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sábado, 15 de julho de 2023

A escravidão do pensamento - Ana Paula Henkel

Revista Oeste

O fechamento das escolas cívico-militares é uma declaração de guerra à disciplina, à educação, ao respeito às leis, aos professores e educadores que não são doutrinadores

 

 Ilustração: Schmock

Em mais uma semana conturbada para a República do Brasil, já apelidada por muitos de “democracia relativa”, dessa vez tivemos um superbônus, ou supremo-bônus, como queiram. 
Ao participar de um evento organizado pela União Nacional dos Estudantes, a UNE, famoso braço da extrema esquerda no Brasil, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, cometeu um ato de extrema sinceridade e, como se estivesse em um palanque partidário, bradou: “Derrotamos o Bolsonarismo!”.  
Se meio mundo suspeitava de que essa turma já estava sem roupa, mesmo com a recente aprovação de mais gastos para as togas luxuosas de cetim, agora o rei está nu.
 
Apesar de ilegal e inconstitucional, a fala do ministro não causa nenhuma perplexidade. 
O ativismo judicial do tribunal que deveria ser apenas constitucional e não político não é um espanto para absolutamente nenhum brasileiro. 
Um país que preza por instituições independentes não terá um futuro próspero com a grave militância à qual o Brasil está sendo submetido por parte de ministros do STF. 
Mas houve outra notícia esta semana, igualmente preocupante, que afeta da mesma maneira nosso futuro como nação. A notícia de que o governo Lula vai acabar com as escolas cívico-militares, modelo educacional criado durante a gestão de Jair Bolsonaro, é uma declaração de guerra à disciplina, à educação, ao respeito às leis, aos professores e educadores que não são doutrinadores.[dificilmente o presidente vai ter êxito em mais essa investida = mais da metade dos estados e o DF já decidiram manter as ESCOLAS CÍVICO-MILITARES com recursos estaduais.]

O Ministério da Educação (MEC) decidiu pôr fim ao Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares, em um ofício assinado em 10 de julho pela coordenadora-geral de Ensino Fundamental, Fátima Timóteo, e pelo diretor de Políticas e Diretrizes da Educação Integral Básica, Alexsandro do Nascimento Santos. A razão para o corte seria remanejamento de recursos da pasta. Ministro da Educação, Camilo Santana | Foto: Valter Campanato/Agência Brasil [esse ministro é tão INcomPeTente que por possuir sérios problemas de raciocínio errou feio, quando  em uma entrevista tentou efetuar uma conta envolvendo aritmética básica. Sua professora foi a Dilma]

O programa, criado em 2019 por meio de uma parceria do Ministério da Educação com o Ministério da Defesa, atende estudantes em situação de vulnerabilidade econômica e foi implementado em escolas públicas de ensino regular que possuem um baixo resultado no índice de desenvolvimento da educação básica (Ideb). 
De acordo com o MEC, até 2022, o programa já havia atendido em todo o país mais de 120 mil alunos. 
Em uma pesquisa com cerca de 25 mil pessoas da comunidade escolar, o programa constatou que a redução dos casos de violência física foi de 82%, além das diminuições da violência verbal em 75%, e da violência patrimonial em 82%. 
O número mais impressionante do programa mostra que a evasão e o abandono escolar diminuíram quase 80%.
 
O término do programa pelo governo Lula não é por acaso
Esse tipo de escola traz em sua concepção um grande perigo a qualquer projeto de poder, a qualquer regime totalitário: a independência intelectual. 
 Alunos que se transformam em cidadãos apreciadores da ordem, da virtude do trabalho, do amor à pátria e da família. 
Conceitos demonizados pelo governo Lula e pela esquerda.  
Quando me perguntam qual foi o maior legado que o esporte deixou para a minha vida, respondo sem pestanejar: a disciplina. 
E o que nem todos podem receber como uma espetacular ferramenta para a vida através do esporte, as escolas cívico-militares oferecem e principalmente para aqueles em situações sociais e econômicas desprivilegiadas na vida.

A atrocidade cometida pelo Ministério da (des)Educação de Lula não fere apenas o promissor caminho acadêmico de crianças e adolescentes. O corte atinge o crescimento intelectual e o coração da alma soberana: a livre visita a diferentes opiniões, o passeio mental pelos caminhos oferecidos e, finalmente, a escolha do que se mostra correto e justo. Um plano arquitetado para que a escravidão do pensamento siga muito bem estabelecida no país. 

