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quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Lula, mesmo ciente que não vai concorrer pois estará encarcerado, teme a candidatura Temer

'Acho que Temer está encontrando um jeito de ser candidato', diz Lula a rádio

Para petista, presidente espera conseguir atrair eleitores do deputado Jair Bolsonaro

O ex-presidente Lula acredita que o decreto de intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro é um sinal de que o presidente Michel Temer quer se candidatar à reeleição e está fazendo uma movimentação para angariar votos de simpatizantes do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ). — Acho que o Temer está encontrando um jeito de ser candidato a presidente da República. E eu acredito que ele achou que a segurança pública pode ser uma coisa muito importante para pegar um nicho de eleitores do Bolsonaro — disse em entrevista à "Rádio Itatiaia".

[É sempre temerário se pensar em possivel reeleição de Temer - a indecisão dele, os recuos, o faz que vai, não vai e depois vai, desagradam e até assustam - mas se ele enquadrar a criminalidade no Rio e melhorar a economia, tem chances.
De qualquer forma, será divertido os que hoje sacaneiam o Temer, tudo que ele faz consideram errado, serem forçados a engolir mais quatro anos de Temer.
Se o Brasil aguentar, vai valer a pena.

Bolsonaro pode esperar até 2022 e herdará um Brasil melhor do que o de agora e muitas e muitas vezes melhor do que o herdado por Temer.

Tudo depende da vontade de DEUS - seja segurando a saúde de Temer e dando uma inspiração ao general Braga Netto para resolver, ou dar uma melhorada de uns 80%, na segurança pública do Rio e melhorando a economia com redução substancial do desemprego, manutenção da inflação em baixa e aumento do PIB.] 
 
Mesmo admitindo a impossibilidade de ser contrário a uma medida emergencial em relação ao crescimento da violência no estado fluminense, Lula indicou que o decreto de Michel Temer tem mais de cálculo político do que estratégia séria para solucionar a área de segurança pública.

Para Lula, a cúpula do Palácio do Planalto, após perceber que não poderia aprovar a Reforma da Previdência em razão da rejeição encontrada tanto na Câmara dos Deputados como entre a população, resolveu mudar a agenda, de um tema negativo, a mudança nas aposentadorias, para outro positivo, a intervenção federal. — O que eles pensaram? Vamos criar outro espetáculo, e criaram passando para a sociedade que agora vão acabar os problemas. Mas não vão acabar — disse.

Lula citou outras experiências fracassadas no estado que foram bem recebidas inicialmente mas não tiveram efeitos duradouros, como a instalação das Unidades de Polícia Pacificadora em favelas e a ocupação do Complexo da Maré em 2015. O ex-presidente ainda indicou que o Exército não é preparado para enfrentar o narcotráfico e que colocar oficiais das Forças Armadas para combater a violência urbana pode levar a resultados negativos, como a corrupção entre os oficiais da corporação. [a falta do que dizer o coisa ruim do condenado Lula começa a insinuar corrupção entre os oficiais das Forças Armadas - felizmente as FF AA tem um baixo índice de oficiais que simpatizam com o PT: os famosos e indesejados oficiais melancia.
Lula também esquece que as Forças Armadas estão entre as instituições com maior credibilidade no Brasil e o que for necessário fazer para combater com êxito a criminalidade a população, o povo, vai apoiar.] 
 
Ao falar sobre uma possível candidatura de Temer, o petista também aproveitou para fazer uma análise do cenário eleitoral. Citando pesquisas de opinião, Lula afirmou que, caso seja candidato, ou ganharia no primeiro turno, ou seria presença certa no segundo [Lula deixa de ser ignorante e teimoso e entenda que condenado e preso não pode ser candidato e você já é um condenado - sentença confirmada na segunda instância - e em mais alguns dias será um presidiário. Portanto, NÃO PODERÁ SER CANDIDATO.]  Sem sua presença na eleição, no entanto, Lula usou uma metáfora para explicar o equilíbrio entre os candidatos. Para ele, sua inelegibilidade é uma estratégia de seus adversários e da elite para deixar as duas vagas do segundo turno em aberto.— Todo mundo é um caminhão de melancia. Um tem cinco, outro tem seis, outro tem sete. Está todo mundo igual, então todo mundo acha que tem chance — disse Lula para explicar seu pensamento sobre Temer: — Então eu acho que o Temer está fazendo uma aposta. Ele tirou da pauta uma coisa que a sociedade era contra e colocou outra que a sociedade é favorável.

