Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
A humanidade está com todos os seus problemas
resolvidos. Mergulhou num tédio profundo e está procurando o que fazer
para passar o tempo
O McDonald’s está preocupado com seus banheiros. Recorreu então a uma
inovação: criou o banheiro multigênero, que pode ser usado por clientes
de qualquer sexo. Na porta das cabines “inclusivas” estão desenhadas
três figurinhas: masculina, feminina e transgênero. O uso é individual.
Ou seja: não faz a menor diferença quem está lá dentro. Mas a propaganda
politicamente correta faz muita diferença. O mercado está pagando uma
baba por demagogia fantasiada de inclusão.
Banheiro multigênero no McDonald's - Foto: Montagem/Shutterstock
Pare num posto de gasolina na beira da estrada, pergunte onde é o banheiro e se você pode usar. Provavelmente o encarregado te entregará uma chave e não perguntará o seu sexo. Aí você pode se trancar lá dentro e escrever emocionado na sua rede social que está num banheiro multigênero, à beira da estrada. Arremate a sua mensagem ao mundo com um “viva a revolução!”
Uma cliente do McDonald’s na cidade paulista de Bauru encontrou um desses banheiros “inclusivos”, não gostou do que viu e fez um vídeo espalhando a novidade. A prefeitura da cidade foi lá e disse que não pode. Que as regras do código sanitário preveem a distinção entre banheiros masculinos e femininos.
A conclusão inequívoca deste episódio é muito simples: a humanidade está com todos os seus problemas resolvidos. Mergulhou num tédio profundo e está procurando o que fazer para passar o tempo.
A clássica pergunta deverá ser feita em linguagem neutra: “Onde é o banheire?”
Vamos ajudar a humanidade. O tédio é de fato um inimigo poderoso, mas com criatividade é possível vencê-lo. Ou pelo menos enfrentá-lo de igual para igual. A partir do escândalo de Bauru, propomos as seguintes iniciativas, para apimentar a relação do ser humano com seu planeta monótono: - CPI do Banheiro Misto. Renan Calheiros, Randolfe Rodrigues e Kátia Abreu vão demonstrar ao mundo que qualquer maneira de amor vale a pena — e qualquer maneira de ir ao banheiro também. Vão ensinar que um é pouco, dois é bom e três é demais, dependendo da metragem. Se for longa-metragem, recomendarão O Cheiro do Ralo(para clientes cult) e Lula, o Filho do Brasil (para usuários com incontinência monetária);
Na CPI, Omar Aziz determinará a quantidade de papel higiênico a que cada cliente terá direito, em nome da diversidade sexual e florestal. Quem for flagrado em qualquer ato discriminatório no banheiro será condenado a usar papel higiênico de segunda mão. Nada de moleza para os preconceituosos;
Dress code. Vamos acabar com a zona nos banheiros das lanchonetes. Homem de saia deverá escolher preferencialmente o McDonald’s. Se for escocês pode ir ao Bob’s, desde que esteja com seu passaporte sexual em dia. A clássica pergunta deverá ser feita exclusivamente em linguagem neutra: “Onde é o banheire?”Quem perguntar do modo antigo será indiciado pelo STF por ato antidemocrático;
Se a vida continuar um tédio depois de todas essas medidas criativas,iremos propor ao Burger King separação de banheiros pela cor da pele.
Esses banheiros de hoje que só se preocupam com o gênero do usuário denotam claramente um preconceito racial velado — passando uma mensagem subliminar contra a diversidade das cores humanas, em postura nitidamente supremacista;
Dia Mundial de Luta Contra o Preconceito nos Banheiros. A humanidade evoluiu e hoje todos sabem que os banheiros não são mais lugares apenas para necessidades fisiológicas e higiênicas. Banheiro é lugar de leitura e reflexão. No dia do orgulho sanitário — que será inserido numa sequência de eventos denominada Dezembro Marrom — só será permitido o ingresso em banheiros públicos ao usuário que portar no mínimo um livro de filosofia e um iPhone. Esse iPhone deverá ter acesso a pelo menos uma rede social, na qual o usuário deverá provar que postou mensagens de orgulho sanitário.
