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sexta-feira, 21 de abril de 2023

A verdade foi sepultada viva - Percival Puggina


         Sob sete palmos de terra e cinco anos de sigilo, a Verdade gemia dentro do caixão. A balbúrdia dos militantes nas tribunas, nos microfones, ante as câmeras, nas redações, abafava seus clamores. Parente próxima da Verdade, a Lógica corria de porta em porta e alertava nas esquinas e mesas de bar que ela sobrevivia; sufocada, mas viva. O governo gastava promessas, anunciava emendas, prometia recursos e cargos (a moeda oficial da compra de consciências em instituições enfermas) para que nenhuma comissão parlamentar de inquérito a fosse resgatar.

Era muito mais conveniente ao governo um inquérito que aplicou tornozeleiras e colocou atrás das grades mais de duas mil pessoas. Todas empacotadas com o rótulo de terroristas, ou vândalas, ou golpistas responsáveis por incitação ao crime e associação criminosa (vândalos reais e seus financiadores, se presos, estão no lugar certo).

Aos donos do poder vinha sendo bem mais confortável pespegar rótulos à oposição do que examinar os próprios meios de ação desde uma perspectiva moral. Ontem, a propósito, um jornalista da Jovem Pan retirou do baú da memória uma brilhante frase que o ex-senador José Serra usava para denunciar a conduta dos petistas no parlamento dizendo que batiam a carteira e saíam gritando “Pega ladrão!”.

Era muito, muito conveniente examinar aqueles vídeos, sepultá-los no ataúde da Verdade, mandar prender o secretário de segurança do Distrito Federal que estava em férias, destituir o governador do DF e convocar Bolsonaro para depor.  
Ao mesmo tempo, deixar solto o general Gonçalves Dias, sem sequer ouvir o Ministro da Justiça. 
Aos vídeos, diziam, impunha-se sigilo por uma questão de “segurança das próprias instalações de segurança do Palácio do Planalto”. Não entendo de segurança, mas reconheço uma hipocrisia.

O general Gonçalves Dias, também se soube ontem, foi Secretário de Segurança da Presidência da República nos dois mandatos anteriores de Lula e chefe da Coordenadoria de Segurança Institucional da ex-presidente Dilma Rousseff.

Com o que se sabe hoje, devo exclamar: Que inquérito, senhores! Que inquérito!

Aqui, desde esta pequena cápsula de trabalho a que chamo gabinete, penso no omisso senador mineiro Rodrigo Pacheco e nos enfeitados caciques partidários que com larga margem o reelegeram para presidir o Senado Federal. Talvez agora, que o chão se abriu sob seus pés e as vítimas dessa omissão caem no seu colo, o senador, enfim, se disponha à desagradável e inédita experiência de cumprir seu dever para com a nação.

A Lógica, sentada ao lado do túmulo da verdade, aguarda a CPMI e a exumação da parente sepultada viva.   

Percival Puggina (78), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 

terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

Um Banco Central lotado de militantes obedientes é a nova obsessão de Lula - J. R. Guzzo

Gazeta do Povo - VOZES

O governo Lula, desde a eleição, tem mostrado que o seu principal propósito administrativo é a demolição, e não a construção
Em vez de fazer alguma coisa, quer desfazer o que está feito, e principalmente o que está bem feito – não importa o que. 
Veio do tempo de Bolsonaro? Então tem de ser destruído. 
Pode ser o programa de alfabetização, ou um departamento do Itamaraty que dava apoio no exterior ao agronegócio, ou qualquer outra coisa; a meta é não deixar de pé nada que tem origem no governo anterior. 
A grande obsessão do presidente, no momento, é eliminar a independência do Banco Central, em vigor desde 2021; 
- quer ocupar a presidência e os cargos de diretoria com militantes políticos que obedeçam a suas ordens. 
O resultado concreto disso é que decisões essenciais para a ordem na economia, como taxa de juros, emissão de moeda ou câmbio, voltariam a ficar subordinadas à vontade do presidente da República.
 
Todas as democracias sérias do mundo, sem nenhuma exceção, têm bancos centrais independentes do Poder Executivo
Será que fazem isso por algum capricho – ou por que acham que a estabilidade da moeda é um elemento essencial para a existência de uma sociedade democrática? 
Mas no Brasil de hoje tudo é diferente. Lula e o seu Sistema dizem a cada quinze minutos que ele salvou a democracia neste país – só que a sua democracia inclui cada vez menos os fundamentos dos regimes democráticos, e cada vez mais o aparato das ditaduras de Terceiro Mundo, ou dos governos fracassados em geral. 
Uma das marcas mais evidentes de umas e de outros é, justamente, o controle do Banco Central por quem está ocupando a presidência da República. Nunca deu certo, em lugar nenhum.


    Todas as democracias sérias do mundo, sem nenhuma exceção, têm bancos centrais independentes do Poder Executivo

A única autoridade pública nacional que ainda tem alguma credibilidade no Brasil é o Banco Central; é a âncora que está segurando, por enquanto, a inflação, o dólar e outros índices-chave da economia. Isso acontece porque o BC faz o que é necessário, e não o que Lula quer e, pela lei, aprovada pelo Congresso e confirmada por 8 a 2 pelo STF, num julgamento sobre a sua constitucionalidade, tem o direito e o dever de fazer isso pelos próximos dois anos, quando termina o mandato da atual diretoria. Lula, pelo que diz e repete com voz cada vez mais alta, não quer esperar até lá
Afirma, nos discursos, que o BC não pode ter autonomia porque não “combate a pobreza”, não “faz o país crescer”, não “controla a inflação” e uma porção de outros disparates. 
No caso da inflação, o que o presidente diz não é apenas uma estupidez. É uma mentira frontal, dessas que o seu governo quer punir como “fake news”, ou “desinformação” – a inflação do Brasil, que fechou 2022 abaixo dos 6% ao ano, é inferior à dos Estados Unidos e à de quase todos os países ricos da Europa.
 
Lula, na verdade, está pouco ligando para a pobreza, o desenvolvimento ou o equilíbrio econômico do país; o que quer é transformar o BC, o único órgão importante da administração pública no qual ainda não manda, num serviço de atendimento aos interesses políticos do governo. 
Nada poderia demonstrar isso de maneira mais objetiva do que as declarações de uma das ativistas radicais mais eminentes do seu ministério – a ministra da Ciência e Tecnologia, que acaba de exigir, também ela, o fim da autonomia. 
Que diabo o Banco Central tem a ver com ciência, ou com tecnologia? 
O fato é que a ministra, no mundo das realidades, não cuida de nenhuma das duas coisas
O que está fazendo é política extremista e subdesenvolvida – cumpre instruções de um presidente obcecado com a ideia de obter poderes absolutistas sobre a economia do Brasil.