O ex-presidente Jair Bolsonaro, durante o lançamento do Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim) | Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Doutrinação como escola
Já há algum tempo, principalmente durante a pandemia, ficou evidente que governos tentam doutrinar seu povo para aumentar o poder e a influência do próprio governo. 
Infelizmente, governos ambiciosos não se limitam a controlar o que seu povo pode fazer; eles devem controlar suas mentes. 
A doutrinação acontece por meio de muitos canais na vida, como o entretenimento, movimentos culturais e plataformas digitais, mas o principal instrumento de qualquer doutrinação ainda é o sistema escolar. Ali, qualquer semente pode ser plantada desde muito cedo em um solo extremamente fértil. Os professores têm um público cativo de jovens mentes maleáveis por vários anos, e muitos podem não saber como tornar os alunos inteligentes e produtivos, mas podem pelo menos torná-los submissos e obedientes.
 
Há um ponto central no caminho de sucesso de qualquer doutrinação, e esse caminho é religiosamente seguido hoje na grande maioria das escolas: a ausência de pensamento. Infelizmente, até muitos professores que se engajam na doutrinação o fazem inconscientemente. Eles mesmos pegam o que recebem e repassam sem pensar, em um ciclo que pode infectar gerações.
 
A doutrinação nas escolas no Brasil está tão formatada que o currículo, que deveria ajudar a guiar o professor a criar aulas e a usar materiais que vão treinar os alunos a pensar e agir de forma independente, faz o oposto. 
A doutrinação progressiva incubada nas aulas sufoca o pensamento independente e o desenvolvimento intelectual. Em parceria com o politicamente correto, os currículos entregues por professores ativistas efetivamente treinam os alunos a não pensar, enfatizando os padrões relativos sobre os absolutos.

O ensino promove a presença do pensamento ativo — não do pensamento uniforme e é o que acabará por consertar e civilizar nosso país, tão maltratado por supremos doutrinadores

No sistema de doutrinação que impera nas atuais escolas, o oposto das escolas cívico-militares, o pensamento é apenas a articulação da opinião e não tem relação com a verdade. 
Isso significa que as pessoas realmente não precisam pensar de maneira crítica e entender por que acreditam no que dizem ou fazem. 
Elas só precisam ter o ponto de vista correto da turba e forçar os outros a se conformar com a realidade paralela empurrada pela histeria. 
 
Falta de pensamento crítico
E o que esse sistema composto de doutrinadores — e não educadores — está formando? Grupos de pessoas unidas em torno de sentimentos e opiniões, mas não em razão e verdade. E o pior: a falta de pensamento torna todos esses grupos vulneráveis aos meios de comunicação de massa e impede qualquer resistência organizada a um Estado invasor ou a um ideólogo sem lei no poder. 
A doutrinação está completa quando a percepção — ou o que quer que esteja na tela, nos jornais ou que um “especialista” tenha dito — realmente se torna realidade para a maioria das pessoas, porque elas se tornaram estúpidas ou apáticas o suficiente para responder de maneira racional.
A educação nas escolas públicas como conhecemos realmente merece ser tomada pelo modelo da disciplina, do valor ao trabalho, dos valores familiares e patrióticos e, principalmente, do respeito a mestres e professores.
 
Somente o pensamento claro a independência intelectual — trará a morte da doutrinação obscura. E eles sabem disso. 
Em algum momento, a doutrinação sempre cairá sobre si mesma e deixará a mediocridade em seu rastro. Ensinar, ao contrário, é o que sustentará nossa cultura e revelará suas virtudes. O ensino promove a presença do pensamento ativo não do pensamento uniforme — e é o que acabará por consertar e civilizar nosso país, tão maltratado por supremos doutrinadores. 
 
Um salve aos governadores que já decidiram que vão manter as escolas cívico-militares em parcerias com outras forças estaduais! 
A educação nas escolas públicas como conhecemos realmente merece ser tomada pelo modelo da disciplina, do valor ao trabalho, dos valores familiares e patrióticos e, principalmente, do respeito a mestres e professores. 
Não há dúvida de que o sistema da escravidão do pensamento continuará a ser sustentado pelos parasitas de sempre — as elites prostituídas com governos corruptos que dependem do cultivo da ignorância enquanto constroem uma subclasse dependente, complacente e ignorante para sustentar seus vícios, seu hedonismo e sua perversão intelectual. 
 
