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terça-feira, 19 de dezembro de 2023

A esquerda e a direita contra Sergio Moro - Alexandre Garcia

VOZES - Gazeta do Povo 
 

 

Cassação


O senador Sergio Moro (União Brasil-PR).
O senador Sergio Moro (União Brasil-PR).| Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Se Sergio Moro for cassado, e muita gente está dando isso como certo, haverá nova eleição para o Senado no Paraná. E os jornais estão especulando que as candidatas à vaga de Moro seriam Gleisi Hoffmann, presidente do PT, e Michelle Bolsonaro. Creio que ela não é eleitora lá, mas não sei quais são os prazos para fazer a mudança.

Moro está sendo acusado de excesso de gastos na pré-campanha, porque todo mundo ajudou. 
A defesa diz que não eram gastos propriamente de campanha, que incluíram gastos em São Paulo quando a campanha foi no Paraná, que eram gastos para a proteção de Moro contra atentados; mas a Procuradoria Eleitoral do Paraná argumentou que foram gastos R$ 2 milhões e que isso é abuso do poder econômico. 
O caso vai ao Tribunal Regional Eleitoral, e depois Moro pode recorrer ao TSE, onde não há um ambiente muito favorável ao senador, pelo que se fala também por aqui.
 
Moro conseguiu que o PL e o PT apresentassem pedidos de cassação e inelegibilidade por oito anos.  
Isso porque ele foi do governo Bolsonaro; depois, pela forma como saiu do governo Bolsonaro; agora, com aquele cumprimento amistosíssimo a Flávio Dino, que tocou também nos bolsonaristas. [Moro até que começou bem, prendendo e condenando muito bandido, mas a ambição desmedida e a pressa em chegar ao topo, o levou a esquecer o conceito: "Minha Honra é Lealdade.
Moro está meio sem apoio político e da opinião pública, embora tivesse toda a opinião pública a seu favor enquanto combatia a corrupção na Lava Jato. E também há o aspecto de vingança; já pegaram Deltan Dallagnol, que foi o deputado mais votado do Paraná. Agora vão atrás do outro candidato mais votado, que venceu a disputa para o Senado.

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Discurso de Paulo Gonet dá motivos para esperança

Agora temos um novo procurador-geral da República, que também é o novo presidente do Conselho Nacional do Ministério Público: Paulo Gonet, 62 anos. Seu discurso de posse me impressionou. Em primeiro lugar, ele disse que seu trabalho seria técnico, sem visar a palco nem holofote – se diz algo assim, é porque sabe que existe quem faça isso, não? 
Disse que o Ministério Público passa por um momento crucial porque, afinal, o MP é o defensor das instituições, da lei e da democracia como está na Constituição, e compete a ele privativamente a ação penal pública.  
Nenhum juiz pode substituir o MP como fizeram no “inquérito do fim do mundo”, assim denominado por Marco Aurélio Mello, que aliás estava na posse de Gonet. É o Ministério Público que tem de tomar a iniciativa.  
Mais importante ainda: Gonet disse que seu trabalho não era de fazer políticas públicas, mas de defender o funcionamento das políticas públicas decididas pelos representantes eleitos
Ele estava novamente pensando em um tribunal que quer fazer política pública e substituir os representantes eleitos.
 
 
Por isso fico entusiasmado com o discurso. Esperávamos que o Supremo se retratasse desse “inquérito do fim do mundo”, mas nada fez, com medo de se enfraquecer. 
Apostamos no Senado, mas também não aconteceu nada. 
Agora acho que cabe uma boa aposta no Ministério Público para garantir o devido processo legal e o Estado Democrático de Direito, que é a obrigação constitucional do Ministério Público; apareceu um Paulo Gonet com toda a disposição de fazer isso. 
Fica aqui a esperança nesse novo procurador-geral da República, que também vai presidir o Conselho Nacional do Ministério Público.
 
Conteúdo editado por:Marcio Antonio Campos
 
 
 
Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
 



segunda-feira, 6 de março de 2023

A estratégia para Michelle Bolsonaro submergir no escândalo dos diamantes - Bela Megale

Desde que a tentativa de receber ilegalmente joias de diamantes pelo governo Jair Bolsonaro veio à tona, integrantes do PL traçaram uma estratégia para que Michelle submerja até a poeira baixar.

[O desespero da esquerda e de todo o establishment com uma eventual candidatura de Bolsonaro ou mesmo de  Michelle Bolsonaro é tamanho que desde já tentam  "queimar" a ex primeira-dama.

Vale tudo, desde as tentativas infrutíferas de tornar Bolsonaro inelegível - faltam, como sempre faltaram, as provas dos crimes - a comprometer Michelle Bolsonaro que em nossa opinião deve se manter distante da foco dos inimigos, aguardar que o atual presidente seja impedido para então ela e o marido ressurgirem com força total em cima da INcompetência petista.]

 

Michelle Bolsonaro e as joias de diamantes que seriam presente do regime saudita para a ex-primeira-dama

Michelle Bolsonaro e as joias de diamantes que seriam presente do regime saudita para a ex-primeira-dama Divulgação/ Reprodução

Se o previsto era que a ex-primeira-dama tivesse uma agenda intensa em março, com eventos públicos e viagens para capitalizar o Dia Internacional da Mulher, os planos passaram a ser revistos após o episódio.

O discurso oficial para justificar a nova rota é que a data já tem muitas pautas da esquerda e que Michelle não deve, por hora, se expor. Nos bastidores é falado abertamente que ela precisa “ficar preservada” neste momento.

