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sábado, 4 de setembro de 2021

O terror chega a São Paulo - Revista Oeste

Bandidos fazem 'escudo humano' com moradores de Araçatuba  | Foto: Reprodução
Bandidos fazem 'escudo humano' com moradores de Araçatuba | Foto: Reprodução
 
Araçatuba, 200 mil habitantes, 500 quilômetros a noroeste da capital paulista. Pouco antes da meia-noite do domingo 29 de agosto. Cem quilos de explosivos estão espalhados em 28 pontos da cidade, prontos para ser detonados pelo celular ou por aproximação. Por três horas, a Praça Rui Barbosa, no centro, vive o terror. Ali, estão localizadas as agências da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil.

Na segunda-feira, o comércio amanhece com as portas fechadas pelo medo. Não há aulas nas escolas nem transporte coletivo regular. Ruas e praças são bloqueadas. Uma multidão permanece nas janelas acompanhando a varredura do esquadrão antibombas da Polícia Militar de São Paulo, o Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais). O que se viu foi a mais sofisticada ação de terrorismo urbano já registrada no Estado.

Três pessoas morreram no tiroteio, uma delas um criminoso conhecido no sistema penitenciário por integrar a facção Primeiro Comando da Capital, o PCC. Cinco moradores foram levados a hospitais com ferimentos, um em estado grave. Um jovem que estava de bicicleta teve de amputar os pés pela explosão de um artefato. Sete dos cerca de 30 assaltantes foram presos em cidades do interior até agora. Ainda não foi divulgado o montante roubado porque, como os bancos são públicos, a Polícia Federal assumiu a investigação.

As cenas hollywoodianas captadas por celulares são chocantes: quem estava na rua naquele horário foi feito refém e colocado no teto e no capô de carros como escudo humano para evitar o revide da polícia. Algumas vias foram interditadas por veículos incendiados, inclusive caminhões, para dificultar a chegada do Baep (a tropa de elite do interior, como a Rota na capital), enquanto os caixas eletrônicos foram dinamitados.

Os criminosos optaram por um momento em que pudessem fazer reféns na rua.

A contraofensiva da Polícia Militar ainda deparou com um potente poderio de tiro da quadrilha, modernos fuzis e metralhadoras, além de coletes à prova de balas, capacetes, balaclavas e instrumentos militares. Toda a ação da quadrilha foi coordenada pelo uso de um drone, que apontava o deslocamento das viaturas e que depois indicou rotas de fuga. Segundo os investigadores, o bando também posicionou homens próximos à base aérea da PM no aeroporto da cidade, a 8 quilômetros de distância. O objetivo era avisar os comparsas caso o helicóptero Águia decolasse. Foram inclusive encontradas munições para fuzis 762 e .50, com potencial para derrubar aeronaves.

O modelo empresarial do PCC
O tenente-coronel da reserva da PM Diógenes Lucca, fundador do Gate, atuou por mais de 30 anos em operações como a desta semana. Ele afirmou a Oeste que as imagens que rodaram o país são “um marco divisor” nessa modalidade de crime. “Foi a ação mais sofisticada que se tem registro”, disse. “O que mais me chamou a atenção foi a quantidade de explosivos no modelo metalon com acionamento por celular. O segundo ponto foram os carros adaptados com pequenas aberturas circulares nos vidros (feitas com serra-copo) para passar apenas o cano dos fuzis (como os blindados militares). Por fim, o horário: eles normalmente agem no meio da madrugada, mas, desta vez, optaram por um momento em que pudessem fazer reféns na rua.”

Ações como essa foram batizadas de “novo cangaço”. O nome técnico é “domínio de cidades”, mas o apelido se deve ao começo dessa onda de crimes nos rincões do Nordeste há 20 anos. Um grupo de bandidos planeja um grande assalto em municípios de tamanho médio, distantes de onde vivem, e depois reparte o dinheiro.

