Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador golpe parlamentar. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador golpe parlamentar. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

Sem intermediários [sem competência para criar nada útil ao Brasil, o atual presidente ADAPTA o existente = sempre para pior]

 O Globo

Lula adapta o formato de comunicação de Bolsonaro, para falar o que quiser, na hora que quiser, sem contestação.

É próprio de governos com espírito autoritário querer uma ligação direta com a população, prescindindo, ou pelo menos relegando a segundo plano, os canais comuns nos regimes democráticos: partidos políticos, imprensa livre. Na sua forma mais radical, a democracia direta se utiliza de plebiscitos, que podem ser manipulados, para consultar o povo sobre decisões importantes.

Quando esse sistema é usado localmente, como nos Estados Unidos e em alguns países da Europa, para decidir questões que atingem o dia a dia de uma comunidade, o plebiscito é um instrumento democrático eficiente. Mas, quando se quer informar à população só o que interessa ao governo, a comunicação direta se transforma em mera ação de propaganda.

Foi por isso que nasceu a “Voz do Brasil”, propaganda política do governo Getúlio Vargas coordenada pelo tristemente famoso Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) da ditadura da ocasião. [importante ter em conta que quando a VOZ DO BRASIL foi criada, a comunicação no Brasil, até a via rádio, era ineficiente, o que tornou aquele recurso um importando meio de comunicação, noticiando FATOS e não narrativas.
Felizmente a TV do apedeuta sempre teve índice de audiência inferior a 0,1%.
Curioso é que o ilustre articulista inicia deixando a impressão de que vai criticar o atual presidente, mas como já virou rotina na mídia militante o alvo é o ex-presidente Bolsonaro = o inesquecível.] Com os modernos meios de comunicação, primeiro a televisão, depois especialmente os digitais, a tentação de atingir milhões de cidadãos cresceu, e no primeiro governo Lula foi criada a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC). Teoricamente, seria uma rede de comunicação pública, com emissoras de televisão, rádio e programação de internet.

Transformou-se, na prática, em instrumento de propaganda política, que teve no governo Bolsonaro seu ápice oficialista, transmitindo todas as ações do presidente da República, discursos em formaturas de militares especialmente, já indicando o caminho de politização das Forças Armadas que forjava desde o início do mandato. Só não foi mais efetivo pela audiência praticamente nula. Um exemplo de como a ideia de empresa pública se diferencia da máquina de propaganda governamental é a decisão da nova direção da EBC de adotar a tese petista de que o impeachment da presidente Dilma foi um golpe parlamentar. 

(...)

Agora, anuncia-se que o presidente Lula pretende adaptar a seu estilo a comunicação governamental, usando podcasts para se dirigir diretamente ao eleitorado.. O presidente Lula teve bons porta-vozes nos dois primeiros mandatos, mas agora parece disposto a ser ele mesmo seu porta-voz, falando quando quiser e sobre o que quiser. [haja paciência para escutar o festival de besteiras que o referido cidadão vai expelir - besteiras, mentiras e coisas do tipo = será uma versão piorada do falecido COMA andante Castro.]

(...)

O podcast a ser criado é uma consequência dessa decisão de não ter intermediários na comunicação com o povo. Uma das principais armas do político Lula é a oratória, por isso o tratamento de sua doença teve de ser adaptado para ele não correr o risco de perder a voz. Nos podcasts poderá desenvolver essa aptidão e também aparecer com imagens no YouTube durante a gravação. No final das contas, o formato é outro, mas o conceito é o mesmo: falar o que quiser, na hora que quiser, sem contestação. 
 
Merval Pereira, colunista - O Globo

terça-feira, 3 de maio de 2016

Dilma (“coração valente”) escolhe o seu destino



Lula faltou ao ato público de 1º de Maio, em São Paulo, não por que estivesse rouco, quase sem voz. Mas porque Dilma não gostou do que ele pretendia falar. Foi por isso que Dilma falou sozinha para menos de 50 mil militantes de movimentos sociais arrebanhados pela Central Única dos Trabalhadores.

O que Lula pretendia dizer poderia ter sido interpretado como uma admissão prévia de que o impeachment de Dilma é jogo jogado. Como de resto é. Ele se valeria do discurso do golpe para anunciar que o PT e seus aliados irão desde já para a oposição ao governo Temer, e se oferecer, se fosse o caso, como candidato a presidente em 2018.

Dilma discordou da linha do discurso de Lula. Ela não quer dar o impeachment como liquidado. Acha que liquidado ele está na Comissão Especial formada por 21 senadores que na próxima sexta-feira deverá aprovar a admissibilidade do impeachment, remetendo o processo para votação em plenário no dia 11 ou 12 do mês corrente.

Reconhece que o plenário também aprovará a abertura do processo contra ela. Mas imagina que ainda terá chances de retomar o cargo, mesmo se afastada dele por um prazo máximo de 180 dias. Tudo irá depender, conforme os cálculos de Dilma, do placar no plenário e, depois, do desempenho dos primeiros meses do governo Temer.  

São 81 os senadores. Até ontem, pelo menos, Dilma achava que poderia contar apenas com 21 votos para barrar a admissibilidade do impeachment no plenário. Mas tinha esperança de amealhar mais alguns na votação final, lá por setembro, quando precisará de 27 votos para vencer. Temer espera derrotá-la desde já com 60 votos contra 21.

Uma fora do cargo, e mesmo sabendo que dificilmente será absolvida pelo Senado quando for julgada finalmente, Dilma terá tempo para tentar reescrever a história dos seus governos malsucedidos. Sua defesa final seria menos técnica e mais política. E ela poderia construir uma narrativa para opor-se à narrativa que por ora predomina. É nisso que ela pensa quando nega a hipótese de renunciar, e quando teima em dizer que lutará até o fim. 

A renúncia esvaziaria o discurso de que ela foi vítima de um golpe parlamentar. E não combinaria com a imagem que ela tanto preza de mulher de coração valente, capaz de enfrentar toda a sorte de sofrimentos sem se acovardar.

Fonte: Blog do Noblat