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domingo, 9 de julho de 2023

Lula, a Venezuela e a vida real - J. R. Guzzo

Revista Oeste

O presidente veio com a história de que “a democracia é relativa”. Não existe isso. O que há, no mundo das realidades, são democracias e ditaduras

 Presidente da República Bolivariana da Venezuela, Nicolás Maduro, e o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante reunião privada | Foto: Ricardo Stuckert/PR

O sonho do presidente Lula, pelo que se constata ouvindo os desvarios cada vez mais agitados que ele não para de produzir todas as vezes que abre a boca para falar em público, é ser o ditador Nicolás Maduro.  
É isso, no fundo: ele quer ser um Maduro, e quer que o Brasil seja uma Venezuela. 
Como passa as 24 horas do dia cercado pelo cordão de puxa-sacos mais tóxico que já se viu na história brasileira, ninguém tem coragem, nem a decência mínima, de lhe dizer que tanto uma coisa quanto a outra são mais complicadas do que ele imagina. 
O resultado é que Lula continua, com o gás todo, nessa viagem perturbada rumo às suas miragens; 
- deu para dizer agora que tem “orgulho” de ser chamado de comunista, e que o Brasil precisa acabar com essa conversa de família, religião e patriotismo. 
 Isso é coisa de “faxista”, como diz, e ele tem horror ao “faxismo”. Imagina-se com o cartaz de um Nelson Mandela, pronto a receber o Prêmio Nobel, e o cordão à sua volta se ajoelha e diz: “Isso mesmo, presidente”. Está tão perto de Mandela como o Jabaquara do Real Madrid; o que acaba acontecendo, na prática, é a sua transformação em mais um projeto de ditador bananeiro, um misto de Pancho Villa com João de Deus, que dá nesse sub-Maduro que se vê por aí.

O crescente tumulto mental de Lula coincide com os piores momentos que a Justiça brasileira já teve desde que o governador Tomé de Sousa, há quase 500 anos, colocou em funcionamento um sistema judicial neste país, com a instalação do ouvidor-geral da Bahia. 
Desses piores momentos, possivelmente nenhum foi pior que o mais recente — a cassação dos direitos políticos do ex-presidente Jair Bolsonaro, em quem os 140 milhões de eleitores brasileiros estão agora proibidos de votar, por decisão da junta judicial que hoje governa o Brasil em parceria com Lula e o seu sistema.  
É uma dessas espetaculares coincidências da vida. 
No mesmo momento em que as Cortes Supremas do Brasil cassaram Bolsonaro, as Cortes Supremas da Venezuela cassaram María Corina, a candidata mais forte do que sobrou de oposição por ali para as próximas eleições presidenciais.  
 
Essa eleição é uma piada — na Venezuela também existe um TSE, e também lá ganha quem o TSE deles diz que ganhou
É uma farsa em estado puro, segundo atestam as avaliações de todas as democracias sérias do mundo e, até, dos órgãos de militância esquerdeira, como as ONUs, as OEAs e as coisas parecidas. 
Mas, assim como aqui, o governo não quer correr o menor risco de algum acidente; é mais prático, logo de uma vez, proibir o adversário de concorrer.

Como é que Lula, Janja, Flávio Dino e os outros imaginam deixar o Brasil do mesmo tamanho? Se querem uma democracia venezuelana, vão precisar de uma economia venezuelana

Venezuela e Brasil, ao estilo do consórcio STF-Lula — tudo a ver? Há, sem dúvida, um imenso esforço para que tudo tenha cada vez mais a ver. O presidente da República, justo neste momento, resolveu ter mais um dos seus surtos madureiros — disse que a Venezuela é uma formosa democracia, porque tem “mais eleições que o Brasil”. 
A declaração foi um assombro — China, Cuba, Coreia do Norte têm eleições; todas as ditaduras do mundo têm eleições
De que adianta a Venezuela ter eleições se a oposição não pode ter candidato? 
 
Lula, diante do despropósito que tinha acabado de dizer, quis fugir, como sempre faz nessas ocasiões — e, como sempre, disparou um despropósito maior ainda. Veio com a história de que “a democracia é relativa; cada um acha que é uma coisa”. Não existe isso. Não há “democracia relativa”. Quem achava isso eram os generais da ditadura militar do AI-5. O que há, no mundo das realidades, são democracias e ditaduras. Se é democracia é democracia; se é ditadura é ditadura. Até o ministro Gilmar Mendes (ele e Alexandre de Moraes são os únicos que realmente contam no STF; os demais só cumprem a tabela, sem disputar o campeonato) achou que assim também já era demais. Disse, e insistiu, que a noção de democracia relativa é um completo disparate.

🚨NA LATA
Porque o senhor e o seu governo tem tanta dificuldade em reconhecer a ditadura na Venezuela?
LULA tem alma de ditador! pic.twitter.com/o5Mik8Fu4f

— @Jopelim (@PrJosiasPereir3) June 29, 2023

Eis aí, então — há dificuldades, e não são poucas, com as fantasias de Lula e dos extremistas que mandam em regiões inteiras do seu governo. Ele pode querer ser um novo Maduro. Mais difícil é fazer com que o Brasil seja uma nova Venezuela. Há, é claro, muita encenação, muito fingimento e muito adereço de mão para exibir ao público — há o palavrório do “Foro de São Paulo”, dos novos “empréstimos” para se somarem aos que a Venezuela nunca pagou e das teorias sobre como seria bom juntar o Brasil com a miséria da América Latina. Mas uma coisa é dizer bobagem. Fazer com que aconteça já são outros quinhentos. 

Gilmar Mendes, por exemplo — Lula provavelmente não estava esperando levar uma bronca, em público, dele. Democracia relativa? Só o STF tem o direito de praticar democracia relativa no Brasil; para os demais, é exercício ilegal da profissão. Quer dizer que o Supremo não assina embaixo de tudo o que o presidente diz ou faz? Nesse caso não assinou. Tem dado a Lula tudo o que interessa a Lula, como se dá a César o que é de César — ou se dava, nos velhos tempos. 
Mas outra maneira de ver a mesma coisa é refletir que o STF só dá o que quer dar; não está claro o quanto quer, nem o que quer, mais exatamente. Há ainda mais um ângulo: como na Bolsa de Valores, resultados do passado não garantem resultados no futuro. A ver, portanto.

Outro problema é o Brasil em si. Lula, Janja, Flávio Dino e outros dos grandes cérebros do seu governo talvez tenham chegado muito tarde à cena do crime, como diria Geraldo Alckmin. 
Se quisessem mesmo um Brasil comunista, como o partido em que o ministro militou se propõe a criar, deveriam ter começado uns 60 anos atrás, ou algo assim. De lá para cá, o Brasil virou outro país. Tem um PIB de US$ 2 trilhões, tornou-se um dos dois ou três maiores produtores de alimentos do mundo — o que vale mais que qualquer reserva de petróleo — e criou uma cadeia de interesses grandes demais para ser desmanchada com despachos no Diário Oficial. 
A Venezuela, ao contrário, andou para trás. Já tinha, antes da ditadura, uma economia de terceira categoria, que vivia unicamente de um produto, o petróleo. Não tinha empresas privadas de verdade, não tinha capital, não conseguia exportar um prego, nunca passou do pré-capitalismo. De lá para cá, ficou muito pior — hoje não tem mais nem papel higiênico, a não ser para Maduro e a casta de generais, de milicianos e de traficantes de drogas que manda no país e fica com todos os dólares que ainda entram ali. Dá para pagar as suas Maseratis. O Brasil já é bem mais complicado.