Apesar da presença já confirmada de integrantes do PCC, a polícia ainda não tem certeza se essa investida partiu do comando da facção. É bem provável que não. A principal linha de investigação indica que o PCC cedeu, como tem feito ultimamente, suas armas e equipamentos em troca de uma parte da bolada. Em suma, o modelo empresarial de negócio consiste em financiar a ação. O pagamento é feito com uma fatia do valor roubado pelo “aluguel” do arsenal.

Funciona assim também com saques de cargas de eletrônicos que desembarcam no Aeroporto de Viracopos, na região de Campinas, sob escolta de empresas de segurança privada que não têm tamanho aparato bélico e acabam derrotadas. Dada a quantidade de sumiços de carretas, a área é tratada como “Triângulo das Bermudas” pela polícia e passou a ser evitada pelos gigantes do setor.

“A principal fonte de renda do PCC é o tráfico de drogas, mas vem crescendo muito o lucro com grandes roubos de bancos e cargas valiosas”, afirma o deputado Guilherme Derrite (PP), capitão da Rota (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar). “São verdadeiros empresários do crime. Fornecem a infraestrutura e a mão de obra para a execução e ganham bilhões de reais por ano.”

Um Porsche para a fuga
Foi em Campinas, aliás, que o megaassalto foi arquitetado, de acordo com uma reportagem da TV Bandeirantes. Um dos suspeitos presos pela Polícia Federal organizava reuniões de planejamento em sua casa havia dois meses. O promotor Lincoln Gakiya, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), diz que o treinamento dos terroristas urbanos é feito em países como Paraguai e Bolívia.

Esse planejamento tático também envolve o recrutamento de especialistas no preparo do  artesanal de explosivos disparados a distância, de pilotos de drones para traçar a logística e de motoristas de fuga, responsáveis pelo despacho e pela troca de veículos a cada trecho. Quase sempre há um carro veloz para o escape com o produto do roubo. No ataque a Araçatuba, o veículo usado foi um Porsche, localizado no dia seguinte numa cidade vizinha. Também são usadas motos se o grupo for encurralado. O objetivo é escoar o dinheiro com agilidade e pulverizá-lo para evitar o rastreio.

Outro dado importante é a data escolhida para os ataques. Por exemplo, na virada do mês, os bancos públicos são abastecidos com enorme volume de dinheiro vivo para saques dos beneficiários de programas sociais do governo. As quantias desembarcam nos chamados Seret (sigla que significa uma espécie de tesouraria regional do Banco do Brasil), mas não há comunicação prévia da entrega pela instituição às polícias estaduais, o que se torna um prato cheio para a bandidagem. Foi o que ocorreu em Araçatuba e em casos similares em Ourinhos e Botucatu recentemente. Mais: invariavelmente, a apuração do crime descobre a participação de um funcionário do próprio banco, que comunica os bandidos quando os carros-fortes fazem a entrega.

“Araçatuba era uma tesouraria do banco, uma central de distribuição de recursos do Banco do Brasil”, afirmou o coronel Álvaro Camilo, secretário de Segurança Pública. “É mais uma ação com informação privilegiada, e as investigações já estão andando para chegar aos autores.”

Polícia prende, o STF solta
No meio disso tudo, é claro que os políticos tentaram usar as armas de sempre. O governador João Doria (PSDB), que agora resolveu comprar briga até com a PM, arvorou-se em números de redução de roubos a bancos no Estado durante a sua gestão. Números que nenhuma agência de checagem se atreveu a testar. Para Doria, cada vez mais convencido pelos marqueteiros e editorialistas de jornais de que tem alguma chance de chegar ao Palácio do Planalto, a população está mais assustada com as cédulas de R$ 100 que desapareceram do que com o pavor instalado na calçada de casa. A esquerda, claro, culpou o presidente Jair Bolsonaro por defender o porte de armas. Segundo eles, as armas terminam “em mãos erradas” o que causaria risos nos mercadores do PCC em ação nas fronteiras sul-americanas.

