que não aumentará reservas - O Globo

Na ONU, Bolsonaro não recua sobre Amazônia: 'Falácia dizer que é patrimônio da humanidade'

Presidente afirmou que Brasil é o país que mais protege o meio ambiente e que não vai aumentar demarcações indígenas:

Na abertura da 74ª Assembleia Geral das Nações Unidas, o presidente Jair Bolsonaro sustentou que é uma "falácia" as visões internacionais de que a floresta amazônica é um patrimônio da humanidade e o pulmão do mundo. [confira aqui, revista FORBES as razões pelas quais a Amazônia não é o pulmão do mundo...... uma delas é 'que ela produz e utiliza a mesma quantidade de oxigênio".] Seguindo a tradição brasileira de ser o primeiro país a falar no encontro, Bolsonaro também destacou que não vai aumentar as áreas indígenas: "Acabou o monopólio do senhor Raoni", afirmou. 
O líder indígena Raoni Metuktire, reconhecido internacionalmente e que recentemente esteve reunido com líderes europeus, como o francês Emmanuel Macron,  também foi alvo de críticas de Bolsonaro no discurso da ONU. Ele foi caracterizado pelo presidente como "peça de manobra":
A visão de um líder indígena não representa a de todos os índios brasileiros. Muitas vezes alguns desses líderes, como o Cacique Raoni, são usados como peça de manobra por governos estrangeiros na sua guerra informacional para avançar seus interesses na Amazônia.
— Somos um dos países que mais protegem o meio ambiente, nossa Amazônia é maior que toda a Europa Ocidental, e ela permanece intocada. — disse o presidente. — É uma falácia dizer que a Amazônia é um patrimônio da humanidade e o pulmão do mundo. 

ONU: 'Vim apresentar o novo Brasil que ressurge após estar à beira do socialismo', destaca Bolsonaro

 
Na íntegra: Discurso de Bolsonaro na ONU

Bolsonaro criticou, sem citar nomes, líderes que se portaram de forma considerada desrespeitosa em relação ao Brasil:
Um ou outro país se portou de forma desrespeitosa e de forma colonialista em relação ao Brasil. Questionando o que nos é mais sagrado, nossa soberania.
Na véspera, o presidente da França, Emmanuel Macron convidou o consórcio dos estados da Amazônia para reunião sobre futuro da floresta.

Sem mais áreas indígenas
Enquanto falava sobre a situação da floresta amazônica, Bolsonaro afirmou que não vai aumentar as demarcações de áreas indígenas. Segundo ele, os organismos internacionais que pedem o aumento dessas áreas estão interessados nas riquezas minerais. — Hoje, 14% do território brasileiro é demarcado por áreas indígenas. Nossos nativos são seres humanos como cada um de nós, eles querem e merecem usufruir de todos os direitos como nós. O Brasil não vai aumentar para 20% as áreas indígenas.


Bolsonaro destacou a abundância de metais preciosos em áreas infígenas, especialmente as terras Yanomami a Reposa Serra do Sol.
— Nossas reservas indígenas são ricas em ouro, diamante, nióbio e terras raras. Esses territórios são enormes. Isso demonstra que os que nos atacam não estão preocupados com o ser humano índio, mas sim com a riqueza e a biodiversidade existentes nessas áreas.

O Globo, Sociedade
 


sexta-feira, 3 de agosto de 2018

As escravas sexuais da Nxivm

Escândalo envolvendo a herdeira do império de bebidas Seagram e uma atriz de Hollywood revela os sórdidos rituais em que mulheres eram abusadas e marcadas a ferro como gado – com as iniciais do líder Keith Raniere. Ele pode ser condenado à prisão perpétua

Bem-vindo à nexium. Ou melhor, Nxivm, a macabra academia de autoajuda fundada em 1998 em Colonie, Estados Unidos, pelo ex-programador de computadores e supostamente gênio precoce Keith Raniere, hoje com 57 anos. Depois de desenvolver um método que prometia revelar os segredos do triunfo pessoal e trazer sucesso e prosperidade, Raniere caiu nas graças de ricas e famosas, ascendendo ao status de guru. 

