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domingo, 4 de junho de 2023

Este é meu modo de dizer: “Presente, Brasil!” - Percival Puggina

         Estou longe do Parcão de Porto Alegre, neste domingo que espero seja restaurador. Talvez devesse dizer que estou em férias, talvez devesse realmente estar em férias. Mas não consigo desligar-me das aflições de meu país.

Como não ver a democracia capturada? 
Como não me sentir esbofeteado ao ouvir Lula recomendar a seu companheiro, irmão, camarada Nicolas Maduro que “construísse a sua narrativa”? 
Como não saber que estamos ferrados nesse universo das ficções, das narrativas?

Temos a ficção do presidente da Câmara, de que os “congressistas estão insatisfeitos” e de que, supostamente, cabe ao governo satisfazê-los. Temos as muitas narrativas com que o STF faz o que bem entende,
alegando a excepcionalidade e a urgência do interesse nacional. 
Temos as narrativas que levaram Lula a ser inocentado na última instância da Globo e as narrativas da mídia que durante quatro anos atribuiu a Bolsonaro o desejo de fazer aquilo que o STF cansa de fazer e que, agora, Lula faz. 
Temos tribunal cassando mandato de deputado em um minuto, reverente à narrativa do ministro relator. 
E temos o senador Pacheco, um omisso que nem narrativa tem para sua omissão.
 
Bastam-me estes fatos para não tirar os olhos da estrada por onde nos estão levando e, por tais razões, minha alma estará no Parcão. Estou dizendo presente, do modo que posso. Não me afastariam desse dever cívico divisões, decepções nem malquerenças
Que venham os que ficaram em cima do muro, os que não saíram de casa no dia 30 de outubro, os que por “nojinho” do presidente votaram num nojento de carteirinha, aqueles que o  jornalismo militante levou pelo nariz para onde quis. 
Que venham os arrependidos e os que sequer se arrependeram, como a turma do MBL.  

Não me importa quem lute pela liberdade e pela dignidade dos cidadãos, contanto que o faça, que se exponha, que mostre o rosto e grite contra aquilo que rejeita. Se trata de dizer não à injustiça, à prepotência, às ameaças. Para dizer isto basta ser humano, não dobrar a espinha, não andar de bojo e não trazer os joelhos encardidos (como exclamou Cyrano de Bergerac, o inesquecível personagem de Edmond Rostand).

Percival Puggina (78), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

A ESTÉTICA REVOLUCIONÁRIA, OU: POR QUE VIVEMOS PERIGOSAMENTE? - Percival Puggina

Parecia impossível, mas nos habituamos a viver perigosamente, contando com a sorte de não estarmos à hora errada, no lugar errado. O mundo do crime prospera como nenhum outro ramo de “negócios”, consolida-se compondo e fortificando estados paralelos, nos toma como presas e tem, da lei, proteção superior à de suas vítimas.

O bandido brasileiro, apoiado por uma retórica de conveniência e pela autoproteção dos corruptos, sabe que opera com baixíssimo risco de ser preso e pagar por sua ação. É uma espécie de “camarada em armas” de certa intelectualidade que anseia por uma revolução. Atua em ramo altamente rentável e de baixíssimo risco. Teme muito mais a duríssima lei que rege o submundo do que a lei que rege a sociedade. Aquela é eficaz; esta, mera hipótese.

Muito nos perguntamos sobre os motivos que levam tantas pessoas esclarecidas a se seduzir pelo pensamento revolucionário, marxista, apoiando ou difundindo ideias que acabarão por sufocar sua própria liberdade. Não sou eu quem o assegura. Esse é o centenário e constante grito da história.  Penso que a vida e a experiência permitem constatar um fator essencial a motivar adesão a caminho tão sinistro. Refiro-me à estética revolucionária, à glamorização da vida criminosa, operada pelos salões de beleza dos meios culturais e educacionais.

Neles, a realidade presente e os fatos passados entram de um jeito e saem de outro, inteiramente modificados. O que é feio por natureza sai formoso pela jeitosa manipulação dos detalhes e ocultações. Desse trabalho, nasce a suposta superioridade moral do pensamento revolucionário.