"NÃO EXISTE ESSA DE MDB NUNCA MAIS"
O ex-presidente Lula se negou a se comprometer não fazer acordos com o PMDB nas eleições de 2018. O partido foi o principal beneficiado com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, considerado pelo PT um golpe parlamentar.  No entanto, o ex-presidente afirmou que o partido irá fazer acordos com o partido no estado, citando Minas Gerais como exemplo. O PT também negocia possíveis alianças com o partido em estados como o Ceará, liderado pelo presidente do Senado Eunício Oliveira, e em Alagoas, terra natal do senador Renan Calheiros.

— Não existe essa de MDB nunca mais. Como o (Fernando) Pimentel vai trabalhar sem o MDB em Minas Gerais? — disse. A sigla decidiu, em convenção em dezembro do ano passado, mudar o nome. Passaria, então, a ser chamado pela nomenclatura original, MDB, abandonando o P. O Tribunal Superior Eleitoral ainda precisa aceitar a mudança.
Para Lula, quem quiser ser "principista", aqueles que rejeitam acordos por diferenças políticas, não pode fazer política.  — Eu quero ganhar as eleições para melhorar a vida do povo brasileiro. Então tenho que construir uma aliança política que me permita fazer isso. Senão, serei o melhor candidato do mundo e não ganharei as eleições.

O Globo
 

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Se preocupam com Bolsonaro no segundo turno e esquecem que ele pode levar já no primeiro

O risco de duas ondas opostas deve preocupar o PT. E pode abrir caminho para uma candidatura Temer

Um primeiro olhar sobre o cenário eleitoral mostra o campo à esquerda relativamente coeso em torno de Lula, com alguns pequenos focos de dispersão. Já do lado oposto prevalecem por enquanto as forças centrífugas. Bolsonaro parece ter um público cativo que é de um terço a metade do de Lula. O resto pulveriza-se entre alguns e o nenhum

Lula tem uma força e uma fraqueza. A força é dele próprio, ele é o dono dos votos de um terço dos brasileiros. A fraqueza relativa é de seu campo político, que hoje está algo isolado. O PT ganhou quatro eleições presidenciais fazendo alianças com pedaços da direita. A urna ainda está longe, mas os sinais são de que isso pode ser mais difícil agora.

A direita tem uma fraqueza e uma força. A fraqueza está na relativa anemia eleitoral exibida por enquanto pelos pré-nomes. O protagonista habitual, o PSDB, não aparece bem, e ninguém desponta até o momento para ocupar o espaço. A força está no antipetismo e no antilulismo: esse argumento tem potencial para criar uma onda antivermelha num eventual segundo turno. [todos consideram Bolsonaro com chances para um eventual segundo turno, só que nada impede que ele já ganhe no primeiro.
Um dos principais 'defeitos' apontados em Bolsonaro é não ser economista - presidente não tem que ser economista, tem que saber escolher quem vai conduzir a economia;
Criticam Bolsonaro por se declarar favorável ao combate a criminalidade, ao livre porte e posse de armas, ser contrário ao império dos que querem destruir a FAMÍLIA, VALORES MORAIS, BONS COSTUMES e outros que são tão caros à maioria dos brasileiros

(entre os que querem destruir a FAMÍLIA se alinham os defensores da maldita 'ideologia de gênero', os gays que querem impor à FAMÍLIA práticas reprováveis e outros que combatem qualquer VALOR que represente a MORAL e os BONS COSTUMES, os defensores do aborto) 
Também criticam Bolsonaro por ser contra os que defendem direitos humanos para bandidos.
Os que Bolsonaro defende são as maiores vítimas dos danos causados pelos que combatem o deputado, combate motivado por saber que com ele não terão vez.
Chega de ver que em um confronto bandido x polícia em que não morreu nenhum policial, a turma dos 'direitos humanos' já chega acusando a Polícia.] 
 
