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segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Grito de guerra dos patriotas: A Vale é Nossa!

O PASSIVO AMBIENTAL e o PASSIVO MORAL inviabilizam a VALE DO RIO DOCE como empresa privada. 
 
 
 
Todavia, o seu POTENCIAL ESTRATÉGICO, como INSTRUMENTO DE PODER MUNDIAL, que é matéria de SEGURANÇA NACIONAL, impõe que a UNIÃO FEDERAL reassuma o CONTROLE ACIONÁRIO da Vale, para que seja utilizada estrategicamente, como instrumento de governo, nas relações comerciais internacionais. É o que está faltando, para que o BRASIL assuma sua posição de potência comercial. 

Até agora, os governos títeres, que vitimaram a Nação, nunca exerceram o papel estratégico da potencialidade do  Brasil como CONTINENTE MINERAL E AGRÍCOLA. Essa autodeterminação é fundamental, para o progresso da NAÇÃO e a SEGURANÇA NACIONAL. Somos Capitalistas e democráticos, mas não entreguistas, como os agentes da PRIVATARIA.

As tragédias provocadas pela GESTÃO PREDATÓRIA da VALE DO RIO DOCE, são terríveis lições para os agentes públicos, que doaram a empresa, para a pirataria internacional. Para que esses crimes contra a Nação não se repitam, impõe-se a punição exemplar, tanto dos gestores da empresa, como do bando do Fernando Henrique Cardoso, que promoveram a PRIVATIZAÇÃO FRAUDULENTA da Vale do Rio Doce.(doação)

O Governo Bolsonaro tem a obrigação de defender o Brasil e a Nação  brasileira dos predadores privatistas, reassumindo o controle acionário da VALE DO RIO DOCE.

Fora os grilhões!

INDEPENDÊNCIA OU MORTE!!!

Antônio José Ribas Paiva, Jurista, é Presidente do Nacional Club.
 
 
 
 

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Sem preconceito


Previdência, Eletrobrás e Embraer: não aos dogmas, sim ao debate real e maduro


Além das denúncias, da impopularidade e das quedas de braço com a Justiça, o presidente Michel Temer está decidido a enfrentar preconceitos e dar racionalidade aos debates sobre reforma da Previdência e pulverização de ações da Eletrobrás. A “combinação” Embraer-Boeing pode pegar carona na discussão. A ideia é resistir ao “não sei, não vi, não provei, mas não gostei”. Não é inteligente, não é razoável e não leva o Brasil a lugar nenhum. É preciso saber, ver, ouvir especialistas e versões divergentes para ser a favor ou contra, ou a favor só em parte.

“Reforma da Previdência? Sou contra.” Por quê? “Porque só prejudica os pobres.” Isso é efeito da campanha deseducativa, que finge estar defendendo “os pobres”quando, na verdade, embute a defesa de privilégios das carreiras mais bem pagas do Estado.   São elas, junto com partidos ditos de esquerda, que operam contra a reforma, não para proteger a aposentadoria e pensões de trabalhadores de baixa renda, mas sim aposentadorias de mais de R$ 30 mil de algumas categorias – caso de juízes e magistrados. A reforma é justamente para evitar que o sistema entre em colapso ao longo dos anos e a base da pirâmide – que é quem efetivamente precisa de aposentadoria – acabe ficando sem ela. [

Defenda-se a Justiça, não boquinhas como aposentadorias milionárias de setores do funcionalismo, quando a grande maioria dos trabalhadores tem um teto de R$ 5.700, ou como auxílio-moradia irrestrito para juízes e altos funcionários dos três Poderes. No caso da Eletrobrás, Temer e o ministro das Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, fazem tudo para fugir da palavrinha maldita, “privatização”, e insistem que a intenção é pulverizar suas ações, arejá-la, atrair investimentos privados, estender a ela a chance dada, lá atrás, à Vale do Rio Doce, que passou a empregar nove vezes mais pessoas depois da... privatização. [certamente aumentando nove vezes o seu quadro de funcionários a Vale não passou a ter prejuízo.]

O governo diz que pretende manter ações e parte do controle estratégico da empresa, num sistema “golden share”, mas a maior reação no Congresso vem principalmente do Nordeste e de Minas, que recorrem a um discurso “nacionalista” para disfarçar a importância da Chesf e de Furnas, respectivamente, como generosos cabides de emprego para apadrinhados políticos. Contra a reforma, o “interesse dos pobres”. Contra a modernização da Eletrobrás, “o interesse nacional”.   Fernando Filho cita, objetivamente, um dado do ministério: de 2004 a 2016, a União deixou de arrecadar em torno de R$ 165 bilhões por manter a Eletrobrás exatamente onde está, sem contar os grandes valores que a União teve de despejar na companhia.

Quanto à Embraer: é um orgulho dos brasileiros, campeã internacional no segmento de jatos executivos e produzindo aviões tanto para a área civil como para a área militar. Empresa moderna, com técnicos competentíssimos, especialmente após privatizada.  Temer já disse e repetiu que a União não vai abrir mão do controle da Embraer. E a sueca Saab já enviou a Brasília um alto representante alertando para a questão da transferência de tecnologia no jato Gripen para a FAB, em parceria com a Embraer. De gabinete em gabinete, a Boeing garante: qualquer acordo respeitará o controle da União e manterá a blindagem e a autonomia do programa dos Gripen.

Enfim, não se trata aqui de fazer campanha pela reforma, nem pela privatização (ou tenha lá que nome tiver) da Eletrobrás, nem pela “combinação” (novamente, tenha lá que nome tiver) entre a Embraer e a Boeing. Trata-se, sim, de defender um debate aberto, ponderado, maduro sobre o que é e o que não é melhor para o Brasil e os brasileiros, agora e no futuro. Ou seja: sem preconceito e sem dogmas que signifiquem apenas o atraso pelo atraso. 

