Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
O embaixador do Brasil em Israel, Fred Mayer, afirmou que o Itamaraty está em “compasso de espera” e que “inexiste previsão (por enquanto) do dia de retirada dos brasileiros de Gaza”.
O diplomata deu as declarações em conversa com acoluna. Na nova lista de estrangeiros que podem deixar a Faixa de Gaza nesta quinta, 2 – através da passagem de Rafah, na fronteira com o Egito -, não constam brasileiros. [Em nossa opinião, NÃO EXISTE A MENOR MOTIVAÇÃO para os brasileiros terem prioridade para voltar ao Brasil. Estavam na região como turistas e devem ser tratados como os turistas dos demais países. Além do mais o desempenho medíocre do Brasil na presidência do CS, só motiva a que os brasileiros não tenham qualquer preferência sobre os demais.Outro absurdo é que nós, os pagadores de impostos, estejamos bancando o regresso dos turistas brasileiros - nos demais países a passagem é cobrada normalmente, aqui é tudo de graça.]
São 576 pessoas autorizadas a atravessar a fronteira,sendo 400 dos Estados Unidos.
Cidadãos do Azerbaijão, Bahrein, Bélgica, Coreia do Sul, Croácia, Grécia, Holanda, Hungria, Itália, Macedônia, México, Suíça, Sri Lanka e Chade também poderão sair da região em guerra.
Segundo a embaixada do Brasil na Cisjordânia, 34 pessoas pediram a ajuda do Brasil para deixar a região controlada peloHamas, sendo 24 brasileiros e dez palestinos que pretendem imigrar para o Brasil. A guerra Israel-Hamas já matou ao menos 10 mil pessoas – em sua maioria civis.
Pesquisadores
identificaram cinco lugares do mundo onde as pessoas têm expectativas
de vida excepcionalmente longas, as chamadas Zonas Azuis, e exploraram
os seus hábitos; veja as conclusões
[Comentando: hoje, estamos preocupados com a LONGEVIDADE COM SAÚDE, começamos com CUIDADOS COM O CORAÇÃO e agora passamos a dar dicas de LONGEVIDADE COM SAÚDE;
Já que precisamos estar vivos para ter saúde, lembramos que bandidos também matam, por isso propomos aumentar a população carcerária do Brasilem mais 400.000 criminosos - incluindo, sem limitar, políticos corruptos.
Bandido para ser preso é o que não falta.
Não garantimos, mas a dieta do Mediterrâneo é nossa conhecida de longa data e já conhecemos muitos longevos que a seguem ou seguiam.
BOA LEITURA.]
Não há como garantir que você vai viver até os 100 anos. Mas podemos aprender muito estudando os hábitos alimentares dos centenários do mundo.
Pesquisadores
identificaram cinco lugares do mundo onde as pessoas têm expectativas
de vida excepcionalmente longas – muitas vezes passando dos 100 anos de
idade. Essas áreas, chamadas de “Zonas Azuis”, são a Península de
Nicoyan, na Costa Rica, a cidade de Loma Linda, na Califórnia, e as ilhas de Okinawa, no Japão, Sardenha, na Itália, e Icária, na Grécia.
À primeira vista, as dietas, estilos de vida e hábitos das pessoas dessas Zonas Azuis podem parecer bem diferentes uns dos outros.
Muitas
das pessoas longevas da Sardenha vivem em terreno montanhoso, onde
caçam, pescam e colhem seus próprios alimentos –como leite de cabra,
queijo pecorino, cevada e hortaliças.
As pessoas longevas de Loma Linda
fazem parte de uma comunidade adventista do sétimo diaque evita a
cafeína e o álcool e segue uma dieta basicamente vegetariana.
Já em
Icária, o vinho tinto é um alimento essencial e as pessoas comem uma
dieta mediterrânea típica, com muitas frutas e vegetais e quantidades
modestas de carne e frutos do mar.
Os
okinawanos historicamente consomem uma dieta baseada em vegetais.
Muitas das suas calorias vêm da batata-doce, do tofu e dos vegetais
frescos que eles costumam colher de seus próprios jardins.
Eles também
valorizam a carne de porco, que tradicionalmente guardam para ocasiões
especiais.
Enquanto isso, os centenários de Nicoyan tendem a seguir uma
dieta tradicional da Mesoamérica, cheia de alimentos vegetais ricos em
amido, como milho, feijão e abóbora.
Vários fatores parecem influenciar a expectativa de vida. Algumas pesquisas sugerem que a genética responde
por cerca de 25% do tempo de vida da pessoa, com dieta, ambiente,
exercícios e outros fatores de estilo de vida compondo o restante. E
estudos mostram que, mesmo que você só comece a fazer melhorias na
dieta na meia-idade ou depois, ainda pode adicionar uma década ou mais à
sua expectativa de vida.
A
dieta por si só não é o único fator associado a altas expectativas de
vida.
As pesquisas mostraram que as pessoas que residem em comunidades
onde a vida longeva é comum geralmente têm fortes conexões com amigos e
familiares, um senso de propósito e uma visão positiva da vida.
Elas se
envolvem em altos níveis de atividade física e passam muito tempo
fazendo jardinagem, trabalhando na terra ou socializando com outras
pessoas da comunidade, diz Dan Buettner, autor do novo livro The Blue Zones American Kitchen (A Cozinha Americana das Zonas Azuis, em tradução livre).
Buettner
passou anos explorando, pesquisando e escrevendo sobre as Zonas Azuis.
Ele também analisou estudos científicos detalhados sobre suas dietas. E
descobriu que, embora seus hábitos alimentares sejam diferentes em
muitos aspectos, eles compartilham pelo menos quatro denominadores
comuns. Você pode incorporar esses princípios à sua vida fazendo o
seguinte:
Coma uma xícara de feijão, ervilha ou lentilha todos os dias
As
leguminosas são especialmente populares entre as pessoas que vivem nas
Zonas Azuis. A soja é uma parte importante da dieta tradicional em
Okinawa, assim como as favas na Sardenha e o feijão preto em Nicoya. As
pessoas das Zonas Azuis tendem a comer uma variedade de feijões e outros
alimentos vegetais ricos em fibras.
Estudos
descobriram que comer muitos alimentos ricos em fibras promove a
saciedade e melhora os níveis de colesterol e açúcar no sangue. Também
protege contra câncer
e diabetes e reduz o risco de morrer de doença cardíaca ou derrame, que
são duas das principais causas de morte em todo o mundo.