As proposições acima visam a reforçar a luta da humanidade contra o tédio e pela encenação de novas éticas que possam servir ao nobre princípio de pentelhar a vida alheia (para usar a norma culta das portas de banheiro). Basta de monotonia.
A adoção de pronomes neutros para agradar a uma minoria
empobrece a língua portuguesa e já contamina parte da iniciativa privada
Edição de arte Oeste | Foto: Shutterstock
“Enfim, chegou a hora da encomendação e da partida. Sancha quis despedir-se do maride, e o desespero daquele lance consternou a todes. (…) Só Capitu, amparando a viúve, parecia vencer-se a si mesme. Consolava a outre, queria arrancá-le dali. A confusão era geral. No meio delu, Capitu olhou alguns instantes para o cadáver tão fixa, tão apaixonadamente fixa, que não admira lhe saltassem algumas lágrimas poucas e caladas… (…) Fiquei a ver as delu; Capitu enxugou-as depressa, olhando a furto para a gente que estava na sala. Redobrou de carícias para a amigue, e quis levá-le; (…) Momento houve em que os olhos de Capitu fitaram o defunte, quais os da viúve, sem o pranto nem palavras deste, mas grandes e abertos, como a vaga do mar lá fora, como se quisesse tragar também o nadadore da manhã.“
Sob
o argumento de que o idioma é machista e instrumento de perpetuação do
poder do “patriarcado”, coletivos que garantem representar determinados
públicos, como as feministas ou o antigo GLS — atual LGBTTTQQIAA —
exigem, entre outras reivindicações, a transformação radical da fala, a
chamada linguagem neutra. O primeiro parágrafo deste texto mostra como
ficaria, por exemplo, um trecho do livro Dom Casmurro, de Machado de Assis, escrito com esta “neolinguagem”.
Monique
Wittig (1935-2003), pensadora que exerce influência sobre o movimento
de mulheres, defendia uma reforma das palavras de modo a torná-las
neutras de gênero.
A fim de viabilizar sua ideia, Wittig pregava uma
investida em duas etapas: 1) utilizar uma palavra da linguagem comum,
mudando-lhe o conteúdo de forma sorrateira;
2) depois, a opinião pública
é bombardeada pelos meios de educação formais (a escola) e informais
(os meios de comunicação de massa). Assim, as pessoas acabariam
enxertando esses termos no próprio vocabulário, sem nada perceberem. O modus operandi
respingou nos estudos da pesquisadora Judith Butler, uma das
precursoras da ideologia de gênero, para quem o sexo não define quem
você é. Dentro dessa concepção, o sujeito pode assumir múltiplas
identidades.
Nessa pseudolinguagem supostamente inclusiva, que
alguns defendem que seja adotada como norma-padrão, o uso de pronomes,
adjetivos ou substantivos “neutros” seria uma forma de acolher pessoas
que não se identificam como masculino ou feminino, chamadas de “não
binárias”, no-gender ou “gênero fluido”. Rosa Laura,
autointitulada ativista “não bináris”, explica o dialeto. Segundo ela,
os pronomes pessoais “ela” e “ele” têm de ser substituídos por “ile”. Já
os pronomes demonstrativos “daquela” e “daquele” mudariam para
“daquile”. Dir-se-ia, então: “ile é muito bonite”, em vez de “ela é
muito bonita”; e “todes gostam de irmén e du amigue delu”, em vez de
“todos gostam da irmã e do amigo dele”.
Cíntia
Chagas, formada em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais e
professora de português, garante que a linguagem neutra nada tem de
inclusiva.
Segundo a especialista, três grupos acabam sendo
marginalizados pelo “novo idioma”:
1) os disléxicos, que representam
parcela considerável dos estudantes;
2) os surdos, que fazem a
compreensão por meio dos sinais;
3) e os deficientes visuais, que
dependem de softwares para leitura no computador e, também, do
Braille. “O ‘dialeto neutro’ inviabiliza a comunicação desses grupos”,
constatou Chagas. “Trata-se de uma imposição injusta a essas pessoas,
que já vivem em um contexto de limitação, pois as obriga a se submeterem
a uma histeria coletiva”, acrescentou. “Em linhas gerais, o dialeto é
defendido por ditadores da linguagem.”
