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domingo, 24 de fevereiro de 2019

Carnaval azul e rosa

Primeiro carnaval da era Bolsonaro vai desafiar a pauta conservadora 

O primeiro carnaval da era Bolsonaro vai desafiar a pauta de costumes conservadora do novo governo. Não resta dúvida de que a bagunça organizada prevalecerá nos milhares de blocos que vão entupir as ruas das cidades. E nela, nem sempre meninos vão usar azul e meninas tampouco vestirão apenas rosa. Vai ser o de sempre, mas um pouco mais abusado, até como forma de responder à nova ordem. [os abusos precisam ser contidos, se necessário com a retirada dos que estiverem abusando e com o uso da força policial;
a bagunça tradicional, essa temos que conviver - já estamos acostumados e alguns milhares de otários pagam para ver o que pudemos desfrutar de graça.
Virou uma fonte de renda e o acesso é sempre controlado. 

Sabem aquela verdade: quem gosta muito de ver é porque não pratica, valendo o mesmo para os que só falam sobre.
 
Triste vai ser para os pais que tem vergonha, ver o filho ou filha se valer do pretexto de ser carnaval, para dar vazão a troca de sexo - inerente aos portadores do homossexualismo. ]
No Rio, 509 blocos vão sair ao longo desta e da próxima semana. Em São Paulo, serão 516 blocos. O PIB do carnaval paulista será de R$ 1,9 bilhão contra R$ 2,1 bilhões do Rio. Quer dizer, ninguém fará economia na folia, embora no Rio a prefeitura do bispo Crivella se afaste cada vez mais dos foliões. Dá para antecipar que a irreverência não vai poupar Bolsonaro, Witzel, Doria ou quem quer que seja. Vai sobrar para todo mundo. [já existe legislação, faz alguns anos,  que permite p enquadramento penal dos que exagerarem na irreverência contra autoridades legalmente constituídas.] Essa é a grandeza do Brasil. Não importa quem está no comando, o país segue seu destino com seu jeito debochado. Foi assim sob FH, Lula, Dilma e Temer. Foi assim durante a ditadura. Seguirá assim com Bolsonaro. O Brasil é muito grande, é difícil encontrar um buraco que o engula. E, quando dá, faz pouco caso de quem acha que pode tudo. No carnaval é sempre assim.
E aí, muita gente aproveita a onda para tirar uma casquinha, posicionando-se contra o conservadorismo da nova turma. A campanha publicitária de carnaval da rede de fast-food Burger King é muito eficiente na comunicação,embora use argumentos que devem escandalizar a ministra Damares. Na peça que está no ar e é chamada de “Poliamor”, a menina Bá come dois sanduíches ao lado de seus dois namorados, Gui e Vini. E pergunta por que escolher um se ela pode ficar com os dois. [aceitável que a mulher se apresente com dois ou três namorados - ela tem condições de 'atender' aos três simultaneamente - digamos que pode ser uma 'pouca vergonha', mas. se tratando de carnaval é preferível uma mulher x 3 machos,  do que dois indivíduos do gênero masculino, ou feminino, se beijando na boca, em público.
Mas, com certeza existe um excesso:
- de tesão da mulher ou de falta de tesão do homem, visto precisar ser auxiliado por mais dois.]
Há também quem credite ao novo governo o resultado comercial positivo do carnaval deste ano. Para o inventor do Camarote Número 1, o empresário José Victor Oliva, que está investindo R$ 10 milhões na Sapucaí este ano, a mudança do clima político no Brasil e no Rio vai ajudar o carnaval. Para Oliva, o sucesso é maior ou menor se o Rio e o Brasil estiverem mais confiantes. “A receita do camarote vem a reboque do que acontece na cidade e no país, e este ano já dá para ver que está muito melhor”. Do ponto de vista de Oliva, que aposta em Bolsonaro, o Brasil estava “muito largado; perdemos muito tempo com besteira e bobagem, com o politicamente correto, enquanto a bandidagem ria e agia”.

Ter a casa em ordem é importante, sem dúvida, sobretudo em grandes eventos. Embora no carnaval, como no réveillon de Copacabana, a segurança nunca tenha sido um problema —“há uma comunhão espiritual em torno da festa que reduz a violência”, na visão de Oliva —, quem vem de fora não sabe disso. Por essa razão, sinais em favor da segurança, segundo ele, são eficientes e estimulam o turismo. Mesmo sendo berço de irreverência quase juvenil, o carnaval não tem idade nem nacionalidade. Para a Sapucaí vem gente de todos os estados do Brasil. Do exterior vêm principalmente os que gostam de Ibiza e outros destinos que conjugam sol e balada. Para eles, o carnaval do Rio é “perfeito”, diz José Victor Oliva. “Trata-se da maior festa do mundo realizada no verão da cidade mais bonita do planeta”.
É assim que a banda toca. O carnaval deste ano vai atender a todos os gostos.
 
Ascânio Seleme -  O Globo

 

 

sábado, 4 de março de 2017

A Liesa erra ao não punir as escolas por acidentes

Os organizadores não foram pegos de surpresa. Em 1992, um carro da Viradouro pegou fogo na dispersão. Em 2003, a atriz Neusa Borges caiu de uma alegoria da Tijuca

[Carnaval não é nossa praia, mas, não podemos deixar de manifestar nosso apoio à posição defendida na matéria adiante  transcrita.] 

Em que pese a heroica vitória da Portela, que não conquistava um título desde a inauguração do Sambódromo, em 1984, o carnaval de 2017 ficará marcado pelos acidentes com os carros alegóricos da escolas de samba Paraíso do Tuiuti, na noite de sábado, e da Unidos da Tijuca, na madrugada de terça-feira, que deixaram 35 feridos. Quase uma semana após os desfiles, dois deles ainda permanecem internados em estado grave.

A primeira coisa que chama a atenção nos trágicos episódios é a falta de um protocolo para casos como esses. E não dá para dizer que os organizadores da festa foram pegos de surpresa. Basta lembrar que, em 1992, um carro alegórico da Viradouro com 22 destaques pegou fogo na dispersão — felizmente, os sambistas conseguiram sair antes que as chamas consumissem totalmente a alegoria, que, na época, ainda não tinha as proporções gigantescas como hoje. Em 2003, a atriz Neusa Borges despencou de um carro alegórico da Unidos da Tijuca, sofrendo ferimentos graves.  Sem protocolo definido, as decisões ficaram a cargo da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), que, ignorando a gravidade do caso, optou por não interromper o espetáculo. Com o desfile em andamento, o carro da Paraíso do Tuiuti foi removido do local da tragédia antes que a perícia fosse feita. E, quando parte do carro da Unidos da Tijuca desabou, os bombeiros tiveram de abrir caminho entre as alas para socorrer as vítimas em pleno desfile.

A sucessão de erros entraria pela Quarta-Feira de Cinzas. Numa reunião feita às pressas antes da abertura dos envelopes com as notas dos jurados, a Liesa decidiu que nenhuma escola do Grupo Especial seria rebaixada, concedendo habeas corpus preventivo para Paraíso do Tuiuti e Unidos da Tijuca, diretamente responsáveis pelas tragédias que tiraram o brilho do carnaval deste ano. [a decisão da Liesa, arbitrária e sem fundamento, premiou a irresponsabilidade.
A segurança dos participantes do desfile é responsabilidade primeira e intransferível da agremiação carnavalesca a qual pertencem.
No afã de apresentar carros alegóricos que se destaquem, os responsáveis pelas 'escolas de samba' esquecem a segurança dos membros.
É contraditório que uma escola seja penalizada se exceder o tempo regulamentar para o desfile, por um minuto que seja, e ao mesmo tempo seja premiada por levar para a passarela um carro alegórico que se desmancha - caso da Unidos da Tijuca.
Qualquer falha nos carros apresentados deve ser punida com mais rigor do que o utilizado para punir as falhas no tempo de desfile, na bateria, nas evoluções, etc.
Falhas na estrutura do espetáculo não podem ser motivo para premiar os responsáveis.]

O desfile de equívocos não parou por aí. Conhecidos os resultados, percebe-se que a tumultuada apresentação da Unidos da Tijuca recebeu notas melhores do que a de concorrentes que não tiveram problemas semelhantes. O que põe em xeque a lisura deste corpo de jurados da Liesa.
 
Após o acidente, autoridades se mobilizaram para aumentar a segurança das alegorias. O Inmetro quer estabelecer normas para confecção de carros alegóricos. E o Ministério Público estuda um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com as escolas de samba para determinar regras rígidas de proteção. Iniciativas que são bem-vindas, mas que podem se tornar inócuas se não houver fiscalização adequada. O  desfile das escolas é patrimônio do carioca e até do brasileiro. A Liesa, que fez um bom trabalho de organização do evento, tem de preservar este patrimônio, e não destruí-lo por questões políticas internas.

Fonte: Editorial - O Globo

terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Tráfico ataca e deixa três feridos em favelas vizinhas à Sapucaí

Em dois episódios diferentes, bandidos deixaram turista argentina em estado grave no Morro dos Prazeres. Um PM foi baleado perto de Providência 

Vista aérea do Sambódromo da Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro (RJ) - 08/03/2011 (iStock/Getty Images)
 
Dois episódios de violência nos arredores da Marquês de Sapucaí deixaram três feridos em pouco mais de 24 horas, sendo uma das vítimas uma turista argentina, que está internada em estado gravíssimo no Hospital Souza Aguiar. Natália Cappetti Lorena, de 42 anos, foi atingida nas costas, enquanto seu marido, Juan Manoel Did, de 46, foi atingido de raspão, quando entraram errado em uma rua do Morro dos Prazeres, em Santa Tereza.