Um estudo publicado no ano passado na PLOS Medicine
descobriu que a pessoa média poderia ganhar anos de vida trocando uma
dieta ocidental típica por uma dieta mais saudável – e que os alimentos
que produziram os maiores ganhos na expectativa de vida eramfeijões, grão-de-bico, lentilhas e outras leguminosas.
“Descubra
como incluir uma xícara de feijão em sua dieta todos os dias”, diz
Buettner. “Uma única xícara fornece metade de todas as fibras diárias de
que você precisa.”
Coma um punhado de nozes diariamente
As
nozes são ricas em vitaminas, fibras e minerais. São um alimento básico
para muitos habitantes da Zona Azul. As amêndoas, por exemplo, são
populares na Icária e na Sardenha, onde são usadas em muitos pratos. Os
nicoianos adoram pistache, diz Buettner.
Um estudo no JAMA Internal Medicineque acompanhou 31 mil adventistas do sétimo dia descobriu que aqueles
que comiam nozes mais de quatro vezes por semana tinham 51% menos
probabilidade de sofrer ataque cardíaco e 48% menos probabilidade de
morrer de doença cardíaca do que seus pares que comiam nozes não mais do
que uma vez por semana.
Pegue
um punhado de amêndoas, nozes, pistaches ou castanhas de caju.
Para um
café da manhã saudável, adicione manteiga de amêndoa a uma tigela de
iogurte natural ou aveia.
Ou polvilhe algumas nozes em cubos em cima de
uma salada ou um refogado de legumes para o jantar.
Tome café da manhã como um rei, almoce como um príncipe e jante pouco
As
pessoas das Zonas Azuis tendem a comer a maior parte de suas calorias
no início do dia, e não mais tarde. Os okinawanos tradicionalmente comem
um grande café da manhã e um almoço moderado. “Eles nem jantam”, diz
Buettner.
Os
adventistas do sétimo dia que ele estudou tomavam um grande café da
manhã às 10h e um almoço moderado às 16h. “E depois eles não comem mais
nada”, disse ele. Buettner observou uma coisa em todas as Zonas Azuis
que estudou: quando as pessoas jantam, normalmente é no final da tarde
ou início da noite. “Eles não jantam tarde e não comem muito”, afirmou.
Esse
padrão se alinha com nossos relógios inatos de 24 horas, os chamados
ritmos circadianos,que fazem com que nosso corpo seja mais eficiente em
metabolizar as refeições pela manhã e no início da tarde. Estudos
mostram que, quando as pessoas ingerem a maior parte de suas calorias no
início do dia,elas perdem mais peso e apresentam maiores melhorias nos
níveis de colesterol e açúcar no sangue e outros fatores de risco
metabólicos em comparação com pessoas que ingerem a maior parte de suas
calorias no final do dia.
Elas também queimam mais gordura e sentem
menos fome.
Faça refeições com a família
Nas
Zonas Azuis, é comum que as famílias comam pelo menos uma refeição
diária juntas, normalmente a refeição do meio-dia ou a última refeição
do dia. Embora seja compreensivelmente difícil para as famílias que
levam vidas ocupadas jantarem juntas todos os dias, vale a pena tentar
fazê-lo sempre que possível. “Famílias
que comem juntas tendem a comer de forma muito mais nutritiva e mais
devagar. Há boas pesquisas mostrando que as crianças têm menos problemas
com distúrbios alimentares quando comem socialmente”, diz Buettner.
Pesquisadores
descobriram que casais que priorizam as refeições em família relatam
níveis mais altos de satisfação conjugal. Os pais e mães que
rotineiramente fazem jantares caseiros com seus filhos consomem mais
frutas e vegetais e seus filhos são menos propensos a desenvolver
obesidade.
Embora
você não possa mudar seus genes, fazer algumas mudanças na dieta e no
estilo de vida aumentará as chances de você comemorar o 100º
aniversário. O segredo da longevidade, como Kama da Nakazato, um
centenário de Okinawa, explicou a Buettner, é bem simples: “Coma
vegetais, tenha uma perspectiva positiva, seja gentil com as pessoas e
sorria”. /
De acordo com o que disse numa palestra, o direito de pensar não se
aplica ao que o cidadão possa achar das urnas eletrônicas do TSE.
Apresentar dúvidas, ou críticas, sobre o seu funcionamento é um ato
contra a democracia, sustenta Moraes. “De forma alguma podemos aceitar
essa afirmação totalmente errônea de que isso é liberdade de expressão”.
Não se admite tal coisa, segundo ele, “nem nos Estados Unidos”.
Não dá para entender direito esse“nem”, e menos ainda a revelação de
que falar mal do sistema de votação é um delito na lei americana – nunca
se ouviu falar, desde Thomas Jefferson, que alguém tenha sido indiciado
em processo penal nos Estados Unidos por fazer alguma coisa parecida.
Mas, seja como for, Moraes está dizendo o seguinte: é proibido achar que
as urnas usadas no Brasil possam dar problema. Isso, em sua opinião, é
atentar contra o regime democrático" – e “atentados contra a democracia”,
segundo afirmou na palestra, “não são exercício da liberdade de
expressão”.
Desde
que surgiu a ideia de que os seres humanos têm o direito de dizer o que
pensam, na Grécia de 2.500 anos atrás, ninguém tinha sustentado que
esse direito não se aplica a quem duvidar de algum mecanismo declarado
infalível pela autoridade pública.
E porque seria ilegal contestar
alguma coisa, qualquer coisa, que o STF e os sábios da hora consideram
infalível?
Era infalível, por exemplo, a noção de que o Sol girava em
volta da Terra – o sujeito podia acabar na fogueira da Inquisição por
dizer uma coisa dessas.
É óbvio que a vida humana se tornaria impossível
se os governos continuassem pensando assim; por isso, justamente,
mudaram de ideia a respeito.
Mais difícil de entender, ainda, é a
conclusão de que as urnas do TSE não falham.
Quem disse que as urnas do TSE são infalíveis?
O sistema de votação e
apuração de eleições em vigor no Brasil não é uma lei da física – é o
produto de máquinas, e por definição qualquer máquina pode falhar.
Os
maiores bancos brasileiros, por exemplo, investiram R$ 35 bilhões em
tecnologia de informação no ano passado – isso mesmo, 35 bi, e só em
2022. Apesar de todo esse esforço, o Banco Itaú, o maior banco do país, acaba de passar quase um dia inteiro sem funcionar, paralisado por
falhas nos seus sistemas eletrônicos.
