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segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

OS LIMITES DA OPOSIÇÃO - Stephen Kanitz

Só no Brasil os partidos políticos, que perdem uma eleição, imediatamente se colocam em oposição ao governo democraticamente eleito.

Brados de união para um bem maior não existem. Não me lembro da Direita se colocar imediatamente contra o Governo Lula, impedindo-o de governar desde o primeiro dia.  

Não me recordo de nenhum processo contra os filhos do Lula, apesar de indícios de valores bem maiores do que os 10% da rachadinha. A Dilma foi para impeachment devido aos desmandos econômicos do seu Ministro da Economia, Guido Mantega. Ele saiu ileso.

Essa oposição não se dá conta que foi ela justamente aquela rejeitada pelo povo brasileiro.

Espera-se dos que perderam 4 anos de meditação, 4 anos para analisarem no que erraram, 4 anos para fazerem planos mais bem elaborados para o futuro, e não impedirem que o eleito governe.

Avaliar o governo Bolsonaro fica difícil porque não fica claro quanto a oposição boicotou um governo democraticamente eleito. Oposição não é democracia, oposição no Brasil é claramente antidemocrática.

A oposição brasileira precisa se dar conta que foi rejeitada pelo povo brasileiro nas urnas, e que não foi eleita para fazer oposição.

Blog para se Pensar - Stephen Kanitz - Publicado originalmente 

 

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

"ELES PERDERAM A DECÊNCIA"



Sim, a Dilma pedalou! Pedalou, pedala, incorre em crime previsto na Constituição, mas há quem faça pouco caso do assunto. Seu tutor, o ex-presidente Lula, que o diga. Ele tripudia da acusação. Encontra até desculpas que, no seu entender, justificam as afrontas legais da pupila. Lula admitiu publicamente que Dilma pedala e pedalou para “pagar o Bolsa Família, para pagar o Minha Casa, Minha Vida”. Na visão oportunista e sem limites do líder do PT, os fins justificam os meios. Foi o que ele disse e fez ao longo de dois mandatos e repete agora como mantra. Lula não mede consequências.
 
Quer, inclusive, que o governo gaste mais, libere empréstimos do BNDES, crédito para a baixa renda e gere empregos. Parece fácil falar depois que seu grupo quebrou a nação com a tal “nova matriz econômica” e dilapidou os cofres públicos com benefícios e desvios para simpatizantes e apaniguados do partido. Lula não enxerga o óbvio. Ou esconde. Joga pra plateia. Critica Dilma abertamente, sem pudores.  

Disse que ela adotou o discurso de quem perdeu. Que só fala em cortes e ajustes. Que se esquece de conversar com o povo. Depois, pede compreensão “por Dilminha”. Lula distorce a realidade. Para ele o problema do País não é econômico, mas político. Pouco importa que a inflação caminhe para a casa dos dois dígitos. Que o déficit nominal ultrapasse os 8% no ano. Que a queda do PIB alcance a marca recorde de 3% negativos. Que as empresas quebrem. Lula não emite qualquer comentário sobre as acusações que rondam dois de seus filhos. Não é tema adequado, na consideração dele, para dividir com seus seguidores. 

Mais fácil para Lula é acionar o PT em busca de um acordo que salve o segundo mandato de Dilma. Mesmo que em troca da blindagem do encrencado deputado Eduardo Cunha. Foi o que ele fez. Barganhou a sobrevivência de um e do outro na base do “ajude ela que no Conselho de Ética tentamos segurar você”. A despudorada aliança mostra a que ponto chegou o jogo de conchavos dessa turma pelo poder. Às favas com a lei. Com a moral. Com o zelo pelas práticas republicanas. O Brasil está à mercê de líderes sem escrúpulos. Lula move-se de acordo com as suas conveniências. 

Para retornar ao Planalto. Oscila de humor e de opinião em relação à Dilma na cadência da temperatura ambiente. Criador e criatura vivem a dança das aparências. Ela também se deixa levar nesse minueto de chantagens, do toma-lá-dá-cá, como se não tivesse mais nada a fazer. Comercializou ministérios com a raia miúda dos parlamentares. E correu ao abraço com seu arquirrival Cunha, tentando livrar-se do impeachment. Escolhe sempre os piores pares. 

O ministro da saúde em vigor, empossado por ela, caiu em descrédito. Pregou a tungada da CPMF na entrada e na saída. Bitributação inaceitável. Aliás quase nada das deliberações de Dilma e de sua equipe têm sido aceito. Nem os vetos. Dilma invoca a prerrogativa de jamais ter cometido malfeitos na vida política. Mede os deslizes conforme sua régua. Mentir em campanha, “fazer o diabo”, leiloar o governo por um punhado de votos, largar a maior estatal do País nas mãos de saqueadores e administrar as contas públicas em benefício próprio não estão no seu radar de equívocos. 

Por esses dias a pajelança política que envolve Dilma, Lula & Cia assumiu patamares inimagináveis. O Planalto adiou até a eliminação dos três mil cargos comissionados medida anunciada como demonstração de corte na própria carne – para atender a base aliada e acomodar o clima de insatisfação no berço político. A encenação burlesca choca os brasileiros. Causa repúdio. Indignação e revolta. Com qual moral Dilma, Lula & Cia se arvoram o direito a legitimidade? 

Fonte: Carlos José Marques, diretor editorial - IstoÉ