 LÍDER CRIMINOSO Keith Raniere exigia das discípulas da pirâmide total submissão aos seus impulsos; BILIONÁRIA Além de financiar seita, Clare Bronfman trouxe ilegalmente mulheres de outros países; ATRIZ E ASSECLA Considerada aliciadora pela Justiça, Allison Mack, da série “Smallville”, comandava rituais

Por meio de ciclos de palestras e treinamentos que combinavam doses de filosofia, alguma religiosidade e programação neurolinguística, a organização prosperou atraindo jovens inseguras em busca de autoafirmação. Por trás das falsas promessas, porém, havia uma armadilha para aliciar mulheres e submetê-las a uma sórdida rotina de trabalhos forçados e escravidão sexual. Como se fossem gado, as vítimas eram marcadas a ferro com as iniciais do líder em rituais frequentados por socialites. Na terça-feira 24, o FBI efetuou uma série de prisões — e acrescentou nomes antes insuspeitos ao núcleo central da Nxivm. Entre as detidas está a herdeira da destilaria Seagram, Clare Bronfman, de 39 anos. A atriz de Hollywood Allison Mack, famosa pelo seriado “Smallville”, fora detida em abril, acusada de ser uma das integrantes do que se mostrou ser uma seita de horrores. Raniere, que havia se refugiado no México, também está preso e irá a julgamento em 1º de outubro.

Junto com a bilionária Clare Bronfman foram detidas três mulheres, entre elas Nancy Salzman, de 64 anos, cofundadora da Nxivm. Pesam contra elas acusações de extorsão, roubo de documentos de identidade e participação em um esquema de entrada ilegal de estrangeiras que se tornariam vítimas do círculo interno da empresa, onde funcionava a seita sexual The Vow (O Voto) ou DOS, acrônimo em latim para “Dominus Obsequious Sororium”, algo como “Mestre de Mulheres Submissas”. Próxima de Raniere, Clare é suspeita de arrecadar cerca de US$ 100 milhões para a seita. Parte desse dinheiro seria de sua própria herança. Edgar Bronfman, ex-acionista majoritário da Seagram, morreu em 2013. Dez anos antes, ele já havia denunciado a existência do culto à revista “Forbes”. Ele acreditava que as técnicas da Nxivm o distanciaram de suas filhas Clare e Sara. A advogada de Clare, Susan Necheles, alega que ela é vítima de abuso de poder por parte das autoridades: “Apenas porque o governo discorda de algumas crenças da Nxivm”. No dia das prisões, o diretor-assistente do FBI em Nova York William Sweeney afirmou que os “detalhes desses supostos crimes se tornam cada vez mais sombrios”.

Chantagem Detida e liberada após pagar uma fiança de US$ 5 milhões, a atriz Allison Mack entrou para a Nxivm em 2007 pelas mãos da colega Kristin Kreuk, também integrante do elenco de “Smallville”. Enquanto Kristin deixou o culto sem maiores queixas, Allison mergulhou no esquema, ajudando a atrair mulheres para Raniere. Seu julgamento está marcado para 7 de janeiro de 2019. Diante de uma pena que pode ir de 15 anos à prisão perpétua, ela poderia até negociar um acordo judicial, porém preferiu se declarar inocente. Nas redes sociais é possível assistir a alguns de seus vídeos, nos quais fala ao mundo sobre felicidade e autorrealização. A realidade era bem outra para as vítimas. As que escaparam sequer conseguiam convencer as autoridades de que havia um esquema que as escravizava sexualmente. As denúncias não iam adiante, pois Raniere afirmava que as “tatuagens” com suas iniciais eram consensuais. No ano passado, cinco mulheres apresentaram as mesmas queixas, com marcas em suas virilhas e quadris, o que alertou a promotoria federal de Justiça. As marcas seriam feitas sem anestésicos em cerimônias organizadas na cidade de Albany, no estado de Nova York. Mack participaria como mestra, segundo contou uma das vítimas, Sarah Edmondson, ao “The New York Times”. Sarah relatou ter passado por treinamentos “motivacionais” para superar “fraquezas”.
Ela foi obrigada a jurar obediência total ao líder, fez confissões íntimas e até entregou fotos suas sem roupas — que seriam usadas como instrumento de chantagem. Só depois passou pelo ritual de tatuagem. Deitada nua em uma maca e com os olhos vendados, ela teve braços e pernas seguros por outras mulheres. Entre os crimes, Raniere também obrigava as vítimas a seguir dietas de fome para se adequarem aos seus ideais de beleza feminina. Todas tinham a obrigação de saciar o desejo sexual do guru quando melhor lhe conviesse, sem a mínima opção de dizer não.