Porque não poderiam acontecer
problemas de funcionamento nas urnas do TSE?
Além do mais, elas não são
utilizadas em nenhuma democracia séria do mundo; nenhuma.
Será que refletir sobre isso é tentativa de golpe de Estado? Não fecha.
Uma
nova pesquisa do Policy Institute, ligado ao King’s College de Londres,
é condizente com a tese de que o Brasil é o país menos racista do
mundo.| Foto: Bigstock
Em 1958, um programa de
televisão nos Estados Unidos reuniu quatro estudantes intercambistas de
países diferentes para falar sobre a vida em sua terra-natal. Naquela
época, a segregação racial ainda existia em boa parte do território
americano, e a discussão sobre o preconceito foi um dos principais temas
do debate.
Eis um resumo da discussão: a jovem da
África do Sul tentou justificar o regime do apartheid. O rapaz da
Etiópia afirmou que, dentro do seu país, a sua tribo é “superior” às
outras — e que ele não se importa com os outros países africanos, já que
os etíopes “não tem sangue negro.” A italiana, talvez por causa da
herança recente do fascismo na década anterior, se manteve calada. A
apresentadora perguntou então à quarta participante, uma estudante
brasileira: "E como é no Brasil?" A jovem respondeu: "Meu país está em
vantagem aqui, porque nós não temos qualquer segregação". E continua:
"Nós não temos branco e negro, nós temos todas as formas de cores. No
Brasil não tem a questão de que se a pessoa tem 1/8 de sangue ele é
considerado negro, se ele tem 1/16 ele é branco. Eles são pessoas.”
A
ideia de que, no Brasil, as diferentes raças viviam num grau de
harmonia maior do que em qualquer outro país do mundo — era
majoritariamente aceita até poucas décadas atrás, quando a importação
dos debates raciais de outros países, sobretudo os Estados Unidos, criou
uma demanda artificial por racismo. Carreiras acadêmicas foram
construídas — e organizações não-governamentais foram desenvolvidas — em
torno da ideia de que o Brasil é um país essencialmente racista. A
predileção marxista por antagonismos de opressores contra oprimidos
ajudou a cristalizar essa abordagem, que tem se traduzido em políticas
públicas como a de cotas raciais no acesso a universidades e empregos
públicos.
Agora, uma nova pesquisa parece dar razão à jovem brasileira de 1958. O estudo do Policy Institute, ligado ao King's College de Londres, é condizente com a tese de que o Brasil é o país menos racista do mundo.
Apenas
1% dos brasileiros afirmaram que não gostariam de ter como vizinhos
pessoas de uma raça diferente da sua. O país aparece em último lugar na
lista, empatado com a Suécia. Irã, Grécia, Filipinas, China e Egito são
os países mais racistas no levantamento.
Brasil e Suécia também dividem o
último lugar em outro quesito: nos dois países, apenas 3% dos
entrevistados afirmaram que não gostariam de ter um imigrante como
vizinho.
O levantamento usa dados coletados entre
2017 e 2022 pelo World Values Survey, a principal referência global em
pesquisas de opinião e uma das únicas bases de dados consistentes que
permitem comparações diretas entre os países, já que as perguntas feitas
e os métodos usados são exatamente os mesmos.
O
achado pode surpreender os militantes que, mais recentemente, passaram a
defender com estridência a tese de que o Brasil é um país racista por
natureza. Mas não deveria.
Em defesa da miscigenação Em 2007, quando a discussão sobre as cotas raciais em universidades ainda estava em ebulição, o jornalista Ali Kamel lançou um livro com título autoexplicativo:"Não somos racistas."A tese era a de que o Brasil, apesar dos muitos problemas, estava longe de ter o passado de segregação e divisão por raças que marcou outros países. À época, Kamel já era — como continua sendo — diretor de jornalismo da Rede Globo. Mas muita coisa mudou na discussão sobre o racismo no Brasil.
Figuras
da esquerda, em especial, passaram a defender com ênfase cada vez maior
a promoção das chamadas pautas “identitárias” —que privilegiam a
identidade racial, de gênero ou de orientação sexual acima de outras
características.
O argumento de Kamel de forma alguma
é inovador. A segregação racial sistemática, nos moldes da que
aconteceu em países como Estados Unidos e África do Sul, jamais existiu
no Brasil. Os dois sociólogos mais influentes do
Brasil dedicaram boa parte de suas obras a explicar como, desde sua
gênese, o Brasil se caracterizou pela mistura de raças — ao contrário do
que aconteceu nas colônias britânicas, francesas e holandesas.
No
clássico 'Raízes do Brasil', Sérgio Buarque de Holanda diz que, já a
época do descobrimento, os portugueses eram "um povo de mestiços" com
“ausência completa, ou praticamente completa, entre eles, de qualquer
orgulho de raça.” Ele explica, por exemplo, que o governo português
tratou de incentivar, muitas vezes, o casamento de brancos com
indígenas. Como exemplo, Buarque de Holanda cita uma norma emitida em
1755 e que estabelecia que os cônjuges “não fiquem com infâmia alguma
(...), ficando outrossim proibido, sob pena de procedimento, dar se-lhes
o nome de caboclos, ou outros semelhantes, que se possam reputar
injuriosos”.
Gilberto Freyre, por sua vez,
desenvolveu a ideia de que a miscigenação é um elemento fundamental da
identidade brasileira. Em 'Casa Grande & Senzala', ele escreveu: “A
miscigenação que largamente se praticou aqui corrigiu a distância social
que de outro modo se teria conservado enorme entre a casa-grande e a
mata tropical; entre a casa-grande e a senzala.”
'Casa
Grande & Senzala', publicado em 1933 foi considerado um livro
revolucionário porque o tema da divisão das raças, com uma certa
hierarquia entre grupos, era o paradigma vigente. A ideia do
“branqueamento”, não só racial mas cultural, ganhava força ao mesmo
tempo em que teorias racistas avançavam na Europa e nos Estados Unidos.
Com Gilberto Freyre, se consolidava uma visão positiva da mistura de
raças. A tese dele se tornou tão influente que até mesmo um dos
principais defensores da causa negra no Brasil, o escritor Abdias do
Nascimento, afirmou em 1950, que a “larga miscigenação” brasileira
resultou “numa bem delineada doutrina de democracia racial, a servir de
lição e modelo para outros povos.”
