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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

Por que o sexo pode causar morte súbita em homens e mulheres jovens - O Globo

Estudo sugere que em pessoas com menos de 50 anos, as principais causas de óbito durante a atividade sexual são a síndrome da morte súbita arrítmica ou as cardiomiopatias
 
Uma vida sexual ativa está associada a um estilo de vida saudável. Em geral, o sexo tem muitos benefícios físicos e psicológicos, incluindo redução da pressão alta, melhorar o sistema imunológico e ajudar a dormir melhor. O ato libera oxitocina, substância conhecida como hormônio do amor, que é importante na construção da confiança e do vínculo entre as pessoas. Mas há um lado sombrio: é possível morrer durante ou logo após o sexo, mesmo se você for uma pessoa jovem.

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Segundo informações do site especializado The Conversation, a incidência disso, felizmente, é extremamente baixa e representa 0,6% de todos os casos de morte súbita. Na maioria dos casos, a morte associada à atividade sexual é causada pelo esforço físico, medicamentos prescritos (como aqueles para tratar a disfunção erétil) ou drogas ilegais, como cocaína – ou ambos.

O risco aumenta à medida que as pessoas envelhecem. Um estudo feito na Alemanha, que analisou 32.000 mortes súbitas, durante um período de 33 anos, descobriu que 0,2% dos casos ocorreram durante a atividade sexual. Em geral, as vítimas eram homens, com em média 59 anos de idade e a causa mais frequente foi um ataque cardíaco. Trabalhos de morte súbita cardíaca e atividade sexual dos EUA, França e Coréia do Sul mostram achados semelhantes

Pessoas jovens também correm risco
ataque cardíaco

Entretanto um estudo recente, publicado na revista JAMA Cardiology, mostrou que esse fenômeno não se limita apenas aos homens de meia-idade. Pesquisadores da Universidade de Londres investigaram a morte súbita cardíaca em 6.847 casos encaminhados ao centro de patologia cardíaca de St George's entre janeiro de 1994 e agosto de 2020.

Destes, 0,2% ocorreram durante ou dentro de uma hora após a atividade sexual. A idade média média das vítimas foi de 38 anos e 35% dos casos ocorreram em mulheres, o que é maior do que em estudos anteriores

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Outro dado interessante: essas mortes geralmente não foram causadas por ataques cardíacos, como visto em homens mais velhos. Em metade dos casos (53%), o coração foi estruturalmente normal, mas um ritmo cardíaco anormal súbito chamado síndrome da morte arrítmica súbita ou SADS foi a causa da morte

A dissecção da aorta apareceu como a segunda maior causa, responsável por 12% dos óbitos. O problema ocorre quando as camadas na parede da grande artéria do coração que fornece sangue ao redor do corpo se rompem e o sangue flui entre as camadas, fazendo com que ele inche e estoure.

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Os casos restantes foram devidos a anomalias estruturais, como cardiomiopatia (uma doença do músculo cardíaco que torna mais difícil para o coração bombear sangue para o resto do corpo) ou de um grupo raro de condições genéticas conhecidas como canalopatias.

Apesar dos resultados, David C Gaze, professor sênior de Patologia Química na Universidade de Westminster ressalta, em artigo publicado no The Conversation, que a baixa incidência de morte nesses estudos sugere que o risco de morte súbita durante o sexo é muito baixo, mesmo em pessoas com problemas cardíacos existentes. Ele também recomenda que adultos jovens que foram diagnosticados com essas condições, procurem aconselhamento de um cardiologista sobre o risco associado à atividade sexual.

Saúde - Ciência - O Globo


segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Defesa de segurança do Carrefour nega racismo e intenção de matar João Alberto

A defesa do policial militar Giovane Gaspar da Silva, 1 dos seguranças acusados de matar João Alberto Silveira Freitas, nega que tenha havido motivação racista no crime. O advogado David Leal levanta a possibilidade de a morte ter ocorrido devido a 1 ataque cardíaco.

João Alberto Silveira Freitas, 40 anos, era conhecido pelos amigos como Beto. Foi espancado e morto nas dependências de uma loja do Carrefour em Porto Alegre (RS), na noite de 19 de novembro de 2020, véspera do Dia da Consciência Negra.

[NADA, absolutamente nada, mostra ainda que remotamente a ocorrência de racismo e/ou injúria racial.

A impressão que os  vários depoimentos (oficiais), os vídeos e as versões é que não houve nenhuma frase, palavra, gesto racista ou racialmente injurioso. O que se fortalece, os depoimentos poderão corroborar ou desmontar, é que houve algum tipo de atrito entre o Beto e seguranças/funcionários do hipermercado em data anterior e que no dia 19 o senhor João Alberto voltou ao Carrefour para um ajuste de contas - discutiu com uma funcionária, teve conduta incomum em outros momentos, não usou máscara constantemente, e com isso forçou uma ação enérgica dos funcionários, que não foi dosada de forma adequada resultando em uma morte, tudo indica desnecessária.

Mas, RACISMO e INJÚRIA RACIAL, são acusações que buscam estimular a militância adepta do racismo reverso e que nada somam para a PAZ e HARMONIA tão necessárias ao Brasil.] 

O meu cliente não teve a intenção de matar. Ele não agiu por nenhum motivo racista. Ele, inclusive, tem parentes negros, o pai dele é pardo, e não tem de forma alguma qualquer preconceito quanto a isso”, disse o advogado em nota enviada ao jornal gaúcho O Sul.

Segundo Leal, o segurança “está sendo injustiçado por narrativas ideologizadas que ressaltam sua capacidade ardilosa de instrumentalizar uma tragédia social”. “A perícia também traz como provável causa 1 ataque cardíaco. Suspeita-se também que o senhor João Alberto estaria sob efeitos de entorpecentes tamanha a força que ele tinha no momento, afirmou o advogado.

Perícia dos departamentos de Criminalística e Médico Legal do IGP (Instituto Geral de Perícias) divulgada na 6ª feira (20.nov) indica que João Alberto foi asfixiado pelos seguranças do supermercado. As análises iniciais colhidas na autópsia ainda não são suficientes para declarar a asfixia como causa da morte, já que ainda restam os resultados de exames laboratoriais.

É preciso colocar os pés no chão e pensar o caso a partir de seus elementos objetivos, afastando tendências que mais fazem é levar ao erro e ao aproveitamento político sobre 1 assunto que merece o olhar da técnica”, falou Leal.

É com a lealdade que compõe nosso nome que afirmamos nosso pesar pelo fato ocorrido no dia 19/11/2020, no interior do estabelecimento Carrefour, que tragicamente resultou na morte do Sr. João Alberto, e levou à prisão de dois seguranças que trabalhavam no local.

“Por ter ocorrido a morte de um cidadão após conflito corporal, a Brigada Militar foi acionada e conduziu os envolvidos até à delegacia de homicídios. Os policiais realizaram o procedimento de praxe e atualmente a investigação segue seu curso natural.

“Alguém poderia imaginar que o caso teria o tratamento de lesão corporal seguida de morte (esta na forma culposa); e que após uma ligação misteriosa, o procedimento teve um destino menos favorável, vindo a ser estampado aos autos o título de Crime de Homicídio Doloso Triplamente Qualificado, quase como alguém que é chamado por um nome que não é o seu.

“Mas essa não é a narrativa oficial e não estamos dizendo que isso aconteceu. Mas se alguém como o governador tivesse determinado algo nessa linha, o excesso estaria aí iniciado. “De fato, confiamos que as instituições continuem a atuar forma regular, de acordo com os critérios da lei, fundamentando suas decisões e respeitando os direitos fundamentais dos investigados.

“De nossa parte, pretendemos contribuir com o esclarecimento dos fatos, primando pela defesa daquele que até agora não foi ouvido, mas que pretendem a qualquer custo condenar sumariamente; alguém que está sendo injustiçado por narrativas ideologizadas que ressaltam sua capacidade ardilosa de instrumentalizar uma tragédia social. Não podemos aceitar que se acabe com o direito a uma investigação justa, a um processo justo. Menos que isso é a barbárie.

A perícia também traz como provável causa um ataque cardíaco. Suspeita-se também que o senhor João Alberto estaria sob efeitos de entorpecentes tamanha a força que ele tinha no momento. Ele também tinha os olhos soltados e a íris expandida.

“O meu cliente não teve a intenção de matar. Ele não agiu por nenhum motivo racista. Ele, inclusive, tem parentes negros, o pai dele é pardo, e não tem de forma alguma qualquer preconceito quanto a isso. O Brasil é um país que é preconceituoso, com toda certeza. Existe racismo, mas, analisando, concretamente, o fato não tem nada a ver com isso.

“Sobre o discurso do racismo, necessário que se diga sem rodeios: o Brasil guarda uma relação histórica com o racismo que é social e institucionalizado.

O caso possibilitou a cooptação de sua tragédia. Mas não nos deixemos enganar por antagonismos artificialmente embrionados. Tanto o Sr. João Alberto, quanto os seguranças são os verdadeiramente lesados. São eles praticamente lançados no protagonismo de uma luta midiática, muitas vezes para o benefício daqueles que, neste momento, se mantêm no anonimato, no deleite de suas amplas vantagens em um mundo de consumo exacerbado e culto ao capital.

“Nossa postura é e será a da crítica a toda forma de abuso, de violência, inclusive, daquele tipo de violência mascarada de ‘causa nobre’.

“Pune-se os pobres e essa definição, mesmo que óbvia, precisa ser mantida como um alerta aos motivos da violência social, que se vê no dia a dia, que se viu nesse triste caso.

“Então, é preciso colocar os pés no chão e pensar o caso a partir de seus elementos objetivos, afastando tendências que mais fazem é levar ao erro e ao aproveitamento político sobre um assunto merece o olhar da técnica.

“Nesse rumo, para trazer maior segurança ao inquérito, será fundamental a atuação do Instituto Geral de Perícias, fornecendo dados precisos sobre o que levou à morte de João Alberto, segundo critérios científicos, algo característico de seus peritos incansáveis que integram o órgão oficial de perícias no Estado do Rio Grande do Sul.”

Poder 360 - Transcrito em 23 novembro 2020


terça-feira, 16 de maio de 2017

Anti-inflamatórios podem aumentar risco de ataque cardíaco em até 58%

Pesquisa mostra que probabilidade de problemas no coração aparece já após uma semana de uso

O uso de analgésicos conhecidos como anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), como o ibuprofeno, pode aumentar o risco de ataques cardíacos entre 24% e 58% — principalmente no primeiro mês de uso contínuo, segundo uma pesquisa divulgada ontem no periódico “British Medical Journal”. 
 
A equipe de pesquisadores liderada pela epidemiologista Michèle Bally, do Hospital da Universidade de Montreal, no Canadá, revisou estudos realizados com 446.763 pessoas com idade entre 40 e 79 anos em países como Canadá, Finlândia e Reino Unido. Deste grupo, 61.460 indivíduos tiveram ataques cardíacos, tendo sido observados apenas pacientes que receberam prescrição médica, e não aqueles que adquiriram o remédio por conta própria. Os cientistas destacam que outras causas, além do uso de medicamento, podem estar envolvidas nas doenças cardiovasculares.

Pesquisas anteriores já tinham relacionado o consumo de analgésicos a problemas ou sobrecarga no coração, mas este novo estudo mede o risco das doses e o tempo de tratamento, além de classificar os efeitos de cada remédio.

PERIGO MAIOR COM DOSES ALTAS
“Considerando que o risco de infarto agudo do miocárdio é identificado já na primeira semana de uso e parece maior no primeiro mês de tratamento com doses mais elevadas, os prescritores devem considerar a ponderação dos riscos e benefícios dos anti-inflamatórios antes de instituírem o tratamento”, afirmaram os pesquisadores no estudo.

Michèle revela que o aumento absoluto dos riscos é muito pequeno, já que, na maioria das pessoas, as chances de um ataque cardíaco também são ínfimas. Ainda assim, a epidemiologista ressalta que os pacientes devem ser informados sobre detalhes de seus tratamentos: — Quero que as pessoas conversem com seus médicos — diz a pesquisadora. — A maioria dos pacientes não está ciente de seu risco cardiovascular, então é preciso saber se é bom continuar com os AINEs ou se deve considerar outros tratamentos. 

De acordo com o estudo, há mais de 90% de chances de que todos os anti-inflamatórios não esteroides estejam relacionados ao risco de ataque cardíaco. E a probabilidade de problemas cardiovasculares aumenta de acordo com o remédio. O que apresentou menor risco foi o celecoxibe (no Brasil comercializado como Celebra), com 24% de probabilidade de problemas cardiovasculares. Em seguida, aparecem o ibuprofeno (Advil e Motrin), com 48% de risco; o diclofenaco (Voltaren), com 50%; e o naproxeno (Flanax), com 53%. A maior taxa de risco, de 58%, foi verificada no rofecoxib (Vioxx), que foi retirado do mercado em 2014.


Diretor científico do Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia, José Francisco Kerr Saraiva destaca que os maiores consumidores de anti-inflamatórios, em geral, já têm outros problemas de saúde. Estes medicamentos são mais procurados por pessoas com idade avançada, que sofrem mais de doenças como artrite, bursite e dor na coluna. E os idosos são o grupo com mais casos de hipertensão e doença renal. Portanto, o risco não pode ser ignorado — ressalta. — Existe uma regulamentação sobre o uso de anti-inflamatórios, mas as regras não são colocadas em prática. As autoridades sanitárias precisam ser rigorosas e impor algum tipo de controle.

Saraiva revela que é comum ver consumidores de anti-inflamatórios chegarem à emergência de hospitais com pressão alta.  Antes de recorrer aos medicamentos, as pessoas devem ter mais informações sobre as condições de seus rins e do sistema circulatório — recomenda. — Às vezes o paciente tem um problema cardiovascular e nem sabe.

Pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz e membro da Câmara Técnica de Medicamentos, órgão consultivo vinculado à Anvisa, Francisco Paumgartten concorda que a grande preocupação é o fato de que algumas dessas drogas têm venda livre, como o ibuprofeno. O paciente não precisa nem se dirigir ao farmacêutico, o ibuprofeno fica exposto, há liberdade total — critica. — Além disso, é permitida a propaganda de medicamentos de venda livre na televisão, e essa publicidade estimula o consumo.

Paumgartten avalia que, com as evidências disponíveis sobre os riscos do medicamento, a Anvisa já deveria ter tomado alguma atitude para restringir o acesso:


A Anvisa já poderia ter excluído esse medicamento da lista de drogas de venda livre. É um risco alto para fazer um uso banal do remédio, e muitas pessoas os consomem desnecessariamente. No caso de um paciente com doença inflamatória grave, que sinta uma dor insuportável, o benefício pode ser maior que o risco. E o profissional capaz de colocar os prós e contras na balança é o médico.

O levantamento publicado ontem foi visto com ressalvas por parte da comunidade médica. Diretora do Real Colégio Britânico de Clínica Geral, Helen Stokes-Lampard pondera que é perigoso rejeitar imediatamente os analgésicos.  — Estas drogas podem ser eficazes no fornecimento de alívio da dor a curto prazo para alguns pacientes — sublinha. — É importante que qualquer decisão de prescrever seja baseada nas características individuais do paciente, e que os resultados sejam revistos regularmente.

Fonte: Saúde - O Globo
 
 


UTILIDADE PÚBLICA - Risco de ataque cardíaco é 17 vezes maior após infecções respiratórias

Pneumonia, gripe e bronquite podem funcionar como gatilhos para problema no coração

Uma pesquisa da Universidade de Sydney revelou que o risco de ter um ataque cardíaco é 17 vezes maior após uma infecção respiratória. De acordo com o estudo, publicado, nesta segunda-feira, no Internal Medicine Journal, doenças como pneumonia, gripe ou bronquite podem desencadear o problema no coração. 
 
Os dados mostram que o aumento no risco de ataque cardíaco não acontece necessariamente somente no início dos sintomas da infecção respiratória, mas que atinge picos nos primeiros sete dias e vai reduzindo gradualmente. Os cientistas afirmam que o risco, no entanto, permanece mais alto durante um mês. — Nossos resultados confirmam o que foi sugerido em estudos prévios de que uma infecção respiratória pode atuar como um gatilho para um ataque cardíaco — afirma o cardiologista Geoffrey Tofler, professor da Universidade de Sydney.

Os pesquisadores analisaram 578 pacientes que tiveram ataque cardíaco por obstrução da artéria coronária, que forneceram aos médicos informações sobre a ocorrência de doenças respiratórias. Os pacientes foram questionados se apresentaram dor de garganta, tosse, febre, dor no seio, sintomas de gripe, ou se eles relataram um diagnóstico de pneumonia ou bronquite nos dias que antecederam problema no coração. Entre os pacientes analisados, 17% relataram sintomas de infecção sete dias antes do ataque cardíaco, e 31% em até 31 dias.

Também foi analisado a chance de ataque cardíaco para pacientes que manifestaram sintomas restritos às vias aéreas superiores, como resfriado comum, rinite, sinusite e faringite. Nesses casos, o risco foi 13 vezes maior.


— Embora as infecções respiratórias superiores sejam menos graves, elas são muito mais comuns do que os sintomas do trato respiratório inferior, por isso é importante entender sua relação com o risco de ataques cardíacos, especialmente quando estamos chegando ao inverno — destaca Tofler.

Segundo os estudiosos, o estudo ajuda a explicar a existência de picos de ataques cardíacos durante o inverno, quando essas infecções são mais comuns. Uma das hipóteses para que a exposição a infartos seja maior após o registro de infecções respiratórias é a ocorrência de alterações no fluxo sanguíneo.  — Entre as possíveis razões pelas quais uma infecção respiratória pode desencadear um ataque cardíaco está a tendência crescente de coagulação do sangue, inflamação e toxinas prejudiciais aos vasos sanguíneos, incluindo mudanças no fluxo de sangue — explica o pesquisador.

Fonte: O Globo