 Com todos os seus problemas, e põe problema nisso, o Brasil está com um PIB 20 vezes maior que o da Venezuela de Maduro.  
Como é que Lula, Janja, Flávio Dino e os outros imaginam deixar o Brasil do mesmo tamanho? 
Se querem uma democracia venezuelana, vão precisar de uma economia venezuelana. É fácil transformar a Venezuela numa Cuba — aliás, Cuba tem hoje um PIB maior
Outra coisa, bem mais difícil, é transformar o Brasil numa Venezuela. Fazer discurso no “Foro de São Paulo”, proclamar-se comunista e ficar fazendo turismo pelo mundo com a mulher e com Celso Amorim não vai ser suficiente.

Em encontro do Foro de São Paulo, Lula diz que sente orgulho de ser chamado de Comunista e diz que as pautas dos Costumes, da Família e do Patriotismo são discursos fascistas pic.twitter.com/Ee07omW1Ux

— O Corvo (@0C0RV0) June 30, 2023

Lula e o Sistema “L” ficam muito animados, naturalmente, quando veem aberrações em modo extremo, como a cassação dos direitos políticos de Jair Bolsonaro. 
É esse o paraíso venezuelano que pediram a Deus — um país onde nenhuma lei vale nada, e a Constituição pode ser anulada a qualquer momento do dia ou da noite para atender aos desejos e interesses de quem manda no governo
Nunca existiu qualquer fato, mesmo daqueles mais ordinários, que pudesse ser apresentado para dar um mínimo de legalidade, ou mesmo de simples lógica, à decisão tomada pelo complexo STF-TSE. Bolsonaro não fez nada de errado, ou proibido por lei, para ser declarado “inelegível”; estava condenado antes do processo começar, pela única razão de que Lula e o Comissariado Supremo que governam o Brasil de hoje não admitem que os brasileiros possam votar nele, em nenhuma hipótese ou circunstância. 
Fabricaram, então, uma desculpa para dar alguma roupagem jurídica ao que tinham decidido fazer — e a desculpa que escolheram foi um desastre sem nexo, sem inteligência e sem qualquer contato com os fatos.
 
Bolsonaro foi cassado, como se viu, porque fez uma reunião com embaixadores na qual reclamou das urnas eletrônicas do TSE, que nenhuma democracia do mundo, mesmo da segunda divisão, utiliza. 
E daí? O ministro Edson Fachin, aquele que descondenou Lula por erro no CEP, tinha feito uma reunião com os mesmos embaixadores — só que para falar bem das urnas. 
Dilma Rousseff, a mártir da esquerda nacional que hoje está num empregão de R$ 300 mil por mês doado por Lula, também se reuniu com embaixadores pouco antes do seu impeachment, para ver se arrumava alguma coisa. Não arrumou nada — mas fez exatamente a mesma coisa que Bolsonaro. Dizer que ele gerou “desconfiança no sistema eleitoral”, então, é ainda mais prodigioso. 
O presidente do PDT, que pediu ao TSE a cassação de Bolsonaro, fez um discurso inflamado contra esse mesmo sistema, tempos atrás; disse que onde há voto eletrônico a “fraude impera”. 
A ministra do Planejamento, a quem Lula se refere como “Simone Estepe”, exigiu que as urnas do TSE tivessem comprovante impresso. O próprio Flávio Dino, com todo o seu comunismo, disse, repetiu e disse de novo que o sistema de votação não merecia confiança e tinha de ser reformado. Por que está certo com eles e está errado com Bolsonaro? Poderiam dizer, já que era para inventar alguma coisa, que ele cometeu genocídio; talvez ficasse um pouco menos idiota.

ministros lula tse

Jair Bolsonaro | Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Lula se livrou de Bolsonaro em boa hora, já que na sua última entrevista, no programa Pânico, da Jovem Pan, o ex-presidente teve uma audiência final de 1,4 milhão de ouvintes, enquanto Lula não conseguiu passar de miseráveis 6 mil, ou coisa que o valha, nas suas lives produzidas com toda a majestade da máquina do Estado e um caminhão de dinheiro público. 

Será que vai ter o apoio do TSE, ou STF, ou STJ, ou seja lá o “S” que for, se fizer as mesmas coisas que a democracia da Venezuela faz — como torturar presos políticos, prender jornalistas e levar 7 milhões de venezuelanos a fugir do país para não morrer de fome? 
Enquanto isso não fica claro, Lula também não governa nem fica no Brasil; ultimamente andava mais uma vez pela Argentina, e só neste mês de julho tem mais duas viagens para o exterior, agora para a Colômbia e a Bélgica. 
 A Rede Globo e suas vizinhanças descrevem essa alucinação como “intensa atividade internacional”, e Lula, para eles, é uma “liderança latino-americana”. É por onde estamos indo — cuesta abajo, como no tango de Gardel. Lula, Venezuela e mídia brasileira: uma só paixão.

 YouTube video

Leia também “A guerra contra a Jovem Pan”

 

Coluna J. R.Guzzo, colunista - Revista Oeste

 

 

sexta-feira, 2 de junho de 2023

Pacheco contra o Brasil: o Senado vai segurar o marco temporal das terras indígenas? - Gazeta do Povo

VOZES - Alexandre Garcia

Tomara que não seja verdade, mas estão dizendo que o Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, vai retardar a votação definitiva do projeto de lei que dá paz no campo e na cidade, quanto à questão fundiária, regulamentando e esclarecendo o que diz a Constituição, no artigo 231, no qual é dito que são dos povos indígenas as terras que eles ocupam tradicionalmente.  
Ocupam é presente do indicativo, portanto, é dia 5 de outubro de 1988, dia que isso foi promulgado na Constituição e passou a valer.
 
Não é que ocuparam, porque se está valendo ocuparam, aí, meu Deus, é 1500, de 1500 pra cá. 
Aí ninguém tem segurança do seu imóvel, urbano ou rural. 
Tá nas mãos do Supremo e depois daquilo que o Supremo fez lá em Roraima, com os arrozeiros, deixando todo mundo na mão, deixando índios e arrozeiros na mão, a gente fica assustado. Aqui está um a um e o Supremo continua essa votação na quarta-feira que vem.

Se o presidente do Senado empurrar até quarta-feira, já vai ter problema de choque entre Supremo e Poder Legislativo. Dois poderes que teoricamente são independentes, autônomos e harmônicos entre si. A Câmara aprovou, diz basicamente que povos indígenas que saíram das suas terras, perderam as terras, a menos que sejam terras em litígio na justiça. É isso.

