Airbus
A320 da companhia alemã se chocou contra os Alpes franceses nesta
terça-feira
O governo
francês não privilegia a hipótese terrorista no acidente de avião da companhia alemã
Germanwings, que caiu na terça-feira nos Alpes franceses e provocou a morte das
150 pessoas que estavam a bordo, afirmou o ministro do Interior. "Todas
as hipóteses devem ser consideradas até que a investigação apresente
resultados, mas a hipótese terrorista não é privilegiada", disse
Bernard Cazeneuve à rádio RTL. "Há uma concentração de partes do avião
em um espaço de um hectare e meio. É um espaço importante porque o impacto foi
importante, mas isto mostra que o avião provavelmente não explodiu",
completou o ministro.
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Bernard
Cazeneuve disse que nas próximas horas os especialistas devem começar a
analisar os dados da caixa-preta encontrada na terça-feira, que corresponde à
gravação das conversas e aos sons da cabine dos pilotos. Dez médicos legistas
serão enviados ao local para identificar os corpos.
Autoridades
retomam busca de corpos e destroços
A perigosa operação para recuperar os destroços do
avião da companhia alemã Germanwings que caiu na terça-feira ao sul dos Alpes
franceses com 150 pessoas a bordo, a maioria alemães e espanhóis, foi retomada
nesta quarta-feira. A caixa-preta encontrada na terça-feira, a que registra as
conversas dos pilotos, está danificada, mas pode ser analisada informou à AFP uma fonte próxima à investigação. "A caixa-preta encontrada é a CVR (cockpit voice recorder)", disse a
fonte. "Foi enviada a Paris para que seja analisada pelo BEA"
(Escritório de Investigação e Análises), completou.
O
ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve, confirmou que a caixa-preta está danificada, mas o conteúdo pode ser
utilizado. "Será necessário reconstituí-la", disse. Ao mesmo tempo, o ministro explicou que o
governo francês não privilegia a
hipótese terrorista na investigação das causas do acidente. Os investigadores prosseguem com as buscas pela segunda caixa-preta, a "FDR" (Flight
Data Recorder), que grava os dados do voo segundo por segundo, uma tarefa que será complexa em
consequência da dispersão de partes do avião em uma ampla área montanhosa de
difícil acesso entre Digne-les-Bains e Barcelonette (Alpes da Alta Provença). Segundo o general francês David Galtier, "os pedaços de corpos humanos
localizados não são maiores que uma pequena maleta".
Entre os
milhares de pedaços da aeronave foi
possível identificar apenas o trem de pouso, segundo um investigador, o que
levanta a possibilidade de que o avião se desintegrou no choque com as paredes
rochosas. A chanceler alemã, Ângela
Merkel, o presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, e o presidente
francês, François Hollande, visitarão o local da tragédia, que conta com mais
de 300 policiais e 100 bombeiros. Alemanha
e Espanha são os países mais afetados pelo número de vítimas.
O Airbus A320 da Germanwings, uma companhia de
baixo custo, filial
da Lufthansa, caiu na terça-feira em uma área com montanhas que chegam a 3.000
metros de altura. A aeronave seguia de Barcelona (Espanha) para Düsseldorf
(Alemanha) com 144 passageiros e seis
membros da tripulação a bordo.
O
pior acidente em 30 anos
A
catástrofe aérea, que provocou uma grande comoção na Europa, foi a pior registrada na França em mais de
30 anos. Na Espanha, o governo
decretou três dias de luto nacional. Os reis Felipe VI e Letizia cancelaram uma
visita de Estado à França que havia começado poucas horas antes.
Entre as vítimas estão 67 alemães, incluindo dois
bebês e 16 adolescentes de Haltern (noroeste da
Alemanha), que retornavam, ao lado de duas professoras, de um intercâmbio
escolar na Espanha. Entre os passageiros
estavam 45 pessoas com sobrenomes
latinos, segundo a vice-presidente do governo espanhol, Soraya Sáenz de
Santamaría. Dois colombianos e dois
argentinos estariam no voo, assim como três
mexicanos, segundo a chancelaria do país. Dois australianos e pelo menos um
belga também estão entre as vítimas.
Também
estão entre as vítimas dois cantores de ópera de Düsseldorf, o baixo-barítono
Oleg Bryjak, de 54 anos, e a contralto Maria Radner, 33, que viajava com o
marido e seu bebê. A localidade de
Seyne-les-Alpes aguarda a chegada dos parentes das vítimas. O tenente-coronel Jean-Marc Ménichini, da
gendarmaria, informou que 30
investigadores e médicos legistas integrarão as equipes nos helicópteros de
busca.
A tarefa
vai tomar pelo menos uma semana, advertiu.
"O acesso ao local é muito complicado. É uma área de muitas montanhas,
muito elevada e é muito difícil chegar no local no inverno, a não ser pelo
ar", disse Francoise Pie, morador da região. Uma unidade de
emergência médico-psicológica foi estabelecida no hospital de Digne-les-Bains e
outra será instalada em Seyne-les-Alpes, com intérpretes de espanhol e de
alemão.
Fonte: AFP