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quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Flávio Dino, um dos piores inimigos da liberdade e dos direitos dos brasileiros - J. R. Guzzo

J. R. Guzzo

 

Em qual país do mundo a mulher de um chefe do crime organizado que foi condenado a 31 anos de prisão, inclusive por homicídio, é recebida duas vezes seguidas nos gabinetes superiores do Ministério da Justiça? 
Justo aí – no ministério que tem a obrigação de cuidar da aplicação da justiça e da segurança pública? 
O episódio deveria ter levado o governo a punir os assessores que receberam a “Dama do Tráfico”, pelo menos. 
Deveria, também, fazer com que o presidente da República demitisse imediatamente o ministro em cujas antessalas ocorreram as visitas. Não aconteceu nada disso. Ao contrário: o ministro da Justiça foi premiado e promovido a um cargo mais alto.

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Com isso o Brasil acaba de tornar-se, também, o primeiro país do mundo a ter na sua Suprema Corte de Justiça um personagem com essas credenciais. O ministro Flávio Dino era a última pessoa que qualquer presidente poderia escolher para o STF – até porque seu desempenho como ministro da Justiça foi um desastre. Com a história do traficante “Tio Patinhas” o desastre dobrou. Mas, em vez de ir para a rua, foi para o Supremo. É assim que as coisas funcionam no governo Lula: quanto pior a performance, mais alto é o emprego.

No Supremo, o ministro Dino vai encontrar o ambiente ideal para turbinar o seu combate contra a liberdade.

Flávio Dino no STF é um avanço a mais, talvez o mais truculento de todos, na escalada do governo rumo ao regime totalitário – sua principal ocupação desde foi declarado vencedor da eleição de 2022 pelo TSE.  
Dino é possivelmente o mais extremista de todos os inimigos da liberdade e dos direitos individuais no Brasil de hoje. 
 Só fala em liberdade para dizer que “o Estado” tem de controlar essa mesma liberdade; ela tem de ter “limites”, não pode beneficiar quem discorda do governo (“inimigos da democracia”) e só pode ser usada com “responsabilidade”. É a linguagem imutável de todas as ditaduras.
 
Falam essas coisas – e depois enchem as cadeias com quem “usou mal” a liberdade
Os atos públicos de Dino não deixam dúvidas da sua hostilidade fundamental ao princípio segundo o qual os seres humanos são livres e iguais entre si. 
Não admite que os cidadãos expressem livremente seus pensamentos. Quer censurar as redes sociais. 
Acha que a Polícia Federal é uma guarda privada de segurança que tem de servir os interesses políticos do governo.
 
No Supremo, o ministro Dino vai encontrar o ambiente ideal para turbinar o seu combate contra a liberdade
Eles integram hoje, junto com os extremistas da esquerda nacional, a divisão blindada que joga toda a sua capacidade de fogo na luta para transformar o Brasil num país de aiatolásonde o consórcio Lula-STF dá todas as ordens e a população trabalha, paga imposto e obedece.
 
Já abandonaram, a essa altura, qualquer preocupação com as aparências a ficção de que defendem a democracia, obedecem às leis e respeitam os princípios universais das sociedades livres.  
Apostam tudo, cada vez mais, num regime sustentado pela força armada, pela polícia e pela repressão.
 
Conteúdo editado por: Jocelaine Santos

sexta-feira, 18 de agosto de 2023

Haja covardia- Augusto Nunes

Revista Oeste

Certas manifestações de pusilanimidade exigem mais coragem do que atos de bravura em combate

Alexandre de Moraes | Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF

O Roda Viva com Orestes Quércia seguia seu curso sem zonas de turbulência visíveis quando, aos 5 minutos do segundo bloco, um dos jornalistas da bancada de entrevistadores escavou mais vincos no rosto, engrossou a voz de tenor e, mirando o alvo no centro da arena simulada, avisou:

— Governador, me permita fazer-lhe uma provocação.

Tensão no estúdio. Murmúrios na plateia de convidados. 
Tempos antes, no mesmo cenário, Quércia se enfurecera com uma pergunta que insinuava seu envolvimento em casos de corrupção, erguera-se da cadeira, trocara insultos com o jornalista Rui Xavier, e por muito pouco o bate-boca não havia desandado em cenas de pugilato. Teríamos agora um segundo bloco ou um segundo round, desta vez envolvendo um ex-assessor de imprensa do Palácio dos Bandeirantes e o antigo chefe?


— Qual é a pergunta? — pediu pressa o apresentador Jorge Escosteguy.

Também incluído na bancada, vi de camarote a edificação do monumento ao surrealismo composto de 24 palavras, duas vírgulas e um ponto de interrogação: — Como é que o senhor se sente ao saber que, segundo todas as pesquisas, é considerado o melhor governador da história de São Paulo?

Quércia precisou de alguns segundos para recuperar a voz bloqueada pelo espanto. Para reprimir a gargalhada, concentrei-me no bilhete manuscrito que foi recebido por meu amigo Escosteguy enquanto o governador ainda replicava a provocação: “Jorge, está provado: certas manifestações de covardia exigem mais coragem que demonstrações de bravura em combate, daquelas que rendem medalhas e condecorações.“

 

Pois o jornalista que alegrou aquele Roda Viva transmitido nos anos 1980 não iria além do posto de estafeta caso estivesse alistado no exército de soldados da imprensa que há mais de quatro anos vem reiterando diariamente que não há limites para a audácia que nasce da pusilanimidade. Haja covardia. 
Daqui a muitos anos, confrontados com as primeiras páginas dos jornais que sucumbiram ao estrabismo dos poltrões, historiadores interessados no resgate da terceira década do século 21 encontrarão um país em plena normalidade institucional. O Brasil do consórcio da imprensa não tem nada de estranho. 
 
Sim, houve uma epidemia de bolsonarismo, ramificação ultradireitista do fascismo. 
Mas esses inimigos da democracia foram derrotados por uma frente liderada pela Corte Suprema e pela Justiça Eleitoral, ambas comandadas pelo superministro Alexandre de Moraes. 
A ira que lhe despertam atos antidemocráticos, fake news, gabinetes do ódio e outros crimes hediondos é tamanha que nosso general de toga não hesita em revogar mesmo cláusulas pétreas da Constituição para garantir a saúde do Estado de Direito. 
 
