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sexta-feira, 21 de outubro de 2022

Jorge Abeidt - E-mail recebido de um amigo que mora no Canadá.

Acabei de ver na Jovem Pan o Prof. Paulo Kramer falar sobre a esquerda: " A esquerda perdeu a guerra 50 anos atrás e, ao ser derrotada, trilhou um outro caminho que foi aparelhar o corpo docente do Brasil"

Não poderia concordar mais, eu vivi essa derrota. Eu tinha 13 anos no dia 31 de marco de 1964, meus pais estiveram na marcha da família com Deus pela liberdade.

Em 1971 era aluno do primeiro ano do curso de Engenharia Civil da Universidade Mackenzie e o primeiro ano era cursado no chamado Ciclo Geral que reunia todos os cursos de exatas.  
Assim, os alunos de Engenharia dividiam salas de aula com os de Arquitetura e com os de licenciatura como Física, Química e Matemática. Havia um fato que me deixava curioso: aqueles caras dos cursos de licenciatura ou Filosofia.  
A turma tinha passado num vestibular similar ao nosso, fazia cursos apenas um ano a menos que os nossos e sairia para a vida profissional ganhando 9% do salário que nós Engenheiros ou ainda: iríamos receber 11 vezes o salário de um Professor, qual era a deles?

Qual é a deles? Hoje olhando para trás, eu tenho a resposta. Ela foi dada, sem o saber,  pelo senhor Paulo Kramer naquela entrevista: IDEOLOGIA.

Aqui no Canadá, onde vivo com minha família há 22 anos, a situação não é diferente. Embora no Canadá, os meus 9 netos (a mais velha com 16 e o mais novo com 3) nunca foram à escola. Minhas três meninas (a nora e duas filhas) todas portadoras de sólidos diplomas universitários, obtidos aqui na América do Norte, abandonaram suas rendosas profissões para cuidar da educação dos meus netos, seus filhos, e educação no caso inclui escolaridade. 
Meus netos se juntam a milhões de outras crianças norte-americanas do movimento home schooling que significa dizer um enorme não ao Wokismo, novo nome dado ao politicamente correto.

Um grande abraço

Jorge Abeid  - Publicado no Site Percival Puggina

Nota do Editor: Imagine, leitor, o que pode acontecer na hipótese, tenebrosa, de uma vitória petista no dia 30 com a volta de Haddad (ou de alguém como ele) para o MEC em 2023. [

[Graças a DEUS, quem vai vencer o segundo turno no próximo dia é JAIR MESSIAS BOLSONARO - Capitão do Povo]


                                           
Capitão do povo
[Atualizando: sumiram com o vídeo, mas votou e com umdetalhe: o abaixo que é formidável.]
 
 
Apoiadores de Bolsonaro lançam jingle com apelo aos nordestinos
  
 
As inserções de vídeo são do Blog Prontidão Total

sábado, 7 de maio de 2022

Bandeiras pelo chão - Alon Feuerwerker

Análise Política

Se os atos de rua no 1º de maio não chegaram a impressionar pelos números, notou-se a direita mobilizando mais gente que a esquerda. Tem sido recorrente, e a direita traz esse fato para lançar dúvidas sobre as pesquisas de intenção de voto que mostram a esquerda liderando a corrida pelo Palácio do Planalto. [entendemos que as pesquisas atuais não merecem credibilidade e são 'adequadas' aos interesses da esquerda - são tão absurdas, tão sem crédito,  que sequer merecem perder tempo desacreditando-as.]Argumento relativo, pois quem vai para a rua, nos dois lados do espectro político, é uma fração residual do eleitorado.

Mas é inquestionável que, desde meados da década passada, a direita vem superando a esquerda na capacidade de mobilização. O traço novo da conjuntura brasileira no período recente tem sido o surgimento de uma direita de massas. André Singer, em artigo na revista do Centro de Estudos de Opinião Pública da Unicamp, tratou da reativação desse fenômeno.
O passado registrou ensaios (o Integralismo) e sístoles pontuais (Marcha da Família com Deus pela Liberdade). Mas nada que se compare a agora.

Fica para os especialistas explicar o porquê, e não custa especular sobre a novidade. Ela deve ter raízes materiais, com destaque para a transformação de boa parte da antiga classe operária em uma nova “classe média”. Mas seria reducionista limitar a explicação às bases objetivas.

O estudo do Brasil do século 20 mostra que os momentos mais férteis da esquerda não foram impulsionados pela propaganda e agitação da luta de classes. Eles vieram embalados em duas consignas herdadas da Revolução Francesa, liberdade e igualdade, e outras duas nascidas de uma visão anticolonial de mundo, soberania e desenvolvimento.

Ciro Gomes (PDT) ainda procura fazer do desenvolvimento um ponto de apoio para tentar mover o mundo da eleição, e no chamado campo progressista é só. Num certo ponto da história por aqui, a luta contra o subdesenvolvimento e pelo desenvolvimento adicionou, com razão, o “sustentável”. Com o tempo, o lado desenvolvimentista foi desaparecendo. Hoje reina, absoluta, a sustentabilidade. “Desenvolvimentista” virou xingamento nos círculos ilustrados do progressismo.

Progressismo que hoje se debate na armadilha de precisar explicar como vai combater a pobreza sem colocar o desenvolvimento no centro das preocupações.

Desenvolvimento não é tampouco expressão frequentadora das narrativas da direita. Feita a ressalva, é obrigatório notar que esta agarrou, sem medo de ser feliz, os outros três estandartes. A liberdade, com o “gancho” óbvio da liberdade de expressão, a igualdade, em oposição ao culto das diferenças como critério de empoderamento, e a defesa da soberania nacional, contra o “globalismo”.

O surgimento de uma direita de massas por aqui, e não só por aqui, coincide com o esforço hercúleo da esquerda para se reinventar e remaquiar por critérios socialmente aceitáveis pelo pensamento hegemônico neste início de século 21. E, na guerra pelos símbolos e valores, a direita vai pegando as bandeiras que a esquerda deixa pelo chão. Será interessante acompanhar e ver onde isso vai dar.
 
Alon Feuerwerker, jornalista e analista político

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Publicado na revista Veja de 11 de maio de 2022, edição nº 2.788