Porque é isso que diz a Constituição. Aqui havia oito milhões e meio de quilômetros quadrados de povos morando, vivendo aqui quando chegou Cabral. E aí começou a colonização europeia do país. 
Depois veio gente da África, da Ásia e de todos os continentes e formaram essa grande mistura maravilhosa que é o Brasil. E parece que tem gente que quer destruir isso.

Prêmio Nobel e corrupção
Bom, vejam só, eu tô vendo que em Bangladesh tem o Prêmio Nobel da Paz envolvido e acusado por corrupção, metendo o dinheiro num fundo do trabalhador. Aqui toda hora aparece problema com o fundo de amparo ao trabalhado, o FAT.
Inclusive para garantir coisas para a Argentina ou cobrir dívida da Venezuela, de Moçambique, da Nicarágua, sei lá mais o quê, só pra gente lembrar esses acontecimentos.


MP dos ministérios

Passou a medida provisória que mantém os ministérios que Lula criou, 17, e foi um preço alto, né? O governo pagou emendas de R$1,7 bilhão, liberou para deputados, para conseguir aí os 337 votos. É do seu imposto essa liberação.

O governo está sem articulação na Câmara e no Senado também. 
Isso foi mostrado por Arthur Lira, o presidente da Câmara. 
Diz que se o governo vem sofrendo derrotas lá, não é por culpa dele, não. É por falta de articulação. Por exemplo, os deputados mexeram nas medidas provisórias. Esvaziaram alguns ministérios de Marina Silva, o ministério do Meio Ambiente, dos Povos Indígenas, reforçaram de novo o Ministério da Agricultura, que estava sendo esvaziado, porque Lula não gosta do agro, diz que o agro é fascista. Continua então os 17 ministérios.[esses ministérios esvaziados, fossem transformados em subsecretarias já estaria de bom tamanho.]
 

Zanin

Por fim, o registro de que o advogado de Lula foi indicado por Lula para o Supremo
Ele faz 10 anos que defende Lula de todas as acusações que o Lula tem recebido desde 2013. 
Ele era assistente do Batoque, que foi presidente da OAB, que foi deputado do PDT, a mulher dele é sócia dele num escritório de advocacia. Fica estranho, né? 
Ele não é o primeiro a ir para o Supremo com essas ligações familiares em escritório de advocacia. 
E ele tem 47 anos e agora é o Senado que sabatina e marca a votação em plenário. É estranho, porque ele vai continuar sendo advogado de Lula, entrando no Supremo. 
Advogado chega lá para defender uma causa, é da natureza dele ou defender os seus clientes. 
Por isso que eu insisto que o ideal seria juiz de direito, de carreira, depois de subir todos os degraus da carreira, em todas as instâncias, brilhando, aí sim ficar disponível entre os 11 mais antigos e mais brilhantes do Superior Tribunal de Justiça, que tem 33. Pode ser que um dia esse sonho seja realizado. E com mandato de 10 anos é seria conveniente.
 
Conteúdo editado por: Jônatas Dias Lima

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 


quarta-feira, 26 de abril de 2023

Hipocrisia é defender a diversidade, mas não aceitar a diversidade de ideias - Alexandre Garcia

 Para punir a calúnia, a injúria e a difamação que houver nas redes sociais, já existe o Código Penal. E notícia falsa sempre existiu, séculos antes de aparecerem as redes sociais

 O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aderiu, aqui em Portugal, à campanha contra a liberdade de opinião nas redes sociais. Num painel chamado de “Futuro da Democracia na Era Digital”, do Fórum Internacional Brasil-Europa (Fibe), ele chegou a afirmar que “se há uma mãe de todas as reformas, eu diria que é a da responsabilidade das plataformas digitais”.

Assim como o ministro, muita gente se sente incomodada pelo megafone oferecido para cada cidadão expressar sua opinião. Quando começavam a ecoar os decibéis digitais emitidos pelo povo até então sem voz, Umberto Eco (O Nome da Rosa) escandalizou-se com a novidade e ironizou que ela dá voz “a uma legião de imbecis”, e lamentou que agora pode percorrer o mundo uma besteira que antes ficaria restrita à mesa de um bar. “Normalmente, eram imediatamente calados, mas, agora, têm o mesmo direito à palavra que um Prêmio Nobel”, disse Eco, em 2015.

Seriam as manifestações de um grande escritor e de um juiz supremo uma reação à tecnologia que deu voz e nome ao povo afônico e anônimo? Ampliar a voz de cada um não seria a ampliação do poder popular, vale dizer, um reforço na democracia? 
Não poderíamos pensar que os poderosos, que dominam o povo, temem perder poder para os que ganharam a voz digital e universal?
 
Ecoa Umberto o desejo dos que querem calar a voz do povo, no raciocínio elitista de que os senhores da palavra são gente da estirpe do ganhador do Nobel? 
Quem tem ouvidos feridos pela voz do povo e quer que bocas calem? Vamos fazer leis para que digam apenas o que permitimos que vibre em nossos sensíveis e preconceituosos tímpanos? 
A quem vamos dar o direito de falar no mundo digital e de quem vamos restringir esse direito?


Hipocrisia
Hipocrisia é defender a diversidade
, mas não aceitar a diversidade de idéias. Porque, no fundo, liberdade é uma questão de ideologia política: só admitimos liberdade plena de opinião para os que concordam conosco.

Foi aprovada, ontem, a urgência para votação, no Plenário da Câmara, do projeto que restringe a liberdade nas redes sociais e nelas interfere até financeiramente — será votado na próxima terça-feira. 
O relator é um deputado do Partido Comunista do Brasil, Orlando Silva (SP). [tarado em tapioca, desde que paga com cartão corporativo = dinheiro público.]
 Ora, todo mundo sabe que é da natureza do partido comunista a censura e o totalitarismo. Isso já contamina o projeto. E agride a Constituição, que nos artigos 5 e 220 garante a liberdade de opinião e de expressão em qualquer plataforma, e veda a censura de qualquer natureza.

Para punir a calúnia, a injúria e a difamação que houver nas redes sociais, já existe o Código Penal. E notícia falsa sempre existiu, séculos antes de aparecerem as redes sociais. E vemos todo tempo que mentira repetida vira verdade e que o que era apedrejado como falso pode ressuscitar como verdade — basta comparar as “verdades” da pandemia com os fatos que hoje testemunhamos.

Aliás, fomos muito censurados nas redes sociais naquela época de inquisição contemporânea. A mídia que sofre com a concorrência da comunicação social digital apoia essa inquisição. Agora, o projeto quer que as plataformas policiem os usuários e ficarão todos sob uma “entidade de supervisão”, que parece o Ministério da Verdade do profético 1984, de George Orwell.

 

Alexandre Garcia, colunista - Correio Braziliense


segunda-feira, 20 de março de 2023

A ratificação dos vícios - Alex Pipkin, PhD

        A que ponto de alerta - VERMELHO - se chegou em terras verde-amarelas.