No esquema da pirâmide, cada mestre deveria arranjar seis escravas, e essas, mais seis cada uma, a fim de subir na hierarquia. Não se sabe o número de mulheres que caíram na armadilha. Em 2016, por mensagem no Twitter, Allison Mack tentou atrair a estrela Emma Watson, da série “Harry Potter”. Não houve qualquer indício de sucesso. Segundo as investigações, como Mack exercia o papel de recrutadora, seus depoimentos serão fundamentais para desvendar outros crimes. Agora as autoridades querem detalhes de como toda essa operação era financiada, já que o estilo de vida de Raniere não era barato. Em seu site, a Nxivm informa que suspendeu suas atividades diante de “eventos extraordinários”.

IstoÉ

 

domingo, 18 de setembro de 2016

Lula não é bilionário e dificilmente vai preso

Lula desfaz do funcionário público como vingança por estar sendo liquidado por jovens servidores públicos - inteligentes, jovens e honestos

"A profissão mais honesta é a do Político. Porque todo ano, por mais ladrão que ele seja, ele tem de ir para rua encarar o povo e pedir voto. O concurso, não. Se forma na Universidade, faz o concurso e tá com emprego garantido pro resto da vida". 



(Luiz Inácio Lula da Silva, em 16 de setembro de 2016, tentando desmoralizar os jovens servidores públicos da Força Tarefa da Lava Jato que o denunciaram)
Vídeo cujo autor é quase tão ladrão quanto o Lula; por enquanto Lula ainda ganha dele, já que continua roubando e permanece solto, mas logo o jogo empata


"Lula" é um tema que desperta paixões: amores, ódios, algumas convicções e muitas dúvidas. Um amigo me perguntou ontem, em off: "Você acredita que Lula será preso?". A resposta, em on: "Agora, não. Prisão imediatamente tem pouca chance de acontecer. Talvez daqui a uns seis meses, após provável condenação, em primeira instância, pelo juiz Sérgio Moro. Como primário, Lula recorreria em liberdade até uma decisão, em segunda instância, que deve demorar mais um ano, se correr depressa. Portanto, Lula preso de imediato é um sonho dos inimigos dele na republiqueta da Propinocracia e da Impunidade".



Triste com a resposta, o amigo insiste em outra polêmica: "Mas ele indiciado ou condenado se torna ficha suja, inelelegível para 2018?". A desagradável resposta é: "Não. Enquanto não se esgotarem todos os recursos, o conhecido trânsito em julgado, Lula apela ao judiciário e, como tantos outros políticos, consegue disputar uma eleição. O caso judicial de Lula ainda terá de passar pelo longo corredor do Superior Tribunal de Justiça. Depois, ainda seguirá para o Supremo Tribunal Federal. Só deve ter uma decisão final no prazo de cinco a dez anos. O famoso caso do Mensalão (Ação Penal 470) demorou uma década. Excetuando Marcos Valério e uns outros otários não-políticos, o resto que foi preso já está soltinho da Silva (sem trocadilho infame)".



Muitos leitores devem ter ficado pt da vida com a desagradável resposta que espelha a realidade do sistema processual brasileiro - que permite recursos e chicanas infindáveis, sem falar nas manobras que podem ocorrer em tribunais superiores que padecem do probleminha originário da indicação política. Nem todos que Lula e o PT indicaram para o STJ ou STF se disporiam a "facilitar" para a defesa do "Godfather" (padrinho, na língua que Dom Corleone adotou). Basta que um ministro aplique o regramento excessivo que Lula acabará benificiado com a embromação judiciária. Lula e seus advogados (alguns que alegam trabalhar de graça) sabem como a banda toca...



Até agora, o caso Lula ainda não se transformou em uma briga de foice no escurinho dos bastidores criminais. O fanatismo nazicomunopetralha fará aliança com qualquer diabo, nos poderes ou fora dele, para atingir, neutralizar e desmoralizar a equipe do juiz Sérgio Moro e da Força Tarefa da "República de Curitiba". Moro pode até exercitar sua coragem, como já fez no episódio da revelação das interceptações telefônicas de diálogos nada republicanos entre Lula e a Presidenta Dilma Rousseff, mandando prender o ex-Presidente. O grande paradoxo estratégico é medir se a prisão mais prejudica ou mais beneficia Lula - um mito em decadência, mas que ainda tem milhares de seguidores radicalóides. Eterno sindicalista de resultados, Lula sabe tirar proveito de qualquer situação. Já driblou até um violento câncer na laringe.



