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domingo, 30 de julho de 2017

O “laranja” do posto da Lava Jato

Um homem que usa roupas “puídas e manchadas” é dono de hotéis e empresas de fachada. A PF o trata como testa de ferro da família Chater, dona do Posto da Torre, que deu origem à Operação Lava Jato, e que agora é acusado de movimentar ilegalmente US$ 2 bilhões

TV DE TUBO Sebastião Corrêa, que aparece como dono de hotéis e empresas, leva vida humilde e suspeita (Crédito: Divulgação)

É uma pessoa muito humilde, sem vaidade e ostentação. Esse é seu Sebastião Corrêa, segundo seu advogado. De fato, ele é um homem de idade avançada, que mora num apartamento de um hotel decadente em Brasília, o Bay Park, no qual a PF encontrou “mobiliários simples e um tanto desorganizados”, além de “poucas peças de roupas puídas e manchadas”. Mas foi lá também que os policiais tiveram uma surpresa. Em meio à bagunça do lugar, a PF apreendeu US$ 25 mil e R$ 129 mil em dinheiro vivo num cofre, moedas pelo chão e uma caixa com R$ 5 mil em notas de R$ 2, assim como um revólver 38 com seis balas. Foi com esse paradoxo que a PF descreveu Sebastião Corrêa em seu relatório de busca e apreensão realizada em 26 de abril, quando o prendeu em flagrante por posse irregular de arma de fogo – ele foi solto no mesmo dia após pagar fiança de R$ 1 mil.

Os agentes da PF foram até o Bay Park, à beira do Lago Paranoá, no Setor de Hotéis e Turismo Norte em Brasília, como parte da Operação Perfídia, que investiga a atuação empresarial do genro de Sebastião Alves Corrêa, Tony Chater, e a irmã dele, Cláudia Chater – ambos são primos do doleiro Carlos Habib Chater, condenado a dez anos de prisão pelo juiz Sérgio Moro na Operação Lava Jato. Chater é dono do Posto da Torre, em Brasília, onde funcionava uma casa de câmbio e um lava jato de automóveis, que acabou emprestando o nome para a Operação Lava Jato, a maior devassa ao meio político da história do País. No hotel, os agentes encontram o empreendimento em situação de “abandono” e “com mais da metade do complexo desativado”, de acordo com relatório obtido por ISTOÉ. Apesar disso, nove prédios com total de 810 apartamentos estão em construção no local.


LAVANDERIA INFLAMÁVEL A operação Lava Jato começou no posto da família Chater, para quem Sebastião estaria se prestando a “laranja”

A Operação Perfídia investiga documentos apreendidos com a família Chater que apontam que eles “lavaram” mais de U$ 2 bilhões para políticos de Brasília, cujos nomes ainda estão sendo investigados. E a PF quer saber porque o Bay Park, que aparece nessa investigação, está em nome de Sebastião, um homem que ainda usa uma velha TV com tubo em seu apartamento. Para a PF, ele é “laranja” dos familiares do dono do Posto da Torre.

Mas, afinal, o que é o Bay Park? A reportagem obteve documentos da PF revelando que ao menos quatro empresas funcionam no mesmo endereço do Setor de Hoteis e têm o nome fantasia ou endereço eletrônico indicando “Bay Park” perante a Receita Federal: Brasil Hospedagens, Correia Hospedagem, Marina Tour e Lago Paranoá. As duas primeiras estão em nome de Sebastião e a terceira já esteve em nome dele. A Marina está em nome de Arolita, a filha de Sebastião, e do marido dela, Tony Chater. A Lago Paranoá está registrada em nome de Arolita e da prima Raimunda Neves. O emaranhado de empresas logo foi percebido pela PF. “Foi constatado que a família possui um estranho hábito de constituir empresas e alternar seus quadros sociais entre os familiares, encerrando e criando razões sociais distintas para explorar o mesmo segmento com o mesmo nome fantasia”, analisa o relatório do delegado Renato Pagotto.

Quem é dono do Bay Park?
Segundo a PF, Sebastião “tem ou já teve participação societária na maioria das empresas do grupo” investigado na Operação Perfídia. A hipótese dos agentes e delegados é que ele “supostamente participa da abertura de empresas de fachada e da movimentação financeira do grupo”. No relatório de busca e apreensão, os policiais afirmam que Sebastião “controla precariamente a contabilidade da empresa Bay Park Hotel”. No mesmo dia 26 de abril, houve buscas contra o filho dele, Airam Corrêa. “Ficou evidente que o padrão de vida ostentado por ambos os alvos de investigação é infinitamente inferior ao volume de recursos movimentados pela família e suas empresas”.

