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quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

2021 com militares no quartel - Elio Gaspari

Folha de S. Paulo - O Globo

Espera-se um 2021 com militares no quartel, longe de confusões

Pode-se esperar que eles não se metam nas confusões que vêm por aí, nem que sejam instrumentalizados para agravá-las

Salvo a vacina, o que é muita coisa, pouco se pode esperar de 2021. Bolsonaro não vai mudar, as investigações das rachadinhas e das notícias falsas continuarão a assombrá-lo. As reformas de Paulo Guedes continuarão como promessas de campanha. O ministro da Educação continuará sem saber de onde saiu o edital do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação que pretendia torrar R$ 3 bilhões comprando computadores para escolas públicas, inclusive 230 mil laptops para os 255 alunos de um colégio mineiro. Pode-se contudo esperar que os militares não se metam nas confusões que vêm por aí, nem que sejam instrumentalizados para agravá-las. [o que pode instrumentalizar - forçar,  talvez seja a definição mais adequada - uma intervenção dos militares, são acontecimentos que exijam uma ação pronta e enérgica para restabelecimento da ordem pública, manutenção da soberania nacional  e garantia dos poderes constitucionais.

Não havendo risco grave,  que torne inevitável a pronta atuação  das Forças Armadas, tudo leva a crer que permanecerão em seus quartéis. 
Não podemos esquecer que o militar, permanece um cidadão - quando na ativa de forma mais reservada, quando na reserva igual a um civil. Ou será que o preconceito limitando a  capacidade política de um militar - na terra em que tudo é preconceito e qualquer preconceito é crime, não constitui crime?]

Felizmente, os oficiais da ativa estão calados. Uns poucos, da reserva, fazem-se ouvir, sempre com alguma estridência. Há dois tipos de oficiais da reserva falando. Alguns, como o general Santos Cruz, foram para o governo de Jair Bolsonaro e viram-se excluídos. Suas falas são o jogo jogado. Outros, simplesmente estão na reserva, e falam como cidadãos. Quase todos achavam que o capitão no Planalto era uma boa ideia.

Militares falantes são heróis para as vivandeiras que rondam os bivaques dos granadeiros. Quem definiu esses personagens, há tempo, foi o marechal Castello Branco. Existem vivandeiras de todos os matizes políticos. Acabam todas mal. Em alguns casos, vão para a cadeia, como sucedeu à maior delas, Carlos Lacerda. O general De Gaulle chamou-o de “demolidor de presidentes”. Acabou proscrito pelos generais e preso no jirau de um quartel da Polícia Militar.

Bolsonaro e seu pelotão de palacianos já fizeram um estrago na imagem das Forças Armadas, mas não conseguiram envolvê-las em aventuras. Sempre existirão civis querendo levar a política para os quartéis em nome de uma purpurina da notoriedade. Os oficiais que se sentem atraídos pelo ativismo político por alguma questão de coerência deveriam olhar para trás. Lá está o coronel Francisco Boaventura, que poderia ser o patrono dessa arma invisível.

Nos anos 50 do século passado, era um capitão e estava na diretoria do Clube Militar quando sua revista publicou um artigo meio de esquerda. Demitiu-se, junto com o major Euler Bentes. Treze anos depois o pelotão de palacianos do governo de João Goulart teve a ideia de usá-lo num sequestro de Carlos Lacerda, então governador do Rio. Quando veio a ordem, verbal, recusou-se a cumpri-la. Pouco depois, com Jango no exílio e o pelotão palaciano fora das fardas, estava no Gabinete Militar, no palácio do Planalto. Escreveu um texto criticando o presidente da República e foi defenestrado. Era visto como um dos coronéis da linha dura.

Em 1968, percebeu que o pelotão palaciano do marechal Costa e Silva tramava um golpe e ficou contra. Veio o Ato Institucional nº 5 e o general-comandante do pelotão fabricou sua cassação com justificativas desabonadoras. O irmão de Boaventura era ministro do Interior. Fora da farda, ele nunca vestiu o uniforme de coitadinho profissional. Falando dos bastidores desse episódio, o general Sylvio Frota, ex-ministro do Exército, demitido em 1977, escreveu: “sempre tive náuseas ao ouvir falar desse caso”.

O coronel Francisco Boaventura teria sido um destacado general se não tivesse se metido com as vivandeiras.