Conteúdo editado por:Jônatas Dias Lima


J.R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


sexta-feira, 18 de novembro de 2022

Alexandre de Moraes continua perseguição contra manifestações legítimas - Alexandre Garcia

Gazeta do Povo - Vozes

Supremo



Imagem feita em 9 de novembro mostra caminhões parados nas proximidades do quartel do Exército em Brasília.| Foto: EFE / Joédson Alves / Arquivo

O ministro Alexandre de Moraes bloqueou as contas bancárias de 43 pessoas físicas e jurídicas, em geral do agro, os que produzem a riqueza do país, que garantem o equilíbrio do balanço de pagamentos e a segurança alimentar.  
O bloqueio ocorreu porque eles supostamente participaram ou estão participando das manifestações, que são garantidas por uma cláusula pétrea da Constituição: o inciso XVI do artigo 5.º, que diz que todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização. 
A ironia é que esses bloqueados vão ficar sem dinheiro para pagar seus funcionários no fim do mês. E, no entanto, eles pagam os impostos que sustentam as folhas de pagamento do poder público inclusive do Supremo.
 
Agora eu vejo uma parte da mídia e me envergonha dizer isso que voltou à segunda metade dos anos 1960, quando havia o dedo-duro, que entregava quem falasse mal do governo. 
Isso voltou, e nem foi agora: voltou já durante a pandemia, porque eu vi repórter de televisão dizendo que Fulano estava na praia, que não podia... meu Deus, que vergonha! São direitos consagrados pela Constituição, a liberdade de locomoção, a liberdade de reunião, a livre expressão do pensamento. [em nossa opinião, o ministro Moraes é daqueles que quando recebe uma missão, parte para execução no estilo 'prende e arrebenta' - parecido com o do general Figueiredo, só que Figueiredo era general; 
O ministro recebeu a missão do inquérito das fake news, começou firme, prendendo peixes pequenos, indo em frente mas chamando muita atenção, especialmente por emitir certas ordens consideradas,  por alguns juristas,  arbitrárias e que se revelaram de dificil execução.
Foi despertando antipatia e medo coletivo, algumas das suas determinações foram descumpridas - e nada foi possível fazer contra os desobedientes e agora se avolumam diversas situações que se mostram de dificil superação, mesmo por ele.
Recentemente, as 3 Forças Singulares emitiram uma Nota Oficial Conjunta que agiu como 'freio de arrumação' - mostrando a necessidade de direitos da população serem respeitados pelos poderes constituídos e suas demandas respondidas de pronto.
A quadro tão desfavorável se juntaram questionamentos e reações  contra o eleito e a decisões do TSE que estão sendo criticadas pela população e não são devidamente sanadas.]
 
Com gastança, Lula quer colocar o Brasil no caminho da Argentina 
O futuro presidente Lula está com problemas. Mostraram um rombo de quase R$ 200 bilhões no teto de gastos. A bolsa despencou, o dólar subiu, os investidores puseram o pé no freio; perguntaram para Lula a esse respeito, e ele simplesmente respondeu: “paciência, não cai por conta de pessoas sérias, mas de especuladores”. 
Só que as pessoas sérias que estavam ajudando a equipe econômica estão quietas e de cara no chão. Pérsio Arida, André Lara Resende, Henrique Meirelles – que já caiu fora, já deu tchauzinho.  
Esse é o caminho da Argentina: a gastança que dá 100% de inflação. O Banco Central estava conseguindo conter a inflação, mas vai tudo por água abaixo com o excesso de gastos. Infelizmente é isso o que está acontecendo.
 
O jatinho nada ecológico que levou Lula ao Egito 
Já que outro dia eu falei de Lula no Egito, o Poder 360 fez o cálculo do jatinho: a ida e a volta dão 25 horas de emissão de gás carbônico.  
Um cidadão brasileiro normal vai levar 16 anos para emitir esse mesmo carbono. 
 Lula, lembre-se, está usando o jatinho de um empresário que foi preso em julho de 2020, envolvido em um escândalo de milhões de campanha de José Serra.
 
Identitarismo reclama, mas é a população que rejeita suas pautas Militantes LGBT, feministas e movimento negro estão reclamando que têm dificuldade de avançar pautas da extrema-esquerda no futuro governo. Mas não é o governo, é a população brasileira. Não são apenas os 58 milhões de eleitores de Bolsonaro que não têm essa pauta. No mínimo metade dos 60 milhões de eleitores de Lula também não têm essa pauta. 
Votaram em Lula sem saber em que estavam votando. 
Perguntem-lhes se eles aprovam o aborto ou a ideologia de gênero para as crianças nas escolas; certamente não aprovam. 
Além disso, todo mundo que conhece o presidente eleito sabe das piadinhas homofóbicas dele. [pessoal, vocês precisam entender que o POVO é quem manda - tanto que até a posse do ídolo de vocês pode não ocorrer.]

Conteúdo editado por:Marcio Antonio Campos

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES



quinta-feira, 11 de agosto de 2022

Eles defendem a “democracia”, MAS adoram Fidel Castro! - Gazeta do Povo

Rodrigo Constantino

O escárnio tomou conta da velha imprensa. Os militantes tucanopetistas não conseguem mais esconder seu viés ideológico, sua histeria antibolsonarista, e para tentar atingir o presidente estão dispostos a tudo, inclusive a fingir que bajuladores de tiranos assassinos são ícones da democracia.

A esquerda quer usurpar a palavra democracia, sem qualquer compromisso real com a essência da coisa. Basta ver o caso de Lula: ele sempre foi companheiro ideológico de Fidel Castro, o maior tirano que o continente já teve. Certa vez, Lula chegou a dizer que Fidel era o líder mais importante das Américas. Democrata?

Lula apoia até hoje o regime venezuelano, e chegou a pedir votos para Nicolás Maduro. Na era Chávez, Lula afirmou que a Venezuela tinha "excesso de democracia", isso quando o regime opressor já perseguia, prendia e matava adversários políticos do socialista.

Bem recentemente, Lula saiu em defesa de seu companheiro da Nicarágua, o ditador Daniel Ortega, que chegou a ser comparado a Merkel pelo petista, justificando sua longa permanência no poder e ignorando as diferenças básicas entre a Alemanha democrática e o modelo autoritário nicaraguense. Democrata?

Não obstante, com todo o seu cinismo que cheira a psicopatia, Lula escreveu: "Defender a democracia é defender o direito a uma alimentação de qualidade, a um bom emprego, salário justo, acesso à saúde e educação. Aquilo que o povo brasileiro deveria ter. Nosso país era soberano e respeitado. Precisamos, juntos, recuperá-lo".

Eis aí a tirania da visão, o monopólio dos fins nobres, a interdição do debate sério e adulto. Democracia é sobre meios, não fins. 
Você "defende" mais comida e emprego para os pobres? Então é um "democrata", diz Lula. 

Em qual manual ele tirou essa definição tosca?
Defender a democracia é defender a ditadura cubana, a ditadura venezuelana ou a ditadura da Nicarágua, como Lula faz? 

Defender a democracia é comandar o mensalão petista, que usurpou a representatividade ao comprar o apoio dos parlamentares eleitos?