Eliane Cantanhêde - O Estado de S. Paulo


sábado, 2 de maio de 2015

Terra, terra

Um dos aspectos mais terríveis dessas migrações clandestinas para a Europa é a mais absoluta falta de opção das vítimas

De repente, a terra se faz lembrar. Acentua que não é necessariamente terra firme. E treme. Aterroriza, destrói, mata, mostra que o bicho-homem não manda nela. O terremoto no Nepal dói no mundo inteiro, em todos os habitantes do planeta Terra, por cima das distâncias e diferenças, solidários com as vítimas indefesas e impotentes. Vem somar uma catástrofe natural à catástrofe humana e histórica, perfeitamente evitável, dos imigrantes clandestinos, também impotentes e indefesos, que fogem de suas casas, deixam suas terras e morrem maciçamente no Mediterrâneo, milenar berço de civilizações transformado em túmulo de famílias desesperadas. São dias de chorar. Pelas vítimas do terremoto no Nepal. Pelos migrantes que se afogam no Mediterrâneo. E de tentar ajudar.

Outras línguas distinguem a terra que se move (como earth), da terra que se deixa (land), escorraçado pela guerra e pela miséria. Ou da terra (ground) que guarda o petróleo que tanto enriquece alguns e de onde pode brotar a água que nos faz viver mas ameaça sumir. Em português, juntamos tudo, entendendo que é uma coisa só. Mesmo distantes, errantes navegantes do planeta, jamais deveríamos esquecer — como na canção de Caetano.

Todo mundo tem o direito de poder ficar em sua própria terra natal, se quiser. É o que pede o coração. Um dos aspectos mais terríveis dessas migrações clandestinas africanas ou do Oriente Médio, incentivadas pelo tráfico ilegal para a Europa, é a mais absoluta falta de opção das vítimas. É revoltante saber que milhares de pessoas estão morrendo afogadas todo dia, por terem pago por essa viagem as economias de uma vida, depois de perderem casa, bens, terras, animais, plantações, para se apinhar com a família numas sucatas flutuantes, muitas vezes trancados num porão. Como num funil, chegam à Líbia vindo de uns 20 países da região e tentam fugir da guerra, da fome, da violência, da miséria, do abandono, da falta de oportunidades, de perseguições religiosas ou étnicas. Pagam aos traficantes de gente e depois são abandonados no meio do mar ou se transformam em vítimas de naufrágios, propositais ou não.

É claro que precisam ser resgatados — e a atribuição não pode cair apenas nas costas da Itália, mais perto por sua geografia. Mas é necessário um esforço conjunto internacional que vá além do mero acolhimento dos refugiados e sua internação em campos cercados por alambrados, aumentando a cada dia sua tragédia. O mundo precisa atacar as causas que fazem essa gente toda preferir enfrentar os piores perigos a ficar em sua própria terra. 

No fim da Segunda Guerra, iniciativas como o Plano Marshall permitiram que a Alemanha se reconstruisse, o Japão e a Itália pudessem reviver suas economias. Num mundo cheio de paraísos fiscais onde os riquíssimos podem guardar seu dinheiro (venha ele do petróleo, de armas, de drogas, da corrupção) e driblar os impostos que todos nós temos de pagar, deveria ser possível canalizar recursos para melhorar a vida de quem se vê forçado a não poder mais ficar em sua terra.

Há outros problemas com a terra, além dos que são objeto do MST, entre reivindicações de reforma agrária e destruição de pesquisas agrícolas de empresas e laboratórios de universidades. [a matéria é excelente, sua autora sabe escrever e bem; pena que estrague tudo ao colocar vermos como os facínoras do MST no artigo. Aqueles bandidos merecem apenas o tratamento que a PM do Pará dispensou aos que bloquearam uma rodovia.
A PM abateu alguns facínoras do 'movimento social terrorista' e desde então não ocorreu mais nenhum bloqueio de rodovias naquele Estado.]
 
Que tal deixar o petróleo lá no fundo da terra e se dedicar a fontes alternativas de energia? O influente jornal britânico “The Guardian” vem liderando uma campanha para que grandes fundos filantrópicos, como a Fundação Bill Gates e o Wellcome Trust, deixem de investir em combustíveis fósseis e só apoiem pesquisas científicas em outras áreas. O objetivo é diminuir com urgência a ameaça da mudança climática causada pelo petróleo, gás e carvão. A meta é que, em cinco anos, se deixe de financiar as companhias que trabalham com eles. Apela-se, de imediato, para que cessem novos aportes em dinheiro para essas companhias, ou incentivos ao setor. Os argumentos são morais, ambientais e econômicos. 

A campanha, “Keep it in the ground”, pressiona para que 80% das reservas conhecidas de carvão continuem inexploradas, bem como metade das de gás e um terço das de petróleo. Já recebeu a adesão de vários fundos importantes e o apoio de centenas de milhares de pessoas, incluindo celebridades e ganhadores do Prêmio Nobel. Por outro lado, a terra precisa também de proteção para continuar guardando e fornecendo água, o bem mais precioso para a vida no planeta. Recente reportagem de Míriam Leitão neste jornal revelou como o Instituto Terra , de Lélia e Sebastião Salgado, vem desenvolvendo um projeto modelar de proteção a nascentes e olhos d’água no Vale do Rio Doce, tendo como meta refazer todas as fontes dessa bacia. É uma iniciativa admirável sob todos os aspectos, que começa a dar frutos, a lembrar que muitas vezes podemos fazer algo pela terra e por nós. Não nos conformemos em ser apenas vítimas impotentes um do outro.

Por: Ana Maria Machado é escritora - O Globo