Agências de classificação de risco Fitch e S&P já haviam retirado grau de investimento
Quais são as notas das agências - Editoria de Arte / S&P, Moody's e Fitch
A agência de classificação de risco Moody’s rebaixou nesta quarta-feira a
nota de crédito do Brasil e retirou o grau de investimento do país, que
perdeu o último "selo de bom pagador". De uma só vez, a nota do país
foi reduzida em dois degraus, passando de “Baa3” — último nível de grau
de investimento — para “Ba2”. Com a decisão, o Brasil não conta mais com
o aval de "bom pagador" de nenhuma das três principais agências de rating do mundo, já que Fitch e Standard & Poor's
já haviam tomado tal decisão no ano passado. A perspectiva da nota
brasileira passou para negativa, indicando que pode haver novos cortes
devido ao ambiente econômico e político desfavorável do país.
A decisão da Moody's foi baseada na deterioração adicional dos
indicadores de dívida do Brasil em um ambiente de baixo crescimento, com
a dívida provavelmente excedendo 80% do Produto Interno Bruto (PIB) nos
próximos três anos, e na “desafiadora dinâmica política, que continua
dificultando os esforços de consolidação fiscal das autoridades e
adiando reformas estruturais”.
"Os acontecimentos macroeconômico e fiscal nos próximos anos devem produzir um perfil de crédito significativamente mais fraco. A dinâmica do crescimento vai permanecer fraca nos próximos anos aumentando a pressão sobre a política fiscal", disse a Moody's em comunicado.
A Moody's também alerta que um novo corte pode ocorrer se a agência concluir que a deterioração nos indicadores fiscais e de dívida ultrapassarão seu cenário-base e que as autoridades brasileiras não serão capazes de alcançar a consolidação fiscal e encaminhar os desequilíbrios fiscais que impedem a reversão do aumento da dívida pública.
A agência considera que uma elevação da nota brasileira é "bastante improvável" no curto prazo devido à perspectiva negativa e à esperada deterioração nos indicadores de dívida. No entanto, reconhece que pressões positivas sobre o rating podem surgir se as autoridades forem capazes de ordenar os desequilíbrios estruturais que levaram a uma persistente deterioração fiscal e ao aumento da dívida soberana.
A Moody' diz ainda que a uma maior clareza sobre a possibilidade e a magnitude de passivos migrarem para o balanço patrimonial do país, mais provavelmente vindos da Petrobras, também poderia levá-la a estabilizar a perspectiva da nota do país.
OPOSIÇÃO CRITICA GOVERNO
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), cobrou e culpou o governo pela demora do envio de propostas de reformas que o Congresso tem que apreciar o mais rápido possível para que o país saia da inércia em que se encontra. A oposição também diz que o rebaixamento é prova de que os agentes econômicos não confiam no pacote fiscal levado pelo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, à reunião do G-20.
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