Folha de S. Paulo - Jornal O Globo - Elio Gaspari, jornalista


quarta-feira, 1 de abril de 2020

A alegoria de Camus - Nas entrelinhas

A epidemia de meningite só acabou após a vacinação de 80 milhões de pessoas, o que seria impossível com a manutenção da censura sobre a doença

Publicado em 1947, A Peste, do escritor franco-argelino Albert Camus (1913-1960), é uma alegoria da ocupação nazista. Por isso, fez tanto sucesso não só na França como na Europa do pós-guerra e também na América Latina, inclusive no Brasil, nas décadas de 1960 e 1970. Camus foi um militante da Resistência, mas teve uma posição muito moderada em relação aos que colaboraram com os invasores alemães durante a II Grande Guerra, condenando os “justiçamentos”. Já era um escritor consagrado, com duas obras elogiadíssimas pela crítica: O estrangeiro e O mito de Sísifo.

Albert Camus nasceu em 7 de novembro de 1913 na Argélia, à época uma colônia francesa, cenário de seu romance, que conta a história de uma epidemia na cidade de Oran, no norte daquele país. Em 1940, um médico encontrou um rato morto ao deixar seu consultório. Comunicou o fato ao responsável pela limpeza do prédio. No dia seguinte, outro rato foi encontrado morto no mesmo lugar. A esposa do médico tinha tuberculose e foi levada para um sanatório. A quantidade de ratos aumentou exponencialmente. Em um único dia, oito mil ratos foram coletados e encaminhados para cremação.

Em pânico, a cidade declarou estado de calamidade, as pessoas tinham febre e morriam em massa. Os muros foram fechados, em quarentena, ninguém entrava ou saía; os doentes foram isolados, as famílias, separadas. Enquanto o padre apregoava que tudo aquilo era um castigo divino, prisioneiros eram mobilizados para enterrar os cadáveres, que empilhavam nas ruas: velhos, mulheres e crianças morriam. O livro é uma alegoria da condição de vida regulada pela morte, fez muito sucesso porque era uma crítica ao fascismo e relatava as diferenças de comportamento diante de situações-limite. Fora escrito durante a ocupação militar alemã. Camus foi editor do jornal clandestino Combat, porta-voz dos partisans.

Em 1951, Camus lançou o livro O homem revoltado, no qual condenava a pena de morte e criticava duramente o comunismo e o marxismo, o que provocou uma ruptura com seu amigo e filósofo Jean-Paul Sartre, que liderou seu linchamento moral por parte da intelectualidade francesa. Mesmo depois do Prêmio Nobel de Literatura, em 1957, continuou sendo um renegado para a esquerda. Seu discurso na premiação foi profético. Permanece atual nestes tempos de epidemia de coronavírus. “Cada geração se sente, sem dúvida, condenada a reformar o mundo. No entanto, a minha sabe que não o reformará. Mas a sua tarefa é talvez ainda maior. Ela consiste em impedir que o mundo se desfaça. Herdeira de uma história corrupta onde se mesclam revoluções decaídas, tecnologias enlouquecidas, deuses mortos e ideologias esgotadas, onde poderes medíocres podem hoje a tudo destruir, mas não sabem mais convencer, onde a inteligência se rebaixou para servir ao ódio e à opressão, esta geração tem o débito, com ela mesma e com as gerações próximas, de restabelecer, a partir de suas próprias negações, um pouco daquilo que faz a dignidade de viver e de morrer”, disse Camus.

Epidemia
Em comemoração aos 60 anos de sua morte, divulgou-se na França um de seus textos da época da resistência, cujo original foi encontrado nos arquivos do general De Gaulle, o presidente francês que liderara a Resistência do exílio. O documento era destinado às forças que combatiam o marechal Pétain e trata de dois sentimentos presentes no contexto da ocupação: ansiedade e incerteza. A ansiedade “em uma luta contra o relógio” para reconstruir o país; a incerteza, em razão do fato de que, “se a guerra mata homens, também pode matar suas ideias”.

A alegoria de A Peste também serve de advertência diante de certas manifestações de apoio ao regime militar implantado após o golpe de 1964, cujo aniversário foi comemorado ontem. Em 1974, o Brasil enfrentou a pior epidemia contra a meningite de sua história. Para evitar o contágio, o governo decretou a suspensão das aulas e cancelou os Jogos Pan-Americanos de 1975, que foram transferidos de São Paulo para o México. A epidemia começou em 1971, no distrito de Santo Amaro, na Zona Sul de São Paulo. Com dor de cabeça, febre alta e rigidez na nuca, muitos morreram sem diagnóstico ou tratamento.