Nada disso importa. Os "respeitados" tucanos assinaram a cartinha patética "em defesa da democracia", e nem com a assinatura do próprio Lula desistem de insistir na farsa. "Perfis bolsonaristas menosprezam carta pró-democracia, diz estudo", segundo o site Poder360. Claro que devem menosprezar esse troço: só otário acredita mesmo que é pró-democracia, e não pró-Lula, o que é diametralmente oposto!

Um procurador signatário da cartinha foi ao jornal nesta quarta "explicar" a necessidade de uma defesa da democracia neste momento
O sujeito disse que a carta não era contra ninguém em especial, e logo em seguida passou a detonar Bolsonaro e falar de ameaças imaginárias ao nosso sistema democrático. Fala mansa, é verdade, mas como disfarça mal!
 
Quando o apresentador - já que os comentaristas não puderam participar da entrevista - questionou sobre a corrupção, o procurador disse que a carta era específica sobre democracia, e corrupção é outro assunto, tal como desigualdade social.  
Ele ignorou que a corrupção do mensalão petista corroeu a própria democracia!

Em seguida, o militante petista chamou as manifestações patrióticas pacíficas de "golpistas", e mencionou um pensador esquerdista gringo qualquer para dizer que a preocupação com nossa democracia era "científica". Tão "científica" quanto a "ciência" da esquerda na pandemia. Uma farsa que já veio abaixo também, inclusive com um professor de educação física tratado como especialista pela imprensa toda e que agora já se filiou ao PT para encerrar o teatro.

Tudo no Brasil anda farsesco demais quando se trata de oposição ao governo Bolsonaro. E eis o que temos na prática:  
- o Brasil apresenta os melhores indicadores econômicos da região, enquanto os países vizinhos mergulham no caos inflacionário, na recessão e em escândalos infindáveis de corrupção.
Para piorar, a Argentina lulista passou a considerar a Venezuela e a Nicarágua "países democráticos". Isso sim é virar pária mundial, motivo de chacota e vergonha no mundo todo. [o que se aproveita da Argentina de hoje: Sua Santidade Papa Francisco e Leonel Messi. Claro, também,  o povo argentino - povão -  que são vítimas da esquerda maldita.]
 
Eis aí a "democracia" que os signatários da tal cartinha tucana pregam...
Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
 
 

sexta-feira, 10 de junho de 2022

O temor no TSE com o Dia D após as eleições - Malu Gaspar

O Globo

Tensão entre os poderes

Não é mistério para ninguém que ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estão muito preocupados com o que pode acontecer no dia das eleições, quando as atenções do país estarão voltadas à totalização dos votos. 

Jair Bolsonaro na cerimônia de diplomação no TSE, em 2018

Só que, para a equipe que faz as análises de risco do tribunal, a data que preocupa mais é outra: o dia da diplomação da chapa vencedora. Nos cenários projetados dentro do tribunal para os meses até a posse do próximo presidente, essa data é tratada como uma espécie de "dia D" do processo eleitoral. “O dia da eleição não vai ser o maior risco, já que essa data não mobiliza ninguém”, avalia um integrante do TSE. O raciocínio leva em conta que, no primeiro turno, os políticos estão em seus currais eleitorais, preocupados com as eleições locais.

O intervalo de quase dois meses entre as eleições (em outubro) e a diplomação (que deve ocorrer até o dia 19 de dezembro) abre brecha para que militantes derrotados nas urnas se mobilizem nas redes sociais para carreatas, protestos antidemocráticos e até ameaças de invasão de prédios públicos. 

A diplomação ocorrerá no edifício-sede do TSE, um prédio suntuoso do arquiteto Oscar Niemeyer, rodeado por outros tribunais e uma extensa área verde. Durante a apuração dos votos de 2018, a área externa do tribunal foi facilmente isolada e a totalização ocorreu sem transtornos.

Após aquela eleição, vencida por Bolsonaro no segundo turno, não houve incidentes durante a diplomação. A cerimônia mobilizou a classe política e reuniu em um mesmo espaço cerca de 500 pessoas, entre elas autoridades de todos os poderes e comandantes das Forças Armadas.

Dentro da Corte, há preocupações com extremismos, seja da direita ou da esquerda. Além dos ataques rotineiros desferidos por Bolsonaro e sua estridente militância, causou preocupação dentro do TSE uma declaração da deputada petista Erika Kokay (DF), aliada de Lula. “Bolsonaro não seria presidente se as eleições de 2018 não tivessem sido fraudadas. Nós não aceitaremos mais nenhum tipo de golpe contra a democracia neste país”, escreveu Kokay no Twitter, em 29 de maio. [curiosidade curiosa: a petista Erika Kokay, sem nenhum disfarce, diz com todas as letras que as eleições de 2018 foram fraudadas - o teor de sua declaração, analisada literalmente e/ou considerando o entendimento expresso de forma recorrente pelo chefe do TSE e por outros integrantes daquele Tribunal, constitui  um crime gravíssimo, já que acusa claramente que houve fraude nas eleições de 2018 - e NADA, ABSOLUTAMENTE NADA, aconteceu com a esquerdista.
Já o deputado Fernando Franceschini, por ter dito em uma live veiculada minutos antes do término das eleições 2018 - portanto, sem condições de repercutir no resultado do pleito - que estavam ocorrendo fraudes, teve seu mandato cassado. DOIS PESOS e DUAS MEDIDAS? Ou o crime maior do deputado  Fernando Franceschini, é ser apoiador do presidente Bolsonaro?]

O cenário considerado mais tenso, porém, é o de uma eventual vitória de Lula, favorito nas pesquisas de intenção de voto. Nos Estados Unidos, a invasão do Capitólio por extremistas insuflados por Donald Trump, após a derrota nas urnas, ocorreu durante a sessão do Congresso que confirmaria a vitória do democrata Joe Biden no pleito. 

“A violência cometida contra o Congresso norte-americano deve colocar em alerta a democracia brasileira”, disse o atual presidente do TSE, ministro Edson Fachin, logo após a invasão.  O episódio também estimula a imaginação de bolsonaristas. O próprio presidente da República já afirmou que “se nós não tivermos voto impresso em 2022, uma maneira de auditar voto, vamos ter um problema pior que os Estados Unidos”.

Nesta semana, Bolsonaro intensificou os ataques às urnas após a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) ter mantido a cassação imposta pelo TSE ao bolsonarista Fernando Francischini (União Brasil-PR) por disseminar fake news contra as urnas eletrônicas. 

Nesta quinta-feira (9), ao cumprir agenda nos EUA ao lado do presidente Joe Biden, Bolsonaro voltou a lançar suspeitas sobre as eleições brasileiras. “Queremos, sim, eleições limpas, confiáveis e auditáveis. Para que não reste nenhuma dúvida após o pleito”, afirmou. A preocupação com segurança não se resume a eventuais atentados contra as instalações do TSE. Conforme revelou a coluna, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu reforçar a segurança de todos os seus integrantes, inclusive a dos ministros substitutos. 

Um dos maiores temores da área de segurança do tribunal é com possíveis ataques inesperados dos chamados “lobos solitários” em um ambiente marcado pela forte radicalização política.