Isso não significa
dizer que o Brasil não tenha tido, em sua história, casos condenáveis
de tratamento desigual entre as raças. Mas indica que, em um passado no
qual todos os povos tinham algum tipo de discriminação racial, o Brasil
sempre se diferenciou por ser significantemente menos racista do que as
outras nações.
Racismo inflado por pauta ideológica “Eu não sei se propriamente podemos falar de democracia racial, mas uma coisa é fato: o Brasil foi um dos países que teve mais sucesso no mundo em termos de miscigenação e mistura de raças. Esse processo está na base da nossa formação, o que inclui a procura por uma identidade nacional que fosse um instrumento de fortalecimento da nossa soberania”, diz o sociólogo Eduardo Matos de Alencar, doutor pela UFPE (Universidade Federal de Pernambuco).
Alencar acrescenta que a
divisão do Brasil entre brancos e negros (categoria que inclui “pretos” e
“pardos”, mesmo aqueles que não têm antepassados africanos) é uma
tentativa de dar forma à narrativa marxista de oprimidos versus
opressores. A abordagem de Gilberto Freyre, por exemplo, não permitiria
esse uso ideológico das raças. “Essa concepção vai contra o projeto
revolucionário da esquerda, que sempre viu no conflito racial um motor
potencial para o antagonismo de classes pregado por Karl Marx como motor
da história”, ele diz.
Doutora pela universidade de
Berkeley e estudiosa da obra de Gilberto Freyre, Valéria Costa e Silva
diz que ele nunca defendeu a ideia de que estivesse livre da
discriminação, e que ele dedicou muitas páginas descrevendo crueldades
praticadas contra os negros. "Ele está muito longe de defender que nós
somos um paraíso das relações raciais. O que ele defende com veemência é
que, relativamente a outros contextos, inclusive sociedades que
passaram pelo mesmo processo de colonização branca com uso intenso mão
de obra escrava, o processo de construção da sociedade brasileira foi
menos segregacionista".
Para
Valéria, o modelo de cotas, por exemplo, reafirma a separação das
raças. “Existe um componente político-ideológico muito forte nesse
processo. Aliás, é quase que uma intervenção; você não pode discutir; se
você colocar em discussão esse modelo, já é tachado de racista. A gente
não consegue discutir com honestidade esse modelo no Brasil”, diz.
Mais
recentemente, até mesmo parte da esquerda passou a se voltar contra o
identitarismo racial. O escritor Antonio Risério é uma dessas vozes. Ele
critica o “tribalismo reacionário” e pede um retorno à identidade
nacional como o ponto de encontro da sociedade brasileira. “Para superar
isso, é preciso recuperar o sentido de nação, encarando abertamente
tanto os nossos crimes quanto as nossas grandezas”, disse ele em entrevista à Gazeta do Povo em 2020. Mas, a que tudo indica, vozes como a de Risério continuam sendo uma minoria dentro da esquerda brasileira.
Lula sabe que só foi declarado vencedor das eleições por causa da
campanha aberta que o STF e os demais tribunais, mais a elite que se
uniu contra a Lava Jato, fizeram em favor da sua candidatura
Hugo Chávez, Marina Silva e Lula | Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock/Wikimedia Commons/Fernando Frazão/Agência Brasil
Pela primeira vez desde que voltou ao governo, o presidente Lula deu a impressão de ser um ser humano outra vez,e não esse robô movido por acessos permanentes de cólera que surgiu na campanha eleitoral e tem estado aí até hoje.
Numa visita a São Sebastião, na devastação causada pela chuva no litoral norte do Estado de São Paulo, puxou afetuosamente para si o braço do governador Tarcísio de Freitas, dirigiu a ele palavras amáveis e falou do espírito de cooperação que deve existir entre governantes de convicções políticas diferentes. O que significa isso? Logo com o governador Tarcísio — candidato, para ele mesmo e para toda a esquerda nacional, ao papel de demônio bolsonarista número 1 do Brasil?
Não é esse o Lula que está de novo na presidência da República. O que a população tem visto lá é um homem que processa e distribui ódio em tempo integral, joga para destruir os adversários, em vez de competir com eles, e chefia um governo que tem mais de 900 presos políticos na cadeia — um recorde na história do Brasil.
Mais que tudo, talvez, Lula é o grande padroeiro de um movimento inédito em matéria de rancor e de espírito de vingança: o que prega um país e uma sociedade “sem anistia”.
Nunca antes, na história deste país e provavelmente deste mundo, se viu um negócio assim. Desde que o conceito de anistia surgiu 2.600 anos atrás, na Grécia antiga, a humanidade viu todos os tipos de movimento em favor do perdão político — mas foi preciso esperar o Brasil do governo Lula-3 para se ver uma campanha contra a anistia. Tudo fica ainda mais insano quando se vê que é Lula, ninguém menos que Lula em pessoa, que está gritando: “Sem anistia”.
Para um cidadão que foi condenado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em três instâncias e por nove juízes diferentes,e não recebeu absolvição por nenhum deles, não tem nenhum propósito sair por aí proibindo qualquer gesto de perdão para o adversário — mesmo sendo óbvio que o adversário não cometeu crime nenhum para ser perdoado. (O fato é que não há, contra o ex-presidente Bolsonaro, uma única ação penal recebida oficialmente pela justiça — apesar do imenso empenho acusatório do Ministério Público, do STF e dos partidos de esquerda durante os últimos quatro anos.)
Mas é contra ele, exatamente, que se destina toda essa história de“sem anistia”, e o ódio por atacado do governo Lula. Na verdade, a sentença de morte se estende a tudo o que é carimbado como “bolsonarista” — o que faz o comportamento gentil do presidente em sua última visita a São Paulo ficar parecendo ainda mais fora da curva.
É nessas horas que vem a pergunta, cada vez mais repetida nas últimas semanas: qual é, no fim das contas, o plano de Lula — se é que ele tem um?
O Lula que está na presidência não é um homem que se poderia chamar de normal, levando em conta o que tem feito, dito e resolvido;
com certeza não é a mesma pessoa que governou o Brasil durante oito anos, entre 2003 e 2010.
É provavelmente uma perda de tempo tentar saber alguma coisa de útil a respeito da situação através dos analistas políticos de mesa-redonda, e da mídia em geral. Ficam falando de Kassab, de centrão, de “programas sociais”, de Janja — ou da “democracia”, dos méritos relativos das diversas alas do PT ou de “pautas identitárias”.
