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quarta-feira, 16 de março de 2022

Por que não acabar com essa história de máscaras logo de uma vez? O Estado de S.Paulo

J.R Guzzo

Na tentativa de desobrigar o uso e máscaras em sala de aula, as escolas particulares de São Paulo vão levar uma canseira dos fiscais de covid do governo paulista

As escolas particulares de São Paulo pediram às autoridades competentes que autorizem os alunos a não usarem mais máscaras nas aulas. Coitadas das escolas particulares de São Paulo: vão levar uma canseira dos fiscais de Covid do governo paulista.

Não poderiam ter feito pedido mais razoável, num momento em que o mundo inteiro está abandonando as máscaras – adereço inútil para uma necessidade inexistente. Por isso mesmo vão penar até conseguirem ser atendidas.  

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A autoridade pública faz questão de ir andando o mais devagar possível no desmanche das medidas de repressão que ela própria montou; quanto mais lento o processo, pensam nossos homens de governo, maior a impressão de que a estupidez que armaram não foi tão estúpida assim, e só pode ser desfeita com grande cuidado. Ao mesmo tempo, ao dar ou negar licenças para isso ou aquilo, mostram que continuam mandando.  

É um despropósito. Um dia, queira ou não queira o comitê central montado pelo governo para “gerir” a covid, o uso obrigatório da máscara vai ser eliminado; no próprio Estado de São Paulo já não é preciso usar máscara ao ar livre, e no resto do Brasil e do mundo o desmonte está muito mais adiantado. Então: se a obrigação de usar máscara vai ser abolida daqui a “X” dias, por que não acabar com essa história logo de uma vez? O vírus que está “pegando” hoje não vai “pegar” amanhã? A “descontinuação por etapas” das medidas de “controle social” leva sobretudo ao ridículo. 

É cômico, por exemplo, o cidadão chegar sem máscara ao restaurante, bar ou café, colocar a máscara para andar cinco passos até a mesa e ali tirar de novo. Nem se fale, então, da operação de marketing que tem sido a marcha de retirada – com gestos dramáticos como a revelação progressiva do próprio rosto pelo governador, ou a patética placa de acrílico nas suas entrevistas ao ar livre no jardim do Palácio dos Bandeirantes, em imitação as entrevistas da Casa Branca.

O grupo nomeado para administrar a covid, após dois anos de pseudo- ciência, tabelas coloridas e abusos contra as liberdades, vai tendo um fim melancólico.

 J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S.Paulo


domingo, 9 de agosto de 2020

A dura vida do marisco - Alon Feuerwerker

Análise Política 

A volta ou não às aulas é a bola da vez no braço de ferro entre os adeptos da retomada e os militantes do #ficaemcasa. Brasília é um exemplo (leia). Já São Paulo jogou a coisa para outubro (leia). A verdade: ninguém parece saber direito o que fazer, como decidir com base em critérios racionais. 

Prevalece o medo. O cidadão tem medo de ficar doente, e de ver o filho adoecer. E o político tem medo de ser responsabilizado por uma eventual escalada, bem na antessala das eleições municipais adiadas para novembro. [e os sindicatos dos professores e trabalhadores na Educação, no desejo incontido  - necessidade de sobrevivência com o fim do imposto sindical = fim da mamata de dinheiro mole = criando a necessidade de mostrar para que serve um sindicato - de forma irresponsável e com a conivência do MPTr  criaram o abre e fecha na escolas particulares, esquecendo que sem aulas o colégio não tem faturamento e professores e demais funcionários se tornam desnecessários = desemprego.
Já o Sinpro-DF que parece só cuida dos professores da rede pública está encontrando mais moleza,e a política do fecha que continue.
Só que nas escolas particulares alunos e professores são prejudicados, já na pública só os alunos.
Nada impede que as escolar particulares voltem = já deviam ter voltado;
as públicas também deveriam estar voltando, com metade dos alunos em cada sala, aulas à distância.] 

E assim segue a vida num país, o Brasil, onde a descoordenação entre as autoridades [por falta de um órgão decisório central = Poder Executivo = e sem caber interferência do Judiciário] e a interferência aleatória do Judiciário são a marca registrada nesta pandemia. A falta de coordenação e o terreno fértil para arbitrariedades têm consequências óbvias, especialmente nas atividades econômicas. 

Uma delas são as escolas particulares, que ficam como o marisco, sofrendo por causa dos choques entre o mar e o rochedo. Como isso se resolverá? Talvez, a exemplo das coisas que já abriram, certo dia, esgotadas, as autoridades nos diversos níveis deixem a vida seguir seu passo. 
Ou decidam finalmente manter todos os alunos em casa à espera da hora em que será aplicada em massa uma vacina que ainda não existe. [e que todos sabemos apesar dos acordos fantásticos com Sinovac, a turma de Oxford, será fornecida primeiro aos países ricos e que já deram substancial entrada.
Grande parte dos coordenadores das ações de combate à covid-19. logo farão como o governador do DF; começou cantando de galo, na base do 'eu faço', eu decreto', e agora que a coisa começou a pegar, optou por suprir de EPIs, que faltam no DF, a cidade de Corrente no Piauí, onde passou a infância.]

 Alon Feuerwerker, jornalista e analista político.