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sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Em guerra

A explicação mais plausível para o ataque ao carro da Força Nacional que resultou no ferimento grave de um dos soldados é também a confirmação da situação de guerra que estamos vivendo no Rio de Janeiro. Os membros da Força Nacional, por serem de outros Estados e não conhecerem o Rio, seguiram a orientação de um aplicativo e entraram por engano na Vila do João.

Acidentes como esse já aconteceram em outras ocasiões, sempre com resultados desastrosos, e só revelam uma coisa: existem territórios na cidade do Rio de Janeiro em que a lei é ditada pelos traficantes, e onde as instituições oficiais não entram.  


Esse é o dado mais alarmante da situação. Depois de ações das Forças Armadas de retomada de territórios, e da implantação do programa de Unidades de Polícia Pacificadora, as UPPs, cujo objetivo era justamente não deixar que bandidos dominassem áreas da cidade, estamos diante da explicitação do fracasso dessa política, que inicialmente foi vitoriosa e parecia ser uma solução viável para a nossa segurança pública.  De nada adianta fazer incursões pelas chamadas comunidades para prender os autores dos disparos contra a Força Nacional, pois o que é preciso retomar é uma política de segurança que impeça os traficantes e milicianos de dominarem áreas da cidade.

A tese de que a venda de drogas não é a prioridade das ações se segurança, mas sim a liberação de territórios do domínio de gangues, está correta em tese, mas só se o controle territorial for mantido e a bandidagem for mantida sob controle, sem exibições de armas nem tentativas de ditar as regras dos locais em que atuam.  O triste dessa história é que a cada dia se revela que os bandidos simplesmente perderam o respeito até mesmo pelas Forças Armadas, e já não têm medo de atuar numa cidade que está super policiada. Estávamos acostumados a que, nos grandes eventos, a criminalidade ficasse sob controle, mas não é o que estamos vendo nessa Olimpíada. [enquanto for dada atenção aos latidos dos defensores dos chamados 'direitos humanos' que confundem os direitos dos HUMANOS DIREITOS com os direitos de BANDIDOS, os bandidos vão dominar o Rio e as capitais dos outros estados.

É preciso uma ação enérgica - mortes terão que haver e um ou outro morto morto será um inocente - que tenha um resultado final único: BANDIDOS MORTOS no maior número possível e necessário.
Qualquer outra ação será infrutífera e será um mero esforço para 'enxugar gelo'.
Já passa da hora de uma ação realmente enérgica e cujo único objetivo seja a eliminação de bandido.
Tratar bandido preocupado com 'direitos humanos' já está provado que não funciona.
Inocentes poderão morrer, mas, deve ser considerado a velha citação: 'não se faz omeletes, sem quebrar os ovos.']
 
 Já antes mesmo de seu começo, quando as primeiras levas de soldados chegavam na cidade, bandidos fizeram arrastões no Túnel Rebouças, e temos notícias esparsas de arrastões acontecendo nas principais vias de acesso à cidade, mesmo com o policiamento reforçado. O mais perigoso é que, com a crise econômica, nós sabemos, e os bandidos também, que a Polícia não tem dinheiro nem para a gasolina, e que os policiais não têm equipamentos adequados para sua missão. Essa situação estimula a ação dos bandidos, reforçando a sensação de impunidade.

 
Os pedidos para que as tropas das Forças Armadas permaneçam na cidade até as eleições municipais de outubro ganham força com os recentes casos, de que a escolta armada que passará a acompanhar os ônibus que transportam os jornalistas estrangeiros, alvos de ataques recentes, e os tiroteios noturnos em diversas comunidades que certamente são ouvidos pelos estrangeiros, são apenas sinais de que estamos vivendo em uma cidade em guerra civil, às vezes camuflada, outras declarada.


O pior sintoma de que estamos nos acostumando com situações que apenas ocorrem em locais em guerra é a explicação para uma bala perdida ou para um ataque a um ônibus.  Atacar um drone que passou por cima da comunidade por não querer ser espionado, é uma atitude de guerra de quem tem o controle daquela área. Atirar pedras – se não foram balas em um ônibus identificado como da Rio2016, pode ser um protesto por uma desapropriação mal feita, mas é uma atitude de guerra, assim como queimar ônibus em protestos contra a inação da autoridade pública.

 
É preciso dar uma atenção muito maior do que a dada até agora para que a situação não fique fora de controle, como parece estar em alguns momentos.


Fonte: Merval Pereira - O Globo
  

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Riscos de a desordem urbana anular avanços das UPPs

Pacificação tem atraído novos moradores, que se prevalecem da leniência do poder público para ocupar áreas beneficiadas pela política de segurança nas favelas

A instalação das Unidades de Polícia Pacificadora no Rio tem o propósito, em razão da urgência ditada pela dimensão da violência, de resgatar comunidades subjugadas por grupos do crime organizado. Adjacentes a esse objetivo, e tão importantes quanto a ocupação policial, situam-se as ações sociais, um conjunto de iniciativas no âmbito do poder público. Caso da oferta de serviços, urbanização e políticas públicas (entre elas, habitação), em geral ausentes nas favelas, em grande parte devido a barreiras criadas pelas quadrilhas que nelas atuam. Ambas, a retomada de regiões e sua reocupação pelo Estado, são partes indissociáveis de um mesmo programa.

Era de se esperar, por isso, que às ações policiais de asfixiamento dos grupos criminosos e de libertação das áreas por eles controladas, se sucederiam os movimentos do poder público para conduzir tais regiões à formalidade. A constatação de que, nessas comunidades, em lugar de atrair o Estado, a pacificação tem permitido o avanço da favelização é preocupante sinal de distorção dos propósitos do programa das UPPs.

O comentário do secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, de que a desordem urbana nas comunidades com UPPs tem sido cevada, ainda que indiretamente, pela pacificação, é um preocupante alerta. A leniência do poder público estimula um movimento previsível: com oferta de mais segurança para morar, fiscalização precária e sem uma reocupação efetiva do poder público com seus serviços, essas áreas têm atraído novos moradores. Em vez de ações planejadas de urbanização, uma alternativa aberta pelas unidades pacificadoras, dá-se o incremento da invasão desordenada. Esta, por sua vez, realimenta uma cadeia de informalidade propícia ao retorno das quadrilhas do crime organizado. É um deletério jogo que se realimenta no vazio do Estado.

Fenômeno semelhante já havia ocorrido com o Favela Bairro. O programa introduziu uma série de melhorias nas favelas atendidas, mas, sem uma perspectiva mais ampla de mudar o perfil de ocupação dessas regiões, acabou por incentivar o movimento de ocupação desordenada.

É uma lição para a atual pacificação: cumprida, na maioria das favelas, a missão de retomada das áreas para o controle do Estado, fica a sensação de que falta vontade política aos órgãos de governo para dar seguimento aos objetivos mais estratégicos da política das UPPs.

O secretário Beltrame já chamou atenção também para a necessidade de se abrir espaço, via urbanização, para o acesso dos serviços públicos. Vielas e becos são obstáculos intransponíveis nas favelas, e removê-los é um imperativo para a chegada desses serviços — inclusive de segurança. As UPPs, portanto, não podem servir de anteparo para o incremento da desordem urbana. Elas devem ser avalistas das necessárias mudanças do perfil de ocupação das favelas.

Fonte: O Globo - Editorial