O fato é que, para além da politicagem, desatar o nó da segurança pública brasileira passa invariavelmente pela integração das forças policiais e do Ministério Público (Gaeco). É preciso compartilhamento de bancos de dados e informações de Inteligência em tempo real, com o uso de informantes, agentes infiltrados e monitoramento telemático permanente. Enquanto cada um achar que pode resolver o problema sozinho, a bandidagem se aprimora, e essa conta nunca vai fechar.  Se o ocupadíssimo Congresso Nacional tiver tempo, pode tirar da fila uma série de projetos de lei que preveem o endurecimento da legislação penal — pelo menos até o Supremo Tribunal Federal (STF) entrar em cena. “Imagine o trabalho que dá para prender um criminoso perigosíssimo, o serviço de Inteligência envolvido, a árdua investigação, aí vai lá a Corte Suprema depois e solta, como fez com André do Rap, diz Guilherme Derrite. Pois é. Mas, quando se trata do Supremo, para estar em segurança hoje em dia, convém não falar nada sobre ele.

 

Silvio Navarro, jornalista - Revista Oeste
 

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Justiça de SP anula julgamento de PMs condenados por massacre do Carandiru

Defesa entrou com um recurso alegando que as decisões dos jurados foram contra as provas

[certíssima a decisão dos desembargadores e com a vantagem que foi didática e pode servir de exemplo para juízes de outros estados.
Bandido tem que entender que ele já está no lucro se tiver direito a uma refeição por dia, um banho de sol a cada dois dias e um banho por semana.
É preciso acabar com esse negócio de bandido se rebelar e queimar colchão e no dia seguinte o governo já está fornecendo colchões novos - queimou colchão, pelo menos três meses dormindo no chão duro.
Bandido fez rebelião, manda o choque invadir e usar a força necessária para conter o motim.
Antes da faxina do Carandiru os bandidos se rebelavam, havia negociação, queimavam uns colchões e tudo ficava do jeito que eles queriam.
O coronel Ubiratã - que comandou a operação e ganhou a gratidão do povo de São Paulo, tanto que foi eleito com grande maioria deputado por SP - entrou no presídio com o Choque e o GATE e fez uma faxina e NUNCA MAIS HOUVE REBELIÃO NO CARANDIRU.
Bandido agora já está ciente que se houver rebelião a Polícia Militar vai invadir e abater quantos for preciso - a decisão da Justiça Paulista servirá de exemplo para outros estados.] 
 
A 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo anulou nesta terça-feira os julgamentos de 74 policiais militares condenados em primeira instância por envolvimento no massacre do Carandiru, que resultou na morte de 111 detentos em 1992. A Justiça apreciou recurso da defesa dos PMs, que além da anulação do julgamento, pedia a absolvição dos réus. 
 
A antiga casa de detenção, em São Paulo: 111 detentos morreram em ação em 1992 - Nellie Solitrenick / Agência O Globo / Arquivo 03/10/1992


Com a anulação, os PMs terão direito a um novo júri. O relator do processo, desembargador Ivan Sartori, chegou a votar pela absolvição dos policiais militares, mas outros dois desembargadores concordaram apenas com a anulação do júri e a realização de um novo julgamento. Para ambos, houve excesso na ação da polícia no Carandiru. 

Sartori baseou sua decisão de absolver os policiais no fato de que três agentes foram absolvidos pelos jurados na primeira instância. Ele também afirmou que não houve individualização da conduta de cada agente já que, sem exames de confronto balístico, não foi possível saber qual PM matou qual preso na ação.

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Como foi voto vencido, Sartori invocou um artigo do Código de Processo Penal que chama dois outros desembargadores presentes a votar o caso, mas eles foram contra a invocação do artigo. Como a votação não foi unânime, os advogados vão entrar com recurso para que os desembargadores que não votaram analisem se é o caso de absolvição dos PMs, como votou o relator. 
 