Jornalistas que sempre souberam reconhecer a face horrível da censura, fossem quais fossem o codinome e o disfarce do momento, agora acham inadiável a “regulamentação” da internet.  
Advogados engolem sem engasgos inquéritos secretos, que dinamitam o princípio do contraditório, o direito de ampla defesa e o devido processo legal. 
O Ministério Público primeiro fingiu ignorar que cumpre à instituição a abertura de inquéritos, salvo em casos excepcionalíssimos. 
Depois, passou a assistir com passividade bovina à desmoralização sistemática do sistema acusatório brasileiro. 
Nesta semana, os comandantes das entidades agredidas com particular virulência pelo ativismo judicial resolveram juntar-se ostensivamente à marcha da insensatez, para torná-la mais veloz e mais brutal.

O acordo exige que os que nada fizeram de errado assumam a autoria de pecados inexistentes para saírem da mira dos modernos capitães do mato

Previsivelmente, o consórcio da imprensa escondeu a vilania que anexou 17 de agosto ao balaio cada vez mais volumoso dos dias da infâmia. Encampando uma sugestão da Ordem dos Advogados do Brasil, a Procuradoria-Geral da República propôs ao STF a celebração de “acordos de não persecução penal” com 1.156 brasileiros presos em 9 de janeiro deste ano, um dia depois das manifestações em Brasília que incluíram a invasão das sedes dos Três Poderes. 

No documento encaminhado ao onipresente Moraes, o subprocurador Carlos Frederico Santos reconhece que as investigações promovidas de lá para cá não colheram uma única e escassa prova de que algum integrante dessa multidão teve “participação pessoal e direta nesses ataques”.

Se é assim, o que esperam os carcereiros compulsivos para libertar imediatamente essa vastidão de réus sem culpa, sem miudezas protelatórias, se possível com um pedido de desculpas?  
Esperam que confessem ter cometido o crime que não cometeram. Sim, é isso mesmo: o acordo exige que os que nada fizeram de errado assumam a autoria de pecados inexistentes para saírem da mira dos modernos capitães do mato. 
Nada menos que isso. É preciso que um inocente se declare criminoso para ficar livre da “persecução penal”.  
Podem chamá-la de “perseguição” que ela atende, quase sempre em forma de tornozeleira. 
Caberá a Moraes autorizar ou não essa tentativa de eternizar o medo paralisante.
 
Como sempre, há alguma lógica por trás do que parece apenas loucura. Punir inocentes com longas temporadas na cadeia é um tipo de abuso judicial que raramente escapa de corretivos. 
Prisões claramente imorais, ilegais e inconstitucionais costumam resultar em indenizações de bom tamanho, pagas pelo Estado brasileiro com o dinheiro dos impostos. 
Qualquer que seja o valor estabelecido, nenhuma quantia poderá pagar um dia numa cela, uma semana de imersão na incerteza solitária, um mês sem o oxigênio da liberdade. 
É um tempo perdido para sempre, é uma parte da vida que não se recupera. Mas quem provocou tais perdas irreparáveis não se livra de danos. 
Os jornalistas que fingem enxergar um magistrado durão em combate pela democracia sabem que têm a um palmo do nariz um autoritário sem cura. 
Quem é incapaz de ver os defeitos que tem não é — jamais será — um juiz de verdade. 
É apenas mais um braço provisório do arbítrio. Acaba invariavelmente algemado pelos fatos.


Leia também “Supremo deboche”


 Augusto Nunes, colunista - Revista Oeste

 

 

quinta-feira, 13 de julho de 2023

Escolas cívico-militares e os três inimigos históricos de Lula - Percival Puggina

         Não resta dúvida de que o PT foi trazido de volta ao poder para cumprir seu destino histórico e destruir o país
Eu sabia – já escrevi tanto a respeito! – mas era consequência do que podia ler nos fatos; agora, Lula verbalizou tudo, audível e claramente, aos amigos da sua Pátria Grande reunidos no Foro de São Paulo. Disse ele:Aqui no Brasil nós enfrentamos o discurso do costume, o discurso da família, o discurso do patriotismo, ou seja, o discurso de tudo aquilo que a gente aprendeu historicamente a combater”.
 
Qual a principal trincheira desse combate? 
Onde a frente ampla da desgraça nacional avança sem encontrar resistência alguma? 
Onde, num total desequilíbrio de forças se estabelece o domínio dos corações e das mentes
É nas salas de aula do país, convertidas em crematório do futuro ao longo de toda a cadeia produtiva do ensino.
 
Não surpreende o entendimento entre o MEC e o Ministério da Defesasim, você leu certo que acabou com as escolas cívico-militares criadas em 2019
Afinal, os três inimigos contra os quais a liderança esquerdista do continente “aprendeu historicamente, etc., etc” estão presentes nesses educandários: 
1º) as famílias, que junto com os professores, em assembleia e por votação decidem adotar esse modelo; 
2º) os bons costumes, porque traficantes, malfeitores e desordeiros mantêm distância e os alunos são orientados para condutas civilizadas voltadas ao aprendizado
3º) o patriotismo, porque nessas escolas, o sadio e produtivo amor à pátria não é reprovado, mas estimulado.
 
De um modo gradual, elas serão absorvidas pela mesmice de um sistema cujos péssimos resultados gritam nas aferições internas e rankings internacionais que avaliam o desempenho escolar em todos os níveis de ensino. “É que não se faz Educação sem dinheiro!”, exclamarão em coro as salas de professores. 
No entanto, em 2019, o Brasil ocupava o 6º lugar no investimento em Educação, medido na proporção com o PIB, perdendo apenas para os países nórdicos e para a Bélgica.
 
Mas é só isso que a esquerda no poder combate historicamente e põe as escolas cívico-militares de joelhos com a nuca exposta? Não, tem muito mais. 
Ela substitui o moralmente correto pelo “politicamente correto”, a História por um elenco de narrativas capciosas, a solidariedade pelo antagonismo, o amor ao pobre pelo ódio ao rico.
 
Essa esquerda combate a estrutura familiar pela condenação do suposto patriarcado, como se a paternidade fosse apenas poder e não amor, responsabilidade, serviço e sacrifício.  
A sala de aula não pode ser o vertedouro das frustrações de quem detém o toco de giz.
 
Ela desrespeita a inocência das crianças. Contra a vontade unânime dos parlamentos do país, introduz pela janela a ideologia de gênero nas salas de aula enquanto os valores saem pela porta.  
Como alavanca ideológica, não estimula o respeito à propriedade privada, nem o empreendedorismo, nem o valor econômico do conhecimento e das competências individuais.  
 
