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segunda-feira, 23 de novembro de 2020

“Querides alunes" - Percival Puggina

Chamou-me a atenção a notícia de que o Colégio Franco-Brasileiro, tradicional educandário carioca, passava a adotar a linguagem de gênero neutro nas comunicações formais e informais. O motivo desse pega pra capar ideológico é dado pela conjugação do feminismo radical com o movimento LGBTQI et alii na sua guerra contra o macho da espécie.
Em nota pública dirigida à comunidade escolar, o colégio disse:

"Renovando diariamente nosso compromisso com a promoção do respeito à diversidade e da valorização das diferenças no ambiente escolar, tornamos público o suporte institucional à adoção de estratégias gramaticais de neutralização de gênero em nossos espaços formais e informais de aprendizagem".

Embora a nota da escola pareça extraída de uma assembleia de militantes, seu inteiro teor informa que ela não “configura a obrigatoriedade da adoção da estratégia” porque “a normatividade linguística de neutralização de gênero (...) ainda evidencia certa restrição a esses usos”. Ou seja, a boa gramática ainda não foi para o lixo seco. Mais adiante, afirma: “A substituição da expressão queridos alunos por querides alunes passa a incluir múltiplas identidades sob a marcação do gênero em “e””. E fica claro o objetivo a ser perseguido. Afinal, diz, “a marcação neutra de gênero compareceu a diversas categorias gramaticais no passado de nossa língua” e “o uso da língua reflete as mudanças pelas quais a sociedade passa”. Abusam da História..

Enquanto conto até 10 vou decidindo saltar a fase dos presumíveis adjetivos, inclusive alguns muito corretamente aplicáveis ao caso. Então, vamos aos fatos. Além do Congresso Nacional, quase todas as Assembleias Legislativas e Câmaras de Vereadores do país decidiram excluir a ideologia de gênero de seus planos de Educação. À época em que o tema foi objeto de acaloradas discussões, eu afirmei que para os grupos feministas radicais e para os radicais do movimento gay aquela sucessão de democráticas derrotas legislativas estava longe de significar que o assunto se esgotava. Eles manteriam o objetivo que, em última análise, não pode dispensar a sala de aula. Não pode prescindir do domínio das mentes infantis.

É sobre isso que o Colégio Franco-Brasileiro confabula e é para proteger as crianças disso que nos mobilizamos nacional e localmente contra a introdução da ideologia de gênero nas escolas através dos planos de educação. Levar uma criança ou uma escola inteira a falar de modo incompreensível o vasto vocabulário do “dialeto” de gênero, em construção, exige penetrar no que lhe dá causa: o ideológico e perigoso território do gênero. E o que é pior, do gênero que, ou se escolheria nas circunstâncias do cotidiano, como a echarpe de cada noite, ou na construção do coletivo, por reconhecimento da tribo. 
O produto colhido por essa perversidade serão homens não masculinos, inadequados às mulheres que continuarem sendo femininas.

Percival Puggina (75), membro da Academia Rio-Grandense de Letras e Cidadão de Porto Alegre, é arquiteto, empresário, escritor e titular do site Conservadores e Liberais (Puggina.org); colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil pelos maus brasileiros. Membro da ADCE. Integrante do grupo Pensar+.

 

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Brasil, governado pelo PT se transforma no país da roubalheira, da imoralidade e da pouca vergonha

Amigues para sempre

[alguma coisa precisa ser feita para repor o mundo nos eixos - talvez só a destruição total e o recomeço, sob novas bases

Da forma que está é inaceitável e a maldita esquerda pode não ter criado, mas, estimula, já que esses novos conceitos destroem a família e esta é uma das metas prioritárias do maldito esquerdismo. Mas, algo precisa ser feito.]

Nunca ouviu falar em gênero neutro? Aquele que faz com que certas palavras terminem em “e” para suprimir os artigos masculino e feminino? 

E “sexualidade fluida”, sabe o que é? Tem ideia da porcentagem de jovens brasileiros que dizem já ter se relacionado com homens e mulheres? 

Bem-vindo ao admirável mundo novo da geração Z, onde diversidade e tolerância são as palavras de ordem

Se voltassem hoje ao mundo dos vivos, o escritor Álvares de Azevedo, o poeta Manuel Bandeira e o e­x-pr­esidente Floriano Peixoto estranhariam muitas coisas. E uma delas seria o cabeçalho da prova de biologia aplicada no ano passado no colégio em que eles estudaram, o Pedro II, no Rio de Janeiro, o terceiro mais antigo em atividade no Brasil. Ao lado do campo a ser preenchido com o nome de cada estudante, a prova trazia a palavra alunx, em vez de "aluno" ou "aluna". Todos na classe conheciam o significado daquele xis

Em mensagens trocadas nas redes sociais, jovens e adolescentes usam a letra, assim como o "e", para suprimir a identificação masculina ou feminina em palavras como "amigx" ou "queridx" - na versão com "e", mais pronunciável, "amigue" ou "queride". É o chamado gênero neutro, utilizado basicamente em duas situações: a pedido, quando o outro diz que quer ser tratado assim, ou por iniciativa de quem escreve - e prefere não cravar se o destinatário é homem, mulher, e assim por diante. Assim por diante?