Esse foi um dos argumentos
do governo da França, que proibiu a linguagem neutra.“Ao defenderem a
reforma imediata e abrangente da grafia, os promotores da escrita
inclusiva violam os ritmos do desenvolvimento da linguagem de acordo com
uma injunção brutal, arbitrária e descoordenada, que ignora a ecologia
do verbo”, informou o Ministério da Educação francês. “Essas armadilhas
artificiais são inoportunas e atrapalham os esforços dos alunos com
deficiência mental admitidos no âmbito do serviço público.”
Educação Apesar de absurda, a “novilíngua” já é realidade em escolas e universidades do
Brasil e do mundo. Em setembro de 2020, circularam nas redes sociais
imagens de uma aula sobre “pronomes neutros” em uma instituição
particular do Recife (PE). Nos slides projetados, é possível
observar neologismos como “obrigade”. O episódio foi registrado no
Colégio Apoio e ocorreu em uma turma do 8º ano.
Dois
meses depois, o Colégio Franco-Brasileiro, instituição particular na
zona sul do Rio de Janeiro, resolveu “imitar” a concorrência e divulgou
um comunicado aos pais informando que adotara estratégias para absorver a
linguagem neutra nos espaços formais e informais de aprendizagem.
“Renovando, diariamente, nosso compromisso com a promoção do respeito à
diversidade e da valorização das diferenças no ambiente escolar,
tornamos público o suporte institucional à adoção de estratégias
gramaticais de neutralização de gênero em nossos espaços formais e
informais de aprendizagem”, salientou a instituição.
A coisa não
foi diferente na Escola St. Patrick, de Passo Fundo (RS). Os textos com
comunicados sobre a volta às aulas e outras informações similares foram
enviados via WhatsApp e traziam a letra “x” em vez de usar o feminino ou
masculino.
A escrita trouxe confusão e teve de ser explicada pela
direção do colégio privado,que atende crianças da pré-escola ao ensino
fundamental. Depois de receber uma série de reclamações, a instituição
de ensino teve de divulgar uma nota explicando que “o uso dessa letra
foi feito com a intenção de nos comunicarmos e, aqui, nos referimos às
mães e pais de modo geral”.
Nem o ensino superior ficou blindado
da prática. “Nesta segunda-feira, 3 de maio de 2020, serão iniciadas as
atividades acadêmicas dos estudantes veteranes da UEMG Divinópolis.
Sejam todes bem-vindes”, informou uma mensagem de boas-vindas publicada
nas redes sociais da Universidade do Estado de Minas Gerais. O post
ainda trazia uma imagem com os dizeres “Bem-vindes, estudantes
veteranes”. Nos comentários, os internautas questionaram a atitude.
Joanna Williams, em seu texto publicado nesta edição da Revista Oeste,
relatou o caso de uma estudante de direito do Reino Unido que corre o
risco de ser expulsa da universidade por ter dito, em um seminário de
estudos de gênero,que mulheres têm vagina.“As universidades estão
menos preocupadas com o ensino superior e mais com a doutrinação dos
alunos na ideologia progressista”, escreveu Williams.
Caio
Perozzo, especialista em linguagem e professor de literatura do
Instituto Borborema, associação cultural sediada em Campina Grande (PB),
acredita que as coisas chegaram a esse ponto devido a uma “crise da
inteligência”. De acordo com ele, a linguagem foi submetida à ideologia e
ao relativismo, que esvaziaram da fala e da escrita o propósito de
descrição da realidade como ela é. “Há pessoas que percebem algo, mas se
recusam a utilizar o termo adequado para representar aquilo porque
viola um conjunto verbal e ideológico que ela já tem. A ideologia deixa
sua inteligência deficiente”, observou o acadêmico.
