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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

Bolsonaro deve estudar seus recuos - Elio Gaspari

Folha de S. Paulo - O Globo 

Presidente repetindo bobagens ciclópicas de ministros é coisa rara

A ideia de deixar brasileiros numa área de risco era bobagem em estado puro

Bolsonaro deve estudar seus recuos

Precipitação e insônia os males de Bolsonaro são. Basta que se congelem duas situações irracionais nas quais teve que recuar. Primeiro, a nomeação do peripatético Vicente Santini, demitido depois de seu voo de Davos para Nova Déli e novamente defenestrado. Depois, a declaração de que não poderia resgatar os brasileiros confinados em áreas de risco da China: “Custa caro um voo desses”, disse o capitão depois ter ouvido quatro ministros. Novamente, recuou e fez o certo.  as quais ouviria pessoas em quem confia. No segundo (o dos brasileiros que estão na China), bastaria ficar calado, pedindo aos çábios que lhe sugeriram a omissão que pusessem a cara na vitrine. [o capitão não resistiu ao desejo incontrolável de enfatizar sua firme intenção de evitar desperdicio do dinheiro público e falou sobre custos;

seria mais adequado e realmente correto que considerasse o fato dos brasileiros retidos na China, caso manifestem o vírus, com certeza terão melhor tratamento do que aqui no Brasil

Nosso sistema público de Saúde -  DF e Rio de Janeiro disputando qual consegue ser pior em termos de Saúde Pública - é péssimo e a vinda de suspeitos de serem portadores do coronavírus,vai sobrecarregar mais ainda o já precário atendimento.]
Sempre houve ministros prontos para repetir bobagens ditas por presidentes. Apanham, mas colhem prestígio palaciano. Presidente repetindo bobagens ciclópicas de ministros é coisa rara. Esse foi o caso do “custa caro um voo desses”. A ideia de deixar brasileiros numa área de risco era bobagem em estado puro, e o presidente foi jogado aos leões por um infeliz palpiteiro (ou por felizes palpiteiros que preferiram ficar calados). Bolsonaro mexeu com a relevância do cargo que ocupa.

Não se pode pedir que ele siga os melhores exemplos de seus antecessores, mas pode-se lembrar a conduta de Dom Pedro II numa situação inversa, na qual ele poderia ser suspeito de trazer um micróbio indesejável. Em 1871 o imperador viajava para a Europa como Pedro de Alcântara, um cidadão qualquer, e seu navio aportou em Lisboa. Passageiros vindos do Brasil tinham que se submeter a uma quarentena, indo para o Lazareto. Ofereceram-lhe um passe livre e, em voz alta, ele o recusou, submetendo-se a uma quarentena de que durou oito dias. Escreveria: “Estou no Lazareto, uff!”

Dom Pedro passou para a História escondendo suas opiniões. Bolsonaro quer entrar nela, disparando-as como se fossem rojões de réveillon. Sabe-se que ele padece de um sono irregular. Em março passado, intitulou-se recordista brasileiro de apneia, com 89 interrupções do sono a cada hora. Tomara que resolva esse problema, pois ele mesmo reconhece que fica “saturado”, a ponto de não querer ouvir o que houve no Enem. Uma anomalia do sono pode explicar suas saturações, mas não consegue justificá-las, até mesmo porque, dando-se conta do erro, às vezes dá meia volta.

O exercício de uma presidência espetaculosa é um direito de seu titular e em algumas ocasiões funciona. Tendo nomeado Regina Duarte para a Secretaria da Cultura, Bolsonaro colocou-a debaixo dos holofotes. Por enquanto, a presença da atriz no governo é uma reaparição da Viúva Porcina, da novela “Roque Santeiro”, num cenário vetusto. Como Porcina agradou a uma geração, nada impede que ache um nicho na Secretaria de Cultura. Se não achar, o problema será dela, nem tanto dele. Seu êxtase durante a execução do Hino Nacional numa cerimônia militar em que tinha ao lado o doutor Paulo Skaf pode ter refletido a fé patriótica de uma nova dramaturgia. Bolsonaro pode continuar fazendo o que acha melhor, mas evitará as cascas de banana que sai espalhando pelos lugares onde pretende pisar se tomar uma simples providência: diga o que quiser, mas espere entre seis e 12 horas.

Folha de S. Paulo e O Globo - Elio Gaspari, colunista

sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Bolsonaro diz que ex-assessor estaria envolvido em plano para assassiná-lo - VEJA

Em entrevista exclusiva a VEJA, presidente faz balanço do primeiro ano do governo e projeto 'chapa imbatível' com Moro

Por Policarpo Junior, Marcela Mattos 
 
CONSPIRATA - Segundo ele, um ex-assessor estaria envolvido no atentado a faca, que deixou cicatrizes Cristiano Mariz/VEJA
 
No sábado 14, Jair Bolsonaro acordou por volta das 2 da manhã. Ainda na cama, trocou mensagens pelo celular com o almirante Antonio Barra, o atual diretor da Anvisa. O assunto era irrelevante. Depois, o presidente, que sofre de insônia, dormiu novamente. Às 4 horas, despertou em definitivo, pegou outra vez o telefone e repassou a vários ministros uma análise sobre a situação da Argentina. Até amanhecer, Bolsonaro navegou por redes sociais, divertiu-se vendo memes que circularam sobre ele e a família, falou com a primeira-dama, que estava em viagem ao exterior, e recebeu de assessores um panorama sobre os últimos acontecimentos. O diagnóstico era que não havia nada de anormal, nenhuma turbulência à vista, coisa rara desde o início do governo. O presidente tinha agendado para logo cedo um encontro com VEJA no Palácio da Alvorada.

O presidente vive cercado por seguranças, as instalações do palácio são vigiadas por militares do Exército e, ainda assim, ele não se sente totalmente seguro. Teme ser alvo de um novo atentado. “A gente contraria o interesse de muita gente”, justifica. Bolsonaro revela que, por precaução, dorme com uma pistola carregada ao alcance da mão. “E ainda tem outras arminhas que ficam guardadas por aí”, diz. Tamanha preocupação, segundo o presidente, não é fruto de paranoia. Até hoje ele não engole a versão de que o atentado a faca que sofreu durante a campanha foi obra exclusiva de um desequilibrado mental. “Houve uma conspiração”, afirma. Provas, ele não tem, mas sua teoria agora conta com mais um ingrediente intrigante (e provavelmente falso). Bolsonaro acredita que, além do ex-garçom Adélio Bispo dos Santos de Oliveira, autor da facada, uma figura do seu staff de campanha estaria envolvida de alguma forma no plano para matá-lo. O presidente não revela a quem se refere, mas, ao longo da entrevista, vai fornecendo detalhes que apontam para um ex-ministro. O motivo da traição seria uma vingança por ele não ter escolhido o ex-assessor como candidato a vice.
“O meu sentimento é que esse atentado teve a mão de 70% da esquerda, 20% de quem estava do meu lado e 10% de outros interesses. Tinha uma pessoa do meu lado que queria ser vice. O cara detonava todas as pessoas com quem eu conversava. Liguei para convidar o Mourão às 5 da manhã do dia em que terminava o prazo de inscrição. Se ele não tivesse atendido, o vice seria essa pessoa. Depois disso, eu passei a valer alguns milhões deitado.”






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sábado, 9 de junho de 2018

Remédios apreendidos na Papuda poderiam levar à morte de Geddel, diz laudo

Em abril, centenas de comprimidos foram encontrados na cela do ex-ministro, que se recusou a passar por uma perícia de urgência 

Os remédios apreendidos com o ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB) na cela em que ele está preso no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, poderiam causar a morte do emedebista se ingeridos de uma só vez. A conclusão é de laudo do Instituto Médico Legal (IML) enviado à Justiça do Distrito Federal.  A juíza da Vara de Execuções Penais, Leila Cury, reproduziu trecho do documento em despacho publicado na terça-feira, 5, após solicitar uma apuração sobre centenas de medicamentos encontrados na cela do ex-ministro, sem que ele tivesse receita médica.

Geddel está preso desde que a Polícia Federal encontrou em um apartamento em Salvador caixas e malas de dinheiro vivo, somando 51 milhões de reais. A fortuna é atribuída a Geddel Vieira Lima e a seu irmão, o deputado federal Lúcio Vieira Lima.  “O ilustre perito signatário do laudo e seu aditamento afirmou que ‘se todas essas substâncias forem ingeridas em sua totalidade (todos os comprimidos encontrados de todas as substâncias), poderia causar a morte do periciando'”, cita a juíza.  Os peritos informam que “alguns medicamentos possuem o mesmo princípio ativo, e, por isso, podem ser potencialmente perigosos se tomados em conjunto, a depender da posologia de cada um”.

Outros transtornos potenciais levantados pelo laudo do IML são “hepatite tóxica medicamentosa, insuficiência hepática, insuficiência renal aguda, arritmia ventricular cardíaca (com potencial evolução para assistolia), síndrome de Stevens Johnson, síndrome convulsiva), hipersonia medicamentosa e insuficiência respiratória, entre outros”.
Em abril, centenas de comprimidos foram encontrados em posse de Geddel na Papuda. Ele se recusou a passar por um exame pericial de emergência, após ter sido visto com comportamento alterado por funcionários do setor de saúde do presídio. Os agentes penitenciários apreenderam centenas de comprimidos dos medicamentos antidepressivos, contra insônia, tranquilizantes, analgésicos e para tratamento gástrico, além de uma pomada.
A defesa de Geddel disse que os remédios foram repassados a ele pela equipe médica do Centro de Detenção Provisória (CDP) e que não procede que ele não possuísse autorização. “Os medicamentos são preceitos e dados pela penitenciária”, afirmou o advogado Gamil Foppel.

Controle de remédios
Na terça-feira, 5, a juíza Leila Cury determinou que a direção do CDP controle o acúmulo excessivo de remédios prescritos a Geddel Vieira Lima, que está preso provisoriamente. Ela também afirma que o político pode ter necessidade de acompanhamento de psiquiatras. “Embora Geddel não tenha sido submetido a exame psiquiátrico e, em razão disso, não tenha havido qualquer conclusão psicopatológica, resta inegável que a apreensão de diversos medicamentos e em quantidades que extrapolavam as respectivas ingestões diárias, requer cuidados, sobretudo quando uma das possibilidades resultantes de eventual de ingestão concomitante seria a morte”, anotou a magistrada.

Ela ainda comunicou ao Ministério Público e à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) sobre a conduta de um estagiário do escritório que atua na defesa do ex-ministro. Ele é apontado como responsável por orientar expressamente Geddel a não se submeter ao exame pericial e psicopatológico de emergência, quando o flagrante ocorreu, em abril. A juíza diz que ele agiu como alguém que “tenta impedir procedimento médico que visa salvar vidas, por motivos religiosos”.

Veja