Poderia prosseguir pois nada há de meu apreço que não seja combatido pela esquerda em sua guerra cultural ou contra o Ocidente, ou por uma nova ordem mundial. O desejado pluralismo de ideias é substituído pela exclusão da divergência
O Estado que deveria servir a sociedade põe a sociedade a seu serviço. 
O Estado e a política que os camaradas da Pátria Grande querem precisa dos necessitados de seu auxílio, sem os quais desaparecem politicamente.
 
Vejam o quanto essa esquerda é dependente de um sistema de ensino que não ensine, cujo foco não esteja no aluno e sua aprendizagem, mas em difusos e sinistros objetivos político-ideológicos. 
Tal sistema, quando fala em escola de tempo integral, mais me assusta do que me alegra!

PS – Os muitos bons e valiosos professores têm meu louvor e sabem contra o que também se empenham.

Percival Puggina (78), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


quarta-feira, 15 de março de 2023

Se o governo não tem nada a temer, por que não quer a CPI de 8 de janeiro? - O Estado de S.Paulo

J. R. Guzzo - colunista 

Impedir a instalação da comissão no Congresso é o único programa de governo do PT até agora

 De todos os esforços que o governo Lula fez durante estes seus primeiros meses, poucos têm sido tão frenéticos quanto o seu ataque sem trégua para impedir a instalação de uma CPI destinada a investigar os atos de violência contra os edifícios dos Três Poderes no dia 8 de janeiro, em Brasília. 
É como se esse fosse o principal, ou o único, programa de governo do PT até agora. 
Não é o avanço da economia, a criação de empregos, ou o “combate afome”, ou qualquer das miragens prometidas por Lula durante a campanha eleitoral. 
Não é um projeto para construir alguma coisa; é para destruir. É, em suma, uma batalha campal na qual está valendo tudo, a começar pela compra aberta de votos de deputados e de senadores. Fique contra a CPI. Ganhe, em troca, verba pública, cargos no governo e outras esmolas gordas.

Por que será, não? Num ambiente em que houvesse um mínimo de honestidade e de determinação sincera em apurar o que realmente houve, o governo Lula deveria ser o primeiro e o mais radical defensor da CPI – não foi ele, afinal, a vítima principal do ataque “terrorista” de Brasília? 

Não era Lula que os autores dos atos de vandalismo queriam derrubar? Porque, então, essa súbita guerra contra a tentativa de esclarecer os fatos por parte do Congresso?

Nos primeiros dias, o PT, a esquerda e adjacências se lançaram a uma gritaria histérica em favor da CPI – sua ideia fixa, na ocasião, era reprimir, punir, prender e esfolar os “golpistas”
O presidente do Senado, num momento em que ficou especialmente excitado nas suas funções como despachante de Lula no Congresso, chegou a dizer que a “primeira assinatura” pedindo a CPI seria a sua. 
Hoje está entre os seus principais inimigos, da mesma forma como Lula e o PT. A neurose inicial, depois de alguns dias, foi sendo substituída pelo silêncio – não se falou mais em caçar “terroristas”, nem em investigar os fatos, nem em fazer mais nada. 
Transformou-se, hoje, em hostilidade aberta à CPI; quem é a favor da apuração é inimigo. 
A única punição que vale, no caso do 8 de janeiro, é o surto de prisões em massa comandado pelo STF e escondido do público – isso sim, uma afronta sem precedentes ao direito de defesa, ao processo penal e ao resto da legislação brasileira.
 
A desculpa do governo é uma piada: dizem que a CPI iria “tumultuar” a atmosfera política e “prejudicar as apurações”. Tumulto? Que tumulto?  
O tumulto já houve, em janeiro; o que importa é que ele seja apurado de verdade. De mais a mais, desde quando Lula e o PT se preocuparam em evitar tumulto? Sua história é fazer exatamente o contrário a última baderna que promoveram foi a alucinada “CPI da Covid”, quando passaram seis meses inteiros usando o aparelho legal e as verbas do Congresso para fazer uma grosseira campanha política contra o adversário nas eleições presidenciais de 2022. 
Não apuraram absolutamente nada; toda essa palhaçada de “CPI da Covid” não resultou, até agora, numa única ação penal.
 
Lula e o seu Sistema, na verdade, não querem a CPI do 8 de janeiro porque não querem, de jeito nenhum, que se saiba nada mais sobre os crimes cometidos no ataque aos edifícios-sede dos Três Poderes da República
Apuração, só vale uma – a do STF, que pune até quem não estava presente na cena dos ataques. Além disso, é terminantemente proibido, para o governo Lula, fazer qualquer pergunta sobre o que de fato aconteceu. De novo: por que isso? A única conclusão possível é que o governo quer esconder alguma coisa muito grave sobre os acontecimentos de Brasília. Sabem algo que o público não sabe. 
Estão querendo proteger gente que poderia se ver em dificuldades com a CPI. Se não têm nada a temer, por que estão agindo assim?

J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S.Paulo


quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

Combate à impunidade dá primeiros passos no Congresso - Gazeta do Povo

Vozes - Alexandre Garcia

Moro e Dallagnol

Sergio Moro, no Senado, e Deltan Dallagnol, na Câmara, querem desengavetar projetos de lei e PECs sobre a prisão em segunda instância.| Foto: Roque de Sá/Agência Senado e Albari Rosa/Arquivo 

O ex-juiz Sergio Moro, agora senador pelo Paraná, já está mostrando a que veio no combate à impunidade, neste país onde ela parece ter ressurgido nos últimos tempos. 
 Depois do mensalão, depois da Lava Jato, veio a revanche, com anulação de condenações e suspensão de processos
Pois Moro apresentou um requerimento, que teve 27 assinaturas, para tirar do arquivo um projeto de lei que, para a alegria dos corruptos, já estava arquivado. 
O projeto trata da prisão na segunda instância: o réu foi condenado na primeira instância, pelo juiz singular; depois, a condenação é confirmada por um tribunal revisor, e aí não há mais o que fazer. Por quê? Porque o resto do processo vai tratar de minúcias e circunstâncias processuais, e não das provas em si. Sobre o crime não há mais discussão; nas instâncias superiores apenas se discute como foi o processo
Mesmo assim, houve gente – muita gente – condenada em todas as instâncias e que se safou, não? Mas Moro conseguiu desarquivar o projeto da prisão em segunda instância, e agora precisará de votos para ele seguir adiante.
 
E Deltan Dallagnol, que foi coordenador da Lava Jato no Ministério Público e é deputado pelo Paraná, está com um projeto de emenda constitucional pra mudar o indulto de Natal, de forma que ele não vire um prêmio para condenados ao arbítrio do presidente da República. [tem que acabar também com o famigerado saídão]
A PEC limita o indulto em até 20% da pena: se alguém foi condenado a 10 anos, por exemplo, o indulto diminuiria a condenação para oito anos. Mas isso vai precisar de mais assinaturas e votos que o projeto desarquivado por Moro: serão necessários 60% dos votos na Câmara e 60% no Senado, com duas votações em cada casa. Mas vemos aí um movimento de anti-impunidade.

Veja Também:

 Há os que se empenham pela justiça, e há os que transformam a Justiça em outra coisa


Para a imprensa, bandido é só “suspeito”, mas quem nem saiu dos acampamentos é “terrorista”
Fico triste quando vejo na mídia uma torcida contra a polícia e a favor do bandido.  
Bem no momento em que um casal, de moto, era assaltado em um semáforo, a Rota apareceu e passou chumbo nos assaltantes. 
Um foi apreendido, porque é menor de idade, e o outro morreu. 
Só que, nas notícias, os assaltantes são chamados de “rapazes” e de “suspeitos”.  
Já o pessoal do acampamento em Brasília, que foi preso e continua preso sem nem ter saído da frente do QG do Exército, já com 30 e tantos dias de presídio, é chamado de “terrorista”; já se atribui a eles um crime, o que é calúnia.
 
Essa diferença de tratamento estimula o crime; ficamos pensando que no Brasil o crime não compensa, mas compensa, sim. Vemos a anulação de sentenças, de condenações, de processos, vemos aqueles que na audiência de custódia já são soltos...  
de que adiantou a audiência de custódia para 645 pessoas que estão presas como “incitadores” do crime?
Dizem que eles estavam incitando os militares a cometer o crime de intervenção armada, mas o crime não se consumou; eles não estão na genética do crime, porque o crime não aconteceu, as Forças Armadas não atenderam ao apelo. Eles apenas usaram de uma liberdade de expressão que está no artigo 5.º da Constituição. 
Mesmo assim o Ministério Público já os denunciou por incitação ao crime e associação criminosa, assim, de modo genérico.
 
E 189 pessoas em específico estão sendo acusadas também de destruição de patrimônio público
Provavelmente há provas, fotografias, imagens, testemunhas de que eles efetivamente quebraram algo, e têm de ser cobrados por isso
O que não se pode fazer é incriminar genericamente pessoas que simplesmente alugaram um ônibus. 
Elas não podiam prever que haveria depredação do patrimônio público. 
Só agora isso está começando a ser discutido na tribuna da Câmara e do Senado, como aconteceu nesta quarta-feira.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

Alexandre Garcia,
colunista - Gazeta do Povo - VOZES


quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

O Brasil precisa de paz e de ordem - O Estado de S. Paulo

J. R. Guzzo

Governo, agora, tem a obrigação de encontrar o equilíbrio correto entre a resposta penal aos crimes que foram cometidos e a retomada da normalidade política 
 
O Brasil está precisando de paz neste momento, acima e antes de qualquer outra coisa. O desastre da invasão e da depredação do Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal, por parte de manifestantes extremistas, tem de ser entendido em todas as suas circunstâncias; os responsáveis têm de ser punidos na forma da lei. 
Os atos que cometeram são crime, e não o exercício do direito de manifestação política. 
Não é assim que se protesta contra nada, e não é assim que se faz oposição numa democracia. 
As facções que pregam a violência, fazem ameaças e praticam vandalismo precisam ser bem identificadas, isoladas e banidas da vida pública. [norma que alcança tanto as de direita quanto as de esquerda, estas bem piores, conforme mostraram em passado recente.] É essencial, o mais rápido possível, sanar os danos e dar condições efetivas para que o Brasil tenha de volta a política como ela deve ser – com debate, liberdade e respeito às leis.
Extremistas invadem e depedram Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal em Brasília
Extremistas invadem e depredam Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal em Brasília Foto: Eraldo Peres/AP
O governo, agora, tem a obrigação de encontrar o equilíbrio correto entre a resposta penal aos crimes que foram cometidos e a retomada da normalidade política. 
É indispensável impedir que a punição dos autores e a prevenção contra novas desordens sejam transformadas no centro da atividade política do país este é o primeiro passo na caminhada rumo a ordem e à paz na sociedade. 
O Brasil, e principalmente os problemas reais que tem a enfrentar, são maiores que as invasões de Brasília. 
Há questões urgentes a serem tratadas, a começar pelas da economia. 
O país precisa ser governado. A oposição tem de se organizar e começar a agir para deter o que considere errado. 
É urgente, em suma, sair de uma atuação onde os movimentos mais importantes da vida pública se resumam ao Ministério da Justiça, Polícia Federal, Força Nacional de Segurança, procuradores, investigadores, promotores, denúncias inquéritos, prisões.

O Brasil precisa de ordem – mas, ao mesmo tempo, não pode permitir que o combate pela ordem democrática venha a agredir a liberdade e, mais que tudo, as leis e as garantias que elas fornecem ao cidadão. Para isso, é essencial que o governo diga com clareza, e diga logo, que a sua prioridade é a paz, e que a repressão ao extremismo não vai se transformar no tema único de sua agenda. [em nossa opinião, algumas autoridades  se empenham em transformar o combate a atos lamentáveis como os do dia 8, p.p., na ação mais importante a ser realizada por todos os poderes e 24 horas por dia = esquecem que o Brasil, e os brasileiros, tem mais importância  e que a DEMOCRACIA existe em função da NAÇÃO = Brasil. Devem ser combatidos de forma implacável, severa, eficiente, mas sem esquecer que o Brasil precisa ser governado e são muitas as demandas urgentes.]

Em lugar de ameaças, discursos de vingança e um governo através da polícia, o país requer calma, debate livre de ideias e propostas e respeito à lei. Quanto antes se aproximar disso tudo, melhor para todos.

J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo

 

domingo, 6 de novembro de 2022

Competição e colaboração - Alon Feuerwerker

Análise Política

O balanço das eleições deste ano reforça uma característica já vista em outras ocasiões: todas as forças políticas relevantes saem das urnas com poder e expectativa de poder. Para começar, o PT tem o governo federal, seus governadores mostraram força, reelegeram-se ou elegeram o sucessor, e o candidato a governador em São Paulo conseguiu um desempenho eleitoral inédito, no aspecto positivo.

