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sexta-feira, 23 de julho de 2021

O general linha-dura - Nas entrelinhas

Braga Netto assumiu a Defesa para pressionar os demais Poderes e resgatar a tutela militar sobre as instituições. O que consegue, porém, é desgastar as Forças Armadas

Desde que assumiu o Ministério da Defesa, o general Braga Netto tem atuado para alinhar as Forças Armadas aos objetivos políticos do presidente Jair Bolsonaro. Extrapola, porém, as atribuições do cargo, ao se pronunciar sobre temas políticos que não dizem respeito nem demandam o posicionamento do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. [quem decide o que diz respeito às FF AA são seus comandantes, sob a coordenação do ministro da Defesa e o comando supremo do presidente da República.
Desagradável é se constatar que qualquer assunto quando pode ser adaptado contra o presidente  Bolsonaro, é sempre apresentado após adaptação, resultando sempre desfavorável   ao presidente da República e aos integrantes do seu governo. 
Observem, no quarto parágrafo desta matéria, que a narrativa das jornalistas Vera Rosa e Andreza Matais, é tratada como a mais comprovada verdade - afinal, busca denegrir um integrante do alto escalão do governo do capitão. Até comentários nos bastidores do Congresso (que valem menos que fofocas) são considerados fidedignos.O fato do presidente da Câmara, deputado Arthur Lira, não ter desmentido a fofoca veiculada no Estadão, com um soco na mesa, transforma na versão seu desmentido educado em tergiversação. Inimigos do Brasil não se desesperem, procurem sim, fortalecer a saúde já que terão que que  engolir, até 2026, Bolsonaro reeleito e sem  a pandemia da covid-19 do lado de vocês.   
Com as graças de DEUS o segundo mandato do nosso presidente será SEM covid-19, com economia  sólida (como nos tempos do governo do general Médici) e desemprego em queda acelerada.] 
 Como na desequilibrada nota contra a CPI da Covid, que foi emitida em nome dos comandantes militares, sem que ao menos um deles, com certeza, tenha sido consultado. Mesmo quando nega ter pressionado o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a aprovar a proposta de voto impresso, sob risco de as eleições não serem realizadas, Braga Netto se manifesta sobre o assunto de forma inapropriada, pois é prerrogativa do Congresso decidir a questão sem se submeter a chantagens. Na prática, a nota reverbera de forma ambígua as suspeitas e ameaças do presidente Jair Bolsonaro ao pleito.

Pode ser que Braga Netto esteja confundindo os papéis de antigo ministro da Casa Civil, no qual desempenhava importantes missões políticas, e de ministro da Defesa, que não deve se imiscuir nas relações entre os Poderes. Em vez de se espelhar no figurino dos ex-ministros da Defesa Joaquim Silva e Luna, o primeiro militar a ocupar um cargo criado para ser exercido por civis, e de seu antecessor Fernando Azevedo e Silva, que se recusou a desempenhar esse papel, Braga Netto vestiu a fantasia dos generais linha-dura que pontificaram durante o regime militar — até o presidente Ernesto Geisel demitir o general Sílvio Frota, seu ministro do Exército.

Apesar dos desmentidos à matéria publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, de autoria das jornalistas Vera Rosa e Andreza Matais, houve a conversa do interlocutor de Braga Netto com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que não desmentiu a informação, tergiversou. Nos bastidores do Congresso, comenta-se que o portador do recado fora ninguém menos do que o senador Ciro Nogueira (PP-PI), que assumirá a Casa Civil no lugar do general Luiz Ramos. Mente-se muito na política, embora a mentira acabe quase sempre desnudada. Mente-se muito mais nos jogos de guerra. Os militares chamam isso de contrainformação, cujo objetivo é impedir ou dificultar o acesso à informação verdadeira, mediante, principalmente, a divulgação de informações diversionistas. O Palácio do Planalto trabalha nessa linha, não preza a transparência nem a informação de interesse público.