Membros do PL criticaram ainda a reação da ex-primeira-dama depois de o caso ser revelado pelo “Estadão”. “Quer dizer que eu tenho tudo isso e não estava sabendo? Meu Deus! Vocês vão longe mesmo hein?! Estou rindo da falta de cabimento dessa impressa (sic) vexatória”, escreveu, em tom de ironia. [A Michelle precisa, e deve, ser autêntica, foi e continua sendo.  E o imbróglio da questão tem como motivação as providências da Receita Federal  após a chegada dos presentes dados pela família real da Arábia Saudita, proveniente do patrimônio daquela família, e classificados como presente pessoal ao casal Bolsonaro.
Nos parece, que nenhuma lei foi violada - caso alguma tenha sido - se Bolsonaro tivesse visitado pessoalmente os sauditas e trouxesse em sua bagagem pessoal os presentes com os quais foram agraciados, ninguém da Receita iria revistá-lo ou a sua bagagem.]

Para lideranças da sigla, a fala mostra que Michelle não entendeu a gravidade do caso e a repercussão negativa para sua imagem e, por consequência, para o PL, que aposta alto na esposa de Jair Bolsonaro.

A PF de São Paulo deve instaurar hoje um inquérito para apurar a tentativa de receber ilegalmente as joias avaliadas em R$ 16,5 milhões enviadas como presente ao casal Bolsonaro pelo regime da Arábia Saudita.

A reportagem do “Estadão” informou que o governo tentou reaver as joias em oito ocasiões, sem sucesso. Uma outra caixa com relógio, abotoaduras e itens valiosos chegou a ingressar no Brasil com a equipe do então ministro de Minas e Energia, em outubro de 2021.

A Receita Federal informou, por meio de nota, que “o fato pode configurar em tese violação da legislação aduaneira também pelo outro viajante, por falta de declaração e recolhimento dos tributos.” O órgão declarou que tomará as providências cabíveis para esclarecimento e cumprimento da legislação aduaneira, sem prejuízo de análise e esclarecimento a respeito da destinação do bem. 

Bela Megale, colunista -  O Globo

 

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

Lula não perde uma chance de mostrar que não entende nada de economia - Gazeta do Povo

Vozes - Alexandre Garcia

Ataques ao Banco Central


Enquanto a atual primeira-dama passou a segunda noite no Palácio do Alvorada, para onde ela e Lula se mudaram na noite de segunda-feira, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro publicou uma mensagem negando candidatura. Eu não sei a que grupo foi dirigida, se foi à oposição ao ex-presidente Bolsonaro ou se foi à oposição atual, porque ela diz o seguinte: “oposição, fiquem tranquilos, eu não tenho nenhuma intenção de vir candidata a nenhum cargo eletivo”.  
Digo que não ficou claro qual é a oposição a que ela se refere porque, se ela estiver falando da oposição atual, está se dirigindo aos seus correligionários, apoiadores do seu marido, que podem estar pensando que, se ela for candidata, vai tirar votos deles, e aí começaria a haver problemas dentro do próprio lado.

Sei que isso é complicado porque já passei por situações parecidas. Trabalhei aqui em Brasília para duas emissoras de tevê que tinham sede no Rio, então volta e meia eu tinha de deixar bem claro que não queria ir para o Rio, que não era concorrente de ninguém que estava no Rio, que podiam continuar me tratando normalmente, que eu não tiraria o lugar de ninguém. Talvez Michelle esteja dizendo isso para os seus próprios companheiros, apoiadores de seu marido. Acho até que seja o mais provável; vejo que ela escreveu com alguma emoção, na forma como redigiu a mensagem.

Ataques a empresários e à independência do BC mostram ignorância de Lula 
Estão pedindo para que os ministros de Lula o convençam a fechar mais a boca. Parece que eu já vi esse filme no governo anterior, porque gente me ligava dizendo que Bolsonaro tinha de calar a boca, estava falando demais... 
O atual presidente, no primeiro mês, já deixou todo mundo preocupado. 
É briga de um lado e de outro a cada vez que ele fala. Ainda ontem, insistiu em bater no Banco Central por causa dos juros; o BC é independente, e talvez ele queira acabar com a independência do BC ou fazer com que a atual diretoria desista, renuncie por não aguentar mais a cada vez que ele fala
Ontem ele deu entrevista para 41 órgãos da nova mídia e falou de novo sobre os juros de 13,75%.  
Mas se o Copom alterar isso vai ser uma calamidade, solta a inflação e desvaloriza o dinheiro que está no nosso bolso. 
Vamos chegar ao fim do mês e o dinheiro vai valer menos, o salário vai ficar menor.
 
Foi uma bênção termos o Banco Central independente. E isso só ocorreu no governo passado; a proposta existia havia 30 anos e nenhum presidente quis abrir mão de poder influenciar a taxa de juros.  
O principal objetivo do Banco Central é ser o guardião da moeda; se ninguém guardar o valor da moeda e vier a gastança desenfreada, os R$ 100 que estão no seu bolso no dia 1.º estarão valendo R$ 80 no fim do mês, você vai comprar só o equivalente a R$ 80. 
Esse é o problema da Argentina
E imagine só, querem fazer uma moeda única com a Argentina, que está com 100% de desvalorização anual do peso enquanto nós, aqui, temos inflação menor que a dos Estados Unidos e da Alemanha, com crescimento maior que o da China pela primeira vez em 42 anos.
 
E não é só isso; toda hora Lula fala mal dos empresários, dos ricos.  
O empresário rico constrói empresas que dão emprego, que pagam salários, que pagam impostos, e que são os que movimentam a economia de um país, todo mundo junto. 
Outro dia o presidente disse que os empreendedores não trabalham, que quem trabalha para eles são os empregados, e os empresários é que ganham. Lula já se esqueceu do que é formação de capital?
O sujeito, para começar, precisa ter trabalhado antes. Não existe almoço grátis, mas parece que o presidente voltou diferente do que era no seu primeiro mandato, quando a taxa Selic era o dobro da atual, de 26,5% no seu primeiro ano.

