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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Moody's rebaixa Brasil, que perde último 'selo de bom pagador'

Agências de classificação de risco Fitch e S&P já haviam retirado grau de investimento

 Quais são as notas das agências - Editoria de Arte / S&P, Moody's e Fitch
 
A agência de classificação de risco Moody’s rebaixou nesta quarta-feira a nota de crédito do Brasil e retirou o grau de investimento do país, que perdeu o último "selo de bom pagador". De uma só vez, a nota do país foi reduzida em dois degraus, passando de “Baa3” último nível de grau de investimento — para “Ba2”. Com a decisão, o Brasil não conta mais com o aval de "bom pagador" de nenhuma das três principais agências de rating do mundo, já que Fitch e Standard & Poor's já haviam tomado tal decisão no ano passado. A perspectiva da nota brasileira passou para negativa, indicando que pode haver novos cortes devido ao ambiente econômico e político desfavorável do país.

A decisão da Moody's foi baseada na deterioração adicional dos indicadores de dívida do Brasil em um ambiente de baixo crescimento, com a dívida provavelmente excedendo 80% do Produto Interno Bruto (PIB) nos próximos três anos, e na “desafiadora dinâmica política, que continua dificultando os esforços de consolidação fiscal das autoridades e adiando reformas estruturais”.

A Moody's havia colocado a nota do Brasil em revisão para rebaixamento no início de dezembro, alegando piora da trajetória fiscal e econômica e risco de paralisia política.
"Os acontecimentos macroeconômico e fiscal nos próximos anos devem produzir um perfil de crédito significativamente mais fraco. A dinâmica do crescimento vai permanecer fraca nos próximos anos aumentando a pressão sobre a política fiscal", disse a Moody's em comunicado.

O Ministério da Fazenda reagiu ao rebaixamento do Brasil pela agência de classificação de risco Moody’s por meio de uma nota em que afirma que está adotando medidas estruturais para reverter as incertezas do mercado em relação à trajetória da dívida pública e retomar a confiança dos agentes econômicos. Entre as ações, a Fazenda cita as propostas de reforma da Previdência, que será encaminhada ao Congresso até abril, e de fixação de um teto para os gastos públicos.


S&P e Fitch retiraram o grau de investimento do Brasil em 2015, sendo que a S&P voltou a cortar o rating brasileiro na quarta-feira passada, afastando o país ainda mais de seu "selo de bom pagador". Com o corte do último dia 17, a nota de crédito da dívida do país passou de “BB+” para “BB”, com perspectiva negativa. O novo patamar, dois abaixo do grau de investimento, enquadrou o Brasil na mesma situação de países como Bolívia, Paraguai e Guatemala.

Segundo a Moody’s, a perspectiva negativa reflete a visão de que estão crescendo os riscos de uma recuperação ainda mais lenta, ou de que ocorram choques adicionais. Com isso, há incertezas sobre a magnitude da deterioração do perfil de dívida do Brasil.

'CRESCIMENTO ANÊMICO'
A agência considera também que o progresso na consolidação fiscal será lento e que o crescimento econômico será anêmico nos próximos dois a três anos. O nível "Ba2", afirma a Moody's, incorpora a premissa de que o perfil de crédito se deteriorará nesse período.
"Já a a perspectiva negativa reflete a incerteza relacionada à interação entre política, economia e dinâmica financeira no Brasil e, em consequência, o potencial para materialização de choques adicionais, o que exerceria mais pressão negativa sobre o perfil de crédito soberano", afirma a Moody's.

A Moody's também alerta que um novo corte pode ocorrer se a agência concluir que a deterioração nos indicadores fiscais e de dívida ultrapassarão seu cenário-base e que as autoridades brasileiras não serão capazes de alcançar a consolidação fiscal e encaminhar os desequilíbrios fiscais que impedem a reversão do aumento da dívida pública.

A agência considera que uma elevação da nota brasileira é "bastante improvável" no curto prazo devido à perspectiva negativa e à esperada deterioração nos indicadores de dívida. No entanto, reconhece que pressões positivas sobre o rating podem surgir se as autoridades forem capazes de ordenar os desequilíbrios estruturais que levaram a uma persistente deterioração fiscal e ao aumento da dívida soberana.


"Tal resultado provavelmente seria associado à aprovação de reformas estruturais para reduzir a rigidez orçamentária, indexação de receitas e crescimento obrigatório em várias categorias de despesas apesar do fraco desempenho da receita", explica a agência.
A Moody' diz ainda que a uma maior clareza sobre a possibilidade e a magnitude de passivos migrarem para o balanço patrimonial do país, mais provavelmente vindos da Petrobras, também poderia levá-la a estabilizar a perspectiva da nota do país.

OPOSIÇÃO CRITICA GOVERNO
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), cobrou e culpou o governo pela demora do envio de propostas de reformas que o Congresso tem que apreciar o mais rápido possível para que o país saia da inércia em que se encontra. A oposição também diz que o rebaixamento é prova de que os agentes econômicos não confiam no pacote fiscal levado pelo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, à reunião do G-20.

Fonte: O Globo


quarta-feira, 9 de setembro de 2015

S&P corta nota de crédito do Brasil e país perde grau de investimento

Agência cita proposta orçamentária como motivo para rebaixamento

A agência de classificação de risco Standard & Poor’s cortou, na noite desta quarta-feira, a nota de crédito do Brasil, de BBB- para BB+, com perspectiva negativa. Com isso, o Brasil deixa de ter, por esta agência, o chamado grau de investimento, espécie de selo de bom pagador conferido ao país. Nas outras duas agências, a Moody’s e a Fitch, o país mantém esse aval.

Um dos fatores citados pela agência para o rebaixamento foi a proposta orçamentária para 2016. Segundo a Standard & Poor's, “os desafios políticos que o Brasil enfrenta continuaram a aumentar, pesando sobre a capacidade e a disposição do governo de apresentar um Orçamento 2016 para o Congresso coerente com a significativa correção política sinalizada durante a primeira parte do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff”.

A agência destacou que a proposta do Planalto prevê uma outra alteração na meta fiscal primária menos de seis semanas após uma revisão, o que significaria três anos consecutivos de déficit primário e da dívida líquida geral continuando a aumentar se medidas não forem tomadas medidas em relação às despesas e receitas. A S&P destacou que o orçamento proposto é baseado em um déficit primário de 0,3% do PIB, em vez da meta de superávit anteriormente revista para 0,7% em julho.


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Em agosto, o governo previu um déficit fiscal em 2016 de R$ 30,5 bilhões, ou cerca de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB). No orçamento de 2016, a receita líquida da União esperada é R$ 1,180 trilhão, a despesa total prevista é de R$ 1,210 trilhão. A previsão é que as despesas do governo subam de R$ 1,105 trilhão este ano para R$ 1,210 trilhão no próximo. Isso significa um aumento de R$ 104,8 bilhões nos gastos.
 O cenário econômico avaliado pela agência ainda deixa o país em risco de ser rebaixado novamente nos próximos meses. Há uma possibilidade de um em três “de um rebaixamento adicional devido a uma maior deterioração da posição fiscal do Brasil, potenciais mudanças políticas fundamentais dado à dinâmica política fluida, incluindo uma nova falta de coesão dentro do Gabinete da presidente, ou devido à maior crise econômica do que nós esperamos atualmente”.

A agência afirma ainda acreditar que “o perfil de crédito do Brasil enfraqueceu-se ainda mais desde 28 de julho”, data em que a perspectiva do país foi revisada para negativa. Segundo o comunicado, na ocasião a agência sinalizou os riscos para a execução de mudanças políticas corretivas já em curso, principalmente decorrente da dinâmica no Congresso em associação a efeitos colaterais das investigações de corrupção na Petrobras. “Percebemos agora menos convicção dentro do Gabinete da presidente sobre a política fiscal”, disse a agência.

A agência disse ainda esperar uma contração do PIB real mais profunda e longa.
“Nossas projeções estimam uma contração de cerca de 2,5% este ano, seguido de outra contração de 0,5% em 2016, antes de retornar a um crescimento modesto em 2017”, afirmou o relatório.

As notas das agências de classificação de risco são utilizadas por investidores na hora de comprar o papel de um governo ou empresa. Notas piores significam maiores riscos, e o custo dessas emissões fica mais alto. São os próprios emissores (empresas e governos) que pagam as agências para obterem essa avaliação.


A S&P PERDEU A PACIÊNCIA COM O BRASIL
O economista-chefe do BES Investimentos, Jankiel Santos, afirmou que a decisão da S&P surpreende não pelo rebaixamento da nota, mas pelo fato de ter sido feita pouco mais de um mês após a última revisão - no dia 29 de julho, a agência mudou a perspectiva do Brasil de estável para negativa. — A decisão foi surpreendente porque na alteração da perspectiva (outlook), a S&P deu declarações de tranquilidade em relação ao Brasil. Aparentemente a agência perdeu a paciência com o Brasil — disse.

Na avaliação do economista, o fato do Brasil ter apresentado uma proposta de orçamento para 2016 com previsão de déficit fiscal (receitas em nível inferior às despesas) contribuiu para essa antecipação. Para a S&P, o Brasil terá déficit fiscal por três anos.
A consequência de curto prazo deve ser o aumento da volatilidade, com uma maior pressão sobre o câmbio. Caso o Brasil deixe de ser grau de investimento em mais alguma grande agência, alguns fundos estrangeiros não podem mais deixar o dinheiro aplicado aqui.
Benito Berber, estrategista para a América Latina do Nomura Securities, em Nova York, acredita que a decisão da S&P fará com que os mercados tenha uma reação bastante negativa nesta quinta-feira e, a depender do nível de pressão sobre o câmbio, espera que o Banco Central (BC) volte a intervir de forma mais agressiva para conter a escalada do dólar.
— Obviamente os mercados vão reagir de uma forma muito ruim, com muita pressão sobre a moeda. O Banco Central pode ter que fazer mais ofertas de "swap cambial", leilões de dólar ou outros tipos de intervenção. Vai ser um dia muito difícil para os mercados no Brasil — avaliou.

Na avaliação de Benito, o rebaixamento do Brasil pela S&P foi precipitado, uma vez que ocorreu em um momento em que o governo ainda está discutindo as medidas fiscais. No entanto, acredita que foi uma mensagem ao governo e ao Congresso Nacional, de que é preciso fazer essas alterações. — É uma questão de política fiscal e credibilidade, então os políticos precisam mostrar um determinado comportamento e melhorar a política fiscal. Mas para mim parece que a decisão da S&P foi um pouco prematura. Não acredito que Fitch e Moody's terão a mesma reação. Quando as coisas estiverem mais claras devem se mover na mesma direção, mas não tão rápido — disse.

Para o ex-presidente da Associação Brasileira dos Analistas de Mercado de Capitais (Apmec) Francisco Petros, o rebaixamento do Brasil pela S&P foi uma medida previsível, mas não esperada para agora. Segundo ele, o que pode ter ocasionado o rabaixamento é o caminho adotado pela equipe econômica que é pouco claro, com políticas fiscais incoerentes, que não pregam o corte de despesas e concede benefícios fiscais a alguns setores.  — É um verdadeiro desastre. Três quartos dos recursos do mercado internacional são destinados aos países com grau de investimento. O Brasil vai perder muitos recursos. Mas a agência fez uma avaliação correta.

GRAU DE INVESTIMENTO FOI CONQUISTADO EM 2008
A maior economia da América Latina está agora no mesmo nível de classificação de Rússia, Hungria e Indonésia, de acordo com a escala de classificação da S&P.


No dia 30 de abril de 2008 o Brasil recebeu o grau de investimento justamente da agência Standard & Poor's, que elevou de BB+ (nível especulativo, com risco de inadimplência) para BBB- a avaliação de crédito dos papéis do governo em moeda estrangeira.

Em um clima bem diferente do visto após o anúncio do rebaixamento nesta quarta-feira, projetava-se que o PIB daquele ano poderia ser até 1,5 ponto percentual maior em função da mudança.À época, a decisão da S&P fez com que empresários passassem a esperar que o Banco Central reduzisse as taxas de juros praticadas.

Na agência Moody's, a nota do Brasil hoje é Baa3 (estável), a um degrau de perder o grau de investimento, e na Fitch, BBB (negativo), a dois passos da zona de maus pagadores.