Rafael Moura - Coluna Malu Gaspar - O Globo


segunda-feira, 28 de junho de 2021

EM DEFESA DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO - Percival Puggina

A livre expressão de ideias sujeitava-se a um eloquente silêncio. O direito de opinião fora escriturado em nome dos grandes meios de comunicação, seus teleguiados formadores de opinião, palpiteiros e consultores filtrados a dedo. Os cursos de jornalismo, adequadamente instrumentalizados, desovavam todos os anos levas de militantes preparados para cumprir sua missão. Nem o futebol ficava fora do serviço cotidiano de veneno ideológico disponibilizado à “massa”. Os espaços abertos à divergência eram oferecidos em doses homeopáticas nas monitoradas seções “Fale conosco” e “Opinião do leitor”, e por raríssimos colunistas entre os quais me incluí, durante muitos anos, nas páginas de diversos jornais do Rio Grande do Sul.

Em Zero Hora, substituí o Olavo de Carvalho no ano de 2007. Ali permaneci, solitário e semanal durante, dez anos.  Depois veio o Constantino e, agora está o Guzzo. A seu tempo, cada um de nós significou o semanal “pluralismo” do veículo, sufocado  em meio a dezenas de outros editores e colunistas diários. Não era e não é diferente no resto do país.

As redes sociais não revolucionaram os grandes meios de comunicação, mas abriram um espaço paralelo, no qual o direito de opinião saiu da teoria e ganhou efetividade. Sábios e néscios, cientistas e palpiteiros, políticos e eleitores, religiosos e ateus, passaram a desfrutar de uma liberdade que rapidamente reduziu o poder ditatorial da grande mídia e dos aparelhos ideológicos nelas atuantes.

Trump venceu nos EUA; Bolsonaro venceu no Brasil. Indesculpável! Para agravar a situação, jornais perderam leitores; emissoras perderam audiência; seus candidatos amargaram derrotas. Os donos das plataformas perceberam que um poder imenso escapara de seu controle. Por que não supervisionar e regrar os conteúdos?  
E veio a censura privada, o bloqueio provisório e permanente de contas por motivo de opinião. A censura leva à autocensura. Nela, a liberdade algema a si mesma e discrimina o pensamento.

O “politicamente correto”, o falso progressismo e a Nova Ordem Mundial impuseram sua ditadura também sobre as plataformas.

Numa evolução natural, dado o rumo tomado no Brasil pelas redes de TV, foram surgindo as lives e os noticiários autônomos. Era uma nova forma de comunicação, tão caseira quanto livre, oportuna e necessária. Parcela crescente do público foi mudando sua sintonia habitual para canais do YouTube. Até que... o YouTube reagiu e passou a bloquear canais de seu maior desagrado. Quer mais? 
Pense na insistência com que se denomina discurso de ódio o antagonismo ao mau legado dos governos de esquerda.  
Pense na corrupção, nos assassinatos de reputação, na violência verbal e material com que conduziram sua trajetória. Pense em agências de checagem, em Inquérito do Fim do Mundo, em prisão de parlamentar e jornalistas.
A defesa da liberdade é, sempre, parte inseparável das cenas políticas
Nenhum dos projetos em curso contra os valores do Ocidente tem compromisso com a liberdade indispensável numa era de conflitos.

Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 

sexta-feira, 21 de maio de 2021

Sim, chegaram ao ridículo de atacar a vitamina D para atingir Bolsonaro! - Gazeta do Povo

Se Bolsonaro disser que beber água e tomar sol faz bem a saúde, amanhã tem uma matéria de 8 minutos no Fantástico sobre câncer de pele e vão encontrar alguém que morreu porque bebeu muita água. Eu fiz esse comentário um tempo atrás, e eis que hoje me deparo com essa reportagem em destaque na Folha de SP:  
 Vitamina D não é um medicamento, para começo de conversa. Todos sabem da importância de vitamina D com sol para o sistema imunológico. Como a imprensa conseguiu "problematizar" algo tão banal? Essa turma acha que o povo fora da bolha não percebe o truque?

Já o Estadão escreveu um editorial hoje contra o presidente, mais um, alegando que Bolsonaro não é nem liberal nem conservador, mas reacionário. Eis um trecho:  Poucas vezes na história brasileira as instituições foram tão vilipendiadas por um presidente da República. Poucas vezes um chefe de Estado foi tão indiferente às leis e à Constituição, considerando-se frequentemente acima delas. Poucas vezes um governante desprezou tanto o diálogo político, demonizando a oposição e menosprezando partidos. E poucas vezes um presidente transgrediu de forma tão desabrida os valores morais comuns da sociedade, especialmente ao rejeitar a responsabilidade por seus atos e omissões e ao ofender e ameaçar quem o contesta.

Poucas vezes na história brasileira um presidente foi tão vilipendiado pela imprensa. O STF rasga a Constituição, mas a mídia passa pano e prefere atacar Bolsonaro?   
O presidente que hoje é acusado de estar com o centrão é ao mesmo tempo acusado de ignorar o diálogo político, a articulação com o Congresso? 
Bolsonaro é chamado de genocida, mas é ele que demoniza a oposição? Temos até deputado bolsonarista preso, mas é o presidente que ameaça quem o contesta? 
O Estadão não é liberal nem conservador. É só antibolsonarista. Como quase toda a imprensa, vale notar. O papelão dos militantes disfarçados de jornalistas durante esse governo não será esquecido, e é o que faz com que a credibilidade da mídia vá para o limbo de vez. A cobertura dessa CPI circense, que transformou até Renan Calheiros em bastião da ética, é a maior prova disso: virou puro palanque eleitoral contra Bolsonaro.
 
A ala ideológica da imprensa queria ver o ex-ministro Ernesto Araújo sendo fritado  e queria que o então chanceler fosse um capacho da ditadura comunista chinesa. Esses militantes comunistas não suportam quem não se mostra subserviente ao regime chinês. Ou não é ideologia, e sim grana.
 
Aliás, passou da hora de seguir o dinheiro para encontrar quem emite opinião com claro conflito de interesse quando o assunto envolve a China.  
Não é razoável tanta subserviência que mais parece assessoria de imprensa do regime ditatorial comunista chinês, que lá na China persegue jornalistas independentes!
 
Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES 
 

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

A ideologia bolsonarista - 2 - Denis Lerrer Rosenfield

O Estado de S. Paulo

Ela orienta as ações de seus militantes, que se comprazem em gritar histericamente: ‘Mito!’

Dando prosseguimento ao artigo anterior (18/1), centrado no conjunto de ideias que estrutura o bolsonarismo, ressaltemos alguns outros aspectos para que tenhamos uma visão mais abrangente desse fenômeno. Por mais que alguns insistam, talvez com certa dose de razão, que essas “ideias” não sejam propriamente ideias dado o seu caráter tosco, são elas que orientam as ações de seus militantes, que se comprazem histericamente em gritar: “Mito!”.

