Primeiro carnaval da era Bolsonaro vai desafiar a pauta conservadora
O primeiro carnaval da era Bolsonaro vai desafiar a pauta de costumes
conservadora do novo governo. Não resta dúvida de que a bagunça
organizada prevalecerá nos milhares de blocos que vão entupir as ruas
das cidades. E nela, nem sempre meninos vão usar azul e meninas tampouco
vestirão apenas rosa. Vai ser o de sempre, mas um pouco mais abusado,
até como forma de responder à nova ordem. [os abusos precisam ser contidos, se necessário com a retirada dos que estiverem abusando e com o uso da força policial;
a bagunça tradicional, essa temos que conviver - já estamos acostumados e alguns milhares de otários pagam para ver o que pudemos desfrutar de graça.
Virou uma fonte de renda e o acesso é sempre controlado.
Sabem aquela verdade: quem gosta muito de ver é porque não pratica, valendo o mesmo para os que só falam sobre.
Triste vai ser para os pais que tem vergonha, ver o filho ou filha se valer do pretexto de ser carnaval, para dar vazão a troca de sexo - inerente aos portadores do homossexualismo. ]
No Rio, 509 blocos vão sair ao longo desta e da próxima semana. Em São
Paulo, serão 516 blocos. O PIB do carnaval paulista será de R$ 1,9
bilhão contra R$ 2,1 bilhões do Rio. Quer dizer, ninguém fará economia
na folia, embora no Rio a prefeitura do bispo Crivella se afaste cada
vez mais dos foliões. Dá para antecipar que a irreverência não vai
poupar Bolsonaro, Witzel, Doria ou quem quer que seja. Vai sobrar para
todo mundo. [já existe legislação, faz alguns anos, que permite p enquadramento penal dos que exagerarem na irreverência contra autoridades legalmente constituídas.] Essa é a grandeza do Brasil. Não importa quem está no comando, o país
segue seu destino com seu jeito debochado. Foi assim sob FH, Lula, Dilma
e Temer. Foi assim durante a ditadura. Seguirá assim com Bolsonaro. O
Brasil é muito grande, é difícil encontrar um buraco que o engula. E,
quando dá, faz pouco caso de quem acha que pode tudo. No carnaval é
sempre assim.
E aí, muita gente aproveita a onda para tirar uma casquinha,
posicionando-se contra o conservadorismo da nova turma. A campanha
publicitária de carnaval da rede de fast-food Burger King é muito
eficiente na comunicação,embora use argumentos que devem escandalizar a
ministra Damares. Na peça que está no ar e é chamada de “Poliamor”, a
menina Bá come dois sanduíches ao lado de seus dois namorados, Gui e
Vini. E pergunta por que escolher um se ela pode ficar com os dois. [aceitável que a mulher se apresente com dois ou três namorados - ela tem condições de 'atender' aos três simultaneamente - digamos que pode ser uma 'pouca vergonha', mas. se tratando de carnaval é preferível uma mulher x 3 machos, do que dois indivíduos do gênero masculino, ou feminino, se beijando na boca, em público.
Mas, com certeza existe um excesso:
- de tesão da mulher ou de falta de tesão do homem, visto precisar ser auxiliado por mais dois.]
Há também quem credite ao novo governo o resultado comercial positivo do
carnaval deste ano. Para o inventor do Camarote Número 1, o empresário
José Victor Oliva, que está investindo R$ 10 milhões na Sapucaí este
ano, a mudança do clima político no Brasil e no Rio vai ajudar o
carnaval. Para Oliva, o sucesso é maior ou menor se o Rio e o Brasil estiverem
mais confiantes. “A receita do camarote vem a reboque do que acontece na
cidade e no país, e este ano já dá para ver que está muito melhor”. Do
ponto de vista de Oliva, que aposta em Bolsonaro, o Brasil estava “muito
largado; perdemos muito tempo com besteira e bobagem, com o
politicamente correto, enquanto a bandidagem ria e agia”.
Ter a casa em ordem é importante, sem dúvida, sobretudo em grandes
eventos. Embora no carnaval, como no réveillon de Copacabana, a
segurança nunca tenha sido um problema —“há uma comunhão espiritual em
torno da festa que reduz a violência”, na visão de Oliva —, quem vem de
fora não sabe disso. Por essa razão, sinais em favor da segurança,
segundo ele, são eficientes e estimulam o turismo. Mesmo sendo berço de irreverência quase juvenil, o carnaval não tem
idade nem nacionalidade. Para a Sapucaí vem gente de todos os estados do
Brasil. Do exterior vêm principalmente os que gostam de Ibiza e outros
destinos que conjugam sol e balada. Para eles, o carnaval do Rio é
“perfeito”, diz José Victor Oliva. “Trata-se da maior festa do mundo
realizada no verão da cidade mais bonita do planeta”.
É assim que a banda toca. O carnaval deste ano vai atender a todos os gostos.
Ascânio Seleme - O Globo
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