 MATÉRIA COMPLETA em ISTO É

 

terça-feira, 11 de julho de 2017

A roda do tempo

Dos presidentes eleitos, desde a redemocratização, somente dois conseguiram passaram a faixa ao sucessor. A crise de legitimidade que está aí é obra dos próprios políticos

Tudo começou na quinta-feira 11 de julho de 2013. No início do expediente, o delegado federal Márcio Adriano Anselmo encontrou sobre a mesa de trabalho um despacho do juiz Sergio Moro autorizando a interceptação dos telefones de Carlos Habib Chater e das “empresas controladas por ele, usualmente em nome de pessoas interpostas”. No ofício, estavam ressaltadas com um “especialmente” as linhas usadas em três empresas de Brasília (Angel Serviços, Torre Comércio e Posto da Torre). Era o nono “evento” dentro de um processo (nº 5026387-13.2013.404.7000) sobre a rotina de lavagem de dinheiro num empreendimento em Volta Redonda (RJ).

Logo, fez-se um derivativo processual, a investigação de um associado de Chater, flagrado ao telefone. Era Alberto Youssef, um dos 62 doleiros que Moro mandara prender nove anos antes por lavagem de dinheiro. Em 2014, Youssef foi novamente preso, e o país soube da existência da Operação Lava-Jato. Passaram-se quatro anos. Ontem, assistiu-se na Câmara à mais recente consequência política dessa investigação, a abertura do ritual para derrubada de um presidente. Se confirmado, será o segundo governo a cair, por motivos diferentes, nos últimos 12 meses. Não é pouco para uma sociedade que retomou a vida em regime democrático há apenas três décadas. 

Dos quatro presidentes escolhidos nas urnas, desde então, somente dois (Fernando Henrique e Lula) conseguiram passar a faixa presidencial ao sucessor eleito. Outros dois foram depostos, por impeachment. Collor acabou punido pelo Congresso com a cassação dos direitos políticos, mesmo depois da renúncia ao mandato, mas foi absolvido no Supremo por falta de provas sobre os crimes imputados. Dilma, impedida por fraude nas contas de um governo marcado pela crise aberta pela Lava-Jato, acabou preservada da punição por uma vírgula inexistente no texto constitucional, criada pelos então presidentes do Supremo, Ricardo Lewandovski, e do Senado, Renan Calheiros. 

Agora, julga-se Michel Temer, duas vezes colhido por Dilma como vice, com apoio de Lula, e cuja ascensão ao Palácio do Planalto, no ano passado, foi respaldada pelo PSDB de Fernando Henrique. A base é a própria voz de Temer em gravação com um empresário corruptor, numa espécie de confissão extrajudicial. O cenário que está aí foi descrito há exatos 13 anos, num artigo publicado sobre o que ocorrera na Operação Mãos Limpas, realizada na Itália no início dos anos 90: “A independência judiciária, interna e externa, a progressiva deslegitimação de um sistema político corrupto e a maior legitimação da magistratura em relação aos políticos profissionais foram, portanto, as condições que tornaram possível o círculo virtuoso gerado [pelas investigações].” 

Quem escreveu foi o juiz federal Sergio Fernando Moro. Acabara de mandar prender seis dezenas de doleiros em uma dúzia de cidades, entre eles Youssef. As prisões desses lavadores de dinheiro afetaram o fluxo de financiamentos para candidatos a prefeito e vereador nas eleições municipais de 2004. Alguns dos favoritos perderam nas urnas, por inanição monetária. Dos que sobreviveram, muitos agora estão enredados na Lava-Jato, junto a Temer, Dilma e Lula. Na roda do tempo, a crise de legitimidade política que está aí é obra dos próprios políticos

Fonte: José Casado, jornalista - O Globo
 
 

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Promoção de posto de combustível é fraude

Posto da Lava-Jato agora é acusado de adulterar quantidade de combustível

O estabelecimento é acusado de operar bombas de abastecimento com vazão de combustível menor que a indicada no equipamento

Promotores do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) ajuizaram uma ação contra o Posto da Torre. Localizado no Setor Hoteleiro Sul, o estabelecimento é acusado de operar bombas de abastecimento com vazão de combustível menor que a indicada no equipamento. A empresa é a mesma em que teve origem as investigações da Operação Lava-Jato.

