Brasil volta ao
Conselho de Segurança da ONU após 10 anos ... - Veja mais em
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Na
quarta-feira, véspera da votação no Supremo das ações que buscavam impedir a
Copa América — a realização do torneio no país é uma das formas de ser do
negacionismo —, o presidente Jair Bolsonaro já deu uma bofetada na cara do
tribunal, evidenciando que se considera acima das leis, também as da ciência.
Afirmou num culto evangélico que vacinas são experimentais e as igualou, em
eficácia, à hidroxicloroquina.
Ontem, no
dia em que os ministros arquivavam os seus votos no plenário virtual, veio
outra. Numa solenidade no Palácio do Planalto, tratou o ministro da Saúde,
Marcelo Queiroga, como um capacho -- "um tal de Queiroga" (mas isso é
lá entre eles) -- e afirmou: "Ele [Queiroga] vai ultimar um parecer
visando a desobrigar o uso de máscaras por parte daqueles que estejam vacinados
ou que já foram contaminados para tirar esse símbolo”
E brandiu
uma máscara como aquilo que deve ser banido. Nesse mesmo dia, por 11 a zero em
três ações diferentes, os ministros
do Supremo não opuseram óbices à realização da Copa América no país. Quem põe
freio no imperador? O Procurador-Geral da República, Augusto Aras, dispõe de
instrumentos para tentar fazer valer a lei. Por enquanto, ele só se mobiliza
para conter os que buscam conter ao presidente. O Planalto não pode fazer o que
anunciou Bolsonaro. Já explico.
Na sequência, "o tal de Queiroga", com a cara mais lavada do
mundo, ainda que parcialmente escondida pela máscara, veio a público para
anunciar que estava tomando as providências para fazer a vontade do chefe.
Também em vídeo, afirmou: "Recebi do presidente Bolsonaro hoje uma
solicitação para fazer um estudo acerca do uso das máscaras. O presidente está
muito satisfeito com o ritmo da campanha de vacinação no Brasil, da chegada de
novas doses, da distribuição de mais de 100 milhões de doses de vacina. O
presidente está acompanhando o cenário internacional e vê que, em outros países
onde a campanha de vacinação já avançou, as pessoas já estão flexibilizando o
uso das máscaras. O presidente me pediu que fizesse um estudo para avaliar a
situação aqui no Brasil. Então vamos atender a essa demanda do presidente Jair
Bolsonaro, que está sempre preocupado com pesquisas em relação à Covid, tanto que
estamos fazendo pesquisas na área das vacinas, transferência de tecnologia da
AstraZeneca para a Fiocruz... Enfim, para trazer um cenário mais favorável para
a população brasileira”
Reinaldo Azevedo, jornalista - Blog UOL