O ex-presidiário, em suas costumeiras e burlescas bravatas, afirma que os jovens não podem ser presos por “roubarem um celular”, apenas um celular…

Outro quadrilheiro petista, André Sanchez, disse ontem que “roubar é um direito”. Você não compreendeu errado, esse cidadão afirmou exatamente isso!

Não se trata da externalização de ojeriza e de ódio por esses sujeitos, trata-se sim de um comportamento pensante e lógico sobre essas falas populistas, coletivistas e destruidoras.

Onde nós estamos, para onde vamos?

Qualquer indivíduo racional sabe que os incentivos importam.

O prêmio Nobel em economia, Gary Becker, faz tempo, já demonstrou que o comportamento criminoso é motivado e/ou inibido pelos incentivos.

Assim, antes de agir no crime, o bandido avalia os eventuais ganhos e os custos implicados em sua ação. Como por aqui não há leis, imperando a impunidade, aliado aos motivadores discursos palacianos, todo mundo sabe que o crime compensa! [não pode ser olvidado que o  atual ocupante da cadeira presidencial é um criminoso descondenado = ficando livre da obrigação de cumprir vários anos de cadeia =, porém não inocentado.]

Esse país, portanto, tende a ficar cada vez mais inseguro e criminoso. Simples assim.

Um presidente ex-presidário, e seus comparsas, induzindo ao crime. Escárnio.
O que se está operando com a mente das pessoas, em especial, dos moços, das moças e de assemelhados tupiniquins?

A mentalidade arrasa-quarteirão da turma petista, ao invés de realmente agir para melhorar a condição de vida dos mais necessitados, destila seus sentimentos reais de ódio, de inveja e de rancor por àqueles que empreendem, correm riscos, empregam, e geram maiores laços associativos e de solidariedade voluntários entre pessoas.

Essa mentalidade petista tacanha, invejosa, repleta de ódio e de rancor, enaltece as vicissitudes da pobreza, contrariamente às virtudes daqueles que se esforçam e que produzem para si e para os outros.

Como esse país pode dar certo, estimulando o ato de roubar e outros vícios do fracasso, ao invés das virtudes do sucesso?

Me tira o tubo! Não dá mais!

Já me tiraram todos, ou quem sabe, já roubaram todos os tubos existentes.

Alex Pipkin - PHD


quinta-feira, 14 de julho de 2022

Onde estão as provas da CPI da Covid? - Gazeta do Povo

Alexandre Garcia

Sri Lanka destruiu sua agricultura ao botar em prática as palavras bonitas da ONU

Como vocês sabem, lá no Sri Lanka o presidente teve de fugir para o exterior, porque o povo invadiu o palácio presidencial no sábado. Sabem qual foi a causa disso? Estou inspirado no Xico Graziano, num artigo que saiu também no Poder 360: o tal do produto orgânico. 
Ele prometeu na campanha eleitoral que não haveria mais importação de defensivos e fertilizantes químicos, e fez isso exatamente baseado num relatório da ONU.  
O pessoal da ONU fala e escreve essas coisas, é tudo muito bonito, já acompanhei de perto essas coisas lindas da notícia, da fama; pois ele aplicou.

Casal cultiva horta caseira no Sri Lanka: política agrícola do governo causou escassez de comida e revolta popular. -  Foto: Chamila Karunarathne/EFE/EPA


Em seis meses essa política já tinha arrasado a cultura do arroz em um país que era exportador. O preço interno subiu 50% e tiveram de importar arroz para comer porque a produtividade despencou 35%.  
Vocês acham muito? Pois a produtividade do chá caiu pela metade. A do coco, outro grande produto de lá, caiu 30%.
A do milho também caiu pela metade. Então, gente, quando aparecem essas novidades, essas coisas bonitinhas, tudo bem testar em pequenas propriedades, avulsas, meio raras e para quem pode pagar o preço, porque fica mais caro; em larga escala, no entanto, o Sri Lanka mostrou que fracassou. É bom a gente lembrar que Norman Borlaug ganhou um Prêmio Nobel por aumentar a produção de alimentos do mundo, aplicando fertilizantes e defensivos, principalmente.


Onde estão as provas da CPI da Covid?

Vou falar de novo da tal CPI do circo no Senado. A Polícia Federal recebeu aquele calhamaço de denúncias, mas não tinha prova nenhuma;  
então, está pedindo que o relator, o senador Renan Calheiros, mande as provas. Faz mais de meses que ela está pedindo e não vem nada. 
Então, a PF está apelando para o Supremo, já que foi o Supremo que mandou abrir essa CPI, que mande também enviar as provas para a polícia conseguir concluir os inquéritos e encaminhar tudo para a procuradoria com as devidas provas. Do contrário, não adianta nada: é só trabalho perdido da CPI, tempo perdido de quem acompanhou, da PF, vamos esperar que seja tudo encaminhado.
A propósito de CPI da Covid, eu vi aqui no Poder 360 que quem mais lucrou com a pandemia foi a Pfizer.  
O lucro líquido mais que dobrou, subiu 131%. 
A vacina rendeu US$ 13,2 bilhões; 
um tal de Paxlovit, US$ 1,5 bilhão de dólares. Bom negócio. 
Agora, diga-se a favor de todos os laboratórios que uma parte do preço do medicamento é destinada depois à pesquisa de novos avanços; tomara que a Pfizer aplique esse dinheiro em pesquisas de vacina, por exemplo.
 

[Lula = o rei da mentira = o Pinóquio de nove dedos]
O ex-presidente Lula andou passando por Brasília e deu uma entrevista para o Correio Braziliense. Depois de ter chamado Bolsonaro de mentiroso, ele afirmou que foi o político mais investigado do país e não acharam nada contra ele.
E ainda disse que a denúncia do petrolão foi recusada pela Justiça de Brasília

Pois é... Eu contei aqui as vezes em que Lula mencionou Bolsonaro: nove vezes. Alckmin ele mencionou duas vezes. Parece até que Bolsonaro é seu companheiro de chapa...

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

Lula assina carta a favor de Julian Assange e surpreende zero pessoas - Gazeta do Povo

J. R. Guzzo
 

Assange - Fundador do Wikileaks

Sempre se pode confiar em Lula, com 100% de certeza, para assumir o lado errado em qualquer questão que venha para o debate público. É tiro e queda. 
Se Lula fica contra, é coisa boa. Se fica a favor, é coisa ruim. Não tem erro: ele é assim por instinto, ou por um impulso vital que o leva a tomar automaticamente, entre todas as decisões disponíveis, sempre a pior possível.

Apoiadores de Julian Assange se reúnem em frente a tribunal de apelações em Londres, Reino Unido, 10 de dezembro| Foto: Andy Rain/EFE

Acaba de acontecer de novo, com o seu pedido, embarcado numa “carta” de “lideranças de esquerda”, em favor da libertação do hacker australiano Julian Assange – hacker ou usuário de crimes cometidos por hackers, o que acaba dando na mesma. Assange está no palco desde 2010, quando divulgou dados digitais roubados do governo americano no site Wikileaks; nesse período tornou-se um herói da esquerda mundial, e seus problemas com a Justiça internacional ganharam o selo de causa “democrática e popular”.

