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sábado, 9 de junho de 2018

Remédios apreendidos na Papuda poderiam levar à morte de Geddel, diz laudo

Em abril, centenas de comprimidos foram encontrados na cela do ex-ministro, que se recusou a passar por uma perícia de urgência 

Os remédios apreendidos com o ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB) na cela em que ele está preso no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, poderiam causar a morte do emedebista se ingeridos de uma só vez. A conclusão é de laudo do Instituto Médico Legal (IML) enviado à Justiça do Distrito Federal.  A juíza da Vara de Execuções Penais, Leila Cury, reproduziu trecho do documento em despacho publicado na terça-feira, 5, após solicitar uma apuração sobre centenas de medicamentos encontrados na cela do ex-ministro, sem que ele tivesse receita médica.

Geddel está preso desde que a Polícia Federal encontrou em um apartamento em Salvador caixas e malas de dinheiro vivo, somando 51 milhões de reais. A fortuna é atribuída a Geddel Vieira Lima e a seu irmão, o deputado federal Lúcio Vieira Lima.  “O ilustre perito signatário do laudo e seu aditamento afirmou que ‘se todas essas substâncias forem ingeridas em sua totalidade (todos os comprimidos encontrados de todas as substâncias), poderia causar a morte do periciando'”, cita a juíza.  Os peritos informam que “alguns medicamentos possuem o mesmo princípio ativo, e, por isso, podem ser potencialmente perigosos se tomados em conjunto, a depender da posologia de cada um”.

Outros transtornos potenciais levantados pelo laudo do IML são “hepatite tóxica medicamentosa, insuficiência hepática, insuficiência renal aguda, arritmia ventricular cardíaca (com potencial evolução para assistolia), síndrome de Stevens Johnson, síndrome convulsiva), hipersonia medicamentosa e insuficiência respiratória, entre outros”.
Em abril, centenas de comprimidos foram encontrados em posse de Geddel na Papuda. Ele se recusou a passar por um exame pericial de emergência, após ter sido visto com comportamento alterado por funcionários do setor de saúde do presídio. Os agentes penitenciários apreenderam centenas de comprimidos dos medicamentos antidepressivos, contra insônia, tranquilizantes, analgésicos e para tratamento gástrico, além de uma pomada.
A defesa de Geddel disse que os remédios foram repassados a ele pela equipe médica do Centro de Detenção Provisória (CDP) e que não procede que ele não possuísse autorização. “Os medicamentos são preceitos e dados pela penitenciária”, afirmou o advogado Gamil Foppel.

Controle de remédios
Na terça-feira, 5, a juíza Leila Cury determinou que a direção do CDP controle o acúmulo excessivo de remédios prescritos a Geddel Vieira Lima, que está preso provisoriamente. Ela também afirma que o político pode ter necessidade de acompanhamento de psiquiatras. “Embora Geddel não tenha sido submetido a exame psiquiátrico e, em razão disso, não tenha havido qualquer conclusão psicopatológica, resta inegável que a apreensão de diversos medicamentos e em quantidades que extrapolavam as respectivas ingestões diárias, requer cuidados, sobretudo quando uma das possibilidades resultantes de eventual de ingestão concomitante seria a morte”, anotou a magistrada.

Ela ainda comunicou ao Ministério Público e à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) sobre a conduta de um estagiário do escritório que atua na defesa do ex-ministro. Ele é apontado como responsável por orientar expressamente Geddel a não se submeter ao exame pericial e psicopatológico de emergência, quando o flagrante ocorreu, em abril. A juíza diz que ele agiu como alguém que “tenta impedir procedimento médico que visa salvar vidas, por motivos religiosos”.

Veja
 

terça-feira, 16 de maio de 2017

Anti-inflamatórios podem aumentar risco de ataque cardíaco em até 58%

Pesquisa mostra que probabilidade de problemas no coração aparece já após uma semana de uso

O uso de analgésicos conhecidos como anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), como o ibuprofeno, pode aumentar o risco de ataques cardíacos entre 24% e 58% — principalmente no primeiro mês de uso contínuo, segundo uma pesquisa divulgada ontem no periódico “British Medical Journal”. 
 
A equipe de pesquisadores liderada pela epidemiologista Michèle Bally, do Hospital da Universidade de Montreal, no Canadá, revisou estudos realizados com 446.763 pessoas com idade entre 40 e 79 anos em países como Canadá, Finlândia e Reino Unido. Deste grupo, 61.460 indivíduos tiveram ataques cardíacos, tendo sido observados apenas pacientes que receberam prescrição médica, e não aqueles que adquiriram o remédio por conta própria. Os cientistas destacam que outras causas, além do uso de medicamento, podem estar envolvidas nas doenças cardiovasculares.

Pesquisas anteriores já tinham relacionado o consumo de analgésicos a problemas ou sobrecarga no coração, mas este novo estudo mede o risco das doses e o tempo de tratamento, além de classificar os efeitos de cada remédio.

PERIGO MAIOR COM DOSES ALTAS
“Considerando que o risco de infarto agudo do miocárdio é identificado já na primeira semana de uso e parece maior no primeiro mês de tratamento com doses mais elevadas, os prescritores devem considerar a ponderação dos riscos e benefícios dos anti-inflamatórios antes de instituírem o tratamento”, afirmaram os pesquisadores no estudo.

Michèle revela que o aumento absoluto dos riscos é muito pequeno, já que, na maioria das pessoas, as chances de um ataque cardíaco também são ínfimas. Ainda assim, a epidemiologista ressalta que os pacientes devem ser informados sobre detalhes de seus tratamentos: — Quero que as pessoas conversem com seus médicos — diz a pesquisadora. — A maioria dos pacientes não está ciente de seu risco cardiovascular, então é preciso saber se é bom continuar com os AINEs ou se deve considerar outros tratamentos. 

De acordo com o estudo, há mais de 90% de chances de que todos os anti-inflamatórios não esteroides estejam relacionados ao risco de ataque cardíaco. E a probabilidade de problemas cardiovasculares aumenta de acordo com o remédio. O que apresentou menor risco foi o celecoxibe (no Brasil comercializado como Celebra), com 24% de probabilidade de problemas cardiovasculares. Em seguida, aparecem o ibuprofeno (Advil e Motrin), com 48% de risco; o diclofenaco (Voltaren), com 50%; e o naproxeno (Flanax), com 53%. A maior taxa de risco, de 58%, foi verificada no rofecoxib (Vioxx), que foi retirado do mercado em 2014.


Diretor científico do Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia, José Francisco Kerr Saraiva destaca que os maiores consumidores de anti-inflamatórios, em geral, já têm outros problemas de saúde. Estes medicamentos são mais procurados por pessoas com idade avançada, que sofrem mais de doenças como artrite, bursite e dor na coluna. E os idosos são o grupo com mais casos de hipertensão e doença renal. Portanto, o risco não pode ser ignorado — ressalta. — Existe uma regulamentação sobre o uso de anti-inflamatórios, mas as regras não são colocadas em prática. As autoridades sanitárias precisam ser rigorosas e impor algum tipo de controle.

Saraiva revela que é comum ver consumidores de anti-inflamatórios chegarem à emergência de hospitais com pressão alta.  Antes de recorrer aos medicamentos, as pessoas devem ter mais informações sobre as condições de seus rins e do sistema circulatório — recomenda. — Às vezes o paciente tem um problema cardiovascular e nem sabe.

Pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz e membro da Câmara Técnica de Medicamentos, órgão consultivo vinculado à Anvisa, Francisco Paumgartten concorda que a grande preocupação é o fato de que algumas dessas drogas têm venda livre, como o ibuprofeno. O paciente não precisa nem se dirigir ao farmacêutico, o ibuprofeno fica exposto, há liberdade total — critica. — Além disso, é permitida a propaganda de medicamentos de venda livre na televisão, e essa publicidade estimula o consumo.

Paumgartten avalia que, com as evidências disponíveis sobre os riscos do medicamento, a Anvisa já deveria ter tomado alguma atitude para restringir o acesso:


A Anvisa já poderia ter excluído esse medicamento da lista de drogas de venda livre. É um risco alto para fazer um uso banal do remédio, e muitas pessoas os consomem desnecessariamente. No caso de um paciente com doença inflamatória grave, que sinta uma dor insuportável, o benefício pode ser maior que o risco. E o profissional capaz de colocar os prós e contras na balança é o médico.

O levantamento publicado ontem foi visto com ressalvas por parte da comunidade médica. Diretora do Real Colégio Britânico de Clínica Geral, Helen Stokes-Lampard pondera que é perigoso rejeitar imediatamente os analgésicos.  — Estas drogas podem ser eficazes no fornecimento de alívio da dor a curto prazo para alguns pacientes — sublinha. — É importante que qualquer decisão de prescrever seja baseada nas características individuais do paciente, e que os resultados sejam revistos regularmente.

Fonte: Saúde - O Globo