Os policiais foram julgados em cinco júris e condenados com penas que variavam de 48 a 624 anos de reclusão. No entanto, a defesa entrou com um recurso alegando que as decisões dos jurados foram contra as provas, o que foi acatado pelos três desembargadores que votaram.[apesar das condenações nenhum policial chegou a ser preso, já que todos tiveram direito a aguardar o julgamento dos recursos em liberdade, tendo em contra que agiram no estrito cumprimento do DEVER LEGAL e os sucessivos julgamentos mostram que  não cometeram nenhum crime.]


O crime aconteceu em 2 de outubro de 1992 depois que tropas da Polícia Militar entraram na Casa de Detenção de São Paulo para conter um briga entre presos. A direção da penitenciária pediu a ajuda da PM para controlar a situação. A entrada dos policiais militares foi autorizada pelo então secretário de Segurança Pública, Pedro Franco de Campos, e pelo ex-governador paulista Luiz Antônio Fleury Filho.

Sobreviventes e familiares de vítimas contestam os dados, dizendo que o número de mortes foi superior a 111. Participaram da invasão ao Carandiru as Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), a Tropa de Choque, o Comando de Operações Especiais (COE) e o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate).

A ação da PM no Carandiru durou cerca de meia hora. Apesar dos presos não portarem armas de fogo, exames do Instituto Médico Legal mostraram que 102 detentos foram mortos com tiros. Nove deles foram vítimas de golpes de armas brancas, o que indica que as mortes podem ter ocorrido antes da chegada da PM. Nenhum policial foi morto.
Fonte: O Globo - Com G1 

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Snipers brasileiros - Nós atiramos para salvar

"Não atiramos para acabar com uma vida, mas para salvar outra"

Conheça os snipers brasileiros, atiradores de elite da Polícia Militar que jamais podem errar

  Os atiradores de elite da PM de SP M., de 33 anos, e E. de, 34: não há margem para erro

Oficialmente, as Forças Armadas dos Estados Unidos registram 160 inimigos abatidos pelo sniper americano Chris Kyle durante as guerras no Iraque e no Afeganistão. Em sua autobiografia, que virou filme indicado ao Oscar, Kyle alega que o número de alvos atingidos com sucesso passa de 200. A história de guerra, heróis, inimigos e patriotismo - com direção de Clint Eastwood - não agradou a academia e levou apenas uma estatueta - melhor edição de som -, das seis a que tinha sido indicada. Aqui no Brasil, onde as atividades das nossas Forças Armadas são mais limitadas, os atiradores de elite são menos requisitados. Mas em um país que figura entre os mais violentos do mundo, são os snipers policiais que estão sempre em alerta.
Enquanto Chris Kyle teve que lidar com terroristas dentro do território inimigo, os snipers policiais entram em ação contra assaltantes, traficantes, sequestradores e suicidas. “É a atividade que escolhe você, não você quem escolhe ser um sniper”, diz o Capitão Ricardo Orlandi Folkis, do Gate Grupo de Ações Táticas Especiais, divisão da polícia militar do estado de São Paulo.

A carreira de um atirador de elite começa com o concurso público para ingressar na PM. Só após dois anos atuando na patrulha é possível se candidatar para ingressar no Gate. As inscrições costumam ter mais de 300 candidatos para cerca de 30 vagas. Após testes físicos e psicológicos, uma avaliação do histórico profissional, que inclui consulta à Corregedoria, e uma prova escrita, os selecionados para o curso do Gate passam um mês em treinamento pesado. Ao final, apenas metade dos estudantes se forma. Mas o Capitão Folkis ressalta que, apesar do treinamento e do curso intensivos, os recém admitidos começam como “estagiários” na tropa.

Ao longo desse período inicial, em que passam por experiências em todas as áreas do Gate, como armamentos e explosivos, os snipers podem ser identificados por uma espécie de “olheiro” da polícia. “Nesse momento, a avaliação do perfil psicológico do candidato a sniper policial é mais rigorosa que a avaliação física ou técnica”, explica o Capitão Folkis. Segundo a PM, diante do menor desvio de conduta ou indicação de um possível problema, o policial é desligado.