Note-se, preliminarmente, como muito bem observou um leitor, que os aspectos por mim assinalados da ideologia bolsonarista não se restringem à extrema direita, mas são igualmente válidos para a extrema esquerda, configurando um tipo de autoritarismo ou totalitarismo cujas consequências são as mesmas na dominação da sociedade e no controle ou aniquilamento das liberdades. Eis por que autores como Hannah Arendt incluem na análise do totalitarismo tanto o nazismo quanto o comunismo. Se me detive mais no caso da extrema direita, é por ser ela a experiência concreta que o País está vivendo.

Subversão da democracia – Um aspecto importante desse fenômeno reside na subversão da democracia por meios democráticos, as eleições sendo usadas como instrumentos para corroer suas instituições e seus valores. Hitler conquista o poder por meios democráticos visando a destruir as próprias instituições republicanas. Chávez conquista “democraticamente” o poder, para eliminar progressivamente todas as instituições democráticas da Venezuela, hoje destruída e exaurida. O presidente Bolsonaro, por sua vez, está sempre testando os limites das instituições democráticas, erodindo seus valores e princípios, embora se diga o seu defensor. Quando convoca as Forças Armadas para defenderem a democracia, faz jogo duplo: o de defensor das liberdades e o de seu verdugo.

Militares – A convocação dos militares é elemento constitutivo de um discurso que busca criar condições para que eles, junto com as forças policiais, passem a responder a ele, e não à Constituição, com o intuito de estabelecer uma relação direta com eles, e não mais unicamente pela hierarquia militar. Há o menosprezo da representação. O presidente gasta boa parte do seu tempo em comemorações militares dos mais diferentes níveis, que não seriam, em condições normais, afeitas à posição de um presidente. Os comandantes militares seriam as pessoas que naturalmente deveriam presidir tais cerimônias. Uma vez que sempre procura comparecer a tais eventos, tem como objetivo chamar a si as pessoas homenageadas, estabelecendo uma relação direta com elas, independentemente de seus superiores hierárquicos.

Trata-se de um meio de também manter os comandantes sob controle, ao mostrar que pode deles prescindir. É um empreendimento difícil nas Forças Armadas, por serem elas hierárquicas e ordenadas, apesar de um suposto chamamento à tropa embutido em tal comportamento, embora o caso não seja o mesmo em algumas Polícias Militares, cuja cadeia de comando é fraca, além de pouco estruturada em torno de valores. Aí as chances do bolsonarismo germinar são maiores, o que explicaria a atual tentativa de uma reorganização das forças policiais, tirando o poder dos governadores e estabelecendo uma forma de coordenação nacional, à revelia das Forças Armadas.

Milícias – Se o bolsonarismo conseguiu com êxito criar uma milícia digital, não se pode dizer o mesmo da criação de um partido, cuja tarefa seria a de estruturar seus adeptos em grupos organizados, que responderiam a vozes de comando paramilitares. Nota-se uma desorientação do bolsonarismo nesse sentido, visto que, no afã da família Bolsonaro de tudo controlar, dividiu e fragmentou um partido eleitoralmente vitorioso, o PSL. Saindo vencedor das últimas eleições, foi vítima da tentativa bolsonarista de tudo dominar, nem aceitando o compartilhamento do poder. Sua orientação de extrema direita, sem uma estratégia correspondente, conseguiu minar a si mesma. O que teria sido um instrumento seu de poder, terminou sendo seu óbice, com as desorientações partidárias daí derivadas. Até hoje não sabe o presidente por qual partido se candidatar em 2022, seu maior, se não o único, objetivo.

Idiotas – O vídeo de ampla repercussão em que o presidente da República, numa tirada sua característica, totalmente imprópria para uma figura presidencial, manda a imprensa pôr uma lata de leite condensado “naquele lugar”, de eliminação fisiológica do corpo, com odor fétido, exibe em toda a sua “pureza” o desprezo pela liberdade de imprensa, sua profunda aversão à crítica e ao outro em geral. Mais surpreendente ainda, contudo, é que, ladeado pelo ministro das Relações Exteriores, a sua plateia, em delírio, grite: “Mito! Mito!, Mito!”. [o nosso presidente tem como uma de suas características um estilo espontâneo, as vezes usa um linguajar não refinado - especialmente quando devido o fogo cerrado sob o qual vive, explode, usando as vezes termos chulos inadequados ao cargo que ocupa.
Mas analisando com isenção se conclui que é dificil para qualquer ser humano,  com sangue nas veias,  suportar as calúnias, as interpretações deturpadas dos fatos, sempre contra ele. 
O ilustre articulista no parágrafo terceiro desta matéria, título subversão da democracia,  omite que o STF já tomou decisões, quase sempre monocráticas, em que usou a defesa da Democracia e da Constituição Federal, para cassar de apoiadores do  presidente Bolsonaro o direito de exercerem  direitos assegurados pela Democracia e Constituição que dizem defender.
Usar a democracia e a Constituição para sufocar direitos que elas garantem, não é democrático nem constitucional.]

Enseja pensar por que um discurso tão tosco e grosseiro ainda encontra quem o acolha, pois quem assim o faz age como idiota, como se habitasse outro mundo. Talvez isso explique o comparecimento do chanceler, pois é como se ele estivesse numa terra estrangeira.

Denis Lerrer Rosenfield, filósofo e professor UFRGS E-mail:Denisrosenfield@terra.com.br
Coluna no jornal O Estado de S. Paulo


segunda-feira, 23 de novembro de 2020

“Querides alunes" - Percival Puggina

Chamou-me a atenção a notícia de que o Colégio Franco-Brasileiro, tradicional educandário carioca, passava a adotar a linguagem de gênero neutro nas comunicações formais e informais. O motivo desse pega pra capar ideológico é dado pela conjugação do feminismo radical com o movimento LGBTQI et alii na sua guerra contra o macho da espécie.
Em nota pública dirigida à comunidade escolar, o colégio disse:

"Renovando diariamente nosso compromisso com a promoção do respeito à diversidade e da valorização das diferenças no ambiente escolar, tornamos público o suporte institucional à adoção de estratégias gramaticais de neutralização de gênero em nossos espaços formais e informais de aprendizagem".

Embora a nota da escola pareça extraída de uma assembleia de militantes, seu inteiro teor informa que ela não “configura a obrigatoriedade da adoção da estratégia” porque “a normatividade linguística de neutralização de gênero (...) ainda evidencia certa restrição a esses usos”. Ou seja, a boa gramática ainda não foi para o lixo seco. Mais adiante, afirma: “A substituição da expressão queridos alunos por querides alunes passa a incluir múltiplas identidades sob a marcação do gênero em “e””. E fica claro o objetivo a ser perseguido. Afinal, diz, “a marcação neutra de gênero compareceu a diversas categorias gramaticais no passado de nossa língua” e “o uso da língua reflete as mudanças pelas quais a sociedade passa”. Abusam da História..