Continuam, sobretudo, falando de Bolsonaro, como se o seu governo não tivesse acabado e fosse durar para sempre — e disso tudo, naturalmente, nunca sai nada que deixe o público mais bem informado do que está.
O que interessa é para onde Lula e o Brasil estão indo, e a respeito disso há bem poucas pistas, como demonstra a contradição entre o seu inesperado comportamento diante do governador Tarcísio e o barulho do “sem anistia”.
Há várias questões em aberto, mas uma chama mais a atenção que todas as outras:Lula montou um ministério monstruosamente ruim e, pior que isso, sem nenhuma sintonia com o Brasil do trabalho, da produção e de pelo menos 50% dos eleitores.
Cada nova nomeação para o primeiro e segundo escalões é um deboche. Seu governo parece uma penitenciária em regime aberto. Que raio ele pretende com isso?
É como se Lula estivesse dizendo: “Não estou nem aí se esse meu governo vai dar certo, apresentar resultados ou melhorar o país em alguma coisa. O meu negócio é outro”.
De fato, como um presidente da República pode esperar que saia algo de construtivo de um governo que tem a ministra Marina Silva, por exemplo? Não dá. (Sua única realização até agora foi dizer na Suíça que há “120 milhões” de pessoas passando “fome” no Brasil — quase quatro vezes mais que a conta do próprio Lula, que, segundo ele já confessou, é falsa.)
O mesmo se pode dizer do cardume de extremistas políticos, salteadores do Erário, aventureiros, nulidades comprovadas, piratas, incompetentes fundamentais, defensores de ideias mortas etc. etc. etc.que compõe praticamente a totalidade do seu governo.
Não conseguiriam, juntos, organizar um jogo de amarelinha.
E então: por que ficou assim? O que dá para saber, pelos fatos disponíveis até o momento, é que Lula realmente não parece estar interessado na qualidade do governo que vai fazer; não quer a mesma coisa que você está querendo.
Seu objetivo central é cercar-se de militantes que lhe prestem obediência absoluta e de todos os que fazem parte da maior força, disparado, que atua na vida pública brasileira de hoje: o consórcio multipartidário, multiuso e multifuncional cuja grande bandeira comum é eliminar do Brasil qualquer possibilidade de combate sério à corrupção.
É a confederação nacional anti-Lava Jato. Lula deve tudo a ela — e quer desfrutar da sua proteção para sempre. Sua prioridade é essa.
Lula sentiu na pele o que significa um Brasil onde os governantes têm de responder pelos atos que praticam; não gostou nem um pouco da experiência.
No seu caso, o que fez lhe rendeu 20 meses de cadeia fechada em Curitiba — e só foi salvo pela monumental campanha para destruir por completo a Lava Jato, que ameaçava a todos, dentro e fora da política, e tinha se tornado o maior perigo da história para os que sempre mandaram no Brasil. Acabar com o combate à corrupção tornou-se a causa número 1 da vida pública deste país.
Por conta disso, tiraram Lula da prisão e até devolveram a ele a presidência da República.
Agora, sua estratégia é manter a situação que tem.
Lula não quer, nunca mais na vida, estar de novo numa situação na qual terá de responder perante a lei por sua conduta — é aí, e em nenhum outro lugar, que está o coração do problema todo.
O ideal, para Lula, seria ser presidente vitalício, como os seus ídolos que controlam as ditaduras da Venezuela ou Nicarágua; nesse caso, estaria seguro para sempre.
Trata-se, sabidamente, de coisa mais complicada do que parece — e se não der, ele, o PT e a esquerda vão fazer tudo para obterem a situação mais parecida com isso que for possível.
Não está claro como se pode chegar lá. É certo que um Brasil normal, com as coisas funcionando razoavelmente bem, não ajuda a Lula — ele precisa de um país em conflito, sempre à beira de um colapso nervoso, para ter esperanças.
Sua força vem dos abismos que inventa e dos inimigos públicos que cria; se não for o homem que “vai salvar o Brasil”, seja lá do que for, Lula cai de voltagem.
É por isso que tem feito tudo, até agora, para criar uma crise por dia; o que interessa é o tumulto, e não o desempenho do governo que está fazendo. É certo, também, que o presidente desconfia de eleições.
Da boca para fora, diz que voltou ao governo por seus próprios méritos como líder dos “pobres”.
Mas sabe muito bem que só foi declarado vencedor das eleições por causa da campanha aberta que o STF e os demais tribunais superiores de justiça, mais a imensa elite que se uniu contra a Lava Jato, fizeram em favor da sua candidatura. Dá para fazer de novo, em todas as próximas vezes? Não se sabe.
O que Lula, a esquerda e as forças que os apoiam acham possível fazer de concreto, neste momento e por via das dúvidas, é tirar Bolsonaro da eleição presidencial de 2026. É isso, e unicamente isso, que significa o “sem anistia” — um instrumento para tornar o ex-presidente inelegível. Lula e o PT, com ou sem razão, têm medo de disputar outra eleição com Bolsonaro; embora não se veja como e por que os tribunais de Brasília dariam a ele, daqui a quatro anos, um tratamento diferente do que deram agora, ninguém parece disposto a correr o risco de mais uma disputa. E se Bolsonaro ficar mesmo de fora — vai ser suficiente para Lula?
É outra questão à espera de respostas. Por enquanto, apesar da variante que foi o seu encontro pacífico com o governador de São Paulo, o presidente tem apostado tudo na divisão do Brasil.
Acha que a tensão permanente é a melhor alternativa para um bom governo, que não conseguirá fazer, e para outra eleição, em que vai depender de novo do STF e dos seus derivados para sair vivo — e comprar mais quatro anos de proteção, até 2031 e os seus 86 anos de idade.
É condenar o país ao “nós” contra “eles”, daqui até onde a vista alcança.
O problema, como sempre acontece nesse tipo de opção, é fazer direito a conta de quantos são os “nós” e quantos são os “eles” — e ver se o Supremo e a Frente Nacional Pela Eliminação Perpétua do Combate à Ladroagem serão suficientes, mais uma vez, para cobrir a diferença, caso os “eles” sejam mais do que os “nós”.
