Comissão resolveu não pôr azeitona na empada de Queiroga
Não foi um recuo da CPI da Covid a decisão de cancelar o terceiro depoimento do ministro da Saúde, inicialmente marcado para a próxima terça-feira, véspera da apresentação do relatório final. Foi um lance estratégico. [não foi estratégia, pelo simples fato de que a CPI Covidão pode ter tudo menos estratégia e noção.
Se apavoraram, pois estão desesperados com a aproximação do final da temporada circense no Senado e que não vão produzir nada que convença a ninguém que a CPI descobriu alguma coisa e/ou teve alguma utilidade.
A intenção era prejudicar Bolsonaro, que mais uma vez dá uma banda nos adversários e sai por cima e mostrando que a CPI não serviu para nada.
A melhor solução é chamar um médico contrário ao governo Bolsonaro e que será mais uma nulidade a NARRAR alguma coisa que aos ouvidos dos 'donos' da CPI pareça capaz de diminuir o descrédito da Covidão.]
O comando da comissão simplesmente resolveu não dar palanque a Marcelo Queiroga, cuja intenção é se candidatar a algum cargo eletivo em 2022, nem permitir que ficasse com ele o papel de protagonista do fecho dos trabalhos iniciados em abril com o depoimento do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta.
No lugar de Queiroga irá o médico Carlos Carvalho, responsável pela equipe que elabora protocolos para o uso de medicamentos para o enfrentamento da pandemia e francamente contrário ao uso do chamado Kit-Covid.
Em seguida, falarão parentes de vítimas da doença e assim a CPI terá seu “grand-finale” sem que a última palavra fique com um ministro cuja perda de prestígio no cargo foi diretamente proporcional à sua adesão a posições semelhantes às do presidente Jair Bolsonaro.
Dora Kramer - Blog em VEJA