Após prisões, Paes diz estar tranquilo em relação a
terrorismo no Rio - Prefeito
disse que ação da polícia demonstra preparo
Após a prisão de dez suspeitos acusados de
integrarem uma célula que planejava ações terroristas na Olimpíada, o prefeito Eduardo Paes voltou a
afirmar que a cidade não corre risco de ataque durante os Jogos. Paes falou
sobre o assunto durante a inauguração da segunda galeria do túnel da Via
Expressa, no início da tarde desta quinta-feira. — É uma
notícia que me alivia. Eu estava tranquilo e continuo da mesma maneira. Essa é
uma área que eu não interfiro, mas estou sempre acompanhando de perto o
trabalho das forças de segurança do país. A gente não corre risco, e essas
prisões demonstram o preparo de nossos agentes — disse Paes.
Por ora, a Rio 2016 informa que não vai se
pronunciar sobre a operação da Polícia Federal. Na manhã desta
quinta-feira, dez brasileiros suspeitos
de preparem atos terroristas durante a Olimpíada do Rio foram presos pela
Polícia Federal, de acordo com o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes,
em entrevista coletiva. Foram expedidos 12 mandados de
prisão temporária por 30 dias, em dez estados. As prisões, feitas no
Amazonas, Ceará, Paraíba, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São
Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, segundo adiantou o
colunista do GLOBO, Lauro Jardim. Um menor foi apreendido na operação.
Ministro
diz que mulher de um dos detidos teria colocado informações no Facebook
O
ministro da Defesa, Raul Jungmann, classificou de
amador o grupo terrorista preso nesta quinta-feira. Segundo ele, o grupo passou de uma possibilidade (de ameaça) para uma probabilidade ao começar a preparar um ato
terrorista. O ministro afirmou que os serviços de segurança já vinham
monitorando os suspeitos há algum tempo. -
Vocês chegaram a ver o vídeo que eles divulgaram? É de um amadorismo... E me
permitam o linguajar um tanto vulgar: uma “porralouquice”. De fato, é um grupo
que não tem nenhuma tradição, preparativos históricos, nada. São jovens e nós
sabíamos quantos eram, quem eram e não podíamos postergar - afirmou.
O ministro disse que o grupo já
vinha sendo monitorado há algum tempo. E que seus membros se comunicavam entre si e com
membros do Estado Islâmico através da internet, pelo canal Telegram. - O grupo passou aquela linha que nós não
admitimos que passe. Ou seja, começaram a fazer preparativos para um ato
terrorista. Eu fui o redator da lei que tipifica o ato de terrorismo. E o
preparativo é crime, e a legislação é muito dura. Quando eles transpuseram o
limite entre uma conversação com o Estado Islâmico e começaram a tomar algumas
medidas de preparação, a partir desse instante, nós buscamos uma ordem
judicial, e todos eles foram detidos. E devem assim permanecer. O juiz da vara
cobrou sigilo para todas essas questões. Mas tive informações de que a mulher
de um deles teria colocado a questão no Facebook - contou.
Jungmann
também ressaltou a preocupação que todo mundo viver hoje em razão dos atentados
do Estado Islâmico. - Preocupação hoje no
mundo, indistintamente, todos têm. Está provado e comprovado pelos últimos
acontecimentos em Nice. O que aconteceu em Orlando, na Bélgica, em Istambul. Em
todo lugar, evidentemente temos que ter essa preocupação. Seria ilegítimo
alguém dizer que não tem.
As
declarações foram feitas nesta quinta-feira durante visita à estrutura de comunicação do Comando de Defesa Setorial
(CDS) Deodoro, composta por dois módulos, um móvel e um fixo: o Centro de Coordenação de Operações Terrestres Interagências
(CCOTI), que integra o Projeto Estratégico do Exército (PEE)
Proteger e o Centro de Operações do CDS local. Os oito Jeeps e cinco caminhões
vindos de quatro estados além do Rio possuem câmeras que podem dar suporte ao
controle fixo em casos extremos como combate ao terrorismo, situações de
calamidade pública e apoio a grandes eventos. A conexão é via satélite. O aparato custou R$ 25 milhões.
Fonte: O Globo