A proposta de criação de uma moeda comum para os países da
América do Sul – o Sur – é derivada de uma tese mais ampla, a diplomacia
sul-sul, cuja base é a seguinte:o Norte rico e desenvolvido,
basicamente EUA e União Europeia/Inglaterra, exerce uma dominação
econômica e política sobre o Sul emergente/pobre. Logo, controla as
finanças e o comércio – via dólar – e as políticas internacionais.
Como escapar disso? Unindo o Sul contra o Norte. Tem aí,
claro, o antiamericanismo que molda o pensamento de esquerda
especialmente na América Latina. Unir o Sul significaria, portanto,
montar uma área comercial e financeira, de tal modo que os sulistas
fariam negócios entre si.[exceto o Brasil de agora, que anda com a próprias pernas, seria a fome negociando com a vontade de comer.] E quando se relacionassem com o Norte, o
fariam unidos, na economia e na política.
Ora, nesse quadro, por que não ter uma moeda comum na qual
basear as relações Sul-Sul? E por que não começar pela América do Sul,
já que Lula, um líder internacional, [foi eleito, só que sua assunção ao poder, apequena o Brasil.]voltou ao poder?
Parece bom, não é mesmo? Mas, me desculpem, a ideia
subjacente é de jerico: achar que se juntando um pobre, dois pobres,
três pobres, dá um rico. E não dá, né pessoal? Dá um “pobrão”. E bem
desestruturado.
Considere a América do Sul. Chile, Colômbia e Brasil são
razoavelmente estruturados, pelos padrões locais, claro. A inflação
esperada para este ano, nesses países, varia de 6% (Brasil) até 12%
(Chile e Colômbia). Acrescente ao bolo a Venezuela, inflação de 360%, e a
Argentina, 100%, duvidosos.
Juntando todos eles numa mesma área monetária, o que você
acha:a relatividade estabilidade monetária de Brasil, Chile e Colômbia
se transmite para Venezuela e Argentina ou a moeda podre destes últimos
contamina as outras três? [o fruto podre contamina os demais do cesto - Chile e Colômbia; em nossa opinião, não pode ser esquecido que o analfabeto eleito sendo empossado, a situação do Brasil, infelizmente, vai piorar - ficando mais para Argentina e Venezuela.]
O regime de metas de inflação, com banco central
independente, funciona no Brasil e no Chile. Um BC do Sul teria controle
sobre o sistema monetário de Maduro e dos peronistas? Brasil, Chile e Colômbia têm reservas internacionais em
dólares suficientes para financiar as suas contas externas.Argentina e
Venezuela são ultra devedoras e caloteiras no mercado internacional.
Você acha razoável que as reservas saudáveis daquele trio tapem os
buracos da dupla?
Há pontos em comum entre os sulamericanos. Por exemplo:
todos são basicamente exportadores de comodities e importadores de
produtos industrializados e de tecnologia. Vendem para quem, importam de
quem? Norte e China.
Opa! China! – alguém diria. A China está no Sul, confronta os EUA no cenário global, logo, é companheira.
Outra ideia de jerico. [típica do pensamento esquerdista e fatalmente adotada pelo analfabeto eleito e o ministro da Economia apontado pelo eleito.]
A China, pela sua história, sua ação recente e sua vocação, é
imperialista. Não pretende se unir ao Sul para confrontar o Norte,
almeja ser potência dominante em toda parte, inclusive no espaço
sideral.
Além dessas diferenças todas, há vários casos de fracasso em
tentativas de união entre países do Sul.Mercosul, por exemplo. Nos
documentos oficiais, é uma união aduaneira.
Significa que para uma
empresa brasileira vender seus produtos na Argentina seria a mesma coisa
que vender por aqui.
Abrir uma loja em São Cristóvão seria como abrir
outra em Mar del Plata.
Vai tentar.
Moeda única? Pergunte aos exportadores brasileiros se topam receber
em pessoas argentinos, bolívares venezuelanos.Não, né? Por que
aceitariam o Sur (os “suros”, “surs”?)
O Euro resultou de um processo de 50 anos de construção econômica e
política.
Se não é democracia, não entra na União Europeia.
Se não tem
BC independente, também não.
As regras de controle das contas públicas
são comuns e obrigatórias.
Ainda assim, o euro quase fracassou na crise financeira de 2011. O
rigor fiscal de uma Alemanha foi abalado pela bagunça de gastos da
Grécia, por exemplo.
Embora ferido, o euro escapou, porque havia dinheiro e boas lideranças para resgatar os que haviam caído em desgraça.
Na verdade, o objetivo não confessado do PT, ao sugerir o Sur,é reassumir a liderança na América Latina. Da última vez que isso aconteceu, houve uma instituição que de fato
ultrapassou fronteiras e fincou negócios por toda parte, a Odebrecht.
Lula quer uma PEC de transição que lhe garanta a possibilidade de furar o teto de gastos em 198 bilhões de reais por ano, violando regras básicas de responsabilidade fiscal, sem correr risco de impeachment.
Para colocar a opinião pública a favor da PEC, Lula afirmou há uma semana que o teto de gastos suprime recursos da saúde, educação, ciência, tecnologia e cultura para entregá-los a banqueiros. Para ele, o teto impediria o investimento social.É mais um engodo de Lula.
Toda pessoa responsável por um orçamento familiar ou empresarial entende que precisa, como regra, gastar menos do que ganha.
Se gastar mais, vai se endividar com empréstimos e gastos no cartão. Conforme sua dívida cresce, os bancos cobrarão taxas de juros maiores porque o risco de um calote se torna maior.
A cada mês, um valor maior do orçamento doméstico precisará ser separado para pagar os empréstimos, que crescerão com o volume da dívida e a taxa de juros. Se a dívida crescer demais, chegará a um ponto em que se tornará impagável. A família ou empresa se tornará insolvente, quebrará.
É para evitar essa bola de neve de crescimento da dívida do país que foi criada em 2016 a regra do teto de gastos, que estabelece uma limitação para as despesas do governo, que não podem superar aquelas do ano anterior, reajustadas pela inflação.
Essa regra de“responsabilidade fiscal”, controle fiscal ou controle de contas foi inserida na Constituição por meio da Emenda 95 e seu descumprimento acarreta crime de responsabilidade do Presidente da República, que pode resultar no seu impeachment. Por isso, Lula busca autorização do Congresso, por meio de uma nova emenda à Constituição, para realizar despesas acima do teto. Contudo, mesmo que a PEC seja aprovada,permitindo um gasto maior do que a receita, ela não inventa o dinheiro.