O treinamento de um atirador de elite dura cerca de dois anos. Só depois desse período ele começa a atuar sem a supervisão de um instrutor. O fato, no entanto, é que um atirador nunca está totalmente sozinho. Ele trabalha em parceria com o observador. E são necessários mais dois anos de experiência para que o sniper policial possa ter autonomia em uma ação. Autonomia essa que só é concedida em cada caso após o "sinal verde" do comandante da operação.

Desde a fundação do Gate, em 1987, os atiradores de elite só tiveram que disparar em sete situações. Mas são chamados de três a quatro vezes por mês. São requisitados principalmente em casos que envolvem reféns sob mira de alguma arma. Também atuam em ações da táticas da polícia, como incursões em ambientes hostis, rebelião em presídios e proteção de autoridades. Em 2001, durante visita do ex-presidente americano Bill Clinton, atuaram em parceria com o FBI, a polícia federal dos Estados Unidos.

Ex-maridos alcoolizados e inconformados que tomam familiares reféns também são personagens comuns em situações que requerem a presença dos snipers brasileiros. Enquanto a negociação se desenrola, os atiradores devem manter inabalados o foco e a concentração. Podem aguentar horas em posição. “Não tem situação mais ou menos complicada, em todas estamos lidando com vidas”, conta Folkis.

O capitão ressalta que, quando é preciso atirar, “o tiro não é para tirar uma vida, mas para salvar outra”. “A atividade de um sniper da polícia e um sniper das Forças Armadas Americanas pode ser bem diferentes, mas com certeza a pressão do momento e a cobrança são as mesmas", diz Folkis. “Uma diferença importante entre os dois é que, para o militar, de um limite pra trás é tudo inimigo e não há uma negociação. Já o sniper policial não pode errar e tem apenas um alvo, conclui.


 Fuzil belga, FN 30-11
 
Um fuzil FN 30-11, de fabricação belga, é a ferramenta de trabalho, ao lado do uniforme com colete à prova de balas, do telemetro (que mostra distância do alvo e velocidade do vento), do rádio comunicador e de uma luneta. No momento, uma licitação internacional está em curso para a troca do FN pelo fuzil Remington 700, de fabricação americana, calibre 7.62.

Os atiradores podem acertar um alvo de 3 centímetros a uma distância de 100 metros. O capitão Folkis conta que a maior distância de um alvo atingido por um atirador de elite em uma operação com refém foi de 32 metros. Em casos com refém e com boa visibilidade, a mira é direcionada para um ponto entre o lábio superior e o nariz do suspeito.


O novo modelo de fuzil a ser utilizado, o Remington 700
IstoÉ conversou com dois atiradores de elite do Gate: M.M., de 33 anos, e G. E. de, 34. Ambos repetem as palavras do Capitão Folkis ao dizer que é “função que escolhe o policial”, não o oposto. Como diferencial, listam muito estudo técnico e comprometimento. “Temos situações em que é preciso saber julgar o que é ético, moral e legal. Nem tudo que é legal é moral”, diz M. “Não julgamos vidas, julgamos situações”.

E. aponta  o estresse, a pressão psicológica e a confiança depositada na função os grandes desafios em uma operação com refém. “Nessas situações, precisamos passar confiança para os outros e para o país”. Nas horas vagas, não há a pressão psicológica nem o estresse. Mas eles continuam a lidar com alvos e munições, já que um passatempo frequente são jogos de videogame como Counter Strike e Sniper Hero. O livro “Não Há Dia Fácil”, que narra a operação que resultou na captura e morte de Osama Bin Laden, chegou a ser inspiração para E., que relatou ter usado passagens da obra em situações reais.

E a empolgação é visível ao falar de “Falcão Negro em Perigo”, filme de ação de Ridley Scott que relata uma desastrosa operação dos Estados Unidos na Somália, e das séries "Flashpoint", "The Unit", "Southland" e "Homeland", todas com temática policial ou de segurança. Perguntado sobre qual o sentimento de atuar numa posição de elite da polícia, M. responde: “é como ser escalado para a seleção brasileira”.

Por:  Ana Carolina Nunes