A defesa de Lula sofreu uma derrota relevante. O Conselho Nacional do Ministério Público rejeitou pedido de liminar de Lula para que os procuradores da Lava Jato fiquem impedidos de se manifestar sobre seus problemas judiciais. A tentativa explícita de censura fracassou, por enquanto. O Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, insiste que a defesa de Lula tenta embaraçar as apurações do Ministério Público Federal. Os defensores de Lula estarão presentes, nesta segunda-feira, na Nova York conturbada por mais um atentado a bomba, para reclamar do que chamam de "perseguição política sem provas" contra o ex-Presidente. A petelândia aproveitará para tumultuar o primeiro discurso que Michel Temer fará na Assembleia Geral das Nações Unidas.



Enquanto os petistas não soltam "sua bomba" contra o Moro e a Força Tarefa da Lava Jato em NY, uma viralidade editorial deve ter agradado Luiz Inácio Lula da Silva. A petelândia espalhou nas redes sociais um artigo escrito no distante 23 de agosto de 2013 pelo colaborador da prestigiada revista Forbes, Ricardo Geromel, com o título: "Is Lula, Brasil's former President, a Bilionaire?". Depois de explicar a metodologia da revista para avaliar quem é bilionário, o articulista encerrou a polêmica: "Eu gostaria de revelar que, embora haja alguns bilionários que são políticos, Lula não é um deles. Do contrário, ele estaria, obviamente, presente na lista anual da Forbes".



Nas 149 páginas da recente denúncia contra Lula, sobre a qual o juiz Sérgio Moro deve se pronunciar nesta segunda-feira (19 set), a Força Tarefa da Lava Jato demonstrou ter obtido provas, e não apenas convicções, de que Lula foi beneficiário direto de uma "propina disfarçada" paga pela empreiteira OAS no valor de R$ 3 milhões 729 mil 784 reais e 92 centavos. Se isto for verdade comprovada, Lula já se tornaria um milionário. Azar ou sorte dele é que a revista Forbes não quer saber de pobres como ele - com muitas contas a acertar com o judiciário do Brasil da Impunidade, do Regramento Excessivo e do Rigor Seletivo.[o fato de Lula não ser bilionário não o absolve de nenhum dos seus crimes e utilizar uma matéria antiga é mais uma estupidez da corja petista que se volta contra o próprio Lula.]



Inocente ou culpado, Lula já um ilustre prisioneiro das besteiras cometidas por ele próprio e por seu Partido dos Trabalhadores no projeto de poder que fracassou parcialmente. O PT não conseguiu se eternizar no poder. No entanto, consolidou na sociedade brasileira os anti-valores ideológicos pregados pela cartilha do Foro de São Paulo - um dos tentáculos operacionais invisíveis da Oligarquia Financeira Transnacional para manter o Brasil idiotizado e sempre dependente.
Só o implacavel, porém imaginário, "Tribunal da História" tem condições de julgar, daqui a algum tempo, o mal que Lula e a turma dele fizeram ao Brasil e aos brasileiros. O custo social, político, econômico e civilizatório da sacanagem deles é impagável. Por isso, é lamentável constatar que Lula, que não é oficialmente bilionário, dificilmente acabará seus dias preso. $talinácio já triunfou, mesmo que perca o jogo na prorrogação do Juízo Final. [ o tempo vai mostrar que Lula vai terminar sua vida de fraudes encarcerado.]

Fonte: Alerta Total - Jorge Serrão 

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Lula, o homem chamado “Brahma”. Ou: A coisa tá feia para o seu lado, falastrão!



Prestem atenção ao trecho de um texto:
“O presidente Luiz Inácio Lula da Silva nunca escondeu sua inclinação por um copo de cerveja, uma dose de uísque ou, melhor ainda, um copinho de cachaça, o potente destilado brasileiro feito de cana-de-açúcar. Mas alguns de seus conterrâneos começam a se perguntar se sua preferência por bebidas fortes não está afetando sua performance no cargo. Nos últimos meses, o governo esquerdista de Da Silva tem sido assaltado por uma crise depois da outra, de escândalos de corrupção ao fracasso de programas sociais cruciais.”

Esse é começo de um texto escrito em maio de 2004 por Larry Rother, então correspondente do jornal americano The New York Times no Brasil. A reação de Lula foi violenta. Tentou, acreditem, expulsar Rother do país, ao arrepio da Constituição, sob o pretexto ridículo de que a pátria havia sido ofendida e de que o jornalista havia se imiscuído em assuntos nacionais. Qual assunto nacional? A, digamos, intimidade entre Lula e o álcool?