Em setembro de 1974, a epidemia atingiu seu ápice. A proporção era de 200 casos por 100 mil habitantes, como no “Cinturão Africano da Meningite”, que hoje compreende 26 países e se estende do Senegal até a Etiópia. O Instituto de Infectologia Emílio Ribas, com apenas 300 leitos disponíveis, chegou a internar 1,2 mil pacientes. Na época, eu era um jovem repórter do jornal O Fluminense, de Niterói (RJ). Com a cumplicidade de um acadêmico de medicina, conseguimos fotografar pela janela uma enfermaria lotada de crianças com meningite, no Hospital Universitário Antônio Pedro (UFF). A foto foi publicada com a matéria, mas gerou a maior crise política para a direção do jornal, porque a meningite era um assunto censurado pelos militares. A epidemia só acabou no ano seguinte, após a vacinação de 80 milhões de pessoas, que seria impossível com a manutenção da censura sobre a meningite pelo governo do general Ernesto Geisel.

Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo - Correio Braziliense




quarta-feira, 27 de julho de 2016

Meirelles e os erros do Brasil

O ministro da Fazenda usou o velho truque de jogar em cima do país responsabilidades que são de pessoas

Outro dia o doutor Henrique Meirelles disse que se o projeto de limitação dos gastos públicos não for aprovado, “o Brasil terá feito uma opção errada, grave.”  “Brasil”, quem, cara pálida? Se o projeto não for aprovado, os deputados e senadores terão feito uma opção errada, grave. Como o presidente Michel Temer não quer briga com o Congresso, seu ministro da Fazenda diz que o erro será do Brasil. Comporta-se como se fosse um banqueiro nascido no Afeganistão e fizesse parte de um governo presidido por um líbio.

Meirelles sabe que o governo terá dificuldades para votar o teto das despesas públicas, mas tudo indica que prevalecerá. Para a reforma da Previdência e para mudanças nas relações trabalhistas, as dificuldades serão enormes. O ministro e o presidente teriam o caminho da exposição e do confronto com os adversários dessas mudanças. Boa parte desses adversários está na bancada de apoio do presidente, que se aposentou aos 55 anos como procurador do Estado de São Paulo, categoria beneficiada por penduricalhos que a maioria dos trabalhadores brasileiros nunca viu.

Pelo andar da carruagem, se Temer não conseguir fazer as reformas que defende, “o Brasil” terá feito opções erradas e, então, como o próprio Meirelles reitera, virão novos impostos. Como será impossível cobrar esses impostos ao “Brasil”, a conta vai para os brasileiros.
Falar mal do Brasil e dos brasileiros é um velho hábito, comum tanto ao andar de cima quanto ao de baixo. As referencias astuciosamente derrogatórias do Brasil apresentam-se com disfarces. Em alguns casos, como no de Meirelles, se algo de errado acontecer, terá sido uma opção do Brasil, e não dos bípedes que estão no Congresso. Há também expressões marotas, como “só no Brasil” ou “brasileiro tem mania de...” Sempre que uma pessoa fala dos maus modos desses brasileiros, fica entendido que nada tem a ver com eles. O “brasileiro” é sempre o outro.

Atualmente, uma banda nacional cavalga o que teria sido uma demonstração da falta de critério dos brasileiros: os 54 milhões de votos dados a Dilma Rousseff (com Temer na vice). [quem vai votar em chapa que o vice é imposto pelo candidato titular, vota no titular a influência do vice é zero ou próxima de;
Os erros foram da Dilma, apesar do principal responsável ser os milhões eleitores estúpidos que votaram na Afastada.
Esses estúpidos são os responsáveis e a conta deveria ser cobrada deles - sem dó nem piedade - mas, o sigilo os protege. Apesar de ser possível identificar as regiões onde se concentram, onde são maioria.] Durante a ditadura, essa banda demófoba prevaleceu, e as eleições diretas foram canceladas. Em 1969, o presidente Costa e Silva teve uma isquemia cerebral, o vice foi defenestrado, e os generais descobriram que não sabiam montar um sistema racional para escolher seu substituto. Ganha uma viagem de ida ao Quênia quem souber como foi escolhido o general Médici. 