Todo mundo esperando as coisas melhorarem, né? Nós não temos terremoto como na Turquia e na Síria, mas temos essas coisas.
Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

O novo departamento de propaganda do PT - Revista Oeste

Edilson Salgueiro

Como Lula transformou a Rede Globo, maior emissora do país, em um ‘puxadinho’ do PT

Aparições de Janja em programas e artigos do Grupo Globo | Foto: Montagem Revista Oeste/Reprodução
Aparições de Janja em programas e artigos do Grupo Globo | Foto: Montagem Revista Oeste/Reprodução

Historicamente chamada de “golpista” por militantes, intelectuais e políticos petistas, a Rede Globo está disposta a deixar essa marca no passado. Não sem motivo. A maior emissora do país, outrora irrigada com pomposa verba publicitária estatal, sofreu períodos de abstinência nos últimos anos. Vale tudo para encher novamente os cofres. Até mesmo transformar-se numa espécie de departamento de propaganda não-oficial do “lulopetismo”.

A primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, é o símbolo da conversão do plim-plim. A mulher do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi uma das convidadas especiais do programa Altas Horas, que, no sábado 7, homenageou o cantor Milton Nascimento. As câmeras da emissora buscavam Janja em praticamente todos os momentos. A cada música, um close-up. Ao fim do programa, o apresentador Serginho Groisman direcionou sua fala à primeira-dama. “Sei que teremos, a partir de agora, mais luz e mais esperança em nosso país”, afirmou.

É a terceira grande aparição de Janja na Globo desde as eleições. Em novembro, a primeira-dama concedeu uma entrevista às jornalistas Maju Coutinho e Poliana Abritta, no Fantástico. Na ocasião, disse que gostaria de “ressignificar o conteúdo do que é ser primeira-dama”. Acabou sendo escalada para organizar a cerimônia de posse do presidente eleito.

Janja voltou à emissora em 5 de janeiro. O motivo? Denunciar os supostos danos causados ao Palácio da Alvorada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Na GloboNews, a socióloga se queixou dos tapetes velhos, sofás rasgados e de infiltração nas paredes e janelas quebradas.

Para dar credibilidade às críticas de Janja, a TV mobilizou sua equipe de edição de arte. Os profissionais criaram um “antes” e “depois” do Alvorada. Quem passou pelo canal “zapeando” estranhou e, por alguns instantes, achou que caíra num programa da GNT ou da Discovery H&H, com dicas de reforma de casas. Na Globo, o “antes” mostrou imagens sem brilho nem iluminação, e o “depois” ressaltou justamente… O brilho e a iluminação. O caso virou meme.

Michelle Bolsonaro alegou que o Alvorada se manteve preservado no mandato anterior, especialmente por se tratar de um patrimônio público. A ex-primeira-dama também criticou os gastos relacionados à reforma do edifício durante o governo Lula, em 2006. A obra custou R$ 18 milhões e foi financiada por 20 empresários ligados à Associação Brasileira de Indústria de Base (Abdib). “Prezando sempre o respeito pelo contribuinte, trouxemos nossos móveis do Rio de Janeiro e reutilizamos as panelas, os talheres, os copos, as toalhas e os lençóis que já pertenciam à residência presidencial”, escreveu Michelle.

A entrevista da atual primeira-dama à revista Vogue, do Grupo Globo, foi ao ar em 6 de janeiro — apenas um dia depois da “vistoria” do Alvorada. Seria a terceira tentativa de promover a imagem da petista. “Sou deste jeito: muito expansiva”, salientou. “Converso, canto, danço sozinha em casa. Não vou ser diferente porque tenho de ser a mulher ‘certinha’ do presidente da República. Tenho uma história de vida que me dá condições para discutir algumas coisas.”

‘Não deve nada à Justiça’
Mas não é apenas de Janja que vive a Globo. Lula também abastece a nova máquina de propaganda do Projac. Ainda durante as eleições presidenciais, o petista recebeu as bênçãos dos jornalistas William Bonner e Renata Vasconcellos. “O senhor não deve mais nada à Justiça”, disse o âncora ao então candidato à Presidência, durante entrevista no Jornal Nacional. Renata assentiu com a cabeça e mostrou-se afável ao sabatinado. “Bonner e Renata ouviram com o coração em descompasso os ataques a Bolsonaro, e contemplaram com cara de paisagem as críticas a Lula”, observou  o colunista Augusto Nunes, em artigo publicado na Edição 127 da Revista Oeste. “A dupla do Jornal Nacional fez o que pôde para confirmar que o estúdio da Globo virou comitê eleitoral, promovida a palanque de Lula ao longo da sabatina de araque. O que se viu foi um comício da alma viva mais pura do planeta, como garante o ex-presidiário tão orgulhoso do alentado prontuário policial que se refere a si próprio na terceira pessoa do singular.”

Nunes acrescenta que Bonner “fingiu ignorar que Lula está em liberdade não por ter sido inocentado, mas pela chicana parida pelo ministro Edson Fachin e avalizada pela maioria do Supremo Tribunal Federal”. “Ao inventar a Lei do CEP, que transferiu para Brasília os processos que envolveram o ex-metalúrgico que enriqueceu sem emprego fixo, o rábula de toga sentenciou à morte por prescrição de prazo decisões de nove juízes de três instâncias que condenaram Lula a uma longa temporada na cadeia pelas negociatas expostas nos casos do triplex do Guarujá e do sítio em Atibaia. Na sabatina, o termo Mensalão foi mencionado uma única vez. Petrolão, nenhuma”, afirmou.

A sabatina com Bolsonaro teve um desfecho diferente. Bonner abriu a entrevista com uma pergunta que consumiu 110 palavras, por exemplo. Com 212, lembrou o site Poder360, Abraham Lincoln produziu o Discurso de Gettysburg uma das maravilhas da retórica universal. Em razão do palavrório do âncora, o então candidato à reeleição brincou: disse ter ficado feliz de ter testemunhado o “Pronunciamento à Nação de William Bonner”
Os jornalistas falaram durante 40% do tempo destinado à sabatina de 40 minutos.
 
