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domingo, 5 de novembro de 2023

Estudante de Medicina da USP ficou 7 meses presa por ter rezado no Senado - Cristina Graeml

Entrevista com Roberta Brasil, uma jovem cearense, estudante de Medicina da USP, que foi a Brasília para a manifestação do dia 8/01, entrou no prédio do Congresso porque as portas estavam abertas, conversou com policiais e acabou se dirigindo ao plenário do Senado, onde permaneceu por algumas horas rezando junto com outros 37 manifestantes.


 Todos acabaram presos, apesar de nada ter sido quebrado no local, segundo perícia do próprio Senado. Roberta aparece rezando ou sentada, sozinha, nas imagens captadas pelas câmeras de segurança do Senado, mas isso não foi considerado pela Procuradoria Geral da República, que acusa a estudante de crime de multidão, além de golpe de estado, abolição do estado de Direito, associação criminosa armada, danos ao patrimônio público e depredação de patrimônio tombado.

Outros réus do mesmo processo já foram condenados a penas que variam de 14 a 17 anos de prisão.

Assista à entrevista clicando no play da imagem que ilustra esta página. 

Entrevista com Mariana Adorno Naime, esposa do Coronel Jorge Eduardo Naime, da Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF), preso há 8 meses, acusado, sem provas, de envolvimento nos atos que culminaram em vandalismo de prédios públicos em Brasília no dia 8 de janeiro de 2023.

Nesta entrevista, a esposa conta que o marido estava de licença da PM desde o dia 3 de janeiro e nem sequer recebeu informes de inteligência sobre as movimentações de caravanas de manifestantes em direção a Brasília ou qualquer orientação quanto a possíveis estratégias de policiamento. Ainda assim, foi chamado ao trabalho na tarde do dia 8 e assumiu o comando da tropa que foi deslocada para a praça dos Três Poderes, tendo conseguido conter diversos vândalos, depois de ser atacado por eles com rojões.

Vítima de queimaduras graves, ainda sofreu perseguição política, prisão por ordem do STF, mesmo sem que a denúncia do STF tenha sido analisada, e difamação por parte de integrantes do governo e da imprensa. Naime segue preso, numa cela solitária, desde fevereiro.

 

Assista adiante: Esposa de Cel Naime (PM-DF)denuncia: marido foi esquecido na cadeia



Cristina Graeml, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

terça-feira, 25 de julho de 2023

A mãe, o baile e o discurso - Revista Oeste

 Roberto Motta 

Ficam as três imagens queimando nossas retinas e contaminando o ar de nossa democracia com um cheiro cada vez pior, insuportável

 

Foto: Montagem Revista Oeste/Reprodução Redes Sociais/Shutterstock

Três imagens marcaram as últimas semanas. Essas imagens, tomadas em conjunto, oferecem uma explicação sobre o Brasil melhor do que a maioria das análises de economistas, jornalistas e juristas.

A primeira imagem é a de uma mãe.

A experiência da maternidade é poderosa. Nada interessa mais a uma mãe do que o bem-estar dos seus filhos. Não há nada que uma mãe tema mais do que ser separada deles. 

Na República Federativa do Brasil, até bem pouco tempo atrás, nenhuma mãe amorosa, dedicada e correta temeria ser separada de seus filhos por iniciativa do Estado. Isso mudou.
Rodou nas redes sociais um vídeo que mostra uma mãe reencontrando seus dois filhos, crianças ainda pequenas. 
A mãe não consegue parar de chorar. Quem viu as imagens ficou com um nó na garganta.
A mãe ficara presa vários meses. O pai das crianças, seu marido, ainda está preso.

Vejam isso! Uma mãe, que após 6 meses, saiu do “campo de concentração” criado a partir do 8 de janeiro e revê seus 2 filhos.Como não se emocionar com tamanha injustiça e barbárie.Imprensa tendenciosa,antiética e esquerdista essa mulher tem alguma característica de “terrorista”?🇧🇷 pic.twitter.com/nXct8lXGct— Edinaldo Marques (@EdinaldoMarques) July 10, 2023

.....