Mas a direita também fez boa colheita, em suas versões mais na ponta ou menos, ao varrer o Sul, o Sudeste (exceção foi o Espírito Santo) e o Centro-Oeste e dividir o Norte. Manteve-se ou implantou-se em posições de força e, a exemplo da esquerda, plantou nomes em condições de adquirir projeção nacional. Mesmo o dito centro, enfraquecido nas eleições parlamentares, acabou saindo da safra de 2022 com boas posições nos Executivos.

A conclusão é imediata: se persiste um potencial de forte competição, nascido da evidente fratura político-ideológica no tecido social, não se deve subestimar o potencial de colaboração. Pois todo mundo terá de mostrar serviço, e todo mundo tem algo, ou muito, a perder. Vem daí o motivo destes primeiros dias estarem pontilhados de declarações apaziguatórias. As exceções? Como diz o ditado, confirmam a regra. [em nossa OPINIÃO, leiga, porém de PATRIOTA, não há o que apaziguar, conciliar com o eleito = antes e após a posse as forças da direita devem fazer oposição total ao, por enquanto eleito e, ocorrendo a posse, aumentar a oposição, o combate ao inimigo do Brasil, da Verdade, dos Valores Cristãos, da Família e outros VALORES deve ser renhido, começando pela rejeição à PEC dos gastos, que administrada pelo perda total será a PEC do roubo.
A oposição precisa e deve ser renhida, efetiva e  dentro da legalidade. 
 Mantida a maioria conservadora no Poder Legislativo, deve ser feito, dentro da LEI, tudo para impedir o eleito de governar.
Os limites da ação da oposição devem ser os impostos pela Constituição e demais leis vigentes no Brasil.]
 
Os focos de competição exacerbada vêm de onde se deu a forte corrosão de poder, ainda que a eleição não tenha propriamente corroído a expectativa de poder dos removidos do Planalto.  
Vêm também, no Parlamento, dos núcleos que baseiam sua força eleitoral na exploração máxima da polarização ideológica, e é natural que busquem cultivar esse ambiente, já de olho na reprodução e ampliação de seu poder daqui a quatro anos. [em outras palavras: objetivando obter condições de propiciar o melhor para o Brasil e os brasileiros; Imagine - Se apesar das 'escorregadas', da oposição e sabotagem sistemática aos atos do seu Governo, e da pandemia, o presidente Bolsonaro, está entregando um Brasil bem melhor - em todos os aspectos (menos no combate aos criminosos e à impunidade) do que o que recebeu do governo Temer.]

Mas esses núcleos, se têm força para provocar alarido e sobressaltos, não encontram no momento espaço para interferir decisivamente no andamento da política, que tateia atrás de alguma normalização. Do que depende a consolidação disso? De Luiz Inácio Lula da Silva e seu governo conseguirem combinar alguma fidelidade à narrativa de campanha, para evitar a acusação de estelionato, e ao mesmo tempo liderarem a acomodação. [a combinação apontada pelo articulista implica em VERDADE e essa é incompatível com qualquer governo de esquerda, especialmente com o do eleito, cujo Norte e Credo é a MENTIRA.]

O governo eleito dá seus primeiros passos cercado pela tradicional leniência. Os arrufos e espasmos do bolsonarismo, nos palácios e nas ruas, oferecem aos vencedores de outubro o sempre útil fantasma, que, se agitado com competência, traz com ele a imposição de apoiar o oficialismo para evitar retrocessos. Em resumo: o potencial de acomodação mais a tensão pós-eleitoral provocada pelos removidos do poder oferece ao PT um ecossistema quase ideal.

Que pode ser notado no debate em torno das providências para autorizar o governo vindouro a estourar o teto de gastos para cumprir as promessas eleitorais. A compreensão vem até dos setores e personalidades que tradicionalmente carregam o estandarte da responsabilidade fiscal como Constantinos modernos brandindo o in hoc signo vinces (“sob este signo vencerás”). Lula terá de ser muito incompetente (o que nunca foi) para não surfar bem na onda.

E depois, quando precisar mandar apertar os cintos? Bem, cada dia com sua agonia. O depois vem depois. 

Alon Feuerwerker, jornalista e analista político

 

 

sábado, 26 de fevereiro de 2022

E OS FATOS PEDEM SOCORRO - Percival Puggina

Eu faço esse tipo e coisa. Li todo o pronunciamento do ministro Fachin ao tomar posse como presidente do TSE... Li e guardei. Por ora, vou me deter em apenas dois pontos.

No primeiro, o ministro fala da imprensa.

Quem almeja a paz, portanto, também reconhece o papel da imprensa livre e efetivamente respeitada em todas as suas prerrogativas, na garantia do pluralismo democrático.”

Onde está essa imprensa que o ministro vê exercendo suas prerrogativas na garantia do pluralismo democrático e cobrando respeito? 
Certamente não no coro uniforme dos grandes grupos de comunicação; nem no silêncio do consórcio dessas empresas em relação ao que não convém tornar conhecido; 
nem na sua terrível omissão ante o ativismo judicial dos nossos tribunais superiores.

No segundo, fala das redes sociais (sem as mencionar diretamente).

Nada menos de 11 vezes Fachin, em diferentes momentos, menciona o tema da informação. Foi o que ele mais enfatizou, dirigindo-se, sempre, sem o referir, ao protagonismo direto da sociedade na comunicação.

Em contrapartida, se há algo irrepreensível na comunicação social é o que ele chama, genericamente, mas com endereço bem específico, de imprensa. E o vice-versa é verdadeiro: para a essa imprensa, se há algo insusceptível de crítica nas instituições nacionais, são nossos tribunais superiores.

O ministro então se volta ao que denomina circuito desinformativo”. Menciona o “Programa de Enfrentamento à Desinformação"; clama peloprotagonismo da verdade no sistema informativo”; afirma que o tal “circuito desinformativo impulsiona o extremismo”; põe lupa sobre as “armadilhas da pirataria informativa”; denuncia a “normalização da mentira” e reitera o “combate à desinformação”.

Tudo certo, mas a contradição grita nas entrelinhas! Há um peso para a comunicação da sociedade nas redes e outro para os grandes veículos. Como foi, principalmente, a livre manifestação da sociedade nas redes sociais que travou o projeto de poder da esquerda em 2018, não há, sobre estas, nem uma palavra positiva! É sobre elas e só sobre elas que incidem agora os rótulos e as suspeitas. Sobre elas, e só sobre elas, se aplicam censura, ameaças, articulações, acusações.