Empresas Além da educação, a linguagem neutra contaminou a iniciativa privada. A rede de fast-food
Burger King fez uma postagem no Twitter em alusão ao Dia Internacional
da Luta contra a Homofobia e a Transfobia (17 de maio): “Bandeiras de
Todes”. No post, a empresa mostrou coroas e imagens que representam
diversas orientações sexuais. Depois de receber críticas, a companhia
tirou a publicação do ar. Contudo, emitiu uma nota, que dizia:
“Acreditamos que todas as pessoas são bem-vindas e fazemos questão de
reforçar a necessidade e a importância de assuntos como esse para a
sociedade. Consideramos e absorvemos todas as manifestações e
agradecemos por elas. Quanto mais conhecemos e discutimos, mais
aprendemos e mais informados estamos para lutar contra a LGBTfobia”.
Na
mesma linha do Burger King, o aplicativo iFood decidiu “cancelar” nomes
considerados preconceituosos. O novo termo de uso da plataforma vetou
pratos clássicos de restaurantes, como “batatas ao murro”, considerado
violento e machista. O mesmo ocorreu com “punheta de bacalhau”, iguaria
tradicional portuguesa, por ser fálica demais. Os chefs reclamaram, sem sucesso. Observa-se
com os casos descritos que o objetivo declarado de grupos como o que
promove a linguagem neutra é um só: purificar radicalmente o discurso de
qualquer palavra que possa ofender a alguém. Quando se abre a
possibilidade de qualquer um reinventar o idioma, reescrever obras
artísticas e policiar a cultura a pretexto de defender os direitos das
minorias,entra-se num terreno perigoso.
No livro1984,
escrito pelo jornalista inglês George Orwell, o protagonista Winston
Smith trabalha no Ministério da Verdade. Contudo, sua função é adulterar
registros históricos com a finalidade de moldar o passado à luz dos
interesses de um presente tirânico que se impõe com a ajuda da chamada
Polícia das Ideias. A entidade decide o que você deve pensar, escrever,
falar e até como agir. Orwell descreve o drama dos personagens, que
envolve a opressão física e, sobretudo, a mental. No desenrolar da
história, é possível identificar uma das estratégias do Estado
totalitário representado na obra: a mudança na linguagem mediante a
manipulação do significado das palavras. Qualquer semelhança não pode
ser interpretada como mera coincidência.
Primeiro
carnaval da era Bolsonaro vai desafiar a pauta conservadora
O primeiro carnaval da era Bolsonaro vai desafiar a pauta de costumes
conservadora do novo governo. Não resta dúvida de que a bagunça
organizada prevalecerá nos milhares de blocos que vão entupir as ruas
das cidades. E nela, nem sempre meninos vão usar azul e meninas tampouco
vestirão apenas rosa. Vai ser o de sempre, mas um pouco mais abusado,
até como forma de responder à nova ordem. [os abusos precisam ser contidos, se necessário com a retirada dos que estiverem abusando e com o uso da força policial;
a bagunça tradicional, essa temos que conviver - já estamos acostumados e alguns milhares de otários pagam para ver o que pudemos desfrutar de graça.
Virou uma fonte de renda e o acesso é sempre controlado.
Sabem aquela verdade: quem gosta muito de ver é porque não pratica, valendo o mesmo para os que só falam sobre.
Triste vai ser para os pais que tem vergonha, ver o filho ou filha se valer do pretexto de ser carnaval, para dar vazão a troca de sexo - inerente aos portadores do homossexualismo. ]
No Rio, 509 blocos vão sair ao longo desta e da próxima semana. Em São
Paulo, serão 516 blocos. O PIB do carnaval paulista será de R$ 1,9
bilhão contra R$ 2,1 bilhões do Rio. Quer dizer, ninguém fará economia
na folia, embora no Rio a prefeitura do bispo Crivella se afaste cada
vez mais dos foliões. Dá para antecipar que a irreverência não vai
poupar Bolsonaro, Witzel, Doria ou quem quer que seja. Vai sobrar para
todo mundo. [já existe legislação, faz alguns anos, que permite p enquadramento penal dos que exagerarem na irreverência contra autoridades legalmente constituídas.]Essa é a grandeza do Brasil. Não importa quem está no comando, o país
segue seu destino com seu jeito debochado. Foi assim sob FH, Lula, Dilma
e Temer. Foi assim durante a ditadura. Seguirá assim com Bolsonaro. O
Brasil é muito grande, é difícil encontrar um buraco que o engula. E,
quando dá, faz pouco caso de quem acha que pode tudo. No carnaval é
sempre assim.