Pois é… Reportagem da revista VEJA desta semana informa que a Polícia Federal dispõe de mensagens trocadas entre empreiteiros em que Lula, na condição de presidente ou de ex-presidente, era chamado por um apelido: “Brahma”, numa alusão, certamente, a seus hábitos. A metonímia-metáfora nem chega a ser a melhor. Lula não dispensa uma cerveja, mas é conhecida a sua inclinação por uísque desde o tempo em que presidia o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo.

Enquanto a companheirada enfrentava a polícia, perdia o emprego e corria alguns perigos, o máximo de risco a que se submetia o chefão era se embebedar na sede da Fiesp, em animadas conversas com os empresários do então “Grupo 14”. Um deles, remanescente daquele turma, já me disse que, por lá, o Babalorixá de Banânia nunca foi visto como líder esquerdista. A avaliação que os empresários tinham é a de que ele queria se dar bem e faria qualquer coisa para chegar ao poder.

Pois é… É claro que Lula ser chamado de “Brahma” pelos empreiteiros — e importaria pouco se fosse bebum, beberrão, bêbado, pau d’água, cachaceiro, ébrio, borracho — tem menos importância do que aquilo que revelam as mensagens que vêm a público. Fica evidente que, na Presidência da República ou não, sóbrio ou não, ele se comportava como um mero lobista.

Em outubro de 2012, Léo Pinheiro, presidente da empreiteira OAS, relata a um executivo seu: “Estive essa semana com o Brahma. Contou-me que quem esteve com ele aqui foi o presidente da Guiné Equatorial, pedindo-lhe apoio sobre o problema do filho. Falou também que estava indo com a Camargo para Moçambique X Hidrelétrica X África do Sul”.

Nota: a Guiné Equatorial, hoje uma importante produtora de petróleo, é uma das ditaduras mais sanguinárias no mundo. Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, o amigão de Lula, governa o país desde 1982 — há 33 anos, portanto. É considerado pela “Forbes” o oitavo governante mais rico do mundo, embora o país esteja entre os últimos no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). O tal filho, que vai herdar o trono, é um bandido chamado “Teodorin”. É aquele que financiou o desfile da Beija-Flor neste ano.

Aí é a vez de um executivo da OAS escrever a Léo Pinheiro: “Colocamos o avião à disposição do Lula para sair amanhã ao meio-dia. Seria bom checar com o Paulo Okamotto se é conveniente irmos no mesmo avião”. Como se nota, os empreiteiros tinham a noção da, digamos, “inconveniência”.

O “Brahmaalimentava também os sonhos sebastianistas dos companheiros empreiteiros. Em dezembro de 2012, escreve um executivo da OAS: “O clima não está bom para o governo. O modelo dá sinais de esgotamento, e o estilo da número um tem boa parte da culpa”. Em novembro de 2013, voltava à carga: “A agenda nem de longe produz os efeitos das anteriores do governo Brahma”. Referindo-se a Dilma, na comparação com Lula, analisa o executivo da OAS: “A senhora não leva jeito: discurso fraco, confuso, desarticulado, falta de carisma”. Bem, essa parte é mesmo verdade. Ocorre que o propósito não era bom. Eles queriam a volta de Lula.

Presidentes ou primeiros-ministros podem fazer lobby, digamos, político em favor das empresas do seu país? Podem e até devem. O governo americano pressionou para que o Brasil comprasse os caças da Boeing; o francês, para que fosse da  Dassault, e o sueco, da Gripen. Mas nenhuma dessas empresas foi flagrada em relações incestuosas com o partido do governo ou com o chefe do Executivo. Não reformaram o sítio do mandatário, não lhe pagaram milhões para dar palestras, não o transformaram em mascate de seus interesses, não lhe construíram um tríplex — para ficar nas miudezas.

A política brasileira nunca foi algo a ser copiado pelo resto do mundo. Mas parece claro, a esta altura, que Lula e o PT a conduziram a um novo patamar do vexame.

Há uma grande diferença entre promover os interesses nacionais dando suporte claro e legal a empresas nativas no exterior e se comportar como um lobista vulgar. Há uma diferença entre um empresário chamar o chefe do Executivo de “Excelência” e de “Brahma”. E a cerveja, coitada, nem tem nada com isso. Dizem-me os apreciadores que é de ótima qualidade. E, definitivamente, esse não é o caso de Lula. Se cerveja fosse, eu não a recomendaria para consumo humano.

A coisa tá para feia para o seu lado, falastrão!

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo