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terça-feira, 16 de julho de 2019

Exercício de paciência - Eliane Cantanhêde

No olho do furacão, Dallagnol mantém sua agenda, com duas palestras em agosto

O Estado de S. Paulo

No escuro, porque nunca tiveram acesso às conversas do Telegram obtidas ilegalmente, o governo e a cúpula da Lava Jato avaliam que o pior já passou para o agora ministro Sérgio Moro, mas ainda temem o que pode surgir de comprometedor envolvendo procuradores, particularmente o dono do celular e responsável pelo descuido, Deltan Dallagnol. Por ora, eles continuam apreensivos e na defensiva. O último lote divulgado não é bonito para o procurador, que discute com colegas e com sua mulher como abrir uma empresa de palestras, sem assumi-la oficialmente, e ganhar muito dinheiro aproveitando-se da notoriedade da Lava Jato: “Vamos organizar congressos e eventos e lucrar, ok? É um bom jeito de aproveitar nosso networking e visibilidade”. [qual a garantia de que essa conversa existiu - as conversas divulgadas pelo intercePTação em uma disenteria verbal, possuem o mesmo valor do produto de qualquer disenteria.
temos que ter presente que foram obtidas ilegalmente (produto de furto) e sem comprovação de autenticidade; quando vão divulgar print screen das mesas?]

Ele e seus companheiros de Lava Jato e de Ministério Público se esforçam para dizer que ali não há nada demais. Primeiro, porque não foi criada empresa nenhuma. Depois, porque o Conselho Nacional do Ministério Público já liberou palestras de promotores e procuradores, sejam remuneradas ou de graça. Não há ilegalidade na prática, portanto. Dallagnol, aliás, tem duas palestras marcadas para agosto, ambas em Curitiba, sede da Lava Jato, e sobre combate à corrupção, a R$ 20 mil cada uma. No dia 1.º, no 23.º Congresso de Reprodução Assistida. No dia 25, no Congresso de Urologia. Segundo a rede de apoios a ele e à Lava Jato, um cachê será doado para a Associação Cristã de Assistência Social (Acridas) e o outro será usado na compra de sofisticado equipamento para o Hospital Universitário Cajuru. [as palestras estão autorizadas pelo órgão competente, são legais;
criminosas palestras do tipo das 'proferidas' pelo presidiário Lula e pelo ex-guerrilheiro aloprado Fernando Pimentel - ninguém assistiu, ninguém viu, existiram apenas para lavar dinheiro sujo.]

As palestras já estavam marcadas bem antes da divulgação das conversas atribuídas a Dallagnol pelo site The Intercept Brasil. O procurador nem pode cancelá-las, porque assinou contrato, nem vê motivo para isso, apesar de os diálogos continuarem sendo divulgados, um atrás do outro, exigindo respostas.

Aliás, essas palestras nem são as primeiras que ele faz neste ano. Em 11 de maio, falou sobre seu tema recorrente – combate à corrupção – no Encontro da Cidadania, em Campos do Jordão (SP), e recebeu R$ 29,7 mil, que, segundo a mesma rede de aliados, repartiu entre três entidades: Fundação Lia Maria Aguiar, que promoveu o evento e tem projetos sociais de dança, música e teatro; Hospital Erasto Gaertner, de tratamento do câncer infantil, em construção; e ONG Amigos do Bem, que desenvolve projetos sociais no sertão nordestino.

Dallagnol, porta-voz e personagem mais polêmico da Lava Jato, até porque é o que mais se expõe, já tinha entrado no redemoinho por palestras pagas, quando, há uns dois anos, foi divulgada a informação – correta – de que ele cobrou R$ 219 mil por uma série de palestras. Na época, alegou que havia doado o dinheiro justamente para a construção do Hospital Erasto Gaertner, que confirmou oficialmente, em seu site, essa versão.

O principal, porém, é que o CNMP analisou o caso e concluiu que promotores e procuradores têm o direito de fazer palestras e dar cursos pagos, podendo doar ou simplesmente guardar o que recebem. Logo, não é por aí que vão “pegar” um dos símbolos da Lava Jato. Podem agastá-lo, podem desgastá-lo na opinião pública e no mundo jurídico, podem exigir explicações dia sim, dia não. Mas, por enquanto, isso se resume a um mar de constrangimentos e a um exercício: o da paciência. De concreto, que possa comprometer objetivamente sua atuação profissional, nada há.

O Estado de S. Paulo - Eliane Cantanhêde, jornalista -

 

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Mais uma do ministro Barroso - Temer está constrangido com a permanência de Luislinda em ministério

Ministro do STF cobrou por palestras

Foram poucas as vezes. Na maioria delas, Barroso discursou de graça ou pediu para contratante repassar valor para instituições de caridade 

Foram poucas as vezes, mas o ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso faturou ao cobrar cachê para proferir palestras. Na maioria das vezes em que é convidado, no entanto, ele discursa de graça nos eventos ou pede ao contratante para repassar o valor para instituições de caridade.


Presidente achou que ela pediria para sair dos Direitos Humanos após PSDB anunciar desembarque do governo 

[presidente Temer, mande publicar o ato de exoneração no DO e oriente um assessor para avisar a ministra que foi demitida.

Não se constranja, o cargo é do Senhor, e a ilustre senhora é que é sem noção e tudo indica também não tem amor próprio.

A ainda ministra é versada em direito e certamente sabe que ministros do Poder Executivo são demissíveis 'ad nutum'. ]

O presidente Michel Temer está constrangido com a permanência de Luislinda Valois à frente do Ministério dos Direitos Humanos. O peemedebista imaginava que ela pediria para deixar o cargo após o PSDB, partido da ministra, anunciar o desembarque do governo. Temer hesita demiti-la porque outro tucano, Aloysio Nunes, continua no comando do Ministério das Relações Exteriores. 

Na semana passada, Luislinda exonerou seu principal assessor na Pasta, o então secretário executivo Johaness Eck. A decisão trouxe ainda mais incertezas sobre o que ela pensa para seu futuro.


 Revista Época