O episódio ocorreu por volta das 15h desta segunda-feira. Além deles, outro casal espanhol estava dentro do carro, mas nada sofreu. O grupo foi socorrido por policiais militares, já que a favela conta com uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), e levado para o Hospital Souza Aguiar. Natalia Lorena foi operada, mas seu estado é grave, já que um dos seis tiros que atingiram o veículo acertou-a na altura da barriga. No ano passado, um turista italiano morreu ao entrar de moto por engano na mesma favela.

Na noite anterior, o ataque de traficantes ocorreu no Morro da Providência. Policiais do 4oBPM (São Cristóvão) seguiam em direção à Sapucaí, quando a viatura foi fuzilada por criminosos na saída do Túnel João Ricardo, na Central do Brasil. Um tiro atingiu o soldado Edilson Cordeiro Ferreira, que dirigia o veículo. Ele foi operado no Souza Aguiar e seu estado é estável. No fim da noite de domingo, traficantes da Providência voltaram a atacar um carro que acabara de sair da Cidade do Samba, na Gamboa. Quando o motorista errou o caminho, entrando num dos acessos ao morto, foi abordado e levou vários tiros. Por sorte, ninguém se feriu.

 Fonte: Revista VEJA
 

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

O jeca continuará dizendo que não tem o triplex que é dele e que não é dono do sítio que possui

No país do Carnaval em que uma nação perambula em busca de si, inexiste o risco de os farsantes renunciarem à farsa:  
o jeca continuará dizendo que não tem o triplex que é dele e que não é dono do sítio que possui; Dilma Rousseff visita o Congresso que despreza, como a qualquer instituto da democracia, fingindo que a tragédia brasileira que patrocina resulta do triunfo da opinião sobre os dados.


Tenho alguns dados para ela: na opinião de dois terços de brasileiros, ela é incapaz de tirar o país da crise e o jeca em que ela se escora morreu politicamente e o corpo será removido pelo Código Penal. Antes de entrarmos na Sapucaí para ganhar o público e perder o Carnaval, o para sempre eterno Paulinho da Viola entoou “Foi um rio que passou na minha vida”, uma das mais lindas músicas do mundo. Uma tristeza me carregava, não pensava que conseguiria e me lembrei da Clara Nunes dando um aperto de saudade no tamborim.

Além disso, estava ali acompanhando os alunos estrangeiros para quem eu ensinava português: era um compromisso de trabalho. Então, naquela manhãzinha que nascia única na longínqua apoteose de 1996, me dissolvi na Sapucaí dentro do azul e branco com prata e dourado da Portela bela. Mas não é isso. No Brasil de tantas agonias, a gastança na empolgante epidemia de alegria fugaz nunca fez sentido para mim. Mas o que que faz sentido num país em que o problema da ida da presidente ao Congresso pedir a CPMF não é Dilma ter o vício odioso de quebrar promessas e se fazer de sonsa, mas a ilegalidade do governo?

Prender o jeca, extinguir o PT, destituir o governo ilegal é a solução para a nossa insanidade? Talvez ela não tenha solução, mas essas medidas satisfariam a lei, único caminho para que um país insano ao menos preserve a consciência da doença. Releio tardes vividas pelas ruas de Olinda, eu menina e a parentada em folias no meio dos mamulengos. Mas não é isso. Nem o namoro, eu já mocinha, sob as energias do frevo do Galo da Madrugada do meu Recife antes de o bloco se agigantar na muvuca atual.

A tradução do Carnaval para mim é a cena final de “Zorba, o grego” em que Anthony Quinn e Alan Bates, na sequência de “um acidente magnífico” que os arruinou e para o qual não há solução, resolvem dançar o sirtaki. No Brasil de tragédias sucessivas danceteria Kiss, Mariana, microcefalia, para ficar nas recentes –, além do lulopetismo, a tragédia cotidiana para a qual a nação desperta tardia e parcialmente quando o esbulho já é o maior espetáculo da Terra, o Carnaval tem sentido?

Tem sentidos: minha filha já comprou um par de cílios postiços coloridos para fantasiar os lindamente espessos e longos cílios naturais dela e eu recuperei meu arranjo de cabelo de outros Carnavais para sairmos num pequeno bloco de rua em São Paulo porque o Anthony Quinn dança o sirtaki de camisa amarela e gravata vermelha, numa praia grega, para que eu não esqueça que a vida, o mais magnífico dos acidentes, não tem solução.


Fonte: Coluna do Augusto Nunes - Valentina de Botas