A prisão do pai e da mãe, e de milhares de outros brasileiros, por razões semelhantes, deixou um cheiro ruim no ar da democracia.

A segunda imagem marcante é a de um baile. Uma banda toca no convés de um navio. Pessoas movem seus corpos ritmicamente. 
Uma dessas pessoas é um dos homens mais poderosos do país. 
Ele tem a chave para aprovação de legislação na Câmara dos Deputados.

O homem é um jurista do Estado — poderoso, bem-remunerado e cheio de privilégios. Ele está em um local inapropriado para seu cargo — um evento político

Uma das coisas que ele permitiu — ou promoveu — foi a aprovação, em altíssima velocidade, de um projeto que altera a cobrança de impostos. É uma mudança, feita na própria carne da Constituição, que afetará a vida de todos os milhões de brasileiros por várias gerações. Na realidade, os efeitos são imprevisíveis, porque o projeto não foi discutido adequadamente nem acompanhado de qualquer estudo sério. [saiba mais sobre o pode do tal homem, clicando aqui.]

Não houve tempo. Era preciso aprová-lo rapidamente. Por quê?

Há quem diga que a velocidade foi estimulada pela liberação de bilhões de reais em “emendas” parlamentares (“emenda” significa “dinheiro”). Houve quem dissesse que a razão da pressa fora o show no navio. A embarcação tinha hora para zarpar.

Se isso for verdade, foi o show mais caro da história.


O cheiro ruim aumenta.
 

Cruzeiro do Safadão | Foto: Reprodução/Redes Sociais

Na terceira imagem, um homem faz um discurso. O homem é um jurista do Estado — poderoso, bem-remunerado e cheio de privilégios. Ele está em um local inapropriado para seu cargo um evento político. Suas palavras são inadequadas para sua função. 

Na maioria das democracias, elas seriam suficientes para sua remoção imediata da posição que ocupa e para o início de procedimentos de responsabilização.

No Brasil, sabemos que nada acontecerá.

Ficam as três imagens — da mãe, do baile e do discurso — queimando nossas retinas e contaminando o ar de nossa democracia com um cheiro cada vez pior, insuportável.

Leia também “Os piores entre nós”

REVISTA OESTE, ÍNTEGRA DA MATÉRIA


Coluna Roberto Motta - Revista Oeste







sexta-feira, 7 de julho de 2023

Depois dos votos da deputada Rosângela Moro e outros 'bolsonaristas' e do apoio do Tarcisio fica dificil até morar no Brasil

Web condena voto de Rosângela Moro na reforma: "Apoia quem cassará o marido"

Janones chama Tarcísio de "companheiro" após apoio à reforma tributária

Os exemplos da traição são numerosos, mas citar dois já são suficientes para mostrar o quanto são abundantes na politica brasileira os  traidores 'calabar'.

Blog Prontidão Total 

 

 


 


quinta-feira, 29 de junho de 2023

Pantaleão a as visitadoras no bordel chamado Brasil - Gazeta do Povo

Rodrigo Constantino

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

Mario Vargas Llosa, Nobel de Literatura, deve ter sido o autor de ficção que mais li na vida.  
E um dos seus livros mais divertidos é Pantaleão e as visitadoras. 
Escrito no começo da década de 1970, o romance se baseia em fatos e relata o "serviço de visitadoras" organizado pelo Exército peruano para desafogar as ânsias sexuais das guarnições amazônicas.
 
Pantaleão Pantoja é um capitão recém-promovido que recebe essa missão inesperada: criar o serviço de prostitutas para as Forças Armadas peruanas na Amazônia. 
Mas o homem é um militar tão organizado, eficiente e meticuloso em suas funções que coloca "ordem no bordel", digamos assim.
 