Melar as eleições
A polêmica sobre o voto impresso é um case de contrainformação. A narrativa de Bolsonaro falseia a realidade com objetivo de melar as eleições de 2022, caso seja derrotado, como tentou o ex- presidente dos Estados Unidos Donald Trump, em quem se espelhou, ano ser derrotado pelo presidente Joe Biden. Quanto maior o favoritismo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas de opinião e a desaprovação do governo, mais recrudescem os ataques de Bolsonaro à urna eletrônica, em que pese nunca ter apresentado provas de fraude na apuração das eleições de 2018, que afirma, fantasiosamente, ter ganhado no primeiro turno.

Braga Netto substituiu o general Fernando Azevedo para pressionar os demais Poderes e resgatar a tutela militar sobre as instituições republicanas. O que vem conseguindo, porém, é desgastar as Forças Armadas, como no episódio da não-punição do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello por ter participado e se manifestando no desfile de motociclistas bolsonaristas no Rio de Janeiro, mesmo estando na ativa. A politização das Forças Armadas e seu envolvimento na política em si é uma ameaça à democracia. O presidente Bolsonaro tenta cooptar militares da ativa para seu projeto autoritário ao requisitá-los para exercer funções civis no governo; de igual maneira, ao estimular pronunciamentos como o do ministro da Aeronáutica, brigadeiro Carlos de Almeida Baptista.

Entretanto, não existe um ambiente favorável a um golpe de Estado no país, muito pelo contrário, cresce a campanha pelo impeachment. Por isso, a retórica do presidente da República contra a segurança da urna eletrônica e as pressões de Braga Netto para aprovação do voto impresso soam como uma espécie de déjà-vu político. Esse morde-assopra é uma tática conhecida de contrainformação, que os militares utilizam em tempos de guerra, para testar suas cadeias de comando e a capacidade de resistência do inimigo. Por essa razão, tanto o Judiciário quanto Congresso precisam exercer com firmeza suas prerrogativas constitucionais, entre as quais, decidir sobre o sistema de votação e limitar a presença de militares da ativa em cargos civis.

Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo, jornalista - Correio Braziliense

 

terça-feira, 25 de maio de 2021

Não tentem confundir as coisas - Um mau soldado - Merval Pereira

O Globo

Política nos quartéis

Bolsonaro está levando os militares a uma situação limite, como, aliás, fez constantemente enquanto estava na ativa. Capitão, planejou atentados terroristas para reivindicar melhores salários, foi condenado por um conselho de justificação, mas absolvido pelo Superior Tribunal Militar (STM) em 1988, meses antes de ir para a reserva, num aparente acordo. [quando os fatos não ajudam e não são da forma que querem,resta aos inimigos do Brasil, se valer do recurso de apresentar narrativa interpretada conforme seus interesses = interpretação  criativa do STF.
Bolsonaro foi absolvido pelo Superior Tribunal Militar = última instância da Justiça Militar da União - e que mesmo durante o Governo Militar, se destacou por distribuir JUSTIÇA, baseada nas provas e não no querer de outros. NÃO HAVIA PROVAS contra Bolsonaro, como condená-lo? A  JUSTIÇA JUSTA tem o 'péssimo hábito' , de só condenar os criminosos que cometeram crimes, não aceitando meras acusações frutos de interpretação muitas vezes doentia. Assim procedeu a JUSTIÇA MILITAR durante todo o Governo Militar.
Cogitar de um hipotético  acordo é mera conversa vazia, apenas o capitão Bolsonaro percebeu que como parlamentar seria mais útil ao Brasil, aos brasileiros e, por extensão, aos militares.
Os inimigos do Brasil não apostaram em sua capacidade política e  chegou a presidente da República
Convenhamos que é desesperador para tais pessoas ter que engolir Bolsonaro presidente, com excelentes chances de reeleição. Uma certeza: ADVERSÁRIO digno do nome até agora não existe - pelo menos, brasileiros NATOS e para criar um, falta tempo.]
Antes, escrevera um artigo na revista “Veja”, em setembro de 1986, denunciando uma “situação crítica da tropa no que se refere aos vencimentos”. Pegou 15 dias de cadeia por indisciplina. “Um mau soldado”, como o classificou o general Ernesto Geisel. [Os generais Emílio Garrastazu Médici  e Ernesto Geisel foram os dois melhores presidentes do Brasil tanto que, fosse possível, a qualquer um deles assumir a presidência do Brasil, nossa Pátria Amada seria devida e rapidamente consertada. 
Sendo a morte  inevitável e irreversível - condição que torna idiotice, pensar que alguém é insubstituível. 
Quanto a classificação de ser Bolsonaro dada pelo general Geisel ao então capitão Bolsonaro = “um mau soldado” - mostra que até os grandes homens erram. Geisel errou.
Sendo comum no Brasil atual que tentem penalizar certos desejos, o nosso  = a volta de um dos dois presidentes citados é um mero desejo = portanto, um 'crime' duplamente impossível.] Na política, Bolsonaro fazia panfletagem na porta de quartéis nas eleições. Frequentemente era pedido que se afastasse do quartel para fazer sua campanha. Alguns dos generais hoje no governo fizeram essa intermediação com o então deputado Bolsonaro, que chegou à Presidência da República com o apoio e condescendência dos militares, convencidos de que somente ele poderia derrotar o PT em 2018. Hoje, a possibilidade [ = sonhar... sonhem, aproveitem que ainda é de graça e não representa um atentado à democracia  = costuma  levar os sonhadores a esperanças vãs, mas é o risco dos que sonham com o impossível.] não é cobrado ou tributado ode um novo confronto entre Lula e Bolsonaro em 2022 fortalece sua posição entre os militares.
Incentivado por Bolsonaro — que já quebrara a regra de ouro de não levar a política para dentro dos quartéis quando fez um comício em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília —, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello rompeu com a máxima do Exército, de hierarquia e disciplina, ao participar de um ato político no domingo no Rio, sendo general de divisão da ativa. A partir dessa evidência, o ministro da Defesa, general Braga Netto, e o comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira, tentam achar uma saída que não desmoralize o Exército, nem crie uma crise institucional com a Presidência da República. Mas Pazuello não pode ser tratado com excepcionalidade. [desmoralizar o Exército é um desejo totalmente impossível, inaceitável, inconcebível, lembrando aos desavisados que não há nenhuma razão para se cogitar de que o RDE não será cumprido.
Falar em crise institucional é outro absurdo - ao que se sabe o general Pazuello não foi proibido pelo Comandante do Exército de  participar da manifestação. Assim, se participou autorizado pelo presidente Bolsonaro - autoridade superior - sua transgressão está justificada e não houve quebra da autoridade do Comandante do Exército = sendo recorrente: Pazuello não desobedeceu a ordem do seu Comandante.
É o velho principio de que não se encontra provas de crime não cometido - aliás, alguém precisa lembrar esse detalhe aos senadores da Covidão.].]

Não puni-lo seria péssimo sinal de que a política está tomando conta dos quartéis. O que não pode, e é o que Bolsonaro está fazendo, é usar o Exército como instrumento político. Está na hora de os militares levarem isso a sério, sob o risco de desmoralização completa da ideia de uma corporação de Estado, hierarquicamente bem definida, e de todos se sentirem autorizados a fazer política nos quartéis.

O ministro Luiz Eduardo Ramos, hoje no Gabinete Civil, teve a sensibilidade de pedir para ir para a reserva quando se viu envolvido, na rampa do Palácio do Planalto, numa manifestação política conduzida por Bolsonaro. Estava “disfarçado”, em meio a vários assessores, quando o presidente o chamou para a frente da manifestação. Admitiu que não poderia estar ali como general da ativa e pediu para ir para a reserva para poder continuar no governo. Durante muito tempo, tentou convencer Pazuello a fazer o mesmo, sem ter tido sucesso, muito porque Bolsonaro não considerava necessário.

A presença do presidente Bolsonaro em, na média dos primeiros dois anos de seu governo, uma formatura por mês de militares membros das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) e das polícias Militar, Federal e Rodoviária Federal indica uma tentativa de sua parte de politização dos quartéis. [ir a formatura de militares das Forças Armadas e Auxiliares e das  polícias Federal e Rodoviárias Federal não é crime = apenas uma forma de prestigiar os que cuidam da SEGURANÇA NACIONAL. 
Ontem , 24, foi dia gloriosa Arma de Infantaria do Exército Brasileiro. Bolsonaro, provavelmente, devido os encargos do elevado cargo que exerce, não compareceu. Tivesse comparecido teria cometido crime?]   O especialista Adriano de Freixo, professor do Departamento de Estudos Estratégicos e Relações Internacionais da Universidade Federal Fluminense (Inest-UFF), num estudo já analisado aqui sobre os militares no governo Bolsonaro, ressalta que uma variável que não deve ser ignorada nessa conjuntura é a “bolsonarização” dos estratos inferiores da corporação.

Outro aspecto da “bolsonarização” que começa a se tornar motivo de preocupação, para o professor da UFF, são as polícias militares estaduais, definidas na Constituição como forças auxiliares e reservas do Exército. Ele considera que “o quadro se torna mais complicado quando se leva em consideração a simbiose que existe em diversos estados da Federação entre parte das corporações policiais e forças parapoliciais, as chamadas “milícias” — que, no Rio de Janeiro, já têm o controle efetivo de vastos territórios —, e os crescentes indícios de ligação entre elas e figuras relevantes do entorno de Jair Bolsonaro”.[óbvio que ao 'especialista' - mais um ... - o crescimento da bandidagem, da criminalidade, a criação de zonas em que a polícia, por suprema decisão, não pode entrar, não preocupa.] 

Merval Pereira, colunista - O Globo


quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

Ano melhor do que aquele que passou - Míriam Leitão

O Globo

A crise foi tanta nos últimos anos que o Brasil reduziu as expectativas. Hoje já se contenta com alta do PIB na casa dos 2,5%

As análises dos bancos para 2020 trazem uma coleção de dados otimistas, ainda que a projeção para o crescimento seja de apenas 2,5%. [2,5% não é o PIBÃO dos tempos do general Médici, mas, é superior aos 0,8% previsto por alguns 'pessimistas'. 
O importante a tendência, crescente, de aumento do PIB e a queda, acelerando, do desemprego.
Apesar de alguns considerem para um número indiscutível de desempregados - abaixo dos 12% e caindo ( pouco acima dos 11.000.000 de desempregados) - a existência de mais de 17.000.000 de desalentados =  condição básica para ser um desalentado é ser um desempregado.
Talvez a regra seja diferente para aqueles petistas que perderam as mamatas - mesmo assim, são desempregados.]  Esse número é melhor do que o dos últimos três anos, mas o Brasil, se o atingir, estará ainda assim crescendo menos do que a média do mundo. Os bancos avaliam que o ano começa sem alguns dos riscos que assustaram a economia mundial em 2019, e com a previsão de crescimento maior no Brasil. Há mais otimismo em relação a determinados setores, como o da indústria do petróleo, que deve crescer acima de 6% com a entrada em operação de quatro novas plataformas.

O clima de “agora vai” é tão forte que na mensagem que encaminha seu relatório sobre 2020 a XP Investimentos diz que o “avião está na cabeceira pronto para decolar”. A crise foi tanta nos últimos anos que o Brasil reduziu as expectativas. Hoje já se contenta com alta do PIB na casa dos 2,5%. Nenhuma decolagem se dá com voo tão baixo. “À nossa frente o horizonte está limpo e aberto. Os preparos necessários já foram feitos.” Começa assim o texto da XP. O Brasil tem um volume considerável de preparos necessários e não feitos antes que se possa falar em decolagem. É mais torcida do que análise. O Itaú ressalta no seu cenário que o ano começa sem duas ameaças, a da guerra comercial China-EUA e do Brexit desordenado. O Bradesco já não aposta que o risco da guerra comercial tenha ficado para trás. De fato, a ciclotimia da relação entre as duas potências torna difícil garantir que não haverá outros momentos de incerteza. E se agora há um mandato político claro para o primeiro-ministro Boris Johnson sair da União Europeia, os efeitos sobre a economia britânica e outros países ainda não estão controlados. E, como lembra o banco, a eleição americana vai acirrar a polarização. O mundo deve continuar sendo um ponto de dúvida no cenário.

A projeção é de um crescimento mundial de 3,1%, com estabilidade no comércio global. Como diversos países reduziram taxas de juros em 2019, o estímulo monetário poderá ajudar essas economias em 2020. Segundo o relatório do Itaú, pode haver mais apetite por risco da América Latina em 2020, apesar das incertezas no Chile, que estará votando uma Constituinte, e da Argentina, que tentará sair do córner cambial e do nível de atividade em que se encontra. As previsões são de que a recessão vai continuar por lá.

A expansão do crédito no Brasil é apontada por todos os analistas como um efeito direto da queda das taxas de juros nos últimos anos, com inflação controlada e uma fonte de dinamismo para este ano. O processo já vinha acontecendo no ano passado e vai continuar. Segundo o Bradesco, as vendas de veículos devem crescer 7,2%. Eletrônicos e bens de consumo também devem se beneficiar dos juros baixos. É sempre bom lembrar que as taxas caem, em diversas linhas, mas para níveis ainda muito altos se comparados a qualquer país do mundo.

O Bradesco também prevê que a indústria extrativa vai crescer puxada pelo petróleo. O grande desafio será fazer os leilões de concessão e formatá-los de tal forma que não sejam a decepção que foram os leilões do pré-sal em 2019. Mas a projeção de alta de 6,3% na produção de petróleo vem de quatro plataformas que entrarão em operação este ano, colhendo-se investimentos feitos anteriormente. A extração de minério de ferro deve crescer comparada aos últimos anos em que houve os desastres de Mariana e de Brumadinho.

O mercado imobiliário vai continuar sua recuperação, iniciada em 2019, e de forma mais disseminada pelo país. É a previsão mais comum no mercado financeiro. Por outro lado, não há centro de estudo de banco que preveja que o desemprego cairá de forma mais forte. Será uma redução gradual. O próprio governo prevê que ficará acima de 10% até 2022. Um desemprego tão alto por tanto tempo cria um clima social de instabilidade. [o Brasil resistiu por anos a um desemprego crescente, taxa em alta, e resistirá a um desemprego em queda, ainda que a taxas modestas.
Resistiu por anos  a um círculo vicioso e em 2020 se consolida o já iniciado círculo virtuoso.]
A produção de grãos deve ter um crescimento modesto, de 1,6% na previsão da Conag, mas com alta de 4,7% na soja, que é a principal cultura. O complexo carnes vai continuar se beneficiando da crise do suprimento de carne suína na China, abrindo possibilidades para o produto brasileiro. Tudo analisado, a previsão é de um ano melhor do que 2019, mas ainda com taxas muito modestas de crescimento, alto índice de desemprego ainda remanescente, e muitas reformas para melhorar o ambiente de negócios no Brasil.


Míriam Leitão, jornalista - coluna em O Globo, com Alvaro Gribel,  de São Paulo

sexta-feira, 11 de maio de 2018

Há um Brasil doente que tem saudade das execuções de opositores na ditadura



O Brasil lida com o seu passado como se tivesse feito as pazes com o presente. Não, não fez. E o impacto de não resolvermos o que aconteceu durante a última ditadura militar (1964-1985) se faz sentir no dia a dia das periferias das grandes cidades e na porção profunda do interior, com parte do Estado e de seus agentes aterrorizando, reprimindo e torturando parte da população (normalmente mais pobre) com a anuência da outra parte (quase sempre mais rica). Sejam eles agentes em serviço ou fora dele, na forma de milícias urbanas e rurais. Em nome de uma suposta estabilidade institucional, o passado não resolvido e anistiado permanece como fantasma. 

[Fato que não pode ser omitido: 
todas ocorrências na guerra sangrenta travada entre os militares - , que defendiam um Brasil Soberano, não comunista, independente, seu povo livre livre, próspero e feliz, que combatiam às claras-  usando uniforme que os identificava e ao mesmo tempo os tornava alvos fáceis para a covardia do inimigo e tinham suas instalações conhecidas e identificadas e os malditos subversivos, guerrilheiros e terroristas que buscavam acabar com a liberdade no Brasil, transformar nossa Pátria em uma nova Cuba, que se escondiam embaixo de disfarce, buscavam o anonimato, agiam às escondidas em covardes emboscadas,  viviam em esconderijos, foram devidamente anistiadas.

Não adianta os que simpatizam com a esquerda, sejam por serem inocentes inúteis, ou as vezes úteis, ou agirem de má fé tentarem trazer à tona o que foi devida e legalmente esquecido.

É público que estão apavorados porque os militares diante do CAOS CAÓTICO - por óbvio, a redundância é necessária, se impõe - que domina o Brasil começam, ainda que de forma discreta, a se manifestar, mostrando que estão vivos e alerta; 

Notório que o pavor os domina devido o líder nas pesquisas de intenção de voto - entre os candidatos que legalmente podem aspirar a Presidência da República  - é um Capitão do Exército Brasileiro.
Não importa o passado é passado e não voltará.]


Não são apenas as famílias dos mortos e desaparecidos políticos que vivem assombrados pelas verdades não contadas e os crimes não admitidos daquela época. Diariamente, os mais pobres sofrem nas mãos de uma banda podre da polícia que adota métodos refinados na dita dura a fim de garantir a ordem (nas periferias das grandes cidades) e o progresso (na região rural). Um documento secreto liberado pelo Departamento de Estados norte-americano mostrou que o general Ernesto Geisel aprovou a manutenção de uma política de execuções sumárias de adversários em 1974.

O ditador brasileiro, que governou entre aquele ano e 1979, teria orientado João Baptista Figueiredo – então chefe do Serviço Nacional de Informações e que seria seu sucessor – a seguir com os assassinatos que começaram no governo do general Médici. Ou seja, a autorização vinha da cúpula do governo. Quem percebeu a importância do documento, no qual o governo reconhece executar dissidentes, e o postou nas redes sociais foi Matias Spektor, colunista da Folha, e professor de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas. O memorando é assinado pelo diretor da CIA na época, William Colby, e relata uma reunião com Geisel. [esclarecendo: da qual Matias Spektor não participou, tudo indica sequer havia nascido.] É citada a execução sumária de, pelo menos, 104 pessoas. Contar histórias como a desse documento é fundamental.

(...)

Pois não adianta mostrar informações como essa para uma parcela da sociedade que defende o retorno da ditadura militar não pelo desconhecimento dos métodos utilizados, mas, pelo contrário, por saudade deles. Mesmo que não tenha nascido muito após aqueles acontecimentos. Em sites e redes de ultraconservadores, o memorando foi celebrado como um exemplo de algo que deve ser copiado para o futuro e de competência da ditadura em proteger o  país. Assim, sem pudor algum. Essa parcela tem apoiado a candidatura do deputado federal Jair Bolsonaro para a Presidência da República, sonhando que ele traga os ''bons tempos de volta'', botando ordem e acabando com a roubalheira.


[a ascensão de Bolsonaro e as sucessivas derrotas que a esquerda tem sofrido, está deixando toda a corja esquerdista, comunista, lulopetista, desesperada e tentam tudo.

Eventuais determinações dos presidentes militares foram consequência de que o Brasil vivia uma situação de guerra, na qual maus brasileiros buscavam a qualquer custo transformar o Brasil em satélite da União Soviética - URSS e para tanto não vacilavam em assassinar, sequestrar, 'justiçar', sendo a maior parte de suas vítimas inocentes (o ideário da esquerda naquela época, e ainda hoje, era e é o pregado por Marighela: ' “a única razão de ser de um guerrilheiro urbano” segundo reza a cartilha. "O que importa não é a identidade do cadáver, mas seu impacto sobre o público. )
Aos malditos subversivos não interessava a quem matavam e sim apenas matar.
Não era possível combatê-los com  flores.]


(...)

Vale lembrar que Bolsonaro foi ovacionado nas redes sociais por conta do conteúdo de seu voto pelo impeachment, em abril de 2016, por uma legião de pessoas que cabulava aula de história ou pouco se importa com a dignidade alheia. 


MATÉRIA COMPLETA, Blog do Sakamoto




quarta-feira, 27 de julho de 2016

Meirelles e os erros do Brasil

O ministro da Fazenda usou o velho truque de jogar em cima do país responsabilidades que são de pessoas

Outro dia o doutor Henrique Meirelles disse que se o projeto de limitação dos gastos públicos não for aprovado, “o Brasil terá feito uma opção errada, grave.”  “Brasil”, quem, cara pálida? Se o projeto não for aprovado, os deputados e senadores terão feito uma opção errada, grave. Como o presidente Michel Temer não quer briga com o Congresso, seu ministro da Fazenda diz que o erro será do Brasil. Comporta-se como se fosse um banqueiro nascido no Afeganistão e fizesse parte de um governo presidido por um líbio.

Meirelles sabe que o governo terá dificuldades para votar o teto das despesas públicas, mas tudo indica que prevalecerá. Para a reforma da Previdência e para mudanças nas relações trabalhistas, as dificuldades serão enormes. O ministro e o presidente teriam o caminho da exposição e do confronto com os adversários dessas mudanças. Boa parte desses adversários está na bancada de apoio do presidente, que se aposentou aos 55 anos como procurador do Estado de São Paulo, categoria beneficiada por penduricalhos que a maioria dos trabalhadores brasileiros nunca viu.

Pelo andar da carruagem, se Temer não conseguir fazer as reformas que defende, “o Brasil” terá feito opções erradas e, então, como o próprio Meirelles reitera, virão novos impostos. Como será impossível cobrar esses impostos ao “Brasil”, a conta vai para os brasileiros.
Falar mal do Brasil e dos brasileiros é um velho hábito, comum tanto ao andar de cima quanto ao de baixo. As referencias astuciosamente derrogatórias do Brasil apresentam-se com disfarces. Em alguns casos, como no de Meirelles, se algo de errado acontecer, terá sido uma opção do Brasil, e não dos bípedes que estão no Congresso. Há também expressões marotas, como “só no Brasil” ou “brasileiro tem mania de...” Sempre que uma pessoa fala dos maus modos desses brasileiros, fica entendido que nada tem a ver com eles. O “brasileiro” é sempre o outro.

Atualmente, uma banda nacional cavalga o que teria sido uma demonstração da falta de critério dos brasileiros: os 54 milhões de votos dados a Dilma Rousseff (com Temer na vice). [quem vai votar em chapa que o vice é imposto pelo candidato titular, vota no titular a influência do vice é zero ou próxima de;
Os erros foram da Dilma, apesar do principal responsável ser os milhões eleitores estúpidos que votaram na Afastada.
Esses estúpidos são os responsáveis e a conta deveria ser cobrada deles - sem dó nem piedade - mas, o sigilo os protege. Apesar de ser possível identificar as regiões onde se concentram, onde são maioria.] Durante a ditadura, essa banda demófoba prevaleceu, e as eleições diretas foram canceladas. Em 1969, o presidente Costa e Silva teve uma isquemia cerebral, o vice foi defenestrado, e os generais descobriram que não sabiam montar um sistema racional para escolher seu substituto. Ganha uma viagem de ida ao Quênia quem souber como foi escolhido o general Médici. 

Pode-se admitir que a política de Pindorama está contaminada por ladrões e palhaços, mas enquanto as coisas pioram lá fora, aqui as coisas estão melhorando. Em novembro, o eleitor americano, que há quatro anos escolheu entre Obama e Mitt Romney, terá no menu Donald Trump e Hillary Clinton. O hábito de deixar mal o próprio país para disfarçar algum preconceito é amplo e irrestrito. Franceses e italianos adoram falar mal de seus países. O general De Gaulle dizia que não era possível se governar um país que tinha 258 tipos de queijos. Benito Mussolini garantia que governar a Itália era fácil, porém inútil. Há um país fora dessa regra: nenhum americano fala mal dos Estados Unidos. A frase de Meirelles seria impossível em Washington.

Fonte: O Globo - Elio Gaspari, jornalista