Enquanto conto até 10 vou decidindo saltar a fase dos presumíveis adjetivos, inclusive alguns muito corretamente aplicáveis ao caso. Então, vamos aos fatos. Além do Congresso Nacional, quase todas as Assembleias Legislativas e Câmaras de Vereadores do país decidiram excluir a ideologia de gênero de seus planos de Educação. À época em que o tema foi objeto de acaloradas discussões, eu afirmei que para os grupos feministas radicais e para os radicais do movimento gay aquela sucessão de democráticas derrotas legislativas estava longe de significar que o assunto se esgotava. Eles manteriam o objetivo que, em última análise, não pode dispensar a sala de aula. Não pode prescindir do domínio das mentes infantis.

É sobre isso que o Colégio Franco-Brasileiro confabula e é para proteger as crianças disso que nos mobilizamos nacional e localmente contra a introdução da ideologia de gênero nas escolas através dos planos de educação. Levar uma criança ou uma escola inteira a falar de modo incompreensível o vasto vocabulário do “dialeto” de gênero, em construção, exige penetrar no que lhe dá causa: o ideológico e perigoso território do gênero. E o que é pior, do gênero que, ou se escolheria nas circunstâncias do cotidiano, como a echarpe de cada noite, ou na construção do coletivo, por reconhecimento da tribo. 
O produto colhido por essa perversidade serão homens não masculinos, inadequados às mulheres que continuarem sendo femininas.

Percival Puggina (75), membro da Academia Rio-Grandense de Letras e Cidadão de Porto Alegre, é arquiteto, empresário, escritor e titular do site Conservadores e Liberais (Puggina.org); colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil pelos maus brasileiros. Membro da ADCE. Integrante do grupo Pensar+.

 

segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Para Bolsonaro, 'lixo marxista' é uma das causas da baixa posição do País em rankings de ensino

Críticas ao ensino figuraram fortemente durante a campanha eleitoral e são um dos temas que mais movimentam a militância

Um dia antes da cerimônia da posse, em Brasília, o presidente eleito Jair Bolsonaro voltou às redes sociais para ligar as baixas posições que o Brasil ocupa nos rankings mundiais de educação ao "lixo marxista" adotado nas instituições de ensino do País. Bolsonaro disse ainda que seu governo pretende "evoluir", formar "cidadãos e não mais militantes políticos". 

"Uma das metas para tirarmos o Brasil das piores posições nos rankings de educação do mundo é combater o lixo marxista que se instalou nas instituições de ensino. Junto com o ministro de Educação e outros envolvidos vamos evoluir em formar cidadãos e não mais militantes políticos", disse Bolsonaro em seu perfil no Twitter.

Uma das bandeiras mais antigas do futuro presidente, as críticas ao ensino no Brasil figuraram fortemente durante a campanha eleitoral e são um dos temas que mais movimentam a militância do capitão reformado do Exército.  

Em linha com seu discurso, o político convidou Ricardo Vélez Rodriguez para o Ministério da Educação. O filósofo colombiano chegou ao cargo após a bancada evangélica vetar o nome de Mozart Neves, ligado ao Instituto Ayrton Sena, por considerá-lo um "esquerdista". O futuro ministro é a favor do projeto Escola Sem Partido e já defendeu medidas como a instalação de conselhos de ética em instituições de ensino.  

Editorial - O Estado de S. Paulo





 

sexta-feira, 6 de abril de 2018

Não se apresentou até as 17h, considera foragido e inicia a caçada; militante atrapalhou neutraliza com bala de borracha, spray de pimenta e se necessário munição real

Ex-presidente Lula não irá se entregar, afirma Rui Falcão

O ex-presidente do PT Rui Falcão disse na manhã desta sexta-feira, 6, ao Broadcast, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não irá se entregar à Polícia Federal (PF), em Curitiba, como determina a ordem de prisão expedida pelo juiz federal Sérgio Moro no fim do dia desta quinta-feira, 5.

A declaração de Falcão foi dada ao chegar à sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, onde Lula passou a noite e permanece com aliados e advogados de defesa nesta manhã.  Por lá, aumenta, com o passar das horas, o número de militantes e membros de movimentos sociais ligados ao PT concentrados dentro e fora da sede do Sindicato. Pouco depois das 9h, chegou uma comitiva do Central dos Movimentos Sociais com cerca de 50 pessoas portando bandeiras, cartazes e gritando palavras de ordem em apoio ao ex-presidente.

A madrugada de Lula
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva descansou entre 2h30 e 7h desta sexta-feira, 6, sozinho, em uma das salas da sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Lula foi para o local na noite desta quinta-feira, 5,, depois de o juiz Sérgio Moro ter decretado sua prisão. Por volta das 8h, Lula tomou seu café da manhã em local privado, no segundo andar do prédio.  Até o momento, não há previsão de Lula conceder entrevista nem de falar com os militantes que estão no local para apoiá-lo.

Estadão/IstoÉ 
 

 

domingo, 28 de maio de 2017

Governichos e badernaços

Qual a diferença entre um governo petista e um badernaço promovido por militantes de esquerda? É só a extensão do estrago. Praticamente uma questão contábil.

No episódio do diálogo informal e reservado entre Michel Temer e Joesley Batista, é impossível não perceber que a repercussão institucional e a reação da mídia, especialmente daqueles veículos que pretenderam andar mais rápido do que os fatos, supera, em muito, a reação social. O motivo é simples: o país, sua imagem e o conceito que nós brasileiros firmamos de nós mesmos foram soterrados por verdadeira maré de lama, inibindo sensibilidades. O famoso encontro é apenas mais um escândalo encenado em nossa Broadway de maus espetáculos políticos. Exagero? Ora, não conseguimos, agora mesmo, realizar a proeza de denunciar um escândalo, mediante acordo de delação cujas condições são, por si mesmas, escandalosas? Não concedeu a justiça brasileira aos Batista brothers, carimbada e selada, a certificação de um crime tão gigantesco quanto perfeito?

Qualquer análise política dos fatos em curso que ignore esses dois vetores – saturação da opinião pública e a intensidade do risco PT – corre o risco de enfrentar problemas de comunicação e compreensão. O prestígio do presidente é tão pouco diferente de zero que pode, para efeitos práticos, ser considerado nulo. Mas a alternativa… Ah! Quem confia nos atores que se alvoroçam para assumir o papel? O simples fato de pretenderem desempenhá-lo já os descredencia porque os mecanismos que os poderiam beneficiar são os mesmos que interromperiam o processo de recuperação econômica e ampliariam o dano aos setores mais carentes do país. Os desempregados, os subempregados, os sem qualquer esperança, não entendem muito de política. São a massa facilmente ludibriável, mas reconhecem as notícias ruins, que vão, logo ali, alcançar seu bolso, sua mesa e suas famílias.