O experimento funciona tão bem que Pantoja, fiel marido, acaba se transformando no maior fornecedor de prostitutas do Peru. 
O sujeito trabalha às madrugadas, bebendo em bares infectos, cuidando do empreendimento com personagens insólitos. 
Missão dada, missão cumprida.
 
Lembrei do livro ao ler a coluna de Malu Gaspar no Globo hoje, sobre a festa em Lisboa das elites brasileiras, incluindo grandes empresários, ministros supremos e políticos poderosos. 
Pensei em orgia, em bacanal, em suruba, em promiscuidade, e daí me veio à mente o divertido livro de Vargas Llosa.
 
Colocar um alemão certinho para tomar conta de um bordel pode ser um perigo: o bordel pode ficar tão profissional que toma conta de tudo! Melhor manter a esculhambação mesmo, talvez? Não sei dizer. 
Só sei que o Brasil sempre foi essa bagunça, e é complicado mexer demais nisso, pelo visto.

Talvez o destino dos países latinos abaixo da Linha do Equador seja nunca se transformar em nação séria, republicana, dotada de um império das leis. Talvez nossa "sensualidade", nosso "jeitinho", seja mesmo um fatalismo inescapável. Talvez o errado seja gente certinha, que sonha e luta para transformar bordel em convento.

"Se a farinha é pouca, meu pirão primeiro". "Instaure-se a moralidade ou nos locupletemos todos"
Os bordões e aforismos que sobreviveram ao teste do tempo devem atestar uma verdade imutável, vai saber. 
O Brasil é o país da malandragem mesmo, da turma se lambuzando na coisa pública e deixando o povo na privada
.
Agora nosso Exército vai treinar com capangas do ditador Daniel Ortega, que persegue cristãos e oponentes em Nicarágua.  
O TSE não deixou a imprensa lembrar da proximidade entre Lula e seus companheiros tiranos, mas a eleição já acabou, né? 
Maduro foi recebido como estadista, e Ortega vai mandar soldados para o Brasil. Não é para criar um serviço de prostitutas. Infelizmente, pois seria menos pior...
 
A nossa salvação talvez esteja em nossa maldição
Ao ler os relatos feitos por Malu Gaspar, ficamos com a nítida sensação de que nosso país é uma zona mesmo. 
Mas se por um lado isso é lamentável, por outro lado talvez seja o obstáculo mais insuperável da turma de Dirceu. 
Como impor a ordem ditatorial comunista numa zona? 
Como desafiar tantos grupos poderosos, organizados e acostumados com esse prostíbulo? 
O sistema é esse. 
Não há Pantoja capaz de organizar o bordel chamado Brasil...


Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


quinta-feira, 15 de junho de 2023

Mais uma decisão de Moraes contra Roberto Jefferson

Ministro do Supremo Tribunal Federal proíbe Ana Lúcia Novaes de acompanhar o marido durante internação

alexandre de moraes x roberto jefferson

Ministro Alexandre de Moraes adota mais uma medida contra Roberto Jefferson | Fotos: Nelson Jr/STF / Pablo Valadores/Câmara dos Deputados 

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi responsável por tomar mais uma decisão contrária ao ex-deputado federal Roberto Jefferson. Em parecer divulgado na quarta-feira 14, o magistrado negou o pedido para que a mulher do ex-parlamentar acompanhe de forma integral o tratamento dele no hospital.

Moraes rejeitou o pedido protocolado pela defesa de Jefferson. Na solicitação, os advogados alegaram que os problemas de saúde e o fato de ser idoso deveriam permitir a presença da mulher ao lado dele durante 24 horas na unidade hospitalar. Aos 70 anos, o ex-deputado apresenta quadros de desnutrição, desorientação e crises convulsivas.

 Jefferson é casado desde 2015 com a enfermeira Ana Lúcia Novaes. No dia 4 de junho, ele foi transferido, sob ordem de Moraes, do Complexo Penitenciário de Gericinó, na zona oeste carioca, para o Hospital Samaritano de Botafogo, também no Rio de Janeiro. Entre outros problemas, laudo médico indicou a suspeita de tumores (câncer) no corpo do político.

