Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador força eleitoral. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador força eleitoral. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 9 de junho de 2020

Moro exibe discurso de candidato anti-Bolsonaro - Blog do Josias

Livre das amarras que o cargo de ministro da Justiça lhe impunha, Sergio Moro se equipa para a disputa presidencial de 2022. Faz isso com método. Em nova entrevista, dessa vez à Folha, Moro exibe a retórica de um provável candidato anti-Bolsonaro. A estratégia do presidenciável não declarado está escancarada em três pontos da entrevista. Num, Moro se apropria da agenda anticorrupção, que Bolsonaro tomara emprestado e jogou no lixo. Noutro, equipara o ex-chefe ao PT. Num terceiro ponto, esgrime um discurso moderado, distante da polarização.
"Alianças com algumas figuras políticas questionáveis não contribuem para a imagem do governo", declarou Moro, numa alusão à aliança de Bolsonaro com o centrão. Ele acrescentou: "Entregar cargos, com orçamentos expressivos, para serem preenchidos por indicações políticas provenientes de pessoas condenadas ou acusadas de corrupção contraria tudo o que a Lava Jato representou."  [Moro ficará chateado quando descobrir que lhe faltam votos e credibilidade - esta ele jogou no lixo quando saiu fazendo acusação não provadas o presidente em um popular 'cuspir no prato que comeu'.]
Em 2018, Bolsonaro enrolou-se na bandeira da Lava Jato. O que o ex-juiz da 13ª Vara de Curitiba declarou, com outras palavras, foi mais ou menos o seguinte: "Ninguém melhor para fazer o papel de porta-bandeira da Lava Jato do que eu." 

A certa altura, Moro critica o petismo por não fazer uma autocrítica. Ele equipara a aversão do PT ao reconhecimento dos próprios erros ao negacionismo de Bolsonaro em relação ao coronavírus. Eis o que afirmou Moro: "A estratégia que eles adotam, negando os crimes que foram praticados durante a presidência do PT, durante o período que o partido tinha o controle sobre a Petrobras, junto a seus aliados, é mais ou menos o equivalente à postura do presidente da República, que nega a existência de uma pandemia no momento atual. É um erro isso." Nesse ponto, o autor da sentença que levou Lula a passar uma temporada na cadeia se credencia como beneficiário do antipetismo —uma força eleitoral que impulsionou a vitória de Bolsonaro em 2018.

Noutro trecho, Moro revela-se disposto a rubricar manifestos em defesa de valores democráticos supostamente ameaçados por Bolsonaro. "Essa é uma questão em aberto. Minhas posições sempre foram muito favoráveis à democracia e ao Estado de Direito, e assim tenho me manifestado publicamente." A eventual companhia de políticos de esquerda, mesmo aqueles que criticam seu trabalho como juiz, não parece incomodar Moro: "Na democracia temos muito mais pontos em comum do que divergências. As questões pessoais devem ser deixadas de lado." Com essas palavras, Moro posiciona-se na conjuntura como uma espécie de placa de trânsito, como se desejasse sinalizar aos brasileiros cansados de polarizações e extremos que basta segui-lo para chegar ao centro.

Blog do Josias - Josias de Souza, jornalista 


 Moro exibe discurso de candidato anti-Bolsonaro ... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/colunas/josias-de-souza/2020/06/07/moro-ja-exibe-discurso-de-candidato-anti-bolsonaro.htm?cmpid=copiaecola

segunda-feira, 24 de junho de 2019

Não tem tonto no Planalto

Bolsonaro não se aproveita só do desgaste de Moro para se posicionar como força eleitoral

Jair Bolsonaro flerta com a reeleição e desfila simpatia nas ruas. No sábado (22), deu uma escapada para comprar xampu em um supermercado. Ao mesmo tempo o ministro da Justiça, Sergio Moro, potencial nome para a disputa presidencial de 2022, está cada vez mais encurralado pelas mensagens comprometedoras trocadas com a Lava Jato. Bolsonaro não se aproveita só do desgaste de Moro para se posicionar como o nome governista com força eleitoral. Outros fatores têm estimulado o presidente a sair da toca.

Ao aumentar as aparições públicas e o diálogo rotineiro com a imprensa, por exemplo, Bolsonaro busca reagir ao isolamento e às derrotas que o Congresso tenta lhe impor. Não à toa, avisou que não será uma rainha da Inglaterra. Já caiu a ficha.

Bolsonaro diz que Moro é “patrimônio nacional” e tem seu apoio na crise. Cada declaração de respaldo ao ministro, no entanto, é sucedida de uma revelação de diálogos delicados do ex-juiz com Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato. No  domingo (23), a Folha e o The Intercept Brasil mostraram que Moro e Deltan discutiram detalhes de estratégia envolvendo delações da Odebrecht e o seu rumo no STF. Moro passou (informalmente) pista para investigadores, sugeriu a troca de uma procuradora nos interrogatórios, deu orientações sobre manifestação do MPF à imprensa, reclamou de demora em nova operação policial e sinalizou certa proteção ao ex-presidente FHC (PSDB).

O ex-juiz diz que não confirma a autenticidade das mensagens, mas não a nega. O seu conteúdo, segundo ele, não configura ilicitude. Moro adotou narrativa peculiar. Não quer ratificar que não fez nada de errado. No Reino Unido, o conservador Boris Johnson, favorito para virar premiê, está no sal depois da notícia de que a polícia foi chamada por vizinhos para averiguar um bate-boca dele em casa com a namorada. Lá, a régua costuma ser outra. Por aqui, quem levar a sério algo parecido envolvendo político brasileiro corre risco de ser chamado de tonto.