Lula sabe disso, e manobra para abrir caminhos de aliança, mas as circunstâncias da queda de Dilma e a competente narrativa de denúncia e resistência da esquerda, se ajudam a coesionar, também alimentam radicalização. Não seria sábio subestimar o equilibrismo de Lula, mas mesmo para ele não será trivial. E a falta da caneta também atrapalhará.  Um risco para o PT está na possibilidade de duas ondas opostas: uma vermelha no primeiro turno, talvez até para desagravar o eventualmente impedido Lula, e a antivermelha no segundo, fazendo convergir a direita, o “novo”, a antipolítica e uma parte do eleitorado que ficou em casa no primeiro. Tudo para evitar a volta do PT ao poder.

Assim, é lógico que na, digamos, situação a briga seja de foice. Quem for ao segundo turno, se houver, terá uma narrativa pronta e um magnetismo natural para atrair a maioria dos votos “desperdiçados” no primeiro. Por isso está agitado o PSDB e por isso pululam as ambições. E também por isso começa a surgir a possibilidade de Temer candidato.
Michel Temer possui a caneta e terá o discurso de alguma recuperação econômica. Pode inclusive usar o argumento de que apenas ele tem o compromisso com as reformas liberais e também a capacidade de fazê-las andar. O pior que pode lhe acontecer é perder e ser ejetado do cargo em 2019. Mas isso é o que está programado se ele não for candidato.

A movimentação em torno de uma eventual candidatura Temer, já ensaiada na semana que passou, pode atrapalhar a reforma da previdência e portanto enfraquecer o argumento temerista de que ele é capaz de fazer a coisa passar no Congresso. Mas também pode reforçar o discurso de que só ele tem compromisso verdadeiro com a agenda liberal. Além do mais, ao correr sozinho, o PMDB adia a decisão sobre quem apoiar. A opção seria uma aliança desde o início com o PSDB. Entretanto, o mundo tucano parece eletrizado pela hipótese de disputar o voto como força de oposição. Não se sabe bem como isso poderia ser explicado ao eleitor, mas sonhar costuma ser grátis, pelo menos até a hora em que a conta chega.

O detalhe é que uma candidatura Temer certamente seria do agrado do PT, ao manter e ampliar a confusão do outro campo. E, já que Lula, inteligentemente, anunciou ter perdoado os que ele chamou de golpistas, nunca é demais lembrar que PT e PMDB estiveram juntos durante pelo menos uma década antes do divórcio de 2016. É bom ficar de olho. [eventual candidatura Temer sepulta qualquer possibilidade de reforma da Previdência em 2019;
caso Temer venha a ser candidato e seja eleito (situações improváveis) herda um pepino criado por ele próprio:a necessidade - maior e mais urgente - de realizar a Reforma da Previdência, primeiro,  boicotada com as denúncias sem prova do ex-acusador-geral da República  e segundo,  boicote pelo próprio Temer com sua eventual candidatura à reeleição.
Óbvio que sendo eleito, iniciará 2019 com força total para aprovar reformas até mais duras do que as de agora.
Governo no inicio do mandato aprova tudo - já no último ano de mandato, não aprova nada, especialmente sendo candidato à reeleição.]

A lógica projeta que a direita e o automaquiado centro vão acabar convergindo em torno de um nome para ultrapassar Bolsonaro e ir ao segundo turno. Mas nem sempre a lógica prevalece. Na corrida para prefeito de São Paulo, foi tão feroz a disputa pela vaga contra Doria no segundo turno que ele acabou ganhando no primeiro.  Uma boa maneira de Lula e o PT evitarem a onda antivermelha no segundo turno é aproveitar a confusão do outro lado e ganhar no primeiro. É muito difícil, mas não impossível.


Por:  Alon Feuerwerker é jornalista e analista político/FSB Comunicação