Eis aí, a meu ver, a principal causa da insegurança em que vivemos. Ela jamais será corrigida e nossa liberdade jamais recuperada, se continuar havendo mercado para a ideia de que o criminoso é vítima da sociedade e do sistema, é alguém de quem não se pode esperar outra conduta que não seja buscar, pela violência e pela organização criminosa, o que de direito lhe pertence.

Esse é um dos conceitos mais hediondos, mais falsos e corrosivos da ordem pública que se pode compartilhar. Retoquem o visual quanto quiserem, isso não mudará os fatos. 
O criminoso sabe que sua ação está errada, tem consciência moral sobre a natureza do ato que comete, mas planeja sua ação e a pondera numa perspectiva econômica. 
Coloca na balança o lucro e o risco. E sabe que, no Brasil, como regra geral, salvo azar, “não dá nada”.

Todo criminoso – com arma, caneta ou mandato – pensa exatamente assim.

Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


quinta-feira, 4 de março de 2021

Três perguntas sobre a choupana de Zero Um - Veja

Blog Ricardo Rangel

O senador Flavio Bolsonaro é um homem que gosta de viver perigosamente

Flávio Bolsonaro adquiriu uma modesta choupana em Brasília.  Tem 2.400 metros quadrados de terreno, 1.100 metros quadrados de área construída e saiu pela bagatela de seis milhões de reais. É quase quatro vezes o patrimônio que o bravo senador declarou em 2018. Pagou metade financiado em 30 anos e a outra metade, é de se supor, à vista.

Diante desse estupefaciente fato, três perguntas vêm à mente.

1. Quem foi o desvairado que aprovou financiar o que quer que seja para Flávio Bolsonaro? [ao que se sabe, desde que o pretendente a tomador de um empréstimo bancário tenha condições de arcar com o pagamento do  financiamento (que ficará registrado no cartório competente, como ônus real) e o imóvel seja de valor igual ou superior ao do empréstimo,o empréstimo deverá ser concedido - o fato de ser filho do presidente da República = um capitão odiado pela midia militante = não é fator impeditivo]
2, Onde Flávio arrumou três milhões (mais do que seu patrimônio inteiro) para dar de entrada? [essa é uma questão que faz parte do sigilo bancário, fiscal do adquirente, sigilos protegidos por lei e que costumam quando violados, conspurcar qualquer processo em que sejam usados]; 
3. O que o Zero Um tem na cabeça para, logo depois que o STJ (aos 48 do segundo tempo, com gol de mão) permitiu que escapasse às garras dos procuradores no processo das rachadinhas, decidir dar essa sopa ao Ministério Público? [certamente a convicção absoluta de que nada de ilegal mancha a operação.]

A resposta à primeira pergunta é óbvia: um banco público. Mais especificamente, o BRB, Banco de Brasília, cujo controlador, o Distrito Federal, é governado por Ibaneis Rocha, amigo de fé, irmão, camarada, de Jair Bolsonaro. E que, pelo jeito, tem tanto cuidado com a poupança de seus clientes quanto tem por sua saúde.

A resposta à segunda pergunta também é óbvia, todo mundo sabe qual é, mas não sou eu que vou escrever.

Por fim, a resposta à última pergunta é a certeza absoluta de que vai ficar por isso mesmo. Vamos torcer para o Zero Um estar enganado desta vez.[lembrem-se que torcer é fácil quando se torce pelo Flamengo - torcer para que o que não é crime vire crime e puna inocentes (tudo isso com provas... provas, elas costumam complicar provar crimes não existentes - o que não existe não produz nada, nem provas.
Alertamos o senador Flávio para que comece a passar um pente fino nas insinuações, sei mas não digo, e outras coisas similares - poderão gerar processos por danos morais com sanção  indenizatória e ações penais que poderão resultar em cadeia. Além de punir os caluniadores, o senhor terá uma renda suplementar, legal e poderá antecipar algumas prestação do financiamento e convencer que quem acusa, tem que provar.]

Ricardo Rangel - Blog na  Revista VEJA