Ao negar o pedido, o ministro do STF avisou: mesmo em tratamento hospitalar, Jefferson segue, aos olhos da lei, como presidiário. Segundo o magistrado, o ex-deputado deverá seguir às regras impostas aos demais presos preventivos, “inclusive no que diz respeito à visita do cônjuge em dias determinados e à liberdade de contratar médico de confiança pessoal, a fim de orientar e acompanhar o tratamento”.

Roberto Jefferson foi preso a mando de Moraes

Alexandre de Moraes x Roberto Jefferson
Roberto Jefferson está em hospital, mas voltará para a cadeia depois de tratamento médico. É, a saber, o que determina Alexandre de Moraes | Foto: Divulgação/SEAP

Atualmente em tratamento hospitalar, Roberto Jefferson foi preso, a mando de Alexandre de Moraes, em outubro de 2022. Na ocasião, o ministro do STF, que também é o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, determinou que policiais federais se dirigissem à casa do ex-deputado, no município de Comendador Levy Gasparian (RJ).

De acordo com a decisão de Moraes em outubro do ano passado, Jefferson descumpriu medidas restritivas. Dessa forma, o ministro determinou a prisão preventiva. O político, contudo, não reagiu bem. A saber, ele chegou a atirar contra os carros da Polícia Federal. No fim das contas, entretanto, acabou preso.

Leia também: “Alexandre, o Supremo”, artigo de Augusto Nunes publicado na Edição 164 da Revista Oeste


quarta-feira, 8 de março de 2023

Pedrinho Matador Superstar: até quando continuaremos glorificando bandidos? - Gazeta do Povo

Vozes - Paulo Polzonoff Jr.

"Ensina-me, Senhor, a ser ninguém./ Que minha pequenez nem seja minha". João Filho.

Fama infame

A vida de Pedrinho Matador vai virar documentário e série.| Foto: Reprodução/ Twitter

Segundo dia do exercício de concisão. Sou disciplinado, nas não muito. Sinto falta dos floreios. De passar o pé por cima da bola. Dos adjetivos em profusão. Mas agora chega de enrolar porque vou falar de Pedrinho Matador, mais um bandido brasileiro cuja vida desgraçada, uma vida que tanto sofrimento causou, será glorificada por meio de um documentário e uma série.

Assim que me sopraram a notícia de que havia um novo psicopata super star na área, me lembrei imediatamente da foto de uma vitrine de livraria (abaixo). Em destaque, três livros sobre criminosas. Sobre Elize Matsunaga, “a mulher que esquartejou o marido”; sobre Suzane [von Richtofen], “assassina e manipuladora”; e sobre Flordelis, “a pastora do diabo”. Se estavam ali em destaque é porque havia quem comprasse. E lesse.

Há pouco tempo, Pedrinho Matador teria virado evangélico. Vi cenas do batismo. Acreditar no arrependimento dele é difícil. No auto perdão, mais ainda. 
Como alguém consegue conviver com o fato de ter tirado a vida de mais de 70 pessoas? 
De qualquer modo, duvido que uma série sobre Pedrinho Matador se ativesse à suposta redenção dele.
 Ao mundo de hoje interessam apenas homens caídos. 
E mulheres também, como se vê pelos livros que citei.

Enquanto isso, heróis brasileiros como a professora Heley de Abreu, que salvou 25 crianças de um incêndio criminoso numa creche em 2017, ou como o morador de rua Francisco Erasmo Rodrigues de Lima, que salvou a vida de uma mulher feita refém na Praça da Sé, em São Paulo, permanecem convenientemente esquecidos pelos roteiristas e escritores. 

Porque exaltar o bem dá trabalho. Exige humildade. Enquanto exaltar o mal qualquer tarantinozinho da vida faz.


Reprodução/ Twitter

Paulo Polzonoff Jr., colunista - Gazeta do Povo - VOZES


sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

Casadas com o poder (Última parte) - Augusto Nunes

Revista Oeste

Perto de Marisa Letícia, Janja parece tão discreta quanto uma rainha de bateria Rosemary Noronha, Janja da Silva e Marisa Letícia da Silva | Foto: Montagem Revista Oeste/Agência Brasil/Reprodução/Shutterstock

 Rosemary Noronha, Janja da Silva e Marisa Letícia da Silva | Foto: Montagem Revista Oeste/Agência Brasil/Reprodução/Shutterstock  
 
A expressão “primeira-dama” — com hífen, alertam os dicionários — nunca deu as caras em nenhum artigo, parágrafo ou inciso da Constituição, tampouco foi vista em qualquer organograma do Poder Executivo, fosse qual fosse o ocupante do gabinete no 3° andar do Palácio do Planalto. 
Oficialmente, dividir alcovas, palácios, alegrias ou tristezas com o presidente da República não é função legalmente remunerada, seja em espécie, seja em favores. 
Como ocorre com a first lady dos Estados Unidos, que teria servido de modelo para a versão brasileira, primeira-dama não é cargo; é título. Simples assim, certo? Errado: nada é assim tão simples nestes trêfegos trópicos.

Aqui, o que uma mulher do presidente da República faz ou deixa de fazer depende do temperamento, dos humores e das conveniências do marido. A exceção ficou por conta de Nair de Teffé, com quem Hermes da Fonseca se casou em 1913, logo depois da morte de Orsina da Fonseca. Viúvo de uma típica dona de casa, o sisudo presidente de 55 anos optou pelo avesso. Com apenas 24, a pintora e desenhista Nair invertia o prenome para publicar nos jornais caricaturas em que uma certa Rian zombava dos figurões da República Velha. Até janeiro deste ano, Hermes foi o único presidente a governar o país com duas diferentes primeiras-damas. Agora tem a companhia de Lula, que exerceu dois mandatos casado com Marisa Letícia e começou o terceiro como marido de Rosângela da Silva, a Janja.

O marechal Hermes e Nair, ao lado do cardeal Arcoverde, na escadaria do Palácio Rio Negro, em Petrópolis, depois do casamento religioso | Foto: Wikimedia Commons
O contraste entre a introvertida Orsina da Fonseca e a exuberante Nair de Teffé pode ser reeditado em escala portentosa. Comparada a Marisa Letícia, que em público não fez mais que meia dúzia de declarações, Janja parece tão retraída quanto uma rainha de bateria. Ao longo de 2003, por exemplo, Marisa tentou manter sob controle os movimentos do cônjuge. Instalada numa sala do Palácio do Planalto, entrava no gabinete presidencial assim que o sol se punha para pedir ao marido que chegasse mais cedo em casa. 
Alojada no Palácio da Alvorada, enfeitou o jardim com uma estrela vermelha feita de sálvias. Foi obrigada a desfazer a homenagem ao PT. Mais tarde, tentou mobiliar um sítio e um apartamento com donativos que o presidente em fim de mandato ganhou de empreiteiros agradecidos. Deu cadeia. 
Também sugeriu a indicação para a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal do filho de uma vizinha chamado Ricardo Lewandowski. A Corte piorou. Perto do que Dilma Rousseff faria, são pecados veniais.
Nos primeiros quatro anos, Marisa não fez feio no campeonato brasileiro de milhagem a bordo do AeroLula. Mas baixou perigosamente a guarda quando, farta de visitas a países mais pobres que o Brasil, fez a opção preferencial por pousos e decolagens em países europeus bem mais charmosos. As rotas que levavam a grotões da África e da Ásia caíram no colo de uma viajante sempre disponível: Rosemary Noronha.  
Coisa de amadora, deve achar Janja. Aos 56 anos, em seu segundo casamento, a paranaense formada em Sociologia (com mestrado em militância no PT) tem ficado junto com Lula 25 horas por dia. Não quer deixar espaço para outra Rose Noronha.

Ao lado do presidente do Brasil, Janja cumprimentou os governantes estrangeiros com a pose de quem encabeçara uma chapa vitoriosa em que o marido havia figurado como vice

Sem paciência, ela já deixou claro que vai meter-se em tudo. Em vez de esperar a data da coroação, passou a encarnar o papel de primeira-dama um minuto depois de encerrada a apuração do segundo turno. Discursou no comício da vitória na Avenida Paulista, voou com Lula no jatinho que o levou ao Egito para um piquenique ambientalista, não pediu licença ao Gabinete de Transição para pendurar amigos no cabide de empregos do primeiro e segundo escalões, vistoriou minuciosamente o Palácio da Alvorada para saber como estava a célebre criação de Oscar Niemeyer e decidiu que não merecia abrigar o casal real. Precisava de reformas urgentes. Ela nunca se queixou do modesto espaço ocupado por Lula no prédio da Polícia Federal em Curitiba, e noivou na cadeia com a alegria de quem troca alianças numa catedral. Promovida a primeira-dama, parece bem mais exigente.

Janja forneceu uma notável amostra do que é capaz ao nomear-se presidente da comissão organizadora da festa de posse e preparar detalhadamente a espetaculosa aparição inaugural em rede nacional de rádio e televisão. 
Além do próprio traje, a dona da festa resolveu como seriam o ritual da subida da rampa do Planalto, a escolha das atrações artísticas, a triagem da lista de convidados, a decoração do local da solenidade, a entrega da faixa presidencial, o cardápio e a cesta de bebidas, fora o resto. 
Ao lado do presidente do Brasil, cumprimentou os governantes estrangeiros com a pose de quem encabeçara uma chapa vitoriosa em que o marido havia figurado como vice. Não é pouca coisa. Mas era só o começo, demonstrariam as semanas seguintes.
Presenteada com um gabinete no palácio, raramente é vista por lá. Para encontrá-la, deve-se descobrir onde Lula está. Janja estará ao lado. Depois da posse, acompanhou o marido nas viagens à Rússia, à Argentina, ao Uruguai e aos Estados Unidos. Em Washington, permaneceu grudada ao parceiro até na hora da clássica foto em que o presidente anfitrião e o visitante trocam um aperto de mãos. Estranhamente, não compareceu ao ato festivo que celebrou o aniversário do PT. 
 
[mais uma foto mostrando o bom entendimento entre o casal presidencial e o anfitrião.]
 
Solteiro, Lula derramou-se em elogios e gestos carinhosos endereçados à presidente do partido, Gleisi Hoffmann. No dia seguinte, Janja vingou-se: em vez de acompanhar o marido num jantar de gala da companheirada, fez Lula acompanhá-la numa segunda lua de mel na Bahia.
Luiz Inácio Lula da Silva, Janja e Joe Biden na Casa Branca, 
Washington | Foto: Ricardo Stuckert/PR
O namoro no Carnaval em Salvador foi interrompido por algumas horas para que o chefe de governo visitasse por um punhado de horas o Litoral Norte de São Paulo, atingido por temporais devastadores. Janja avisou no Twitter que estava muito triste com o calvário das vítimas. O semblante exibido em dezenas de fotos desmentiu aos gritos o que a primeira-dama escreveu. 
Mas é compreensível o estado de euforia em que vive a mulher que, por anos a fio, lutou com método e bravura para transformar-se na terceira esposa de Lula, na segunda autorizada a usar o título de primeira-dama e na única poupada — até agora — de dividir o cargo com uma segunda dama. 
Enquanto o objeto do desejo esteve preso, Janja perdeu a conta das saudações (“Bom dia, presidente”, “Boa noite, presidente”) que berrava diariamente nas imediações da cadeia para animar a celebridade engaiolada. Isso antes de começarem as visitas ao prisioneiro que abreviaram o namoro, o noivado e o casamento.
 
Lula e Janja trocam frequentes juras de amor, mas é bastante provável que a atual primeira-dama seja assombrada pelo fantasma de Rosemary Noronha. Entre 2004 e 2012, a secretária que José Dirceu apresentou a Lula num bailão do sindicato dos bancários chefiou o escritório da Presidência da República em São Paulo. 
Nesse período, foi incluída na comitiva chefiada por Lula em 20 viagens internacionais e passeou por mais de 30 países. Rose só viajava quando Marisa avisava que preferia ficar em casa. Como seu nome fica fora da lista de passageiros publicada no Diário Oficial, a segunda dama do Brasil talvez se tenha transformado na clandestina com mais horas de voo desde a invenção ao avião.
O expediente aéreo da penetra de estimação começava quando anoitecia. Risonha, as ancas que exigiam poltronas largas balançavam em direção ao dormitório presidencial — e só depois do café da manhã regressavam ao seu lugar na traseira do AeroLula. 
Em terra, seguia a programação oficial com a expressão de quem ignora se está no litoral do Caribe ou num deserto africano. Terminado o jantar, o casal rumava para duas suítes sempre contíguas do hotel 5 estrelas. No solo ou nos céus, as missões cumpridas por Rose consistiam, essencialmente, em garantir que Lula acordasse com a expressão de quem passara a noite tripulando flocos de nuvens extraordinariamente azuis.
 
A farra acabou quando a Polícia Federal descobriu que Rose usava essas relações especiais para conseguir favores — de ingressos para shows de Roberto Carlos à nomeação de amigos vigaristas para a direção de agências reguladoras, passando por outras modalidades de tráfico de influência
Escapou de uma temporada na cadeia graças ao bando de advogados contratados para defendê-la pelo Instituto Lula. 
 
Ela conta com voz magoada que nunca mais conversou com o presidente. Sorri quando lembra que a coisa esquentou às vésperas do segundo mandato, quando Lula começou a escoltar com uma bravata qualquer menção à idade e à possível candidatura à reeleição. “Por que não disputar de novo? Tenho 57 anos e tesão de 30.” Ele já anda falando em mais um mandato. Aos 77, jura que a libido segue estacionada nos 30. Como não foi incluído no inquérito das fake news, Janja que se cuide.
Por acreditar em pesquisas, ficou feliz ao saber que uma lojinha de porcentagens jura que 41% dos brasileiros aprovam seu desempenho. Em qual papel? Em que situação? Fazendo o quê?  
Discursando num palanque? 
 Balbuciando um gracias em Buenos Aires ou um thank you em Washington?
Isso ninguém sabe. O que se sabe é que a política não costuma ser gentil com primeiras-damas. E trata com especial crueldade quem entra com mais de 50 anos num mundo que se deve começar a conhecer ainda nos tempos do berçário.
Rosemary Noronha | Foto: Reprodução/YouTube

Leia também “Casadas com o poder (Primeira parte)”

Augusto Nunes, colunista - Revista Oeste

 

sábado, 17 de setembro de 2022

O milagre de Damares na campanha de Bolsonaro

rimeira-dama começou a se envolver mais no projeto de reeleição do marido depois de uma conversa com a ex-ministra

O Radar mostrou em diferentes momentos, no início da campanha, como a primeira-dama Michelle Bolsonaro resistia a se envolver no projeto de reeleição do marido.


 

Michelle se recusava a gravar vídeos para a campanha, faltava a eventos em que deveria brilhar para o “eleitorado feminino” e mantinha uma postura discreta nos temas do governo. Tudo começou a mudar a partir da convenção que oficializou a candidatura de Bolsonaro e teve Michelle como personagem principal.

Hoje, Michelle grava, viaja e atua na campanha do marido com todo o empenho possível. O que fez Michelle mergulhar na campanha? Um alerta de Damares Alves, a ex-ministra e amiga. “Michelle percebeu que o presidente pode perder e entrou”, diz um aliado da campanha.

Radar - Revista VEJA

 

quinta-feira, 8 de setembro de 2022

Imbrocháveis são os piores na cama - O Globo

Ruth de Aquino

Só não sinto pena de Michelle porque ela é cúmplice de um marido e um presidente vulgar e grosseiro Cadu Gomes / Agência o Globo

Ter a consciência de que pode brochar na hora H torna o homem mais atento às infinitas possibilidades de prazer na cama. Delegar superpoderes a seu órgão entre as pernas torna o homem limitado, pouco criativo e inapto para uma relação amorosa a longo prazo. Todo homem real e sensível brocha algumas vezes na vida – e isso não afasta mulheres. Pode aproximar. 

                                          @wagner8483

 

Nada é mais brochante para uma mulher do que machos que restringem o ato sexual a uma penetração forte e incessante, às vezes dolorosa. Muitos desses homens que superestimam o próprio pau acabam sofrendo de ejaculação precoce, e isso sim é um problema. Moles prematuramente, sem respeitar o tempo da companheira, eles não sabem mais o que fazer, a não ser virar para o lado e dormir. Satisfeitos consigo mesmos, brochas na cabeça e na emoção. Nunca ouviram uma frase atribuída ao poeta Vinicius de Moraes: “Enquanto eu tiver língua e dedo, mulher nenhuma me mete medo”.

“Só não brocha nunca quem não transa nunca”, diz o psicanalista Luiz Alberto Py. “Time que não joga não perde. Brochar é parte do jogo, da brincadeira sexual. Vangloriar-se do que nunca aconteceu é patético. Resumir o sexo a uma demonstração de desempenho e virilidade não é se relacionar. Na verdade, revela o medo da tarefa. Homens que transformam o sexo em relação de domínio e superioridade têm medo da mulher”.

Machos que se divulgam infalíveis na ereção não são apenas tolos e mentirosos. São injustos com eles mesmos. Primeiro porque a infalibilidade, em qualquer aspecto da vida, na cama ou fora, não é humana. E segundo, porque a pressão de não falhar funciona ao contrário. Aumenta a ansiedade, a insegurança, o estresse. Destinado a relaxar, o sexo se torna desafio nada saudável. A cobrança leva a brochar. E impede o homem de enxergar a mulher e seus desejos.

Fala-se muito sobre o orgasmo da mulher, que tem nuances, exigências, pode ser múltiplo mas também pode ser fingido. Mulheres têm mais facilidade de conversar sobre suas relações. Os homens, quando garotos disputam quem faz pipi mais longe e quem é mais bem dotado, quando jovens disputam quem transa mais em número e qualidade, quando homens silenciam entre si. Ou mentem, como o atual presidente. Em público. Só não sinto pena de Michelle porque ela é cúmplice.

A ‘disfunção erétil recorrente’ pode ser tratada, psicologicamente ou com medicamentos. Esse nome pomposo é diagnóstico médico para homens que não ficam nunca de pau duro. Um dos remédios é o Viagra, que Jair Bolsonaro mandou comprar para as Forças Armadas com dinheiro público: foram mais de 35 mil comprimidos.

Mas existe algo pior e muito mais difícil de tratar: a disfunção emocional do atual presidente, que beira a psicopatia, como já abordei no texto “Bolsonaro não é louco”. Reproduzo aspas do psicanalista Joel Birman: “A psicopatia não é uma loucura no sentido clássico, mas uma insanidade moral, um desvio de caráter de quem não tem como se retificar porque não sente culpa ou remorso”. Os psicopatas são autocentrados. A palavra psicopatia vem do grego psyché, alma, e pathos, enfermidade. 

[a ilustre jornalista demonstra conhecer profundamente o tema e em várias áreas.]

Falta amor, não ereção.

Ruth de Aquino, colunista - O Globo