Desconectados, desligados e recém-chegados da Coreia do Norte: ao menos para a geração pós-millenium - também chamada de geração Z ou geração touch -, o número de gêneros já passou de dois faz tempo. No Brasil, o Facebook acrescentou, em março passado, no espaço destinado à identificação do usuário, dezessete novas opções de gênero, além do masculino e feminino. Nos Estados Unidos são mais de cinquenta. A lista inclui cross gender, sem gênero e ainda uma alternativa para personalizar a resposta.

Para esses jovens na faixa de 15 anos, crescidos no universo digital, nunca foi tão normal ser diferente. Os adultos, ligeiramente atordoados, tentam acompanhar o ritmo das mudanças. Em colégios de grandes cidades brasileiras, discutir a diversidade de gênero virou assunto obrigatório. A aula magna do Pedro II deste ano foi sobre o tema. No Bandeirantes, em São Paulo, um grupo de discussão batizado de Bandiversidade reúne alunos para falar sobre homossexualidade, bissexualidade e pansexualidade. Já esquentaram os debates tópicos como as diferenças entre transgênero, transexual e drag queen (transgênero: termo mais abrangente usado para designar pessoas que não se identificam com o sexo de seu nascimento, mas não necessariamente se identificam com o sexo oposto; transexuais: sentem-se pertencentes ao gênero oposto; drag queen: indivíduo do sexo masculino que, em performances quase sempre profissionais, se fantasia de mulher, podendo ser homossexual, bissexual ou heterossexual. Parece complicado? Bem, ninguém disse que era simples).

A "novilíngua" das redes e a onipresença nas escolas do tema da vez podem não durar mais que alguns verões, mas o que elas sinalizam veio para ficar. Não é exagero afirmar que uma importante mudança geracional está em curso. Dados de um levantamento da agência de publicidade J. Walter Thompson mostram que 76% dos jovens brasileiros não dão importância à orientação sexual dos outros e 82% concordam que as pessoas devem explorar mais a própria sexualidade. A J. Walter Thompson ouviu 1 500 pessoas entre 12 e 19 anos no Brasil, nos Estados Unidos e na Inglaterra. Outra pesquisa, coordenada pela psicóloga Luciana Mutti, em Porto Alegre, revelou que 20% dos adolescentes entrevistados já haviam tido relações com pessoas de ambos os sexos. A pesquisa foi feita com 400 jovens de 13 a 18 anos na capital gaúcha.

Trata-se de uma mudança e tanto. Basta lembrar que, até 1990, a Organização Mundial da Saúde classificava a homossexualidade como distúrbio mental. Em 12 de maio de 1993, um levantamento do Ibope sobre o tema foi capa de VEJA. No Brasil de então, 79% dos entrevistados afirmaram que não aceitariam que seu filho saísse com um amigo gay; 62% declararam que um pai deveria tentar convencer seu filho a mudar de condição se descobrisse que ele é homossexual; 56% responderam que alterariam sua conduta com um colega se soubessem que ele é homossexual; 45% trocariam de médico pelo mesmo motivo; 36% deixariam de empregar um candidato com esse perfil, ainda que fosse o mais qualificado; e 58% se disseram contrários à adoção de uma criança por um casal gay.

Leia também:
Crianças trans não estão fingindo. Elas existem
A geração touch

Para Sam Bourcier, professor da Universidade de Lille, na França, o modelo binário (dois sexos, dois gêneros) acabou. Bourcier é um dos mais respeitados porta-vozes da chamada teoria queer. Nasceu mulher, mas não se identifica com nenhum gênero, razão pela qual adotou nome masculino, que apresenta junto com o original, Marie Hélène. O termo queer é uma apropriação da gíria inglesa que significa "estranho", "esquisito" e que originalmente era usada para se referir jocosamente a homossexuais.  

Festejadíssima pela geração Z, a teoria sustenta que a sexualidade é fluida e que as preferências nessa área podem mudar ao longo da vida. Um indivíduo do sexo masculino, por exemplo, pode passar boa parte da existência sentindo-se atraído por outros indivíduos do sexo masculino e mais tarde mudar de ideia - o que não necessariamente quer dizer que começará a gostar de mulheres. "Há muitas outras possibilidades de gênero e sexo além daquelas que foram apontadas no nascimento", diz Bourcier.

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