Campeãs do emprego: as atividades com mais vagas em 2021

Quem é Yang Wanming, tuiteiro, fotógrafo e midiático embaixador da China no Brasil

Não é só Lula, na verdade, que entrou no bonde de Assange. Ele está na companhia da esquerda “latino-americana” em geral – gente da estatura, por exemplo, de uma Dilma Rousseff, que também acaba de se descobrir defensora de Assange. O que poderia haver de pior que isso? Pouco, ou nada, mas Lula conseguiu dobrar a própria aposta nesta história – está no bloco dos que são a favor, vejam só, de dar um Prêmio Nobel ao hacker.

O mais extraordinário nesse caso é o argumento central dos que assinam a carta: a defesa do “direito humano à liberdade de expressão e de informação”. Como assim? Todos eles, com Lula na frente, são inimigos extremados da liberdade de expressão. Lula promete, inclusive, impor o “controle social dos meios de comunicação” se for eleito. Ou seja: quer uma imprensa que só publique aquilo que ele e a esquerda aprovarem.

É sensacional, também, que Lula e os companheiros exijam que Assange não seja extraditado para os Estados Unidos, onde terá de responder por seus crimes perante a Justiça – e, exatamente ao mesmo tempo, exijam a extradição do jornalista Allan dos Santos dos Estados Unidos para o Brasil. Allan é um exilado político: deixou o seu país para não ser preso no inquérito ilegal do STF contra “atos antidemocráticos”. Ele não “hackeou” nada, nem ninguém. Apenas fala mal do Supremo e se coloca a favor do presidente da República. 

Mas liberdade de expressão, para Lula e a turma da carta, é algo que só deve ser aplicado em favor de gente como Julian Assange. 
Para Allan dos Santos, eles querem cadeia.
 
 J R Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

quarta-feira, 22 de setembro de 2021

Sindicalismo judicial - Dois pesos e duas medidas - Por onde andam os juízes “garantistas” - J. R. Guzzo

Sindicalismo judicial

Magistrados entram com ações na Justiça, através de suas ‘associações profissionais’, exigindo dinheiro e outros benefícios do Erário – e eles mesmos, magistrados, julgam as causas que moveram

De todas as patologias que fazem da justiça brasileira como um todo, e durante a maior parte do tempo, uma máquina de produzir injustiças, poucas se comparam ao sindicalismo judicial. É criação relativamente recente; ganhou raízes e disparou a crescer depois da Constituição de 1988, valendo-se da vasta inundação de direitos que abençoou e enriqueceu nos últimos 30 anos, entre muitos outras, as castas superiores do judiciário brasileiro. Basicamente, funciona assim: os magistrados entram com ações na Justiça, através de suas “associações profissionais”, exigindo dinheiro e outros benefícios do Erário – e eles mesmos, magistrados, julgam as causas que moveram.

Não é preciso ser nenhum Prêmio Nobel para saber que essas causas acabam, sistematicamente, com a vitória dos juízes. Trata-se, pura e simplesmente, de julgamento em causa própria – uma aberração que não se comete em nenhum país bem-sucedido do mundo. Alguém já ouviu falar de juízes americanos, por exemplo, movendo uma ação judicial para cobrar aumentos de salário, “adicionais” por tempo de serviço, licenças-prêmio e outras maravilhas que a máquina estatal fabrica em benefício dos que ocupam os seus galhos mais altos? É claro que não. No Brasil, porém, isso é coisa do noticiário de todos os dias, como a previsão do tempo e a cotação do dólar.

O Estado de S. Paulo

Por onde andam os juízes “garantistas”

Ninguém sabe onde foram parar, a essa altura do campeonato, os “garantistas”. Lembram-se deles? Eram todas aquelas personalidades que se apresentavam como “especialistas” em Direito, mesmo sem nunca ter posto os pés numa vara de Justiça; 
que exigiam dia e noite a absolvição plenária e perpétua do ex-presidente Lula em seus processos criminais como ladrão.

Sua única ideia, ou crença, era sustentar que não importava se Lula tinha ou não tinha cometido os crimes de que foi acusado, ou se havia ou não havia provas contra ele. A única coisa que interessava era exigir o cumprimento em seus mais minúsculos detalhes das 10 milhões de leis em vigor no Brasil; se houvesse um fio de cabelo fora do lugar, um só, tinha de parar tudo.

Os direitos do réu, diziam eles, eram sacrossantos, e deviam estar acima de qualquer outra consideração no processo. A principal obrigação da Justiça, por esse entendimento do mundo, é garantir a defesa do réu; a mínima dúvida quanto a isso deveria causar a imediata anulação de toda e qualquer medida que estivesse sendo tomada em relação a ele.

“Garantir” o direito de defesa em seus extremos mais exóticos — eis aí o lema e o orgulho dos “garantistas”. É melhor, em sua opinião, deixar em liberdade o mais repulsivo dos criminosos um diretor de campo de concentração nazi, por exemplo, ou um assassino serial de bebês do que correr o risco de colocar na cadeia alguém que possa ter tido o menor dos seus direitos arranhado, seja ou não seja culpado.

É um perfeito disparate, mas é isso que os “garantistas” sustentam em sua doutrina — ou melhor, essa é a doutrina quando eles gostam do réu a ser “garantido”. Só nesses casos? Só nesses casos, exclusivamente neles. Quando o acusado não é do seu agrado político, todo esse mecanismo mental funciona na contramão: aí é melhor deixar preso qualquer suspeito de cometer “atos antidemocráticos” do que correr o risco de lhe dar um minuto a mais de liberdade para se defender.

O direito de defesa no Brasil do “campo progressista”, da OAB-PT e da “terceira via” não é para todos. Vale para Lula e para a militância mais radical da "Frente Ampla da Ladroagem Pública". Não vale para “comunicadores de direita”, para um deputado federal em pleno exercício do seu mandato, um presidente de partido político e, em geral, qualquer aliado do presidente da República. Esses que se danem. 
Quando o STF e os “tribunais superiores” se lançam contra eles, os “garantistas” somem do mapa.
VOZES - Gazeta do Povo
 

quarta-feira, 8 de setembro de 2021

As mulheres invisíveis do Afeganistão - Revista Oeste

Ana Paula Henkel

Onde estão as feministas para salvar as afegãs da barbárie? 

Há quase um ano, bem antes da eleição presidencial norte-americana de 2020, muitos caminhos já mostravam que uma possível vitória da chapa Joe Biden e Kamala Harris tinha potencial para ser um desastre em várias áreas da política americana. Mas ninguém esperava que, perto de Joe Biden, Jimmy Carter — um dos piores presidentes da história dos EUA — pareceria moderado.
Mulher afegã em Cabul | Foto: Shutterstock
Mulher afegã em Cabul | Foto: Shutterstock
 

A economia, que, mesmo durante a pandemia, dava fortes sinais de recuperação nos últimos meses da administração Trump, atualmente enfrenta grandes desafios. A impressora de dinheiro (e fábrica de inflação) anda ligada 24 horas por dia em Washington. Há uma crise migratória e humanitária sem precedentes na fronteira sul. Estima-se que 2 milhões de imigrantes ilegais possam entrar no país apenas neste ano. Com sete meses no Salão Oval, a já desastrosa administração Biden ainda nos ofereceu o espetáculo da despreparada retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão. Joe Biden deixou para trás não só mais de US$ 85 bilhões em equipamentos e veículos militares. Ele também desenhou um futuro sombrio para as mulheres afegãs.

