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domingo, 25 de junho de 2017

O Brasil pergunta a Janot e Joesley: cadê a metade que falta?

O país que a Lava Jato acordou exige a punição de todos os bandidos, mesmo suspeitando que a tribo dos políticos sem culpa no cartório caiba numa maloca

O Supremo Tribunal Federal decidiu que o acordo entre Rodrigo Janot e Joesley Batista não precisa de revisão, que o ministro Edson Fachin seguirá cuidando da meia delação premiadíssima e que, ao menos por enquanto, continuam valendo os benefícios que condenaram à impunidade perpétua um esquartejador da verdade

Com a decisão o STF aparentemente buscou impedir que os advogados dos quadrilheiros passassem a contestar todas as revelações de quem aceitou colaborar com a Justiça. O problema é que essa obscenidade parida em Brasília pelo procurador-geral da República pode desmoralizar o instrumento jurídico que, utilizado com inteligência em Curitiba, ajudou a iluminar a face escura do Brasil.

O correto seria percorrer o caminho do meio. As vigarices expostas por Joesley imploram por investigações e, se for o caso, castigos exemplares. Se o presidente Michel Temer e o senador Aécio Neves, por exemplo, fizeram o que parecem ter feito, merecem o purgatório onde penam traidores de milhões de profissionais da esperança. Mas a história das falcatruas da JBS não pode limitar-se à primeira parte. Joesley está obrigado a exumar a metade que falta. O país que presta quer saber quando o açougueiro predileto dos governos do PT abrirá o baú das bandalheiras que praticou com a cumplicidade ativa de Lula, Dilma e a chefia do BNDES. Que tal começar pela suspeitíssima reunião que juntou Joesley, Lula e Eduardo Cunha no Sábado de Aleluia de 2016.

Figurões do Judiciário, do Executivo, do Legislativo e do Ministério Público teimam em fechar os olhos ao Brasil que a Lava Jato despertou. (Refiro-me, insisto, à verdadeira Lava Jato, personificada por Sérgio Moro, não à caricatura liderada pelo procurador-geral que presenteia bandidos bilionários com o status de inimputável). Esse novo país exige o enquadramento de todos os delinquentes, mesmo suspeitando que a tribo dos homens públicos honrados caiba numa maloca. Com o sumiço dos velhacos hegemônicos, a espécie em extinção vai multiplicar-se rapidamente. É hora de começar tudo de novo.

Fonte: Coluna do Augusto Nunes - VEJA 

 

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Lula, o despreparado e deslumbrado parido por um sarapatel, formado pelo populismo endêmico, o patrimonialismo secular, a ignorância histórica

O BOI 

Faltam-me palavras para dar conta do que está acontecendo no Brasil. Eu nunca vi o país assim. Já vi crises violentas como a morte de Getúlio ou o golpe militar, mas esta tem uma característica diferente; é pastosa, uma areia movediça que engole tudo.

O que é uma crise? Digamos que um projeto político ou empresarial quisesse chegar a determinado objetivo. Corria um risco. Se não desse certo, teríamos uma crise. Era a época dos riscos. Hoje, vivemos na incerteza, porque não sabemos como agir.

Hoje, a crise é sonâmbula – como chegar e aonde chegar? O grave é que esses impasses estão eliminando os instrumentos institucionais da democracia.

O Congresso brasileiro é chefiado por dois sujeitos investigados com provas e recibos por crimes na Lava Jato, e também o Renan quando fugiu para não ser cassado pela evidência de suas jogadas. E hoje preside o Senado. Conta isso para um alemão, um inglês, e eles não acreditarão.

O Brasil está se esvaindo em sangue por causa de um cabo de guerra entre Dilma e Cunha, em amor e ódio, em busca de proteção mútua: “Você me salva do impeachment, e eu tento evitar sua cassação”. O Brasil está paralisado porque Cunha está mandando no país, porque detém o poder de chantagear todo mundo, mesmo denunciado até pela Suíça (que chique!). Como pode o Legislativo estar nas mãos desses caras? Parece não haver um só lugar onde não haja roubo. Na saúde, na merenda escolar, na educação.