‘Nuvens bonitas’
Os afagos entre Globo e Lula se acentuaram depois das eleições. Na transmissão da cerimônia de posse, por exemplo, enquanto o petista se aproximava do Congresso Nacional para ser empossado na Câmara dos Deputados, Bonner celebrou a paisagem que se formava atrás do presidente. “São imagens muito bonitas”, ressaltou o âncora do Jornal Nacional. “Bonitas também porque estão coroando o processo democrático de uma eleição. São imagens para a História. Até as nuvens de Brasília parece que ficaram mais bonitas hoje, para que o quadro tivesse essas cores.”

Bonner continuou o discurso. “É um clima muito tranquilo em Brasília, muito diferente do que o noticiário pós-eleição pudesse sugerir”, considerou.

Propaganda cinematográfica
Mas a história não termina aí. Na mesma semana em que Lula vestiu a faixa presidencial, a GloboNews exibiu o documentário Visita, Presidente. Trata-se de um registro dos 580 dias em que o petista ficou preso na Superintendência da Polícia Federal do Paraná, em Curitiba. A produção mostra como o período de cárcere dialoga com aquele que promete ser o governo petista.

“São imagens muito bonitas”, ressaltou o âncora do Jornal Nacional. “Bonitas também porque estão coroando o processo democrático de uma eleição. São imagens para a História. Até as nuvens de Brasília parece que ficaram mais bonitas hoje, para que o quadro tivesse essas cores”

“O documentário é resultado de um trabalho intenso de apuração que realizei em busca da história daqueles dias na prisão e de como isso nos ajuda a entender o presente”, explicou Julia, roteirista do longa-metragem. “A rotina, as visitas, as articulações políticas nesses 580 dias transformaram Lula no 39º presidente do Brasil. O petista não chega ao Palácio do Planalto sozinho; leva consigo as testemunhas que acompanharam de perto aquilo não pudemos ver.”

Cena do documentário Visita, Presidente, produzido pela jornalista 
Julia Dualibi | Foto: Reprodução

No filme, há depoimentos inéditos da primeira-dama, Janja; do ministro da Fazenda, Fernando Haddad; do fotógrafo oficial de Lula, Ricardo Stuckert; e de outros personagens que visitaram o atual presidente na cadeia. O título do documentário faz referência aos anúncios feitos pelos carcereiros ao petista, quando suas visitas chegavam à prisão: Visita, Presidente.

Para alavancar as visualizações, o plim-plim liberou gratuitamente o documentário. Em princípio, o longa-metragem era acessível apenas aos assinantes do streaming Globoplay e dos Canais Globo.

A Era da Grande Mentira
Como diz J.R. Guzzo, em artigo publicado na Edição 146 da Revista Oeste, “a posse de Lula é provavelmente a tentativa mais flagrante de uso da mentira como política de Estado que o Brasil já viu em sua história”. “Nada do que foi dito ou apresentado ao público em 1º de janeiro tem algum contato com qualquer coisa que se possa chamar de verdade”, observou o colunista. Na nova religião oficial do Brasil, Lula não é um político que foi condenado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em três instâncias e por nove juízes diferentes; também não passou 20 meses trancado numa cela de cadeia. É como se tudo o que aconteceu não tivesse acontecido.”
 
O presidente da República pensa que a realidade do Brasil é o que aparece nos blogs “progressistas”, no noticiário da imprensa militante e na programação da Rede Globo. Para Lula, a realidade consiste no mundo encantado de Janja, nos afagos de William Bonner e em produções cinematográficas que enfatizem suas próprias qualidades. 
E o departamento de propaganda não oficial dos petistas está trabalhando arduamente para alimentar esses devaneios. 
Como se ninguém estivesse vendo.
Capa da Revista Oeste, edição 146. Luiz Inácio Lula da Silva, 
durante cerimônia, no Palácio do Planalto - 
 Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Leia também “Operação Lava Passado”

e

O ato falho de um deputado petista

Alencar Santana disse que o Brasil precisa de ‘ditadura sempre’

 Edilson Salgueiro, colunista - Revista Oeste

 

sexta-feira, 11 de novembro de 2022

Michelle Bolsonaro compartilha post que pede impeachment de Moraes

Primeira-dama compartilhou um vídeo em que o senador Luiz Carlos Heinze critica as últimas decisões tomadas pelo ministro

 A primeira-dama Michelle Bolsonaro, mulher do presidente Jair Bolsonaro (PL), compartilhou, na última quinta-feira (11), um vídeo do senador Luis Carlos Heinze (PP) criticando o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. 

Na publicação do senador, ele aparece defendendo o impeachment de Moraes, alegando que o ministro "extrapolou todas as barreiras institucionais e legais". No Instagram, a primeira-dama pediu que os seguidores assistissem ao vídeo completo. No plenário do Senado, Heinze definiu as últimas medidas do ministro como "abusivas, que chega até mesmo a aplicação da censura". O senador do PP também disse que "as demandas do sr. Alexandre de Moraes têm seguido uma escalada autoritária que precisa ser contida urgentemente". 

Essa não é a primeira publicação de Luiz Carlos referente ao ministro do STF. Em outra postagem, Heinze cobrou "CPI do radiolão e fim da censura". 

Política - Correio Braziliense

quarta-feira, 5 de outubro de 2022

Um tribunal que joga contra Bolsonaro - Revista Oeste

Cristyan Costa

Durante as eleições, o TSE censurou peças de campanha do presidente e permitiu que adversários atacassem a reputação do chefe do Executivo

Apesar de todo o empenho dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a ofensiva contra a candidatura à reeleição do presidente Jair Bolsonaro, por ora, não surtiu efeito. Nesta segunda-feira, 3, ao contrário do que apontavam as pesquisas, as urnas mostraram que haverá um segundo turno entre o chefe do Executivo e Lula.