O problema, muito mais do que jurídico, é econômico. De onde virão os recursos?
Há três soluções possíveis: o aumento irresponsável da dívida que gera recessão econômica; a impressão de dinheiro que acarreta inflação e pode encontrar óbice na autonomia do Banco Central estabelecida recentemente por lei; e o aumento de uma carga tributária já bastante alta que dependeria do Congresso.
A solução que está nas mãos do presidente é o aumento da dívida,aquela mesma solução já conhecida da família ou empresa que se endivida. Contudo, essa solução não funciona quando as contas não comportam mais endividamento.
O governo toma empréstimos por meio da emissão e venda de títulos da dívida pública, que são comprados por investidores nacionais e estrangeiros, diretamente ou indiretamente quando fazem aplicações em fundos de investimento nos bancos.
O empréstimo será honrado na data e forma estabelecida no título. O governo pode pagar o empréstimo com recursos oriundos dos tributos, ou rolar a dívida emitindo novos títulos da dívida pública. Se a dívida ficar muito elevada ou houver um descontrole das contas públicas, aumenta a desconfiança dos investidores de que o país não terá condições de honrar a sua dívida.
Países que deram calote, como Argentina, Rússia e Grécia, sofreram consequências gravíssimas na economia como perda do poder de compra da moeda, descontrole inflacionário, desvalorização do câmbio, desemprego e diminuição do padrão de vida da população.
O volume da dívida brasileira é hoje de cerca de 77% do PIB, o que é bastante alto em comparação com outros países emergentes. Por conta da PEC da transição de Lula, que promete um impacto de 800 bilhõesmais juros ao longo de quatro anos, economistas têm projetado um crescimento da dívida pública de cerca de 10 a 20 pontos até o fim do próximo governo, aproximando-se do valor do próprio PIB.
O teto de gastos foi criado justamente num contexto de descontrole do aumento da dívida pública, logo após o governo Dilma, para dar confiança de que o país honraria a sua dívida e, assim, favorecer a venda dos títulos e a rolagem da dívida. O teto dá sustentabilidade à dívida e tem previsão de durar 20 anos. A violação do teto de gastos, fora de circunstâncias extraordinárias, destrói a regra e a confiança de que a dívida será honrada. Com isso, a venda dos títulos só ocorrerá mediante a sua oferta pelo governo com uma taxa de juros maior.
Essa taxa de juros paga pelo governo, atrelada aos mencionados títulos, acaba balizando a taxa de juros de toda a economia. De fato, instituições financeiras só emprestarão para pessoas como eu e você se cobrarem de nós uma taxa de juros maior do que aquela que receberão se comprarem títulos do governo, pois o risco de emprestar ao governo é menor.
Assim, se os juros da dívida pública subirem, também subirão os juros que instituições financeiras cobram de empreendedores, agricultores, industriais e consumidores, desacelerando a atividade econômica, porque ela depende em grande medida de financiamentos.
Além disso, uma alta taxa de juros desestimula o empreendedorismo e a geração de riqueza. Pessoas preferirão comprar títulos públicos que lhes rendam altos juros do que investir em empreendimentos econômicos que exigem tempo e energia e implicam riscos.
Assim, o descontrole fiscal prejudica o crescimento do Brasil, a renda e o emprego. É o que o governo promoverá ao extrapolar o teto de gastos, exatamente o contrário do desenvolvimento econômico e social que afirma buscar.
Some-se que aumentar dívida para financiar despesas ordinárias, como quer o PT, viola a regra de ouro fiscal de que só se aumenta dívida para fazer investimentos, porque eles aumentam a riqueza produzida e a capacidade do país de pagar a dívida feita.Ampliar a dívida sem ampliar a riqueza significa transferir injustamente às gerações futuras o encargo de pagar as contas da geração atual.
A PEC da transição pode trazer um benefício instantâneo, de curto prazo, mas trará prejuízos significativos no médio e longo prazo.
Por suas consequências desastrosas, a PEC da transição já foi apelidada de PEC do estouro, da gastança, do apocalipse ou da Argentina. Com ela, Lula descumpre sua promessa de campanha de responsabilidade fiscal.
Ampliar a dívida sem ampliar a riqueza significa transferir injustamente às gerações futuras o encargo de pagar as contas da geração atual
Nesse cenário, é natural que o índice da bolsa de valores caia. Não é uma conspiração do mercado. As ações da bolsa representam o valor das empresas e, num cenário de recessão e perda de renda e emprego, elas crescerão menos, o que as desvaloriza.
Por tudo isso,é enganosa a narrativa de que o teto favorece banqueiros em prejuízo dos brasileiros. É o contrário: investidores rentistas ganham mais quando os juros sobem. Na verdade, o teto protege a saúde das contas que é condição para a prosperidade de todos.
É também mentirosa a alegação de que o teto impediria o gasto social. A responsabilidade fiscal é condição necessária para a social. Além disso, recursos para os investimentos sociais, que são bastante importantes, podem e devem ser obtidos mediante remanejamento e não aumento de despesas.
Dentre os 30 países com maior carga tributária do mundo, o Brasil é o que menos retorna os recursos arrecadados para a população na forma de serviços públicos essenciais. Não se trata de gastar mais, mas de gastar melhor, reduzindo a ineficiência e o desvio do dinheiro público, no que os governos do PT foram pródigos.
Ao tomar conhecimento dos planos de Lula, Henrique Meirelles desejou boa sorte a investidores. Nós brasileiros precisaremos mais do que de boa sorte. Precisamos de uma boa atuação do Congresso para impedir a catástrofe moral e econômica que o governo do PT planeja impor aos brasileiros.
Para conter a escalada de preços, a possibilidade de um aumento maior na taxa de juros é levantada
Calma pessoal - é a inflação da Europa
Inflação na Europa atinge recorde e põe em xeque estratégia do BC europeu
O principal impulsionador da inflação na zona do euro é a guerra na Ucrânia, sem sinais de arrefecimento. Freepik/Domínio Público
As expectativas de desaceleração na alta de preços na Europa foram quebradas. A agência de estatísticas, Eurostat, aponta para um aumento recorde na inflação de maio, atingindo 8,1% na média anual dos 19 países da zona do euro. Os custos de energia e alimentos, impulsionados sobretudo pela guerra na Ucrânia, fizeram a inflação atingir a maior porcentagem desde 1999, quando a moeda única europeia surgiu.
O Banco Central Europeu esperava um nível inflacionário de 7,7% em maio, após os preços atingirem alta de 7,4% em abril, outro recorde. Com resultados negativos (e sucessivos), está em xeque a capacidade do BC europeu em conter a escalada de preços com aumentos graduais de 0,25 ponto na taxa de juros. Os bancos centrais da Áustria, Holanda e Letônia já defenderam aumento de 0,50 ponto, um movimento inédito na zona euro.
Para Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha, os investidores monitoram a possibilidade de subida em 0,5 ponto na taxa de juros, embora o BC da Europa não tenha apresentado indícios de tal movimento. “É um cenário desafiador e há uma incerteza em relação a capacidade do Banco Central da Europa em seguir com uma elevação em um ritmo tão gradual, porque de uma lado da balança tem a questão da atividade econômica já arranhada pelo conflito no leste europeu, e de outro lado, tem as consequências da pressão inflacionária e o risco de agir tardiamente para combater a inflação”, argumenta.
O principal impulsionador da inflação na zona do euro – guerra na Ucrânia – não apresenta previsão para arrefecimento. Nesta terça, 31, o preço do petróleo subiu para 123 dólares, após o anúncio oficial da União Europeia sobre o plano de bloquear mais de dois terços das importações russas de petróleo. Em última análise, esses indicadores pressionam ainda mais a inflação. “O grande problema é que essa alta de preços vem sendo observada há vários meses e ainda não há sinais de que vá se reverter. Como resposta a isso, deverá haver uma elevação das taxas de juros nas principais economias da Europa, o que terá reflexo negativo sobre o crescimento da economia este ano, podendo inclusive dar início a uma recessão antes mesmo do fim do ano”, analisa o Henrique Castro, Professor da Escola de Economia da FGV-SP.
Inflação por país
Divulgado nesta terça, 31, o relatório da Eurostat – o serviço de estatística da União Europeia – estima um aumento de 37,5% para 39,2%, ao considerar o setor de energia isoladamente em maio, na taxa anual. Em segundo lugar, o setor de alimentos, álcool e tabaco foi de 6,3% em abril para 7,5% em maio.
No entanto, quando o núcleo da inflação é excluído (energia e alimentos), a estimativa de alta do preços gerais é de 3,8%, distante da meta do BC europeu (ao redor dos 2%). Na análise individual, seis países já passam de 10% no nível inflacionários, considerando o acúmulo anual. Estão na lista: Grécia, Letônia, Lituânia, Eslováquia, Holanda e, por último, Estônia (que passa dos 20%).
Talvez supondo que o eleitorado do “encantador de
jumentos”,e “deus’ do PT, chamado Lula da Silva, seja o grande atrativo dos ladrões, que já o teriam escolhido por dois mandatos consecutivos (de 2003 a
2010),a presidente ”a” do PT acaba de lançar a nova bandeira eleitoral de Lula, no sentido de que
roubar do erário não é ”pecado”.
Na verdade não impressionaque no passado já tivesse político “famoso” em todo o país, principalmente
na Região Nordeste (os “coroné”...), e noEstado de São Paulo, onde eram mais salientes, que além de não esconderem
a própria qualidade de corruptos, ainda se orgulhavam dessa “qualidade”, alegando
que esses “requisitos” eram os alicerces de todas as grandes obras públicas que
faziam. Trocando em miúdos:”roubavammas
faziam”.
Mas essa estratégia política da presidente”a” do PT [estratégia seguida pela desorientada petista] talvez
tenha olvidado que alguma coisa pode ter mudado no Brasil, tanto que o
povo,”intoxicado” de tanta corrupção na “era” PT, onde alguns garantem que
“eles” tenham roubado mais de 10 trilhões de reais, acabouelegendo a bandeira anticorrupção, e anti-PT, em outubro de 2018, representada pela chapa do “capitão” Jair Bolsonaro. [cabe lembrar que apesar das inúmeras acusações contra familiares do presidente Bolsonaro,algumas até contra o próprio capitão, nenhuma foi provada ou sequer sustentada para passar de mera acusação apoiada em indícios = NADA.
Um exemplo: antes mesmo da eleição do presidente Bolsonaro, um dos seus filhos foi acusado da prática de rachadinha e até o momento NADA FOI PROVADO.
Deixamos uma pergunta: qual a razão das rachadinhas do senador Alcolumbre - aquele que na eleição para presidente do Senado foram constatados 82 votos, quando a composição do Senado Federal é de 81 senadores -não estarem sendo apuradas? Foram esquecidas?]
Se porventura procedente a afirmação do filósofo francês
Joseph-Marie de Maistre, no sentido de que “o povo tem o governo que
merece”, lamentavelmente a conclusão só poderá ser a de que não existe governo
corrupto sem ter por trás um povo
igualmente corrupto que lhe dê guarida, e que a “consumação” dessa virtual
“potencialidade” (de corrupto) somente estaria condicionada a uma posição favorável
na “hierarquia” da corrupção.
Nessas condições, não há como se admitir a existência de um
governo corrupto emerso de um povo honesto
e trabalhador, e também não seria
admissível ver um governo honesto saído de um povo potencialmente corrupto.O
“normal” sempre vai ser a “coerência” entre o povo e o governo. Ambos honestos
ou corruptos.
Dou-lhes um exemplo de governo e povo igualmente corruptos.
Foi na Grécia Antiga,durante a “era sofista”. Hábeis manipuladores do
pensamento,os sofistas ascenderam ao poder político e estabeleceramuma sociedade ondereinou a total corrupção dos valores,com ao valores
meios tomando indevidamenteo lugar dos
valores fins,e os valores fins o lugar dos valores meios, os valores negativos
roubando o lugar dos valores positivos,e vice-versa. Nessa sociedade pervertida
nos seus costumes estabeleceram um código penal ondeo maior de todos os “crimes” era falar a
verdade, mais grave que matar, roubar e
estuprar.
O filósofo Sócrates,que surgiupara combater os sofistas,foi condenado à
morte,bebendo o veneno “cicuta”,por recusar-se a abdicar das suas verdades.
São por esses motivos que as eleições presidenciais
brasileiras de outubro de 2022 repercutirãopara o mundo se por aqui existe um povo honesto e trabalhador, ou um povo
corrupto, que elegeria um governo também “confessadamente”
corrupto, sujeitando-seà “peste”
política que contaminou e infelicitou aGrécia sofista.