O Brasil está encurralado entre uma flébil tentativa de ajustar as contas públicas e o ajuste sendo usado como moeda de troca. O Congresso está bloqueando nossa recuperação. O Brasil está sendo chantageado. “Se o Brasil não me atender, eu destruo o Brasil”. 
 
 Antigamente, o segredo era a alma dos negócios espúrios. Hoje, os mais sujos interesses são expostos à luz fria de um bordel. Está tudo a nossa cara. Sempre houve roubalheira, considerada apenas um “pecado”, e era uma roubalheira setorial, descentralizada, e não esta coisa sólida, extensa, onipresente. Tudo que já apareceu nessa extraordinária ressurreição do Judiciário, por conta dos competentes juízes e procuradores, será um troco, uma mixaria quando chegarem aos fundos de pensão, ao BNDES e a outras empresas públicas.

A política está impedindo a política. Mentem e negam o tempo todo e não desmoralizam a verdade apenas; estão desmoralizando a mentira. São patranhas tão explícitas, tão cínicas que desmoralizam a mentira. O óbvio está escondido debaixo da mesa. O óbvio está no escuro, o óbvio está na privada. Quanto à verdade, é fácil descobri-la: ela é o contrário, o avesso de tudo que políticos investigados negam.

Ninguém acredita mais no que o Lula fala (só pobres analfabetos e intelectuais imbecis), ninguém acredita mais no que a Dilma gagueja sob o som dos panelaços, nem no Renan, no Cunha, mas o show continua. Há um complô de enganação da sociedade. Por quê? Porque a sociedade para eles é um bando de idiotas que precisam ser tutelados pelo Estado de esquerda ou enrolados pelos oligarcas privados. Esse foi nosso pior destino: a união entre a chamada “esquerda” e a velha direita.

Dilma não sai nem morta, ela disse. Cunha não sai nem morto. E os dois em confronto encurralam o país numa briga de foice. São demitidos 3.000 por dia e o total geral de desempregados já está em 1,2 milhão de pobres vítimas desse prélio de arrogância e narcisismo. Teremos um déficit fiscal de R$ 70 bilhões. E tudo bem? No Congresso, ninguém liga. Dane-se o país, quero o meu... [o final desta crise será idêntico ao de Mussolini e Clara Petacci.]

Faltam-me palavras. Que nome dar, por exemplo, a esse melaço de gente que odeia reformas e o novo? Que medula, que linfa ancestral os energiza, que visgo é esse que gruda em tudo? É uma pasta feita de egoísmo, preguiça, herança colonial, estupidez e voracidade pura. Que nome dar? A gosma do Mesmo?

O dicionário não basta para descrever uma figura como o Cunha, cuja aparência não engana. Ele é o que parece, nunca vi um desenho tão perfeito de uma personalidade. O povo vê horrorizado sua carantonha e seu bico voraz e percebe que está diante do mal. O povão não entende muito, mas tem sensibilidade. Cunha é a cara do pesadelo brasileiro. E tantos outros, escondidos por sorrisos, cabelinhos de acaju ou de asas da graúna.

Nós, jornalistas e comentaristas, tentamos ver algum ângulo novo na crise atual, mas já estamos nos repetindo, martelando o óbvio. Todos os artigos parecem um só. Eu busco novas ideias, novas ironias para esculachar essa vergonha, mas ela é maior que as palavras. Falamos, falamos, e não descobrimos o essencial: como é que essa porra vai acabar? O Brasil estava entrando no mundo contemporâneo com uma nova visão de economia e gestão, e vieram esses caras e comeram tudo, como as porcadas magras quando invadem o batatal.

Essa crise é terrível porque é uma caricatura. É crise do superficial, do inerte, da anestesia sem cirurgia. A crise é um pesadelo humorístico. A crise não merece respeito. Sei lá, a depressão de 1929 foi uma tragédia real. Esta nossa é uma anedota. Ela foi criada artificialmente por essa gentalha que tomou o poder e resolveu ser contra “tudo isso que está ai”. Quem estava aí era o Brasil. Eram as conquistas da democracia, essa palavra que eles usam com boquinha de nojo, apenas como pretexto, como estratégia para a tal “linha justa”. Como dizia o Bobbio: “O que mais une o fascismo e o comunismo é seu ódio à democracia”.

O que provocou tudo isso? Foi o populismo endêmico, o patrimonialismo secular, a ignorância histórica. E esse sarapatel pariu um sujeito despreparado e deslumbrado consigo mesmo, cujo carisma de operário fascinou intelectuais babacas e comunas desempregados desde 1968, que resolveram fazer uma revolução endógena, um “gramscianismo” de galinheiro.

O PT está arrasando o país. Essa é a verdade. Temos que dar nome aos bois, ou melhor, ao boi. O causador disso tudo que nos acontece e que poderá durar muito tempo foi o Lula. Sim. Esse homem que nunca viu nada, que não sabia de nada é o grande culpado da transformação. Mas o MPF e a polícia estão chegando perto dele e de suas ocultações. Ele é o boi.
 
Fonte: Arnaldo Jabor - O Globo
 
 

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

"SEM ESCRÚPULOS E SEM LIMITES"



Dilma Rousseff disse na ONU, prá todo mundo ouvir, que o Brasil chegou ao limite. Falou em limite econômico. Em limite de gastos. Limite de crédito. E até da arrecadação. Fez uma espécie de mea culpa enterrando, por “razões fiscais” simplesmente, o modelo adotado até aqui. Esqueceu-se, no entanto, de citar que seu governo também chegou ao limite. Principalmente ele!
 
Sem saída, entregou os pontos – ou os postos – à aventura do baixo clero peemedebista e aos caprichos deliberativos de Lula, que orientou a pupila na escolha dos que saiam e dos que entravam na reconfigurada Esplanada dos Ministérios. Dilma transferiu o mandato. De vez! Com o beneplácito de Lula, escanteou o PT de pastas-chaves como a saúde e contemplou alas do Congresso que a ameaçam com o impeachment. Entrou na roda da chantagem, na base do “você me oferece o que eu quero e eu lhe dou o que deseja”. Deu adeus aos princípios republicanos. E não ficou sequer livre de novas garfadas para atender ao apetite desmesurado dos arrivistas de plantão. 

Dilma virou uma caricatura dela mesma. Concentra esforços e gestão unicamente na busca por sobrevivência. Nada de pacto programático pelo bem geral da Nação e por saídas estruturais concretas. O País e seus graves problemas que fiquem em segundo plano. Desconsiderados. Viraram meros detalhes nas desconexas ações da presidente. Já o balcão de comércio persa para negociar vagas estatais está aberto e barganha sem limites com os parlamentares. Na avaliação do senador e opositor Aécio Neves, Dilma distribui “nacos de poder como em uma feira livre”. É a hora da xepa em Brasília! Do regateio institucionalizado. Quem der mais leva! Vêm para dentro do ministério aqueles que, teoricamente, poderão garantir a permanência da governabilidade ao estilo Dilma, intensificando distorções e golpes de puro interesse partidário. Na reconfiguração do governo acentuam-se por esses dias os sinais de mediocridade da era Dilma.
 
E o fosso de dificuldades no qual se enterra o Brasil só aumenta. Não há mais quem passe incólume, sem prejuízos, às barbeiragens administrativas da mandatária. Seu último compromisso declarado de reduzir pastas foi subjugado pelo objetivo maior de compor “alianças estratégicas”. Dilma perdeu os escrúpulos. Foi triste de ver o loteamento de pastas no novo concerto de forças. O tão propalado “governo de coalizão” virou sinônimo de coação pura e simples. E as pesquisas de opinião refletem o desalento com essa política. 

Empurram a presidente ladeira abaixo, com o mais alto índice de rejeição já registrado. Nunca antes, na série histórica do Ibope, desde o fim da ditadura militar, alguém amargou uma avaliação de 69% entre ruim e péssimo. Nem mesmo o confisco de Collor ou a hiperinflação de Sarney os levaram a tamanha desaprovação. No campo dos paradigmas negativos, a impopularidade de Dilma beira a unanimidade e parece não ter limites.  

Fonte: Carlos José Marques, diretor editorial, Isto É