E aí, muita gente aproveita a onda para tirar uma casquinha,
posicionando-se contra o conservadorismo da nova turma. A campanha
publicitária de carnaval da rede de fast-food Burger King é muito
eficiente na comunicação,embora use argumentos que devem escandalizar a
ministra Damares. Na peça que está no ar e é chamada de “Poliamor”, a
menina Bá come dois sanduíches ao lado de seus dois namorados, Gui e
Vini. E pergunta por que escolher um se ela pode ficar com os dois. [aceitável que a mulher se apresente com dois ou três namorados - ela tem condições de 'atender' aos três simultaneamente - digamos que pode ser uma 'pouca vergonha', mas. se tratando de carnaval é preferível uma mulher x 3 machos, do que dois indivíduos do gênero masculino, ou feminino, se beijando na boca, em público.
Mas, com certeza existe um excesso:
- de tesão da mulher ou de falta de tesão do homem, visto precisar ser auxiliado por mais dois.]
Há também quem credite ao novo governo o resultado comercial positivo do
carnaval deste ano. Para o inventor do Camarote Número 1, o empresário
José Victor Oliva, que está investindo R$ 10 milhões na Sapucaí este
ano, a mudança do clima político no Brasil e no Rio vai ajudar o
carnaval. Para Oliva, o sucesso é maior ou menor se o Rio e o Brasil estiverem
mais confiantes. “A receita do camarote vem a reboque do que acontece na
cidade e no país, e este ano já dá para ver que está muito melhor”. Do
ponto de vista de Oliva, que aposta em Bolsonaro, o Brasil estava “muito
largado; perdemos muito tempo com besteira e bobagem, com o
politicamente correto, enquanto a bandidagem ria e agia”.
Ter a casa em ordem é importante, sem dúvida, sobretudo em grandes
eventos. Embora no carnaval, como no réveillon de Copacabana, a
segurança nunca tenha sido um problema —“há uma comunhão espiritual em
torno da festa que reduz a violência”, na visão de Oliva —, quem vem de
fora não sabe disso. Por essa razão, sinais em favor da segurança,
segundo ele, são eficientes e estimulam o turismo.Mesmo sendo berço de irreverência quase juvenil, o carnaval não tem
idade nem nacionalidade. Para a Sapucaí vem gente de todos os estados do
Brasil. Do exterior vêm principalmente os que gostam de Ibiza e outros
destinos que conjugam sol e balada. Para eles, o carnaval do Rio é
“perfeito”, diz José Victor Oliva. “Trata-se da maior festa do mundo
realizada no verão da cidade mais bonita do planeta”.
É assim que a banda toca. O carnaval deste ano vai atender a todos os gostos.
A ONG Mercy For Animals denuncia caso de maus tratos a animais na
Aurora Alimentos e lança campanha contra os métodos de produção da
indústria brasileira de porcos
Um funcionário de uma granja raspa os dentes de um leitão, que grita sem
parar. Ao seu lado, uma porca observa o procedimento, também aos
gritos. Para quem não está familiarizado com os métodos de produção de
carne suína, a cena é chocante. As imagens constam em um vídeo, obtido
com exclusividade pela DINHEIRO, gravado pela ONG Mercy for Animals, que
advoga em favor do bem estar animal – inclusive incentivando o
veganismo. Ele foi produzido por um funcionário da organização, que se
infiltrou entre os trabalhadores de uma cooperada da Aurora Alimentos,
uma das maiores cooperativas agrícolas do Brasil, com R$ 8,5 bilhões de
faturamento e 72 mil famílias associadas, na cidade de Xanxerê (SC). Em
outra tomada, é possível ver as chamadas celas de gestação, onde as
fêmeas são confinadas. O espaço é tão pequeno que não permite, sequer,
que elas se virem para o lado. Algumas mordem as barras de ferro
insistentemente. “É um sofrimento terrível”, afirma Lucas Alvarenga,
vice-presidente da Mercy for Animals no Brasil. “Essas práticas não
estão alinhadas com a tendência mundial, que é de acabar com as celas de
gestação.”