Do discurso, se depreende, então, que o ministro bebe da grande imprensa a verdade na mais cristalina de suas formas, sem fake news, nem fake analysis, nem factoides, nem omissões, nem acordos, nem conivências, nem conveniências. 

Essa imprensa idealizada só pode, então, conviver na unanimidade que a caracteriza. Convenientemente, morre o pluralismo e os fatos pedem socorro. 

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


sábado, 9 de outubro de 2021

O desmonte - Carlos Alberto Sardenberg

Segue em curso no país o meticuloso desmonte do combate à corrupção. Depois da “flexibilização” da lei de improbidade administrativa, bem apelidada de lei da impunidade, aprovada no Congresso Nacional, o mais recente ataque vem por outro flanco. Reduzidos os possíveis crimes e penalidades praticadas por administradores e/ou políticos, a tentativa agora é de limitar e controlar a atividade do Ministério Público, não por acaso a instituição que investiga e acusa políticos.

Trata-se de uma PEC – Proposta de Emenda Constitucional – cuja tramitação dá bem a ideia da ampla frente do desmonte. A PEC é de autoria do deputado Paulo Teixeira, [sendo a PEC de autoria de um servo do 'perda total', comentários são dispensáveis.] do PT de São Paulo. Foi relatada pelo deputado Paulo Magalhães, do PSD (o partido de Gilberto Kassab) da Bahia, e “tratorada” pelo presidente da Câmara, Artur Lira, o chefão do Centrão. “Tratorada”do verbo tratorar, criado nos bastidores congressuais significa pular etapas na tramitação de um projeto, evitando assim mais debates, inclusive na imprensa.

A PEC deveria ser votada na semana passada. Saiu de pauta porque seus autores perceberam que, ainda, não têm os votos necessários (308, por se tratar de emenda constitucional). Mas Lira já garantiu que vota na semana que vem. Tem aí uma enorme questão moral: podem parlamentares investigados e/ou condenados por crimes de corrupção aprovar legislação que reduz o espectro desses crimes, diminui penas e ainda limita e controla do trabalho do Ministério Publico?

É óbvio que não. Deveria haver algum jeito dessa falha moral se transformar em impedimento jurídico. Tem como?  Não sei. Mas desde que o procurador geral Augusto Aras matou a Lava Jato, o pessoal, esse amplo espectro que vai do PT, demais partidos de esquerda até o bolsonarismo, perdeu qualquer vergonha. O desmonte do aparato de combate à corrupção é meticuloso. Além das novas leis, passa por ações administrativas e antecipação de posições políticas.

Ainda ontem, foi afastado o chefe da Superintendência da Polícia Federal em Brasília, responsável por várias investigações envolvendo o próprio presidente Bolsonaro, filhos e seguidores. [uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa = parlamentares envolvidos com corrupção aprovarem  legislação que reduz o espectro desses crimes é tão grave quanto parlamentares com o mesmo envolvimento serem 'donos' de uma CPI, oficialmente destinada a investigar corrupção no combate à covid-19 = oficialmente, visto que na real o objetivo era complicar a vida do presidente Bolsonaro, intento que fracassaram. 
Bem diferente é considerar que a substituição de um delegado da PF, medida adotada em ato administrativo de rotina, foi mais do que uma medida rotineira, apenas pelo delegado ser responsável por várias investigações envolvendo familiares do presidente = investigações que se arrastam desde antes da posse presidencial.]

, No outro lado do espectro, advogados ligados a Lula publicaram artigo na “Folha” dizendo que Sérgio Moro não tem credenciais éticas para se candidatar a presidente. Não gostamos de teorias conspiratórias, mas por que esse artigo logo agora, quando ainda nem se sabe se Moro será candidato? Mas num ambiente político em que réus, investigados e/ou condenados aprovam regras em seu benefício, o que mais falta acontecer?Sim, também entendo que não faz sentido. Mas num ambiente político em que réus, investigados e/ou condenados aprovam regras em seu benefício, o que mais falta acontecer??? [a causa principal e definitiva da  inelegibilidade do senhor Moro não é consequência das muitas que dizem ele possuir; é apenas e tão somente ELE NÃO TEM VOTOS.]

Enquanto isso, no dia em que as mortes por Covid passam de 600 mil, o presidente Bolsonaro diz que o Brasil foi o país que melhor lidou com a pandemia. O que deu errado, prosseguiu, foi a ação de governadores e prefeitos que decretaram medidas restritivas, com autorização do STF, este também outro culpado. [Para entender o quanto é absurda, até criminosa, qualquer ação tentando responsabilizar o presidente Bolsonaro pelas mortes decorrente de uma PANDEMIA, sugerimos clicar aqui e/ou aqui]

Disse ainda que a economia vai muito bem – no mesmo dia em que o IBGE informava: a inflação oficial (IPCA) passou de 10% ao ano, corroendo o poder de compra da população. [o Brasil, e grande parte do mundo, enfrenta além dos efeitos funestos de uma pandemia, com as dificuldades econômicas dela advindas, crise hídrica - fatores fora do controle de qualquer governante. 
Apesar de tudo,  registre-se que o governo Bolsonaro recebeu uma herança maldita construída nos treze anos de desgoverno do maldito 'perda total', e ainda não teve tempo, nem deixaram - não foi só a pandemia o fator impeditivo - governar.        Por isso, o Povo Brasileiro concederá, com as Bênçãos de DEUS, já a partir de 2022, mais um ou mesmo dois mandatos presidenciais ao capitão. ] No mesmo dia em que a Petrobras elevou de novo o preço do gás e da gasolina – em boa parte por causa do dólar muito caro, consequência das incertezas fiscais e políticas geradas pelo comportamento de Bolsonaro.
E na mesma semana em que fracassou o leilão de blocos de exploração de petróleo. Dos 92 lotes oferecidos, apenas 5 foram arrematados, pelo preço mínimo. Nem a Petrobras entrou. [debite-se às ONGs vendidas a interesses estrangeiros e que usaram  o pretexto de salvar o meio ambiente  para atrapalhar  o leilão de blocos.
Lamentavelmente, tudo parece indicar que os ongueiros traidores da Pátria só serão contidos quando for tarde demais.]
A principal causa do fracasso foi identificada pelas companhias de petróleo: a oferta de lotes em áreas próximas de santuários ecológicos e reservas de pesca, ou seja, regiões onde seria impossível obter licença ambiental. [os blocos precisam ser vendidos e a localização deles não pode ser alterada. Que se mude a classificação dos santuários ecológicos e reservas de pesca. 
Temos uma imensidão de santuários, reservas e outras coisas que só atrapalham. 
O Brasil precisa cuidar, antes de tudo, dos interesses nacionais = interesses do POVO BRASILEIRO.]
 