Em reação aos atentados de 11 de setembro, os EUA e seus aliados invadiram o Afeganistão em 2001, para combater os terroristas da Al Qaeda. Com isso, criaram um clima de liberdade inédito no país. Desde então, uma geração de meninas cresceu seguindo o modelo das primeiras corajosas afegãs que estudavam, dirigiam, usavam maquiagem, praticavam esporte e eram livres para sonhar e trabalhar. Em 2016, a equipe nacional feminina de ciclismo foi até indicada ao Prêmio Nobel por um grupo de políticos italianos. As atletas afegãs começaram a competir no exterior e tinham esperança de participar da Olimpíada de Tóquio. Até que a terrível situação com a segurança em seu país interrompeu o sonho.

Apedrejadas até a morte
O Talibã vê os esportes femininos como um sacrilégio, e os membros de suas famílias como traidores. O que essas mulheres incríveis fizeram para quebrar inúmeras barreiras também acabou colocando um alvo em suas costas. Com a retirada das tropas americanas do país nessa semana, milhares de profissionais autônomas, professoras e até ex-atletas enfrentarão um futuro sombrio. Quem conseguiu fugir do país reporta que mulheres estão queimando material de trabalho, pesquisas, roupas, diplomas e equipamentos esportivos para esconder o fato de que uma vez sonharam com caminhos melhores.
Quando o Talibã esteve no poder pela última vez, entre 1996 e 2001, as mulheres no Afeganistão não tinham permissão para deixar suas casas, exceto sob condições estritamente definidas. Eram forçadas a se vestir com burcas que cobriam seus corpos da cabeça aos pés. 
Foram proibidas de votar, trabalhar ou receber qualquer educação após os 12 anos de idade. 
Elas não podiam transitar em público sem um tutor do sexo masculino. Não era raro testemunhar chicoteamentos e espancamentos de quem violasse essas leis
Escravidão sexual também fazia parte do regime do Talibã. Mulheres acusadas de adultério eram apedrejadas até a morte.

Depois da invasão dos Estados Unidos em 2001, as restrições ao sexo feminino diminuíram. Um forte movimento foi gerado e apoiado por grupos e doadores internacionais, o que levou à criação de novas proteções legais. Em 2009, a Lei para Eliminação da Violência Contra as Mulheres criminalizou o estupro, a agressão e o casamento forçado, além de tornar ilegal qualquer tentativa de impedir que mulheres ou meninas trabalhassem ou estudassem.

Desde o começo de agosto, à medida que o Talibã retomou o controle sobre seu novo emirado islâmico no Afeganistão, grande parte das mulheres desapareceu das vias públicas. Os extremistas as forçaram a deixar seus empregos e suas casas, encerrando 20 anos de progresso em direção à liberdade e à igualdade. Ativistas de direitos humanos dizem que ainda não têm certeza se o Ministério dos Assuntos da Mulher vai reabrir. Nesse ínterim, o apoio internacional a programas para mulheres foi suspenso. Fontes do setor não podem dizer quando ou se ele será retomado.

Sororidade hipócrita
O que sabemos até agora é que os talibãs não permitiram que as mulheres retornassem a seus empregos normais, nem no governo. Algumas apresentadoras de noticiários de televisão foram forçadas a vestir roupas que cobrem quase todo o corpo e obrigadas a abandonar seus postos. O editor sênior de uma estação de TV privada reportou que o Talibã o pressionou para remover mulheres de seus cargos e tirá-las do olhar do público.

Será que perdi a campanha de Oprah Winfrey para angariar fundos para o resgate dessas mulheres?

Axana Soltan, que dirige uma pequena organização sem fins lucrativos de apoio a mulheres afegãs nos Estados Unidos, disse que alguns de seus parentes passaram a acreditar que a morte é preferível à vida sob o bárbaro regime do Talibã: “As mulheres no Afeganistão se sentem abandonadas, sem esperança, incertas quanto ao futuro e traídas. Falei com várias primas, e elas disseram que não têm esperança quanto ao futuro das mulheres afegãs. Uma delas descreveu sua condição como ‘viver dentro de um buraco negro de desesperança’ “, disse Soltan.

Diante de mulheres e meninas que viverão como se tivessem voltado aos tempos medievais, fica a pergunta: 
- onde estão as feministas para dar voz a essas mulheres e condenar a bestialidade do Talibã? 
Onde estão as mulheres que queimavam sutiãs “contra o patriarcado”? Onde estão as atrizes famosas de Hollywood, que só depois de juntar milhões de dólares em suas contas levantaram a voz contra produtores poderosos e predadores sexuais? 
Onde está Hillary Clinton, a ex-primeira-dama americana que permanece casada com um predador sexual cujos rastros ajudou a esconder? 
Onde estão Madonna, Alexandria Ocasio-Cortez, Meryl Streep, Alyssa Milano? 
Lady Gaga, por onde andas que não apareceu até agora para compor uma canção sobre as mulheres do Afeganistão? 
Será que perdi a campanha de Oprah Winfrey para angariar fundos para o resgate dessas mulheres?

Há uma série na Netflix, uma joia perdida entre muito títulos, chamada She-Wolves: England’s Early Queens (“Lobas: as primeiras rainhas da Inglaterra”, 2012), criada e estrelada pela historiadora ph.D. de Cambridge e escritora Helen Castor. A série é uma viagem fascinante pela trajetória de algumas das mulheres mais extraordinárias da monarquia britânica, daquelas que realmente desafiaram o poder, as injustiças, as convenções e que fizeram história. Feminismo raiz, e não de butique, que prega apenas o ódio contra os homens “opressores” do Ocidente, justamente aqueles que ajudaram a construir os tempos mais livres da história da humanidade.

Logo no primeiro episódio somos apresentados à mais antiga das “lobas”, chamadas assim até por Shakespeare: Matilde de Flandres (1031-1083), primeira mulher a exercer o cargo de rainha britânica com autoridade e não apenas como esposa decorativa do rei. A série ainda relembra Leonor de Aquitânia (1122-1204), Isabel da França (1295-1358), Margarida de Anjou (1430-1482), Joana Grey (1536-1554), Maria I (1516-1558) e Elizabeth I (1533-1603). Cada capítulo nos transporta para uma história de mil anos que mostra mulheres que, para muitos deslumbrados e desavisados de hoje, aparentemente nunca existiram. Porque jamais aceitariam essa sororidade hipócrita de hoje ou qualquer pedágio ideológico para merecer proteção. O tíquete para a relevância nos livros de história não se compra nos guichês de partidos políticos nem nos despachantes engajados de parte da imprensa.

As lobas de Helen Castor e as mulheres que, na quietude de seus anonimatos, inspiram aquelas que lutam contra regimes bárbaros, essas, sim, estão a salvo de modismos passageiros e fúteis e das ideologias revolucionárias de auditório. Seus nomes serão lembrados muito tempo depois que a geração da indignação seletiva tiver desaparecido.

Leia também “O fiasco de Joe Biden”

Ana Paula Henkel, colunista - Revista Oeste


sábado, 19 de junho de 2021

A opressão latino-americana - Revista Oeste

Rodrigo Constantino

Eliminar o corporativismo, o mercantilismo, o privilégio, a transferência de riqueza por meio do Estado deve ser uma meta perseguida por todos os que defendem a liberdade

A América Latina é terreno fértil para demagogos, populistas autoritários, socialistas em geral. Em ambiente com miséria e ignorância, esses oportunistas se criam com mais facilidade, exploram suas vítimas mascarando seu projeto de poder com slogans bonitinhos de igualdade e “justiça social”. E o mais grave é que a história se repete com incrível frequência, como se o povo fosse incapaz de aprender com os próprios erros.

A bola da vez é o Peru, depois de a Argentina trazer de volta ao poder o Foro de SP, mirando no péssimo exemplo venezuelano. Um livro clássico nos meios liberais é O Manual do Perfeito Idiota Latino-americano, escrito por três autores, entre eles Álvaro Vargas Llosa, filho do Prêmio Nobel de Literatura Mario Vargas Llosa, que escreveu a apresentação do livro. Eles tiveram de retornar ao tema com A Volta do Idiota, perplexos com essa insistência nos mesmos erros.

Mario Vargas Llosa disputou a Presidência do Peru em 1990 e perdeu para Fujimori. Desta vez, o escritor liberal apoiou a filha do ex-presidente, para tentar impedir o destino trágico do socialismo. Mas o “professor esquerdista” Pedro Castillo assumiu a liderança numa contagem sob suspeita e por poucos votos a mais pode selar o destino do país rumo ao abismo. É uma sensação grande de impotência por parte de quem sabe o que está em jogo.

Álvaro é autor de outro livro instigante, Liberty for Latin America, em que define os cinco pilares da opressão. A ideia central talvez possa ser resumida por essa frase de Llewellyn Rockwell Jr.: “Devemos nossa liberdade não ao desejo do Estado de permitir que as pessoas e as instituições sejam livres, mas ao desejo das pessoas e das instituições de resistir”. Os oprimidos esperam tudo do Estado opressor! E aí começam os problemas.

Logo na introdução, Álvaro deixa claro que nada é mais crítico para o objetivo de libertar a América Latina dessa opressão que compreender por que as transformações políticas e econômicas das últimas décadas beneficiaram somente uma pequena elite. O autor levanta o debate entre instituições e culturas, alegando que uma necessita da outra. As regras de relacionamento entre indivíduos precisam mudar, mas os valores que determinam a conduta humana também. Esses valores não mudarão a menos que as pessoas vejam que os novos valores são relevantes por meio de incentivos e recompensas possíveis pela mudança institucional.

Se é verdade que a tradição ibérica pesa contra o desenvolvimento da região, também é verdade que a Espanha e Portugal, onde tal tradição se originou, conseguiram prosperar após mudanças institucionais. Claro que para um sucesso sustentável é preciso uma mudança cultural. Victor Hugo já dizia que “não há poder maior que o de uma ideia cuja hora é chegada”. Mas postergar a remoção das causas diretas de opressão até que os valores corretos sejam absorvidos pelo povo vai condenar a região à impotência e ceder espaço para aqueles que são tentados a usar esses instrumentos de opressão para impedir a mudança cultural.

Quais são, então, esses instrumentos de opressão estatal, causa principal do fracasso da região? É o que Vargas Llosa busca responder. Os cinco princípios de organização social, econômica e política que oprimem o indivíduo seriam, segundo o autor, o corporativismo, o mercantilismo, o privilégio, a transferência de riqueza e a lei política, aqui entendida como o positivismo, contrário ao império da lei. Vargas Llosa busca as origens desses instrumentos de opressão no passado da região.  Uma pessoa não era uma pessoa, mas sim parte de um mecanismo maior, e existia somente como fração dessa entidade coletiva. Os indivíduos trabalhavam não para si próprios, mas para a manutenção dessa entidade que exercia força sobre eles. Não trabalhavam para subsistir, mas subsistiam para trabalhar em prol do Estado e seus parasitas. Os exemplos fornecidos pelo autor incluem o estilo de vida dos astecas e incas, em que nobres desfrutavam de privilégios como roupas de algodão e joias, enquanto exploravam escravos.

A organização desses povos era altamente hierarquizada, e os nobres recebiam direitos sobre a terra e o trabalho, transferindo renda por meio de tributos. O rei ou imperador era visto como a própria encarnação divina, e exercia, portanto, autoridade absoluta. A lei era uma extensão do rei, não uma regra objetiva e isonômica. Os maias e astecas praticavam sacrifícios humanos, já que o líder tinha poder sobre a “verdade” e também sobre a vida de todos.

Quando Espanha e Portugal conquistaram várias regiões da América Latina, no século 16, estavam no auge de uma longa tradição corporativista. Como consequência do surgimento do Estado-nação e sua volúpia fiscal, os direitos de propriedade passaram a ser uma transação mercenária entre a autoridade central e grupos particulares. Quando os direitos seletivos de propriedade não eram suficientes, o Estado expropriava riqueza privada diretamente. Esse era o princípio do mercantilismo ibérico. As encomiendas, grandes pedaços de terras concedidos pelo Estado como recompensa militar e outros motivos, eram talvez o maior símbolo de privilégio. Esse símbolo refletia a ideia dominante de que a riqueza não tinha de ser produzida, mas sim tomada.

A estrutura era bastante centralizada, e Espanha e Portugal não objetivavam desenvolver suas colônias, mas obter o máximo de riqueza possível por meio da exploração delas. Chegou a ser ilegal produzir bens que poderiam ser fornecidos pela metrópole. A sociedade colonial rapidamente aprendeu que sua sobrevivência dependia dos esquemas do Estado mercantilista, porque a única atividade rentável era negociar por meio do governo, não no mercado. Quando os movimentos de independência ganharam força na região, já existia uma cultura de que a lei não tinha nenhuma raiz real, sendo algo arbitrário que depende da vontade de uns poucos poderosos. Todo novo governante apontou ou removeu juízes de acordo com seus desejos, reescreveu a Constituição, refez ou estendeu os códigos existentes etc.

Até quando seremos vítimas de opressores mascarados de salvadores igualitários?