Vídeo gravado pela ONG Mercy for Animals mostra maus tratos a animais
atenção: Este vídeo contém cenas fortes de maus tratos a animais
Na terça-feira 28, a ONG apresentará uma denúncia contra esse
tipo de prática. Ao mesmo tempo, lançará uma petição solicitando ao
Grupo Pão de Açúcar (GPA), maior varejista brasileiro, que se comprometa
a não comprar mais carne de porco de fornecedores que utilizem as tais
células.“Focamos no GPA em virtude do tamanho e da importância
da empresa, mas o ideal é que todos os varejistas tenham a mesma
atitude”, diz Alvarenga. Banir esse tipo de criação de porcos de suas
compras é algo que grandes empresas alimentícias e cadeias de
restaurantes, como Nestlé, McDonald’s e Burger King já fizeram em escala
global, mas não foram acompanhadas pelas redes de varejo nacionais.
A ação da ONG acontece em um momento delicado para a indústria
brasileira de proteína animal. Na semana passada, a Rússia anunciou uma
restrição temporária à compra de carne suína e bovina do Brasil, em
virtude da suposta presença de estimulantes de crescimento, como
ractopamina, nos produtos. O país é o principal destino internacional da
carne de porco brasileira, respondendo por quase 40% das exportações
nacionais, que superaram os R$ 4,7 bilhões no ano passado. O Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) afirma que não há
estimulantes na carne exportada. No setor de bovinos, as práticas de
criação já são mais adequadas no Brasil. O setor de aves também passa
por uma modernização. De qualquer forma, é uma mostra de como a pressão
internacional pode afetar o setor. E, ao que tudo indica, restrições do
tipo poderão acontecer no caso das celas de gestação.
O uso dessas celas é polêmico. Elas começaram a ser introduzidas na
indústria de suínos na década de 1950, logo após a Segunda Guerra
Mundial. “As porcas grávidas, na disputa por alimentos, acabam brigando e
machucando umas às outras”, afirma o professor Mateus Paranhos da
Costa, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Jaboticabal. “O que,
na época, não se levou em consideração são as consequências desse
confinamento ao animal.” Segundo informações do Mapa, porcos são animais
gregários, ou seja, tendem a formar grupos de convívio. Eles organizam
seu habitat de forma natural, separando áreas de alimentação, descanso e
defecação.
A não observância dessas características cria problemas de
comportamento que, posteriomente, são equacionados pelos produtores com
ainda mais violência, como corte de rabo, restrição de movimentos, entre
outros. O professor explica que o contexto, na década de 1950, era o de
produzir alimentos no pós-guerra. A questão do bem estar animal nem era
levada em consideração. O assunto começou a ganhar importância a partir
de 1964, quando a britânica Ruth Harrison publicou o livro “Animal
Machines”, que mostrava a dura realidade da criação intensiva de
animais. A partir de então, começou a surgir um forte movimento global
demandando um tratamento mais adequado aos animais de abate. “Estamos
entrando em um momento de conflito, no qual as ONGs pressionam cada vez
mais, e os produtores tentam defender seus modelos de produção”, afirma o
professor.
Esse parece ser o caso desse novo embate entre a Mercy for Animals e os
suinocultores. Em nota, a Associação Brasileira de Proteína Animal
(ABPA), que representa os granjeiros, diz que “não é correto afirmar que
o Brasil está atrasado em relação ao tema ” Segundo a ABPA, as maiores
empresas do setor já assumiram o compromisso de extinguir a prática,
dentro de um prazo pré-estabelecido. De fato, BRF, Aurora e JBS, os três
maiores do País, já disseram que vão abolir as celas, até 2026. O
frigorífico Frimesa estabeleceu o mesmo prazo. A ABPA afirma, ainda, que
não existe legislação em nenhum país produtor sobre esta prática. “Esta
é uma questão que parte da imposição de determinados grupos
empresariais”, diz a nota.