O processo teve início após duas fiscalizações da Agência Nacional do Petróleo (ANP), em março e maio de 2014. A ANP acionou a 2ª Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor (Prodecon). A promotoria ainda tentou resolver o problema extrajudicialmente, em uma audiência. Os integrantes da Prodecon esperavam propor que o estabelecimento pagasse pelos prejuízos aos consumidores, mas nenhum representante da empresa compareceu.

Em decisão liminar, a 8ª Vara Cível determinou que o estabelecimento comercial entregasse em juízo todas as notas fiscais de aquisição de combustíveis do período e indicar a quantidade de combustível vendida. Segundo o promotor de Justiça Trajano de Melo, a decisão estabelece marco fundamental para a preservação de prova essencial à efetividade de eventual sentença condenatória.

Com informações do MPDFT

[as 'fantásticas' promoções do Posto da Torre sempre despertaram suspeitas entre os clientes menos empolgados com a generosidade daquele estabelecimento - suspeitas que aumentaram quando se descobriu que havia envolvimento com a corja lulopetista.] 

 

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Dono do Posto da Torre, em Brasília, é condenado na Lava Jato a quatro anos e nove meses de prisão



O juiz Sérgio Moro, responsável pelas ações da Lava Jato na Justiça Federal do Paraná, condenou o doleiro Alberto Youssef a cinco anos de prisão pela lavagem de R$ 1,16 milhão do esquema do mensalão. Na nova sentença contra o doleiro, já condenado em outra ação da Lava Jato, o magistrado determinou ainda o confisco de R$ 1,16 milhão que Youssef aceitou devolver aos cofres públicos em seu acordo de delação.  Ainda foram condenados por terem atuado junto com Youssef na lavagem do dinheiro o também doleiro Carlos Habib Chater (quatro anos e nove meses de prisão), dono do Posto da Torre, em Brasília, onde possui uma lavanderia que inspirou o nome da operação Lava Jato; o advogado Carlos Alberto Pereira da Costa, que atuava como procurador de Youssef e decidiu confessar seus crimes à Justiça, tendo sua pena reduzida à prestação de serviços comunitários; e Ediel Viana da Silva, que trabalhava no Posto da Torre e que também confessou seus crimes e foi condenado à prestação de serviços comunitários.

Nesta ação, a Procuradoria da República atribui a Youssef e aos outros acusados a lavagem de pelo menos R$ 1,16 milhão de um total de R$ 4,1 milhões repassados pelo empresário Marcos Valério, operador do mensalão, ao então deputado federal José Janene (PR), líder do PP na Câmara na época do escândalo que abalou o governo Lula – Janene morreu em 2010.

Segundo os procuradores, o esquema consistiu basicamente na utilização de valores provenientes “de atividade criminosa de José Janene” no valor de RS 1,16 milhão, aplicados na empresa CSA, utilizada por Janene, e posteriormente por Youssef, para a lavagem de dinheiro.  Esse dinheiro da CSA, conforme a denúncia, “foi investido na empresa Dunel Indústria, sediada em Londrina (PR), utilizada para ocultar e dissimular a origem ilícita de recursos”.

A investigação mostra que os valores foram usados para “pagamento da aquisição de máquinas, equipamentos, serviços de terceiros, bem assim a pagar as despesas ordinárias da empresa Dunel Indústria, dentre os quais salários e pró-labore”.  “Aos denunciados é imputada, entre outras condutas ilícitas, a prática de crime de lavagem de dinheiro pela movimentação, dissimulação e conversão em ativos lícitos de recursos originários, dentre outras fontes, do denominado esquema “mensalão”, objeto da Ação Penal 470/DF, na qual José Janene constou como denunciado das atividades ilícitas de Alberto Youssef”, assinalam os procuradores.

Sérgio Moro, contudo, absolveu Youssef, Carlos Alberto Pereira da Costa, Carlos Habib Chater e Ediel Viana da Silva do crime de formação de quadrilha, por entender que os doleiros lideravam grupos diferentes que foram desbaratados pela Lava Jato. Youssef e Carlos Costa também foram absolvidos dos crimes de apropriação indébita e estelionato, pois o próprio Ministério Público Federal entendeu que não havia prova contra eles destes crimes.

Fonte: Agência Estado