O mercado não é burro, sabia disso. Mas o Ministério do Meio Ambiente achou que estava tudo bem. E prometeu levar metas ambiciosas para a 
conferência do clima.

Não dá para acreditar nisso tudo que está aí. Pois é, mas acontece.

Carlos Alberto Sardenberg, jornalista

Coluna publicada em O Globo - Economia 9 de outubro de 2021

 

quinta-feira, 17 de junho de 2021

Conta-gotas - Alon Feuerwerker

 Análise Política

E a Agência Nacional de Vigilância Sanitária continua liberando a vacinação com a Sputnik V, mas a conta-gotas (leia). Método que não foi aplicado a nenhuma outra vacina. Pode-se argumentar que é por razões de segurança. Mas aí aparece um problema: se a vacina é segura, por que não liberar de vez como as demais, e se não é segura, por que não simplesmente vetar?

É legítimo que o leigo olhe isso e deduza estar o Brasil imerso num ambiente irracional. Mas o caso da Sputnik V é um ponto fora da curva, até neste nosso bizarro ecossistema. Precisamos de vacinas. Urgentemente. A velocidade da vacinação parece ser a variável decisiva no combate à propagação entre nós do SARS-CoV-2. Ainda mais agora com as novas cepas, mais transmissíveis. E ao que assistimos?

Assistimos a um jogo de empurra. Em vez de um esforço nacional coordenado para trazer todas as vacinas disponíveis, e o mais rápido que der, ficam uns e outros criando problema com a vacina alheia. A Anvisa é teoricamente um órgão mais técnico que político. A Sputnik V, ao contrário de outras, até agora não deu problema em lugar nenhum. A conclusão deveria ser lógica. [um comentário: Nada contra os russos - o comunismo deles é mais inofensivo do que adotado pela maldita esquerda do Brasil;  aliás, se tivéssemos que escolher entre o esquerdista presidente dos Estados Unidos e o Putin, ficaríamos com o Putin - o esquerdista americano e sua vice, formam uma dupla que é o resultado do cruzamento de satanás com belzebu; 
o que complica a liberação pretendida pela Sputinik V é que seus fabricantes  ainda não apresentaram TODA a documentação exigida pela ANVISA de TODAS as farmacêuticas que pretendem liberação da vacina por elas fabricadas.
Quanto ao desconhecimento de eventuais problemas havidos com o imunizante russo, a divulgação de eventuais incidentes na utilização do vacina russa não é estimulada pelos seus fabricantes.]  
 
Alon Feuerwerker, jornalista e analista político

sábado, 6 de março de 2021

Ele é ruim assim - Carlos Alberto Sardenberg

A questão é: o presidente Bolsonaro acredita mesmo que quem se preocupa com a pandemia é um maricas ou está apenas fazendo jogadas? 
Pela segunda hipótese, as declarações impiedosas dele – “vai chorar até quando?” têm o objetivo de, primeiro, esquentar suas bases e, segundo de desviar a atenção dos desvios de seus filhos – a compra da mansão – e de seus fracassos. [as respostas mais adequadas as questões propostas, devem ser antecedidas por perguntas. Vamos a elas:
- em qual grau, qual foi a influência das respostas dadas pelo presidente, quando sob intensa pressão da mídia usou palavras inadequadas?  ZERO;
- talvez a índole belicosa, sincera e um pouco rústica do nosso presidente, facilite interpretações parciais de estar fazendo jogadas - interpretações, repetimos, tendenciosas e que destacam sempre o lado negativo;  
- desviar atenção dos desvios dos seus filhos? a compra da mansão? É notório que comprar uma mansão não é crime, não é desvio e o MP, Receita Federal e diversos órgãos de fiscalização dispõem dos meios e condições,  para averiguar toda a operação, todas as formas empregadas na aquisição de recursos  e se constatada alguma irregularidade efetuar as denúncias.Destacamos que a RF tem poderes para realizar para realizar investigações sem necessidade de quebra de sigilo - o que não vale é a violação do sigilo bancário e fiscal, por órgãos sem competência para tanto e depois o resultado das 'invasões ilegais' serem divulgadas pela mídia, divulgação sempre antecedida do chavão: a (órgão divulgador) .. ........ teve acesso aos dados do sigilo bancário de fulano e fulana.]

Pela primeira hipótese, ele é um homem despreparado, insensível, com comportamentos desprezíveis, como esse de zombar da morte.[correção: não se zomba da morte; ela é quem zomba de TODOS NÓS!  a morte, a senhora da foice, zomba até dos que orgulhosamente,  e por  vã ilusão e infantil sensação de onipotência,  chegam em  seus devaneios a se  considerar livres dela, se julgam 'deuses'.]

A tentação imediata é responder: um pouco das coisas. Talvez seja por aí – o presidente faz jogadas. Mas não parece ter o tirocínio , nem a capacidade emocional para armar jogadas consistentes. Ele parece mais um homem sob um ataque de nervos quando percebe as coisas desmoronando ao seu redor. Sim, Bolsonaro ainda tem uns 30% de aprovação.[acreditar nos 30%, desprezando os reais 45%, é acreditar em Papai Noel, que alguns humanos são imortais e coisas do tipo - entre tais coisas, a de que a oposição tem alguém em condições de ser candidato em 2022....talvez o animador do auditório, a dona de magazine, o coronel paulista, nasceu em Pindamonhangaba, que posa de cearense... A oposição não tem um candidato presidencial já nas ruas como ele está o tempo todo.

Mas, vamos reparar. Estamos nos aproximando dos 11 milhões de casos de Covid. Cada uma dessas pessoas tem relacionamentos – familiares, amigos, vizinhos, colegas de trabalho. Quanto dá esse grupo, em média? Dez, 15 pessoas? Qualquer que seja a conta, não estará errado verificar que algo como 130 milhões de brasileiros tiveram contato com alguém próximo doente. São esses os frescos atingidos pela pergunta: Sem contar os parentes de pessoas que, nos dias de hoje, não encontram leitos para internar seus entes queridos. [estamos corretos quando percebemos uma interpretação, uma sutil torcida, de que quanto mais brasileiros morrerem, mais brasileiros ficarão contra Bolsonaro = menos votos para o capitão em 2022 = melhor para os inimigos do Brasil, que serão os beneficiários do elevado número de mortes. É isso mesmo?]

O presidente tenta passar a responsabilidade para os governadores e prefeitos, mas essa conversa fica prejudicada quando o próprio Bolsonaro confessa que está agora em busca de vacinas – as mesmas que desprezava. Não é possível que, tirante os bolsonaristas de raiz e os idiotas que têm de procurar vacina na casa da mãe, os demais brasileiros, a imensa maioria, caiam nessa conversa o tempo todo. Surgiram sinais interessantes. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, na frente de gente do Ministério da Saúde, foi claro: não sejam negacionistas, preguem o uso de máscaras, o distanciamento, o evitar aglomerações, a busca da vacina.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, inverteu a tese de Bolsonaro, segunda a qual o cuidado com a saúde não pode matar a economia. Disse o ministro: sem saúde não há economia. Logo a principal medida econômica é vacinar em massa. Finalmente, o vice Mourão disse que o lockdown deve ser aplicado onde necessário. Verdade que ele não manda nada, mas sua fala deve exprimir algum grupo do governo. É verdade que nenhum deles avançou o sinal para dizer: gente, o presidente está errado. [O Reino Unido já está no terceiro lockdown, período de um ano, o terceiro iniciou em 1 janeiro 2021, começou a vacinar em dezembro 2020, vacinou já um terço dos seus habitantes, e o número de contaminações continua recomendando o lockdown. como ficamos???

Mas imaginem o que Bolsonaro deve ter sentido quando ouviu a fala do presidente do Senado, que ele ajudou a eleger. A menos que Rodrigo Pacheco tenha dito reservadamente que estava fazendo jogo de cena, a fala explica boa parte da raiva do chefe do Planalto. Na verdade, mesmo que fosse jogo de cena. Também dizem que Bolsonaro está conseguindo desmontar o combate à corrupção e assim proteger seus filhos.

Engano. Ele se beneficia desse abafa, mas não é o arquiteto. O ministro Luís Roberto Barroso tem razão quando diz que todo mundo na elite brasileira tem algum parente, amigo, correligionário, ente querido envolvido em falcatrua. Gente que foi apanhada no Mensalão e na Lava Jato – e que agora está reagindo. Bolsonaro pegou carona no desmonte do combate à corrupção. A armação geral precisa de gente mais competente e mais fria, como Gilmar Mendes e outros ilustres membros das corte superiores, os grandes advogados de réus da Lava Jato e, sim, experientes políticos do Centrão. Notando-se: o Centrão não tem amores para sempre. Só enquanto vale a pena. Disso, Bolsonaro sabe. [conclusão única e inevitável: vale tudo para derrubar Bolsonaro = elogiar governador e prefeito, o que inclui tecer loas ao fracassado 'governador da vacina'.]

Carlos Alberto Sardenberg, jornalista

Coluna publicada em O Globo - Economia 6 de março de 2021


quinta-feira, 26 de novembro de 2020

[Nem a democrática Alemanha aguentou o excesso de direitos] = O avanço da ‘desdemocratização’ na Europa

J.R. Guzzo - O Estado de S.Paulo

O Parlamento da Alemanha decidiu suprimir diversos direitos constitucionais em nome do 'combate à covid-19'. 

O que está acontecendo com as liberdades públicas e privadas que têm sido o principal elemento para a coesão política das grandes democracias da Europa nos últimos 75 anos? Nada de bom. É um processo de supressão das garantias democráticas, ou de “desdemocratização”, que vem avançando gradualmente nos últimos anos – e ao longo do qual tem sido imposto aos cidadãos um crescente abandono dos direitos individuais, com a correspondente submissão à vontade do Estado. Depois que a França aprovou, dias atrás, uma lei proibindo as pessoas (incluindo-se aí os jornalistas no exercício das suas funções profissionais) de fotografar ou filmar o rosto de qualquer policial, o Parlamento da Alemanha decidiu suprimir diversos direitos constitucionais em nome do “combate à covid-19”.[sempre que possível procuramos estar em posição contrária a dos franceses = ficamos de um lado e a França do outro. Agora temos que concordar com os franceses e perguntamos: o que motiva uma pessoa de bem, bem intencionada, a fotografar um policial  = autoridade tão exposta e sujeita a vinganças imotivadas e criminosas.]

É a nova “Lei de Prevenção Contra as Infecções”, que legaliza o ataque serial às liberdades que vem sendo feito já há meses pelo governo alemão, em suas sucessivas medidas contra a pandemia – e cria novas proibições e obrigações, entre elas a de tomar vacina. Inevitavelmente, e de imediato, surgiram comparações com a infame “Ermächtigungsgesetz”, ou “Lei Habilitante”, devidamente aprovada em 1933 pelo parlamento alemão, o “Reichstag”, dando plenos poderes ao então primeiro-ministro Adolf Hitler. 

Não é a mesma coisa, claro. Nunca é a mesma coisa. As “situações de risco” para a saúde pública invocadas hoje pelo governo para dar poderes extra-constitucionais às autoridades não são a “emergência nacional” alegada por Hitler, nem dão a Angela Merkel e seus ministros o mesmo mandato ditatorial que foi dado a ele. É perturbador, em todo o caso, que a Alemanha, colocada sempre na primeira fila da democracia europeia e mundial, mexa com tanta facilidade na sua Constituição para deixar o governo ainda mais poderoso do que já é diante das pessoas. Quando um antigo membro do Partido Comunista da extinta Alemanha Oriental, Andreas Geisel, exerce o cargo de ministro do Interior de Berlim, torna-se inevitável a referência aos Estados policiais.

Os liberais e conservadores não têm a quem apelar na Alemanha de hoje a chanceler Merkel e seu governo são os liberais e conservadores, e quem está na oposição é uma esquerda minoritária. O fato é que a democracia verdadeira está perdendo quase todas, numa Alemanha que tem um governo tecnicamente de direita, mas onde a máquina estatal parece cada vez mais nostálgica da ditadura comunista que existia em sua antiga banda Oriental.

J.R. Guzzo, jornalista - O Estado de S. Paulo