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sábado, 21 de julho de 2018

Ciro busca Lula e os seus



[candidatura Ciro sobe no telhado.]

Depois de ver o centrão se aproximar de Alckmin, candidato faz discurso para atrair PSB e PCdoB e, se der, o PT

Menos de 24 horas depois de ver o centrão se bandear para o lado do tucano Geraldo Alckmin, Ciro Gomes tomou o único caminho que lhe restava. Na convenção do PDT que o lançou candidato à Presidência, hoje, em Brasília, fez um discurso cujo conteúdo agrada aos partidos e aos eleitores que se identificam como de esquerda. É o que lhe resta no momento – e não é um campo pequeno. Nele estão PT, com seu principal candidato preso e impedido de concorrer, PSB, sem candidato, e PCdoB, cuja candidata tem desempenho muito aquém do registrado por Ciro. Neste lado estão especialmente os órfãos do ex-presidente Lula, um cobiçado contingente do eleitorado.

Em sua fala, Ciro fez os acenos necessários. Apesar de a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, dizer que seu partido não vai com ele “nem que a vaca tussa”, Ciro falou bem do ex-presidente Lula, preso em Curitiba. Ele sabe que vacas não tossem e frases de efeito valem pouco, mas sabe que Lula entende mais de política do que a maior parte dos seus comandados. Ficar bem com ele não vai render apoio agora, mas pode trazer no futuro, caso o candidato ungido por Lula não emplaque no segundo turno.  Ciro foi esperto ao dizer que a ausência de Lula na eleição joga mais responsabilidade sobre “nossos ombros” – no caso, os seus e dos aliados. Ao fazer isso, Ciro se coloca como alternativa de voto para o eleitor lulista, que já mostrou certa simpatia por ele em pesquisas. Por enquanto, isso só mostra que Ciro tem uma boa auto estima. Mas ele foi o primeiro a vestir a camisa de “candidato do Lula” e mostrar ao eleitor.

Ciro joga também na resistência em torno do PT. Ele sabe que dificilmente o partido de Lula atrairá PSB e PCdoB para uma aliança. Seu papel com o discurso é continuar o trabalho de atração destes partidos, o que vem fazendo há tempos. Sem o peso do centrão a seu lado e com a postura do PT em torno da candidatura de Lula, seu trabalho fica mais fácil. 

É óbvio que Ciro se daria bem se tivesse o centrão, formado por DEM, Solidariedade, PR PRB e PP, em sua aliança. A turma é heterogênea e complicada de lidar, mas tem força. Sem ela, Ciro pelo menos tem a vantagem de não precisar fazer ginástica verbal para moderar seu discurso, em especial na área econômica. Um sinal de que ele ficou à vontade, foi que se permitiu até a fazer um mea culpa sobre seus últimos deslizes verbais. Ciro sabe que perdeu com o que falou e que perdeu sem o centrão, por isso já joga para outro público.