Nesse ambiente, o avanço na sociedade era possível somente pela influência no processo político que dominava a lei. Era no teatro da política, não do mercado, que a competição ocorria. A energia estava focada não em produzir riqueza, mas em direcionar a lei para a vantagem pessoal. Com essa mentalidade e com as suas correspondentes instituições estabelecidas, prosperar como nação era praticamente impossível. Infelizmente, não foi tanto assim o que mudou desde então. Muitos ainda encaram o Estado como um semideus, defendem medidas mercantilistas ultrapassadas, pedem mais interferência estatal na economia, ignoram a necessidade de um império de leis igualmente válidas para todos, focam suas energias na organização em grupos para extrair o máximo de privilégio possível do governo. Alterar esse quadro lamentável exige mudança cultural e institucional. A mudança no campo das ideias será lenta e gradual, como não pode deixar de ser. Combater as instituições opressoras passa a ser uma necessidade imediata. Eliminar o corporativismo, o mercantilismo, o privilégio, a transferência de riqueza por meio do Estado e a lei política arbitrária deve ser então uma meta perseguida por todos os que defendem a liberdade.

O que assusta são os constantes retrocessos na região. É como se o fantasma de Montezuma ou o de Atahualpa ainda pairassem sobre nós, ou então o espectro cubano, cujo regime opressor calcado nessas falácias persiste há mais de meio século. 
Até quando seremos vítimas de opressores mascarados de salvadores igualitários? 
Até quando os latino-americanos vão cair na ladainha da esquerda?[até o dia em que a maldita esquerda seja extinta.]

Leia também “Os “democratas” totalitários”

Rodrigo Constantino, colunista - Revista Oeste

 

domingo, 19 de julho de 2020

Estado de choque - Nas entrelinhas

Correio Braziliense


“Guedes propõe solução simples para um problema complexo: mais um imposto. Como sabe que é isso, pode ser para criar um cavalo de batalha, justificar seu fracasso e deixar o cargo”

A ideologia de livre mercado do vienense Friedrich August Von Hayek, paradigma da política liberal conservadora do pós-guerra, foi historicamente associada às doutrinas de choque. Embora originárias das décadas de 1920/1930, suas ideias somente ganhariam força após a II Guerra Mundial. Esse caráter de “choque” foi resultado do envolvimento de Hayke com regime ditatoriais da América Latina, entre os quais a ditadura sanguinária do general Augusto Pinochet, no Chile. A doutrina de choque funciona como uma chantagem, porque as pessoas são persuadidas de que a única opção é aceitar o “mal menor” diante das crises, o que se traduz em soluções selvagens para a desregulamentação da economia e alienação patrimonial, assim como a naturalização do desemprego em massa e da chamada “destruição criativa”.

[Presidente Bolsonaro, Guedes já fracassou - além de ser indeciso é azarado = a pandemia acabou com alguma chance dele acertar.
Agora, fracassado quer levar ao fracasso a sua necessária, para o Brasil e milhões de brasileiros, reeleição.]

Obviamente, Hayke foi um crítico das teorias de John Maynard Keynes, o que dificultou muito sua vida no imediato pós-guerra, por causa do sucesso das políticas keynesianas nos Estados Unidos, depois da Grande Depressão de 1929, e na reconstrução da Europa Ocidental, com o Plano Marshall, no imediato pós-guerra. Entretanto, Hayke ganhou o prêmio Nobel de 1970 e conquistou corações e mentes dos dois principais líderes ocidentais da década seguinte, Ronald Reagan, presidente republicano dos Estados Unidos, e Margareth Thatcher, primeira-ministra conservadora do Reino Unido. Com isso, sua figura controversa deixou de ser associada aos ditadores latino-americanos e passou ser identificada com a bem-sucedida política “neoliberal” desses dois líderes.

Com o colapso da antiga União Soviética e do comunismo no Leste Europeu, o mundo ingressou num período de aparente unipolaridade, até a Rússia de Putin se reerguer como potência energética, a aliança franco-alemã se consolidar na Europa e a China, emergir como novo player da economia mundial, cujo eixo comercial se deslocou do Atlântico para o Pacífico. Simultaneamente, um filósofo norte-americano, John Rawls, que cresceu em Baltimore e havia servido no Pacífico — Nova Guiné, Filipinas e Japão —, durante a II Guerra Mundial, começou a ser muito discutido nos Estados Unidos, por causa de suas teses sobre a justiça, o direito dos povos e a equidade. Formado em Princeton, no começo dos anos 1950, estudou na Universidade de Oxford, no Reino Unido, onde conviveu com outro gigante do liberalismo, Isaiah Berlin.


Equidade
Justiça, equidade e desigualdades eram as principais preocupações de Rawls, que questionava a forma como os princípios de justiça se baseavam. Ele estava preocupado com a relação entre a política e as desigualdades, que ultrapassa os julgamentos morais individuais. Por essa razão, estabeleceu uma correlação entre os princípios da justiça e a forma como os sistemas educacional, sanitário, tributário e eleitoral funcionam. Crítico da guerra do Vietnã e simpático aos movimentos de direitos civis das minorias, concluiu que todos têm as mesmas demandas para as liberdades básicas e que as desigualdades sociais e econômicas deveriam ter um limite razoável, que fossem associados a cargos e posições acessíveis a qualquer um, de forma a que todos pudessem sobreviver com dignidade. Nesse aspecto, o Estado deveria ser garantidor da justiça com equidade. Suas palestras sobre o tema foram reunidas num livro por ele revisado em 2001: Justiça como equidade: uma reformulação (Martins Fontes), muito adotado nas escolas de direito no Brasil. Sua Teoria da Justiça era o livro de cabeceira do presidente Bill Clinton, do Partido Democrata.


O ministro da Economia, Paulo Guedes, é um discípulo da Escola de Chicago, liderada por Milton Friedman, outro prêmio Nobel de Economia, de quem foi aluno e apadrinhado na ida para a equipe econômica do general Pinochet. A essência do seu pensamento se baseia na formação de preços, livre mercado e expectativas racionais dos agentes econômicos. Há um ano, o ministro anuncia uma reforma tributária, sem apresentá-la, enquanto o Congresso discute dois projetos, um no Senado, de autoria do ex-deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), e outro na Câmara, do deputado Baleia Rossi (MDB-SP), com base em estudos do economista Bernard Appy.

Como já vimos, é preciso compatibilizar nosso liberalismo com a justiça social. O que a pandemia escancarou foi o sucateamento da saúde e da educação e a brutal violência e iniquidade social nas favelas, periferias e grotões do país. Entretanto, agora, Guedes anuncia uma proposta de reforma tributária cujo eixo é a criação de imposto com tributação automática de operações digitais, para arrecadar mais de R$ 100 bilhões. Na prática, é uma exumação da antiga CPMF, que foi criada originalmente para viabilizar recursos para a Saúde.

O problema de Guedes é o crescimento da dívida pública por causa da pandemia, que deve elevar o deficit fiscal de R$ 134 bilhões para, aproximadamente, R$ 700 bilhões, o que inviabiliza as políticas de transferência de renda e pode provocar o colapso financeiro do governo federal, se não houver uma reforma administrativa e nova reforma previdenciária no próximo ano. Guedes propõe uma solução simples para um problema complexo: mais um imposto. Política de choque. Como sabe que é isso mesmo, pode ser, também, para criar um cavalo de batalha, justificar seu fracasso e deixar o cargo.

Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo,jornalista - Correio Braziliense