Lula, na posse do Alexandre de Moraes no TSE, com Gilmar Mendes e em clima amistoso com o ministro do TSE Benedito Gonçalves | Foto: Montagem Revista Oeste/STF/SCO/Reprodução

 Lula, na posse do Alexandre de Moraes no TSE, com Gilmar Mendes e em clima amistoso com o ministro do TSE Benedito Gonçalves -  Foto: Montagem Revista Oeste/STF/SCO/Reprodução

Censura
Desde o início da campanha eleitoral, o TSE proferiu 19 decisões que, de alguma forma, tentaram atrapalhar a campanha de Bolsonaro, contra oito com potencial de prejudicar Lula. A mais recente ocorreu há cinco dias das eleições. Na semana passada, a Corte proibiu o presidente de fazer lives nas residências oficiais. O plenário referendou uma decisão do ministro relator da causa, Benedito Gonçalves, a pedido do PDT.

Apesar dos argumentos do voto divergente do ministro Raul Araújo, que trucidaram a tese segundo a qual fazer lives nos palácios do Planalto e da Alvorada configura “abuso de poder político”, os ministros Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia e Alexandre de Moraes seguiram o relator. Araújo recordou que o TSE não barrou condutas semelhantes a outros ex-presidentes, como Lula e Dilma.

O plenário fechou com a ministra Cármen Lúcia e negou um recurso da campanha do presidente para tirar do ar vídeos em que Lula chama Bolsonaro de “fascista”, “negacionista”, “miliciano” e “mentiroso”

“Parece-me que há a tentativa de impedir o presidente de fazer uso de um veículo de comunicação importante com os eleitores, de baixo custo, e que democratiza a campanha eleitoral”, acrescentou Carlos Horbach. O ministro ponderou que a decisão significaria um “custo considerável” à campanha de Bolsonaro, em virtude dos deslocamentos que serão necessários para as lives.

Na sequência, a ministra Maria Cláudia Bucchianeri lembrou que, em 2014, a candidata à reeleição do PT, Dilma Rousseff, concedeu entrevista ao Jornal Nacional, da Rede Globo, no interior do Alvorada. Além disso, durante a pandemia de covid-19, políticos recorreram a lives, muitas delas em residências oficiais, observou a juíza. “Qual é a diferença entre uma live feita pelo candidato A com um fundo branco de dentro da residência oficial e outra por candidato B feita em um fundo branco em um hotel?”, comparou a juíza.

Ainda na sessão, o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, não conseguiu esconder o desprezo pela divergência dos colegas, ao fazer um gesto de “degola”, depois de o ministro Araújo discordar do relator. Após o episódio, Moraes explicou que estava dirigindo-se a um de seus assessores, que não passara informações importantes referentes ao julgamento, em tempo hábil para o ministro.

Alexandre de Moraes faz sinal de degola durante
 julgamento no TSE Imagem: Reprodução/TSE

Um dia antes desse revés, o TSE proibiu Bolsonaro de usar na campanha imagens de um discurso na ONU. A liminar havia sido concedida pelo ministro Gonçalves na semana anterior, novamente atendendo ao PDT. A sigla alegou que Bolsonaro “feriu a isonomia” e, com as fotos e vídeos, poderia valer-se de uma suposta vantagem (a condição de presidente), que os outros candidatos não têm.

O mesmo ministro também é o responsável por impedir Bolsonaro de fazer uso de um discurso que proferiu a apoiadores em Londres, antes de comparecer ao velório da rainha Elizabeth II. Do alto da varanda da residência oficial do embaixador do Brasil no país, o presidente defendeu a liberdade e ressaltou a importância do conservadorismo. A decisão de Gonçalves, que acolheu uma ação da senadora Soraya Thronicke (União Brasil-MS), foi referendada pelo plenário, dias depois.

Tampouco as imagens do 7 de Setembro puderam ser usadas por Bolsonaro. A decisão do ministro Gonçalves proibiu o governo de valer-se de fotos e vídeos, durante a campanha. Ao acatar um processo movido pelo PT, o juiz do TSE argumentou que Bolsonaro poderia praticar “abuso de poder político” contra adversários. “A medida do TSE violou a liberdade de manifestação do presidente”, constatou o jurista Dircêo Torrecillas Ramos, membro da Academia Paulista de Letras Jurídicas. “Todos podem reunir-se pacificamente em locais abertos ao público. Bolsonaro soube dividir os atos em dois: o desfile do Dia da Independência e, depois, sem a faixa presidencial, discursou para apoiadores. Não precisaria proibir o presidente.”

povo na rua - Sete de Setembro
Vista aérea da Avenida Paulista, em São Paulo, 
no 7 de Setembro de 2022 | Foto: ChoiceImages/Revista Oeste

O jurista Adilson Dallari acrescentou que, como justificativa, alegou-se que as festividades foram custeadas com recursos públicos. “Recursos públicos custearam as despesas da cerimônia oficial de Brasília, onde o presidente compareceu usando a faixa”. observou. “Nas outras manifestações, custeadas por particulares e por fundos de campanha, o candidato compareceu nessa qualidade. No fundo, o ministro Benedito Gonçalves atendeu a um pedido de Lula, a quem deve sua designação para o STJ.

Michelle Bolsonaro também tornou-se alvo do TSE. No mês passado, uma campanha pró-governo com a primeira-dama foi censurada pela Corte. Isso porque Michelle apareceu no vídeo por tempo superior ao limite de 25%, previsto em lei, para apoiadores que participam da campanha. “Normas do TSE limitam o tempo de manifestação de apoiadores”, disse Dallari. “No caso, a alegação é que o tempo máximo teria sido ultrapassado. Obviamente, o correto seria cortar o excesso, e não proibir a propaganda inteira.”

A mesma regra que o TSE usou para enquadrar a primeira-dama não valeu para Lula. Advogados do presidente Jair Bolsonaro foram ao TSE contra o uso de imagens de uma superlive entre o petista e artistas. O ministro Gonçalves manteve a peça no ar e pediu ao PT que apenas retirasse determinados trechos da propaganda em que os famosos cantam o jingle do ex-presidente.

Se a primeira-dama entrou na mira do tribunal, os eleitores do presidente não poderiam ficar de fora. Com uma canetada, a ministra Cármen Lúcia mandou remover outdoors com mensagens de apoio a  Bolsonaro nas ruas de Brasília. A juíza deu 24 horas para a empresa responsável tirar os painéis, caso contrário, teria de pagar multa diária de R$ 1 mil, acatando um pedido do PDT.

Assassinato de reputação
O TSE legitimou ainda uma série de ofensas e acusações da esquerda dirigidas a Bolsonaro. O plenário fechou com a ministra Cármen Lúcia e negou um recurso da campanha do presidente para tirar do ar vídeos em que Lula chama Bolsonaro de “fascista”, “negacionista”, “miliciano” e “mentiroso”. O argumento da relatora, seguido pela maioria dos magistrados: liberdade de expressão. “Como antes decidido por este tribunal, não é qualquer crítica contundente a candidato ou ofensa à honra que caracteriza propaganda eleitoral negativa antecipada, sob pena de violação à liberdade de expressão”, argumentou Cármen.

Bolsonaro também não pôde defender-se de uma reportagem do UOL, veiculada por alguns candidatos, que informa que o presidente e sua família compraram imóveis em “dinheiro vivo”. Conforme demonstrou reportagem da Revista Oeste, o termo “moeda corrente” usado pela notícia não tem relação com pagamentos feitos em espécie. A expressão significa dinheiro utilizado em um território. O TSE, contudo, não autorizou o presidente a rebater os ataques.

Além disso, a Corte Eleitoral manteve no ar o site de fake news “Mulheres com Bolsonaro?. Entre outros posts, o blog acusa o presidente de agredir mulheres, violar direitos de empregadas domésticas e defender o assassinato de uma deputada. O site não apresenta conteúdo eleitoral, pois em nenhum lugar faz menção ao pleito vindouro, mas tão somente colaciona matérias jornalísticas, já divulgadas em diversos veículos de imprensa”, sustentou a juíza do TSE Maria Cláudia Bucchianeri.

Parcialidade
Para Ivan Sartori, ex-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, o TSE tem agido com parcialidade. “O TSE vem exercendo um papel bem restritivo sobre a campanha de Bolsonaro”, observou Sartori. “O presidente tem sido muito constrangido. Recentemente, durante a sessão que o proibiu de fazer lives nas residências oficiais, houve até um gesto de degola por parte do presidente do TSE. As sessões exigem respeito à liturgia do cargo.”

“O jornal New York Times comparou as Supremas Cortes dos EUA e do Brasil, dizendo que aquela era exclusividade jurídica e esta atuando politicamente, constatou o jurista Ives Gandra da Silva Martins. “Concordo com o jornal, como também na atuação política do STF, com uma tendência a atingir mais os conservadores do que os militantes da esquerda.”

Leia também “Alexandria, 2026”

Cristyan Costa, colunista - Revista Oeste


sábado, 17 de setembro de 2022

O milagre de Damares na campanha de Bolsonaro

rimeira-dama começou a se envolver mais no projeto de reeleição do marido depois de uma conversa com a ex-ministra

O Radar mostrou em diferentes momentos, no início da campanha, como a primeira-dama Michelle Bolsonaro resistia a se envolver no projeto de reeleição do marido.


 

Michelle se recusava a gravar vídeos para a campanha, faltava a eventos em que deveria brilhar para o “eleitorado feminino” e mantinha uma postura discreta nos temas do governo. Tudo começou a mudar a partir da convenção que oficializou a candidatura de Bolsonaro e teve Michelle como personagem principal.

Hoje, Michelle grava, viaja e atua na campanha do marido com todo o empenho possível. O que fez Michelle mergulhar na campanha? Um alerta de Damares Alves, a ex-ministra e amiga. “Michelle percebeu que o presidente pode perder e entrou”, diz um aliado da campanha.

Radar - Revista VEJA

 

sábado, 3 de setembro de 2022

‘Prefere ter na bolsa uma Lei Maria da Penha ou uma pistola?’, diz Bolsonaro em evento de mulheres

Ao lado da primeira-dama Michelle Bolsonaro, ele defendeu a flexibilização do porte de armas como uma das ações voltadas para as mulheres

(crédito: Alan Santos/PR)

 (crédito: Alan Santos/PR)

Durante campanha em Novo Hamburgo (RS), neste sábado (03/9), o presidente Jair Bolsonaro (PL), que é candidato à reeleição, participou de um evento exclusivo para mulheres, público no qual enfrenta maior rejeição. Ao lado da primeira-dama Michelle Bolsonaro, ele defendeu a flexibilização do porte de armas como uma das ações voltadas para as mulheres.

"Quando precisar trocar um pneu sozinha na rua e vier pessoas na sua direção, prefere ter na bolsa uma Lei Maria da Penha ou uma pistola? E ninguém aqui é contra Maria da Penha. Nosso governo foi o que mais prendeu machões", declarou. 

Michelle é sua principal aposta na campanha para se aproximar do eleitorado feminino. Durante o evento, ela fez um discurso centralizado na religião cristã, dizendo que a Presidência de seu marido é uma missão enviada pelo Deus cristão e citou a Nicarágua.

"Temos um presidente forte e corajoso que luta para que o Brasil não perca sua liberdade. Estamos vivendo uma guerra espiritual. Hoje é o momento de falar de política para continuar podendo falar de Jesus. Nós, mulheres, precisamos nos posicionar como cristãs", disse a primeira-dama.