Isso já ficou muito claro para quem, observando as atuais manifestações de rua, nota que elas se restringem aos militantes de sempre, divididos em dois grupos distintos: o grupo daqueles cuja esperança tem preço e o daqueles que preferem receber pouco, mas à vista.  O presidencialismo brasileiro, em situação normal, é um desastre sempre pronto para acontecer. A cada dia que passa, o que está em curso tem o dom de estampar sorrisos em fisionomias que prefiro de cenho ferrado e vociferantes. Não nos surpreendamos, então, se o Fora Temer acabar reconsolidando a base e dando suporte à sua presidência. Afinal, dirão muitos, o mal menor não tem presidido tantas decisões políticas e eleitorais em nosso país? Tal fato será mais uma conseqüência do desastre ético que foram os treze anos do governo PT/PMDB. Terceirizamos a moralidade pública para a Lava Jato e nos tornamos ainda mais escandalosamente tolerantes. [não pode ser olvidado que o Plano Real - a verdadeira salvação nacional, que conseguiu, pelo menos até agora, sobreviver ao desastre Lula e Dilma - foi criado em um governo que começou tão sem credibilidade quanto o do Temer.
TEMER, ruim como ele, PIOR sem ele.
Até se encontrar e empossar um substituto para Temer, estaremos a menos de seis meses das próximas eleições presidência, o que garante que o sucesso de Temer - que estará mais para antecessor do eleito em 2018 e cuja principal missão será passar para o 'eleito' - as aspas são para deixar bem claro que será um eleito pelo azar - o que sobrou do ainda Brasil.
Deixem o Temer governar e ele entregará ao sucesso - JAIR BOLSONARO ou RONALDO CAIADA - um País com um PIB em ascensão, desemprego abaixo dos 10.000.000 e caindo.
A saída de Temer só interessa ao PT, a maldita corja lulopetista e aos brasileiros estúpidos e traidores.]

Fonte:  http://puggina.org

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

A fonte secou

Se depender dos militantes, Lula não conseguirá dinheiro suficiente nem para 10 comícios em 2018

Em fevereiro de 2014, uma campanha realizada pelo PT arrecadou, em 10 dias, R$ 920.694,38 para pagar a multa imposta a José Dirceu pelo envolvimento no escândalo do mensalão. Condenado a 7 anos e 11 meses pelo crime de corrupção ativa, o subchefe da quadrilha do mensalão conseguiu o apoio de 3.972 doadores. Meses antes, recorrendo ao mesmo método, José Genoíno havia arrecadado quase R$ 700 mil e, Delúbio Soares, R$ 1,013 milhão.


Proibida de usar o avião oficial enquanto aguardava o desfecho do impeachment, a ex-presidente Dilma Rousseff também surfou na onda do financiamento coletivo online. Com 11.471 adesões, a campanha que pretendia bancar as viagens de Dilma pelo país não dobrou, mas ultrapassou com folga a meta inicial de R$ 500 mil, conseguindo R$ 791.996.

Animados com o sucesso das anteriores, o PT tinha certeza de que a vaquinha ‘Por um Brasil Justo pra Todos e pra Lula’, parte de um esforço nacional e internacional de defesa da democracia, do Estado de Direito e do ex-presidente Lula”de acordo com a explicação no site da campanha juntaria alguns milhões de pixulecos em poucos minutos. O desfecho foi bem diferente. Encerrada neste sábado, a campanha, que contou com 2.381 doadores, recebeu R$ 270.051 bem abaixo do dos R$ 500 mil pretendidos.

O fracasso da vaquinha não dissuadiu o PT da ideia de lançar a candidatura de Lula à Presidência da República ainda no primeiro semestre de 2017. Com o fim das obesas contribuições das empreiteiras e dos convites para palestras que chegaram a render quase R$ 500 mil por hora, vai ser difícil financiar até campanhas para eleger síndicos de prédios no Guarujá. Se depender dos militantes, o afoito candidato à disputa presidencial de 2018 não conseguirá dinheiro suficiente sequer para 10 comícios.

Fonte: Coluna do Augusto Nunes 

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Temer enfrenta primeiros protestos em Brasília e São Paulo - protestos são ridículos, insignificantes quanto seus participantes e a presidente deposta

Manifestantes fecharam a Av. Paulista e entraram em confronto com a PM no Planalto 

Enquanto Michel Temer fazia seu primeiro pronunciamento como presidente interino no Palácio do Planalto, do lado de fora manifestantes contra o novo governo tentaram invadir o prédio e entraram em confronto com a polícia, que usou gás de pimenta para dispersar o grupo. Entre os militantes, estavam cerca de 40 mulheres que se acorrentaram na grade de proteção do palácio mais cedo em protesto contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Ninguém foi detido. Durante o pronunciamento, o presidente interino também foi alvo de panelaços em alguns bairros do Rio e de São Paulo, onde manifestação fechou a Avenida Paulista.


Policiais usam spray de pimenta em protesto no Palácio do Planalto durante pronunciamento do presidente interino, Michel Temer - ANDRE COELHO / Agência O Globo

Segundo a Polícia Militar do DF, havia cerca de 200 manifestantes em frente ao Planalto. Os policiais agiram em apoio à segurança do palácio, quando um grupo conseguiu ultrapassar a grade de proteção para invadir o local. Os manifestantes chegaram a deitar na rampa, mas foram retirados com gás de pimenta. Minutos depois, outro confronto teve início, novamente com uso do produto que irrita pele, olhos, boca e mucosa nasal, levando ao fim da manifestação.

Uma das militantes, a cientista política Louise Caroline, 32 anos, filiada ao PT, disse que a mobilização em frente ao Planalto é só o início: - A gente veio dizer que não tem arrego. Vamos todos os dias desse presidente interino lembrá-lo que ele não tem legitimidade. Temer deu o golpe numa mulher, apresenta um Ministério sem nenhuma mulher. Isso é simbólico, é prova de que já conhecemos esse governo: de brancos, homens, representantes das elites - diz Louise.

Em meio à confusão, militantes que apoiam o novo governo também acabaram atingidos pelo gás de pimenta. Eles estavam a poucos metros dos manifestantes a favor de Dilma. Antes do confronto, os dois grupos chegaram a trocar insultos, mas policiais se postaram fazendo uma espécie de barreira entre os adversários.

Parte das mulheres que participavam da manifestação que terminou em confronto é de outros estados. Elas vieram a Brasília para a Conferência de Mulheres e são ligadas, em sua maioria, a movimentos e entidades que trabalham o tema de gênero. Antes das 19h, o clima já era de tranquilidade nos arredores do palácio, mas policiais se mantiveram no local para garantir a segurança.

Mais cedo, durante o discurso de Dilma, cerca de 4 mil militantes ocuparam a parte da frente do Planalto para mostrar apoio a Dilma.Para chegar à área mais próxima ao palco externo, onde ela fez um discurso para a militância, era preciso passar por um detector de metais, dispensar garrafas de água, guarda-sol e demais objetos considerados perigosos. Mesmo assim, a área ficou lotada.

A militância chamou Temer de "golpista", prometeu forte oposição popular ao governo dele e direcionou palavras de carinho a presidente afastada. Sob um forte calor do meio-dia, intensificado pela secura de Brasília, os manifestantes gritavam frases como "Dilma, eu te amo" e "Lula ladrão que roubou meu coração".