Pode-se admitir que a política de Pindorama está contaminada por ladrões e palhaços, mas enquanto as coisas pioram lá fora, aqui as coisas estão melhorando. Em novembro, o eleitor americano, que há quatro anos escolheu entre Obama e Mitt Romney, terá no menu Donald Trump e Hillary Clinton. O hábito de deixar mal o próprio país para disfarçar algum preconceito é amplo e irrestrito. Franceses e italianos adoram falar mal de seus países. O general De Gaulle dizia que não era possível se governar um país que tinha 258 tipos de queijos. Benito Mussolini garantia que governar a Itália era fácil, porém inútil. Há um país fora dessa regra: nenhum americano fala mal dos Estados Unidos. A frase de Meirelles seria impossível em Washington.

Fonte: O Globo - Elio Gaspari, jornalista

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

REVOLTA DE UM GENERAL BRASILEIRO



Estou tomado por uma depressão que fico sem saber o que devo escrever.
Caso minha posição social fosse da classe C poderia dizer os mais abjetos nomes feios. Não sou. Cheguei ao Posto de General de Divisão e preciso mostrar fina educação, pois do contrário serei taxado de um cidadão sem polidez. O Presidente da República dos USA, Henry Trumann, mandou para PQP, um jornalista americano que lhe fez uma pergunta indelicada a respeito de sua filha. Causou uma grande celeuma. O senhor faria o mesmo?

O general francês, Cambronne, ao recebeu a ordem para se render, teria dito: Merda! A guarda morre, mas não se rende!. Foi no fragor na luta.

O General De Gaulle afirmou que o Brasil não é um País sério. O senhor concorda?  Posso afirmar que somos um país de ladrões, injusto e sem justiça? Estou dizendo a verdade? Penso que sim. O senhor assina em baixo?

Ladrões, pois todo dia ladrões de gravata roubam o seu povo e nada acontece. Quase todos soltos e os ladrões de galinha presos. Confirma?


Injusto, pois o meu nordeste tem gente morrendo de fome e bilhões de reais, dólares e euros são roubados. Até senador tem sua casa vasculhada e são apreendidos carros de elevado luxo, com dinheiro nosso. É verdade?

Justiça? Onde vamos encontrá-la? Presos das classes inferiores amontoados em xadrezes imundos e impróprios a vida humana e para os criminosos da Lava Lato são mandados para casa com tornozeleiras. Estado de Direito para ricos, com advogados pagos com dinheiro roubado do povo e os pobres sem advogados. Concorda? Rico é gente e pobre não?
Agora, uma operação da PF, com ordem do STF, e quase o mundo vem abaixo. A TV mostrou um monte de dinheiro (quase 4 milhões de reais e milhares de dólares e euro) apreendido e meu povo morrendo de sede. Concorda?  O dinheiro desviado da Petrobrás daria para fazer dois canais do São Francisco para abastecer o meu povo de água e assistimos a palhaçada de ladrão preso em casa. Concorda?
Em 1932 vi um cearense cair morto na frente da casa de meu pai, em Fortaleza. Era a seca de 1932. Em 1964, enterrei três crianças mortas pela fome, no Piauí. Na década de 90, como provedor da Santa Casa de Fortaleza, vi a desgraça do pobre. Ameacei fechá-la, porque o SUS não paga os custos e a crise continua, pois, o dinheiro roubado salvaria todas as Santas Casas.
E os grandes ladrões presos em casa, rindo da desgraça do povo enganado.  Na década de 2000, fui Presidente de uma Instituição para idosos. A mesma miséria. Os governos não querem saber de velho. Só dá despesa. Ouvi de um político que velho não vota. Não é para repetir o que falou Trumann: PQP?
E qual a solução? Simples. A solução foi dada pelo ex. 1º ministro Belga ao ministro da Grécia, na sessão no Parlamento Europeu. Senhor Ministro:
Todos concordamos com V. Ex.: quem vai pagar a conta é o povo grego. Não foi ele que produziu a crise. Foram os políticos gregos. V. Ex., que tem que resolvê-la e nomeia 10 correligionários para diretores de banco ? 

Foi mais ou menos o que disse o ex.1º ministro belga com outras palavras.
Não é o mesmo no Brasil? A crise na porta e estão brigando por cargo e a festança continua e o povo pagando a conta. SOLUÇÃO: APERTAR O CINTO.
DEIXAR DE PENSAR EM PARTIDO POLÍTICO E OLHAR PARA O BRASIL!

Por: GENERAL DE DIVISÃO REFORMADO - FRANCISCO BATISTA TORRES DE MELO - COORDENADOR DO GRUPO GUARARAPES