Política - Correio Braziliense 

 

domingo, 14 de agosto de 2022

‘Quero entregar País (a sucessor) bem lá na frente’, diz Bolsonaro - O Estado de S. Paulo

Denise Luna 

Presidente sinaliza em discurso a evangélicos confiança na reeleição; pastor Silas Malafaia, sem provas, ataca urnas eletrônicas e diz que, se elas forem hackeadas, será preciso fazer nova eleição

 [SE: Indica indeterminação; algo ou alguém indefinido: ainda não se sabe o resultado?]

O presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição pelo PL, afirmou neste sábado, 13, na Marcha para Jesus no Rio, que pretende entregar o País “lá na frente” em situação melhor à que recebeu, sinalizando confiar na vitória em 2022.

“Quero, bem lá na frente entregar para aquele que pegar a Presidência uma situação melhor do que peguei em 2019″, disse Bolsonaro, a uma plateia de milhares de pessoas reunidas na Praça da Apoteose, no Sambódromo, no Centro do Rio, onde assistiam a apresentações de música gospel.

Bolsonaro discursou ao lado do governador do Rio, Cláudio Castro (PL), e do pastor Silas Malafaia, e acompanhado pela primeira-dama, Michelle Bolsonaro, mais ovacionada do que o próprio presidente.
Bolsonaro discursou ao lado do governador do Rio, Cláudio Castro (PL), e do pastor Silas Malafaia, e acompanhado pela primeira-dama, Michelle Bolsonaro, mais ovacionada do que o próprio presidente. Foto: Mauro Pimentel/AFP

Bolsonaro discursou ao lado do governador do Rio, Cláudio Castro (PL), e do pastor Silas Malafaia, e acompanhado pela primeira-dama, Michelle Bolsonaro, mais ovacionada do que o próprio presidente. Reconheceu que o Brasil passou por momentos difíceis nos últimos três anos e afirmou que nas últimas semanas começou a resolver o que chamou de questões materiais.

Em discurso voltado para o público evangélico e repleto de citações religiosas, Bolsonaro lembrou passagens da Bíblia e afirmou que “se o poder vem do povo é por que o povo escolheu bem seu representante”. Frisou ainda, que o Brasil está “condenado a ser cristão, a ser livre” e disse que é preciso “liberdade para decidir o futuro”. Citou ainda a facada que levou na campanha anterior para a Presidência, em 2018.

“Estive com a equipe médica que me operou em Juiz de Fora e disseram que de cem que levam uma facada como aquela, apenas um escapa”, concluiu. Observou ainda que nunca viu a Marcha para Jesus tão “grandiosa” como a deste sábado. “E olha que já vim aqui mais de dez vezes”, afirmou.

Denise Luna - O Estado de S. Paulo 

 

domingo, 7 de agosto de 2022

Michelle Bolsonaro diz que Palácio do Planalto era 'lugar consagrado a demônios' - O Estado de S. Paulo

Discurso da primeira-dama ocorreu em culto evangélico, ao lado do presidente

A primeira-dama Michelle Bolsonaro afirmou que o Palácio do Planalto era consagrado a demônios antes da posse do presidente Jair Bolsonaro (PL). “Por muitos anos, por muito tempo, aquele lugar foi um lugar consagrado a demônios. Cozinha consagrada a demônios, Planalto consagrado a demônios. E hoje é consagrado ao senhor Jesus”, disse ela neste domingo, 7, ao lado do presidente, durante culto evangélico na Igreja Batista Lagoinha em Belo Horizonte.

 Em um discurso de pouco mais de cinco minutos, Michelle chamou muitas pessoas pelo primeiro nome, agradecendo orações feitas a favor do governo. Ela ainda disse que o momento está “muito difícil” e repetiu a frase já dita pelo presidente de que as eleições são uma “guerra do bem contra o mal” e alegou que “nossa nação é uma nação rica, uma nação próspera, ela só foi mal administrada”. “Podem me chamar de fanática, podem me chamar de louca, mas vou continuar louvando nosso Deus, vou continuar orando”, disse.

Depois de seus discursos, a primeira-dama Michelle e o presidente Jair Bolsonaro foram abençoados pelo pastor André Valadão
Depois de seus discursos, a primeira-dama Michelle e o presidente Jair Bolsonaro foram abençoados pelo pastor André Valadão Foto: Reprodução/YouTube Lagoinha

 Ela também relembrou a facada sofrida por Bolsonaro em 2018. “É uma renúncia estar do outro lado. Nós pagamos um alto preço. Até com a vida, como tentaram tirar do meu marido em 2018?.

Michelle, que falou logo após o presidente, tem intensificado sua presença nos atos de campanha do marido, como estratégia para melhorar a imagem dele junto ao eleitorado feminino e evangélico. “Eu sempre falo e falo para ele (Bolsonaro), quando eu entro na sala dele e olho para ele: essa cadeira é do presidente maior, é do rei que governa essa nação, disse a primeira-dama. Durante a fala dela, Bolsonaro demonstrou emoção e ficou com os olhos marejados.

O Estado de S. Paulo - Rubens Anater e Carlos Eduardo Cherem

 

sábado, 30 de julho de 2022

Bolsonaro exalta o 7 de Setembro e anuncia desfile militar em Copacabana

No lançamento da candidatura de Tarcísio de Freitas em São Paulo, presidente diz que atos do Dia da Independência irão garantir mais ‘200 anos de liberdade’

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou neste sábado, 30, a convocar os seus apoiadores para irem às ruas no feriado de 7 de Setembro, quando será comemorado o bicentenário da Independência, disse que os atos servirão para garantir mais “200 anos de liberdade” e anunciou que, pela primeira vez, haverá uma parada militar, com a sua presença, na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro.

“Nos aproximamos de 7 de Setembro. Não vamos só comemorar 200 anos de Independência. Vamos comemorar também como um marco para mais 200 anos de liberdade”, disse a apoiadores durante a convenção estadual do Republicanos, no Expo Center Norte, em São Paulo, que confirmou as candidaturas dos ex-ministros Tarcísio de Freitas ao governo do estado e de Marcos Pontes ao Senado.

Bolsonaro, que esteve em São Paulo, na Avenida Paulista, no 7 de Setembro do ano passado, onde desferiu ataques contra o Supremo Tribunal Federal, pediu desculpas aos paulistas e disse que dessa vez irá ao Rio de Janeiro, para onde anunciou que haverá um inédito desfile das Forças Armadas e de outras forças de segurança na Praia de Copacabana. “Pela primeira vez, as Forças Armadas e as nossas irmãs forças auxiliares (policiais militares) [e bombeiros militares] estarão desfilando na Praia de Copacabana ao lado do nosso povo. Vamos mostrar que o nosso povo, mais do que querer, tem direito e exige paz, democracia, transparência e liberdade”, afirmou. O evento no Rio está previsto para as 16h.

Bolsonaro também confirmou que, de manhã, participará dos desfiles militares em Brasília, como fez no ano passado. “Estarei em Brasília, com o povo nas ruas, com as tropas desfilando”, disse.

Reportagem de VEJA publicada na edição desta semana mostra que o presidente tem, desde o lançamento da sua candidatura, no domingo, 24, convocado os seus apoiadores a irem às ruas no 7 de Setembro e a preocupação e a reação que isso tem provocado nas autoridades e na sociedade civil, em razão do caráter de afronta às instituições e à democracia que as convocações vêm ganhando.

 Ataques à esquerda
Durante o seu discurso, o presidente fez um discurso bastante ideológico contra a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele voltou a repetir que a eleição deste ano será “uma luta do bem contra o mal” e disparou conhecidas acusações contra o “outro lado”. Disse que a oposição quer “destruir a família”,  “liberar as drogas”, “legalizar o aborto”, desarmar a população brasileira”, “relativizar a propriedade privada” e serem “aliados de ditaduras”. “Não nos aproximaremos da Venezuela, não nos aproximaremos de Cuba. Quero distância dessas ditaduras’, afirmou.

Elogios à economia
O presidente também elogiou o ministro da Economia, Paulo Guedes, segundo ele sempre muito criticado e incompreendido, e disse que a situação econômica do país está melhorando. “Os números da economia estão aí, no tocante ao desemprego, PIB, inflação, entre outros. Está aí à vista de todos”, disse.

O presidente também voltou a citar a primeira-dama Michelle Bolsonaro em uma tentativa, que tem se tornado cada vez mais frequente, de se aproximar do eleitorado feminino, onde a desvantagem para Lula ainda é grande. “Esposas são âncoras, são aquelas pessoas que nos dão força em momentos difíceis”, afirmou.

Blog Maquiavel - Revista VEJA


domingo, 3 de julho de 2022

Marcha para Jesus une religião e polícia e confirma respaldo à Bolsonaro

Expoentes do bolsonarismo também participaram do evento, entre eles o ex-ministro da Casa Civil Onyx Lorenzoni

(crédito: Victor Correia/CB/D.A Press)

 (crédito: Victor Correia/CB/D.A Press)

A Marcha para Jesus, realizada ontem, em Brasília, tornou-se um evento de apoio a Jair Bolsonaro (PL) — que, na mesma hora, faziam uma motociata em Salvador. O presidente não compareceu nem mandou um vídeo aos presentes, mas foi representado pela primeira-dama Michelle Bolsonaro, que manteve o tom antipetista.

“Nenhuma armadilha prosperará contra a nossa nação. Amém?”, indagou a primeira-dama. E prosseguiu: “Nós declaramos que esta nação é santa, edificada, liberta, curada pelo sangue precioso de Jesus. E as portas do inferno não prevalecerão contra a nossa família. Que o reino do Senhor se estabeleça sobre o Executivo, o Judiciário e o Legislativo”, exortou.

No discurso para os participantes da marcha, Michelle disse que estava ali em nome do marido. “Hoje, o nosso presidente não pôde estar presente, está com agenda. Mas nós estamos aqui para representá-lo. Vocês estão aqui para representá-lo. E esse é um dia profético para nossa nação”, disse.

Outros expoentes do bolsonarismo também participaram do evento, que percorreu o Eixo Monumental. Entre eles estavam o ex-ministro da Casa Civil Onyx Lorenzoni, pré-candidato do PL ao governo do Rio Grande do Sul; a ex-ministra da Mulher e dos Direitos Humanos Damares Alves (Republicanos), que pleiteia uma das vagas do Distrito Federal no Senado; e os deputados federais Júlio César Ribeiro (Republicanos-DF), João Campos (Republicanos-GO) e Celina Leão (PP-DF).

50 mil
A Marcha para Jesus em Brasília foi realizada pelo Conselho de Pastores Evangélicos do Distrito Federal (Copev). A organização esperava, inicialmente, um público de 50 mil pessoas e garantiu que desde o início do evento, às 9h, passaram pelo evento aproximadamente 25 mil pessoas. Procurada, a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) afirmou que não fez a contagem de pessoas.

O trajeto original da marcha era da Praça do Buriti até a Praça dos Três Poderes. Mas a concentração final foi realizada na Esplanada dos Ministérios, pouco antes do Congresso. Por volta das 13h30, os participantes do evento tinham se dispersado. Discursando nos trios elétricos, pastores que organizaram a Marcha defenderam que “daqui para outubro é o vale da decisão” e que “estão em guerra”. Grande parte do público usava camisetas com o rosto de Bolsonaro, além de roupas verdes e amarelas, e carregavam bandeiras do Brasil.

Política - Correio Braziliense