Apesar da força contra nossos jovens e a verdadeira educação, não tenho dúvida de que a implosão dessa bolha maligna é inevitável — desde que consigamos manter nossa espinha dorsal ereta para combater o totalitarismo que caminha a passos largos no Brasil. 
Se nossa coragem for o único norte para esse propósito, o legado que deixaremos para nossos filhos é o mais divino de todos eles: o direito de nascença ao livre-pensamento.  
O número mais impressionante do programa mostra que a evasão e o abandono escolar diminuíram quase 80% | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil


Leia também “Um império das leis, e não dos homens”

Coluna Ana Paula Henkel - Revista Oeste

 

terça-feira, 4 de julho de 2023

Ives Gandra: ‘Estamos numa democracia relativa’ - Revista Oeste

Vitor Marcolin


Jurista criticou decisões do Judiciário

Ives Gandra
Foto: Divulgação

sexta-feira, 30 de junho de 2023

Comunista com orgulho defende democracia relativa - Rodrigo Constantino

Gazeta do Povo   

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

Lula não faz mais qualquer questão de manter aparências, de ficar dentro de um armário democrata para agradar seus companheiros tucanos que assinaram cartinha pela democracia contra Bolsonaro. O petista parece ter ligado o "dane-se" e resolveu expor o que qualquer pessoa minimamente atenta já sabe: ele, de democrata, não tem nada!

O presidente disse que os movimentos de esquerda “enfrentam” o discurso da direita de costume, família e patriotismo, ao mesmo tempo em que diz ter orgulho de ser chamado de comunista

 A declaração foi dada durante a abertura do 26º encontro do Foro de São Paulo, realizado em Brasília, com os movimentos de extrema esquerda da América Latina. “Aqui, no Brasil, enfrentamos o discurso do costume, da família e do patriotismo. Ou seja, enfrentamos o discurso que a gente aprendeu a historicamente combater”, disse durante o evento. Ainda durante o discurso, Lula elogiou o “companheiro Chávez”, em referência ao ditador venezuelano Hugo Chávez a quem diz ter uma admiração. “Fazia críticas pessoalmente e elogiava em público”, disse o presidente.

Essas falas ocorreram no dia seguinte em que Lula, numa entrevista, disse que não critica a "ditadura venezuelana" pois democracia é um conceito relativo, e a Venezuela de Maduro "faz mais eleição do que o Brasil". O editorial da Gazeta do Povo resumiu: "Esse tipo de apoio a ditaduras latino-americanas, que já seria um problema por si só, indica também que Lula as enxerga como modelo para o Brasil".

Lula nem tenta, portanto, parecer o Mandela pacifista que seus companheiros tucanos tentaram inventar. Ele rasgou a máscara bem diante de seus apoiadores envergonhados, que tentavam, no dia anterior, afirmar que o Foro de SP não é comunista.  
Lula sempre bajulou Fidel Castro, o maior tirano do continente, e foi com ele que fundou o Foro de SP para "resgatar na América Latina o que se perdeu no Leste Europeu", i.e., o comunismo.
 
Mas nossos militantes disfarçados de jornalistas fingem não saber de nada disso. Antes diziam que o Foro de SP sequer existia, que era paranoia de "reacionário" como Olavo de Carvalho. 
Hoje tentam mentir alegando se tratar de um espaço da esquerda para debates democratas. 
Aí vai lá o próprio Lula e esfrega a verdade em suas caras de pau!
 
Não é nada fácil a vida de militante que precisa defender um Lula democrata e pacifista
Essa patota demoniza quem fala em ameaça comunista no Brasil, mas o próprio Lula tem orgulho de ser chamado de comunista, ataca família e patriotismo, e relativiza o conceito da democracia, para defender o modelo ditatorial venezuelano, que persegue e tortura dissidentes críticos.
 
O Brasil vai de vento em popa! Parabéns aos envolvidos, aos "democratas" tucanos que assinaram aquela carta patética para ajudar na "volta do ladrão à cena do crime", como diria Alckmin. 
O modelo autoritário avança em nosso país, e todos aqueles que fizeram o L são cúmplices.
 Afinal, nada do que Lula disse essa semana é novidade, para quem não estava hibernando nas últimas décadas...

Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES