Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador Programa Nacional de Imunização. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Programa Nacional de Imunização. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 8 de março de 2021

'A vacinação contra a Covid-19 deverá ser anual', diz Dimas Covas - Saúde - VEJA

Diretor do Instituto Butantan fala sobre o futuro da imunização contra Covid-19 no país, da produção e dos efeitos da CoronaVac

Em entrevista a VEJA, diretor do Instituto Butantan fala sobre o futuro da imunização no país, da produção e da duração dos efeitos da CoronaVac, que, ao que tudo indica, são inferiores a um ano

O esperado Programa Nacional de Imunização foi iniciado no dia 17 de janeiro de maneira tímida, contando apenas com doses da vacina CoronaVac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac Life Science em parceria com o Instituto Butantan, centro de referência brasileiro responsável pela implantação do antígeno no Brasil. Passado pouco mais do primeiro mês de imunização, mais de 80% dos imunizantes distribuídos por aqui também saíram dos portões do centro de referência paulista, fundamental para o combate do vírus a essa altura da pandemia.

Em entrevista a VEJA, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, fala sobre o andamento da vacinação no país, a possibilidade de atualização das vacinas num futuro próximo e como a instituição tem trabalhado para remediar a falta de imunizantes no Programa Nacional de Imunização. Tudo indica que a duração da imunidade será inferior a um ano, e, portanto, a vacinação periódica será necessária”.

Como o Butantan tem se organizado para suprir a falta de vacinas no país?
Estamos trabalhando no máximo da nossa capacidade de produção nesse momento e, inclusive,  reprogramando a produção de outras vacinas para dar prioridade para a CoronaVac. Tudo isso para poder acelerar o quantitativo de doses. Já fizemos um primeiro esforço e, com isso, nos planejamos para entregar 22 milhões de doses no final de março, quando a previsão inicial era de pouco menos de 18 milhões. A previsão inicial de entrega foi feita dentro de um contexto que haveria outras vacinas dentro da programação do Ministério da Saúde, mas essa previsão não se confirmou. A nossa vacina é a única, atualmente, usada em grande volume no país. [IMPORTANTE: o intervalo entre a aplicação da primeira dose  e aplicação da 2ª dose, no caso da CoronaVac, é no máximo de 28 dias, o que implica em para cada primeira dose aplicada, já reservar a segunda = efetivamente serão vacinadas com as duas doses necessárias, sempre metade do total de doses disponíveis. Assim, 11.000.000 de vacinados para 22 milhões de doses previstas]

O Ministério da Saúde diz que em abril a quantidade de vacinas entregue mensalmente deve aumentar, o senhor acredita nessa projeção?
É o que nós esperamos, que essas previsões todas de abril sejam concretizadas. Há uma espera porque as doses não estão no Brasil, então estamos ainda trabalhando em cima da previsão. A essa altura, o Butantan terá entrado na segunda etapa de fornecimento, mas essa matéria-prima ainda não está aqui. Então, dependemos do fluxo desse material para que tudo corra dentro do previsto.

O senhor acredita que as atuais vacinas funcionarão contra variantes?
O Brasil enfrenta uma segunda onda, explosiva, ainda maior que a primeira onda e mais grave por conta da presença de variantes. Ainda não há nenhum fato conclusivo dizendo que as vacinas não são eficazes, também não existe conclusão cientificamente relevante que aponte, com poder estatístico, que a ação da CoronaVac fica comprometida diante dessa variante P1, de Manaus. É preciso um número maior de vacinados para fazer esse tipo de análise. 

Seria crível pensar em vacinações anuais para conter a Covid-19?
Esse é o cenário mais provável. Há um foco muito grande na questão do uso da vacina, mas pouco se fala do rumo da pandemia. Com o ritmo atual — em que a concentração de uso dos imunizantes está nos países ricos e as nações com renda média e pobres ainda não têm aplicação em massa —, é provável que teremos o vírus circulando pelo mundo ainda no ano que vem com intensidade. Observando essa evolução da pandemia já sabemos que aparecerão outras variantes e, na minha opinião, o vírus será endêmico. Com tudo isso em mente, nos resta saber qual o tempo de duração da imunização conferida pela vacina. Tudo indica que essa duração será reduzida, inferior a um ano, e, portanto, a vacinação periódica será necessária.
 
Estamos, então, perdendo uma janela de oportunidade para o uso das vacinas?
Essas vacinas de primeira geração são um combate inicial ao vírus. Mesmo porque a gente não conhece todas as variáveis envolvidas nesse processo. Vamos saber mais com o passar do tempo. Este será um ano de intensa luta contra o vírus, em que teremos obviamente elevado número de mortes e casos globalmente. Em grande parte do mundo, a pandemia está em franca ascensão.

Mas não adianta o Brasil se proteger sozinho?
A vacinação trará conforto regional, mas como eu disse, não há vacina para todos no planeta. E não há vacinas ainda para crianças e adolescentes e outros públicos, precisamos de mais estudos. Porém, é importante lembrar, que as vacinas têm impacto no número de internações e mortes, que no fundo é o que realmente importa. Será parecido com o que acontece com a gripe, a vacina impedirá que a infecção seja grave e a mortalidade, mas a infecção seguirá existindo.

É provável que tenhamos uma CoronaVac atualizada?
De acordo com o que temos visto nessa pandemia, vejo esse cenário acontecer, sim.

Saúde - Revista VEJA


quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

Butantan ameaça exportar doses da CoronaVac aos países vizinhos

Instituto espera até o final desta semana a confirmação do ministério sobre o segundo lote de 54 milhões de doses da vacina que produz. Caso não haja aceno da pasta para a obtenção, imunizantes serão vendidos a países vizinhos, que manifestaram intenção de compra

Depois de firmarem contrato, no início do ano, para o fornecimento de 46 milhões de doses da CoronaVac, o Ministério da Saúde e o Instituto Butantan vivem um novo capítulo da relação conturbada entre o governo federal e o de São Paulo. A instituição de pesquisa, que produz a vacina desenvolvida pela Sinovac no Brasil, cobra uma resposta da pasta para o lote adicional de 54 milhões de doses, que foi oferecido no primeiro acordo assinado entre os dois entes públicos. Caso não haja manifestação do ministério, o Butantan exportará os imunizantes a países da América Latina que anunciaram interesse.

O diretor do instituto, Dimas Covas, disse ontem que aguarda a resposta até o final desta semana, pois, na próxima, pretende fechar contratos com os países. [Esse diretor do Butantan é tão sem noção, desorientado,  que coloca em  risco sua liberdade quando pretende cometer grave crime contra a Saúde Pública. 
Esquece o indigitado burocrata,  que existe um contrato firmado entre o Instituto Butantan (do qual ele ainda é diretor, porém, pode ser destituído se necessário) e o Ministério da Saúde, que tem que ser respeitado, cumprido  - expressar o pensamento de descumprir obrigação contratual, pode trazer sérios prejuízos  àquele Órgão e também a demissão sumária do ainda diretor.]  O ministério, por sua vez, rebate citando uma cláusula de exclusividade do acordo com o instituto que prevê que “a contratante terá o direito à exclusividade da vacina”. Mais: que o Butantan fica desobrigado apenas se a pasta desistir dos 54 milhões de doses –– e pode se manifestar em até 30 dias após a entrega da última remessa das 46 milhões de doses. O ministério diz que aguardará este prazo contratual para dar uma resposta.

Mesmo com o documento, Covas disse que “está na hora de decidir”. “Não tivemos nenhum aceno (do governo federal). Isso me preocupa um pouco. Se demorarmos, não vamos conseguir ampliar esse número”, afirmou. Ele enviou um ofício, na última sexta-feira, solicitando a manifestação da pasta sobre o lote com 54 milhões de doses. “Aguardo até o final desta semana uma resposta, porque, na semana que vem, eu vou fechar os contratos com os países, começando pela Argentina. Então, vai ser importante que haja essa manifestação para que, lá na frente, não possa alegar que não houve de fato essa oferta, e a oferta está sendo feita, via contrato, via ofício e de público”, disse.[outro disparate: parte da mídia informa que a Argentina vai começar a produzir vacina da Oxford em grande escala, para venda a países da América Latina. Ao mesmo tempo, o ainda diretor do Butantan,diz que vai vender vacinas CoronaVac para a Argentina.!!!]

Covas frisou que o Butantan tem compromisso com outros países, que estão cobrando cronograma. “Se houver resposta positiva do ministério, vamos fazer um planejamento para ter 54 milhões de doses adicionais, mais 40 milhões dos países vizinhos. Não havendo a manifestação do ministério, vamos dirigir nossa produção para atender aos países, inclusive com possibilidade de aumentar a oferta de vacina, porque a demanda é grande”, afirmou.

Lote extra
Mesmo sem manifestar interesse, o ministério conta com o lote de 54 milhões de doses nas apresentações feitas por secretários e pelo próprio ministro Eduardo Pazuello. Na última terça-feira, a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Francieli Fantinato, informou ter um contrato com o Butantan para 100 milhões de doses durante uma live técnica para dar orientações aos profissionais de saúde sobre a operacionalização da vacinação contra a covid-19.“Fizemos um contrato com o Instituto Butantan para a aquisição de 100 milhões de doses, sendo 46 milhões para o primeiro semestre (...) e os 54 milhões de doses que estão aqui elencadas para o segundo semestre, provavelmente a partir de maio”, disse. Pazuello também já falou na contratação dos 100 milhões de doses, anunciados por ele em entrevista, em 7 de janeiro.

Vacina de uma só vez
O governo de São Paulo quer adiar a aplicação da segunda dose da vacina CoronaVac, com a intenção de imunizar mais pessoas neste primeiro momento, contrariando o que está previsto na bula do imunizante e a recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que é seguir sempre o estabelecido na prescrição do fabricante. O documento, elaborado pelo Instituto Butantan, com base nos estudos realizados, prevê que a segunda dose deve ser aplicada em um intervalo de 14 a 28 dias.

No estado, a previsão é que seja aplicada a segunda dose em 28 dias. A intenção é aumentar mais 15 dias, indo para 43 o intervalo entre uma dose e outra, conforme informou, ontem, o diretor do Butantan, Dimas Covas. Ele afirmou que existe uma segunda recomendação que prevê que o prazo pode ser estendido por até 15 dias. “No estudo, aconteceram alguns casos que tiveram essa vacinação e não houve nenhum problema do ponto de vista da resposta imunológica”, garantiu.

A preocupação de Covas é com a alta demanda pelo imunizante, afirmando não ser “eticamente justificável” guardar metade das doses enquanto tantos precisam ser imunizados. “Se temos a vacina na prateleira, temos do outro lado pessoas morrendo; precisamos usar essas vacinas”, explicou, mesmo contrariando a prescrição do próprio Butantan.[será que essa diretor não consegue entender que adiando em 15 dias o prazo máximo - atrasando em mais de 50% a aplicação da segunda dose - coloca em sério risco a manutenção da imunidade adquirida e aumenta de forma perigosa, o risco de que os já vacinados voltem a precisar recomeçar todo o processo - aí estaremos cuidando de milhões de brasileiros que tiveram o infortúnio de serem vacinados pela CoronaVac - o infortúnio deriva da ideia absurda apresentada pelo senhor Dimas.]

Resposta imune
Em texto divulgado no site no último dia 22, a instituição diz que o estudo para testar a eficácia da CoronaVac, produzida em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, apontou que “a melhor resposta imune acontece no maior intervalo de tempo entre a aplicação das duas doses — entre 21 e 28 dias”. O instituto ainda diz que, no estudo, “a maioria das vacinas foi aplicada no intervalo de 0 a 14 dias devido à situação emergencial da população envolvida”.

“Dos cerca de 13 mil voluntários que participaram do estudo no Brasil, 1.400 receberam suas doses com um intervalo de três semanas. A resposta imune desse grupo foi cerca de 20% melhor do que a observada nos demais participantes da pesquisa”, informou. Na última quinta-feira, o instituto também apontou que não seria possível saber a resposta imune dos pacientes se o intervalo entre uma dose e outra for prolongado.

Para que a mudança na aplicação aconteça, é preciso de uma manifestação formal do Programa Nacional de Imunização (PNI) para ajustar a orientação. O governador João Doria disse que o governo estadual enviaria solicitação ao Ministério da Saúde e ao coordenador do PNI ainda ontem. Na semana passada, o gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da Anvisa, Gustavo Mendes, ressaltou que não seguir o que está na bula pode atrapalhar a eficiência da vacina. Ele explicou que não há uma sanção específica no caso do descumprimento, mas que a recomendação é seguir o que a bula determina. “Há expectativa que se cumpra os requisitos”, disse.[a sanção que pode existir  é a mais severa: eventual perda da imunidade do vacinado com atraso.]

Correio Braziliense 

 

terça-feira, 5 de janeiro de 2021

Vencido pelo vírus, Bolsonaro quer ganhar a guerra da vacina - Blog do Noblat

Tudo por uma foto 

Credite-se a João Doria (PSDB), governador de São Paulo, a mudança de comportamento do presidente Jair Bolsonaro de sair às pressas em busca de vacinas contra o coronavírus, quanto mais não seja para poder dizer que não ficou para trás. Doria promete dar início à vacinação no seu Estado antes do fim de janeiro nem que para isso tenha de apelar à Justiça. O Ministério da Saúde havia falado em vacinar a partir de abril. Depois em março, em fevereiro, e agora, se tudo der certo, logo.

A vacina chinesa está sendo produzida em larga escala pelo Instituto Butantan, em São Paulo. [até o presente momento, e se depender dos chineses até o final do trimestre, a vacina chinesa não poderá ser aplicada no território nacional - não é registrada.] Por ora, o governo federal [só o governo federal?]  não tem uma vacina para chamar de sua, daí o desespero. Precisa dispor de algumas doses para pelo menos tirar fotos. Durante a 2ª Guerra Mundial, ganhou o nome de “Guerra de Mentira” o período entre 3 de setembro de 1939 e 10 de maio de 1940. A Alemanha nazista invadira a Holanda, Bélgica e França. A França e o Reino Unido declararam guerra à Alemanha.

Foram oito meses sem verdadeiros combates armados. Os dois lados se observavam à distância segura. Quem tinha a iniciativa era a Alemanha. E quando ela finalmente foi para cima derrotou com facilidade o Exército francês, o mais poderoso da época. Bolsonaro perdeu a guerra contra a pandemia quando se recusou a travá-la, preferindo dar passe livre à Covid-19 para que matasse quem tivesse de morrer. Imagina ganhar a da vacina que não passará de fato de uma guerra de mentira.

O vencedor não será aquele que vacinar por aqui o primeiro brasileiro, mas o que vacinar o maior número possível de brasileiros em prazo regularmente curto. E, nesse caso, como foi mais previdente e acordou cedo, Doria deverá vencê-la. Nesta quinta-feira, o governo de São Paulo pedirá à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a autorização para o uso emergencial da CoronaVac, a vacina chinesa. [O pedido tem que partir da farmacêutica e o pessoal da Sinovac topa qualquer negócio para não ter que enfrentar a Anvisa, que pedirá explicações e informações que ainda não possuem.
E, caso o Joãozinho consiga as vacinas, o governo federal pode - prerrogativa do Programa Nacional de Imunização, sob administração federal  -   requisitar todas as doses do imunizante.] A Anvisa terá dez dias para autorizar ou não sua aplicação.

Se autorizar, Doria terá largado na frente. Se não autorizar, ficará como vítima de Bolsonaro – e o presidente, como principal algoz de um país que se aproxima da marca de 200 mil mortos pelo vírus e de quase 8 milhões de infectados. O Ministério da Saúde já quis ter o monopólio da vacinação. Como sequer conseguiu comprar seringas e agulhas, passou a admitir que poderá trabalhar em conjunto com clínicas privadas que as adquirirem e que disponham também de vacinas. Como sempre, quem tiver dinheiro para pagar será vacinado primeiro. O ministério nega que isso possa acontecer. Mas você acredita?

Blog do Noblat - Ricardo Noblat, jornalista - Revista VEJA