O ex-presidente Lula, que acompanhou Dilma, ao lado de outros aliados, foi ovacionado pelos manifestantes, que também não economizaram elogios a José Eduardo Cardozo. Se, enquanto ministro da Justiça, ele foi alvo de críticas por não controlar a Lava-Jato, reconquistou a simpatia da militância e do PT, de onde vinham as maiores queixas, ao atuar como defensor jurídico da presidente no processo de impeachment,na função de advogado-geral da União. - Agora é com você, Cardozo - gritavam militantes. Outros completavam: - Você é o cara!

AVENIDA PAULISTA FECHADA
Em São Paulo, protesto organizado por movimentos sociais fechou os dois sentidos da Avenida Paulista. O grupo pró-Dilma, acompanhado por um caminhão de som, saiu em marcha em direção ao prédio da Fiesp, local do acampamento pró-impeachment, onde queimaram patos de papelão. O pato é um símbolo, criado pela Federação das Indústrias de São Paulo, do movimento pelo afastamento da presidente Dilma.


Não haverá trégua. A disposição dos movimentos é de resistência. Estamos diante de um governo ilegítimo, que não foi eleito — afirma Guilherme Boulos, líder do MTST, que fez ainda duras críticas ao nomes escolhidos para os ministérios de Temer:
— Falaram em ministério de notáveis e estamos vendo notáveis de corruptos — concluiu.


Fonte: O Globo

terça-feira, 19 de abril de 2016

Um conjunto assombroso de mentiras na coletiva de Dilma

Se bem que não foi exatamente uma entrevista; a coisa esteve mais para pronunciamento. Presidente calça as sandálias da humildade e responde a uma pergunta que até ela deve ter achado submissa demais...

A presidente Dilma Rousseff concedeu uma quase-entrevista coletiva nesta segunda-feira, precedida de um pronunciamento. Houve momentos em que imaginei que se ouviriam gemidos de comoção da plateia. E, sim, o jornalismo sucumbiu de maneira miserável na pergunta de um repórter do UOL. Já chego lá.

Destaco que Dilma escolheu desta feita o figurino eficiente. A personagem, notória por sua arrogância e pela baixa tolerância com a adversidade, resolveu calçar as sandálias da humildade. Vi uma mancha vermelha no canto da boca. Felizmente para ela, não era herpes, mas o batom borrado. A capitoa estava cansada, mas ainda não está morta no convés do navio…

E foi com ar humilde, exibindo as marcas da luta, que Dilma falou uma notável coleção ora de asneiras, ora de inverdades, recheadas de um dado factual ou outro sem importância para o tema.

1: Disse que um presidente da República só pode ser afastado se cometer crime de responsabilidade. É uma inverdade irrelevante para a questão, mas eu prefiro a verdade: também o cometimento de crime comum e de improbidade pode cassar um mandatário. A assessoria precisa tomar mais cuidado. Mentira.

2: Afirmou que outros pedalaram antes dela e nada aconteceu. Isso já foi devidamente desmentido pelo TCU e pelo Banco Central. O que era quase residual em mandatos anteriores se tornou instrumento de política econômica no seu governo. Mentira. A “pedalada” no governo FHC chegou a 0,03% do PIB. No dela, a 1%. Mentira.

3: Afirmou não haver contra ela acusações de enriquecimento ilícito ou de roubar dinheiro público. É a verdade a serviço da mentira. Leiam o Artigo 85 da Constituição. Os crimes de responsabilidade nada têm a ver com roubalheira.

4: Afirmou que é a oposição que não a deixa governar há 15 meses. Os oposicionistas, somados, têm 134 votos na Câmara: PSDB (52), PSB (32), DEM (28), SD (14) e PPS (8). E olhem que o PSB é rachado. Com isso, não se evita nem aprovação de projeto de lei. O problema de Dilma é com partidos da base, incluindo o PT, que não aceita, por exemplo, a reforma da Previdência. Mentira.

5: Falou contra o impeachment em nome da defesa da nossa “jovem democracia”. O primeiro presidente eleito depois da ditadura foi impichado. A democracia ainda fazia cocô na fralda. Hoje, já é uma moça de respeito, experiente. Se Dilma estiver certa, o PT era infanticida em 1992. Mentira.

6: Afirmou que Cunha aceitou inicialmente a denúncia por vingança. Isso é circunstância: não muda a natureza do crime de responsabilidade cometido. De resto, o presidente da Câmara aceitou a denúncia três semanas antes da votação no Conselho de Ética. Mentira.

7: Referindo-se a Eduardo Cunha, disse que foi o rosto dele a correr o mundo como a cara desse processo. Assim é porque é ele o presidente da Câmara e quem proclama o resultado. O rosto de Lula negociando a República num quarto de hotel não pôde aparecer porque as raparigas que passavam por lá não podiam entrar nem com celular. Quem entrega a um estranho o poder de fatiar o país não pode ousar falar em nome da ética. Mentira moral.

8: Resolveu evocar o seu passado de suposta militante em defesa da democracia durante a ditadura. Infelizmente, é mentira (já volto a este ponto). Ela pertenceu a grupos terroristas que matavam inocentes e queriam uma ditadura comunista no Brasil.
A conversa mole serve ao propósito de acusar um suposto golpe de estado em curso, que agora seria dado pelo Parlamento. Mentira e mentira.

9: Acusou Michel Temer de conspirar contra ela. Antes que viesse a público qualquer mensagem do vice, Dilma recebeu sucessivos grupos de militantes no Palácio do Planalto, que demonizavam o vice aos berros, chamando-o de golpista. Dilma talvez não saiba, mas ele também foi eleito. Mais: alguns deles fizeram a apologia do crime, diante do silêncio cumplice da presidente. Além de ser crime de responsabilidade, há também o de improbidade administrativa. Mentira.

O jornalismo A imprensa, infelizmente, sucumbiu. Um repórter da Carta Capital indagou a presidente sobre jatinhos supostamente pagos por empresários para levar políticos pra votar em favor do impeachment, como se aquele senhores e aquelas senhoras não dispusessem de uma verba de R$ 40 mil mensais para arcar com custos assim. Atenção! A pergunta era dirigida à presidente que permitiu que a República fosse negociada num quarto de hotel.

O mergulho E houve o momento em que a coisa descambou. Dilma chamou o impeachment de golpe de estado; lembrou a sua “luta” nos tempos da ditadura etc.
O repórter do UOL certamente se emocionou e levou a sério a comparação. Mandou ver: quis saber, imaginem vocês, em qual período a presidente sofreu mais. A própria Dilma, nota-se, ficou surpresa e desenxabida. Teve de lembrar ao rapaz que o Brasil, hoje, vive uma democracia; que nada pode ser comparado à tortura; que eventuais paralelos que ela própria faz são pura força de expressão.

Que diabo leva alguém a fazer tal pergunta? A ignorância certamente está na raiz de muita coisa. Mas ainda é insuficiente para conduzir alguém a tamanha ousadia. Isso só é permitido pelo espírito do tempo.
Dilma certamente vai tentar outras “entrevistas” como a desta segunda. O conjunto da obra, vamos convir, é dessas coisas que provocam a tal vergonha alheia.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo