Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
Como se não bastassem todos os fatores de extrema instabilização do Oriente Médio, ainda tem os radicais que fizeram atentado no Irã
Vítimas do duplo atentado: em ação, um grupo nascido do Estado Islâmico que trata os xiitas como hereges a serem eliminados (Mohammad Ali Mohammadian/Anadolu/Getty Images)
Só para dar uma ideia: os adeptos do Isis Khorasan acham que o Talibã é moderado demais.
Também não mostram a menor sensibilidade pela aliança de interesses que permite que grupos fundamentalistas sunitas como o Hamas e a Jihad Islâmica Palestina sejam nutridos, armados e, inevitavelmente, instruídos pelo regime xiita do Irã.
Para eles, os xiitas são “hereges” e está acabado. Merecem ser explodidos, como no terrível duplo atentado que matou quase cem pessoas durante uma homenagem póstuma ao general iraniano Qasem Suleimani na semana passada.
O grupo foi criado por remanescentes do Isis, ou Estado Islâmico, principalmente paquistaneses. Khorasan é o nome de uma região que abrange partes do Paquistão, do Afeganistão e do Irã. Abreviadamente, o grupo é chamado de Isis-K. O Estado Islâmico original também tinha um forte componente antixiita, refletindo numa situação limite a milenar tensão entre as duas principais correntes religiosas do Islã, os minoritários xiitas e a maioria sunita.
Esta tensão se manifesta hoje na rivalidade que países sunitas como a Arábia Saudita alimentam em relação ao Irã, embora disfarcem com reconciliações públicas.
Note-se que foram poucas as manifestações de solidariedade ao regime iraniano depois do duplo atentado, o maior da história da república islâmica instalada em 1979.
Os universitários pró-Hamas que se espalham pelo mundo ocidental e protestam contra tudo que Israel faz em Gaza também ficaram calados.
CALDEIRÃO INFERNAL O assunto talvez seja complexo demais – e desconfortável para quem tem uma visão simplificada em que todos os muçulmanos são colocados sob uma etiqueta só, e na condição de vítimas.
Na verdade, muçulmanos matando outros muçulmanos são uma constante nas últimas décadas, com exceções episódicas como em Gaza.
O maior conflito intramuçulmano recente aconteceu na Síria, onde a rebelião contra o regime foi liderada por fundamentalistas sunitas alinhados com a ideologia da Fraternidade Muçulmana.
O regime sírio, controlado por uma minoria mais desconhecida ainda, os alauítas, foi salvo pelo “eixo da resistência”: Irã e seus filiados libaneses do Hezbollah, além da ajuda da Rússia no bombardeio indiscriminado dos focos de resistência.
No auge da guerra civil, o Hamas ficou do lado dos rebeldes, por afinidades religiosas e ideológicas. Chegou a ser expulso da Síria. Mas o Irã, de quem todo mundo depende, promoveu a reconciliação depois do fim da guerra civil. Os horrores de uma guerra que matou um número literalmente incalculável – 500 mil pessoas, segundo algumas avaliações – nunca provocaram protestos como os que acontecem agora contra Israel.
O Estado Islâmico, originado no Iraque, floresceu nesse caldeirão infernal . Chegou a ter o controle de um território grande entre a Síria e o Iraque. Para combatê-lo houve uma aliança tácita que reuniu Estados Unidos e as forças xiitas iraquianas com grande influência do Irã.
A perda do controle territorial e o altíssimo número de baixas obviamente não significaram o fim da ideologia do Isis.
O Isis-K não tem a mesma força, mas se beneficia do abrigo fornecido pelas regiões montanhosas literalmente inalcançáveis do Afeganistão e do Paquistão.
PROVA DE VIDA Num sinal de que considera o Talibã moderado demais, o Isis-K foi o responsável pelo grande atentado no aeroporto de Cabul, quando as forças americanas estavam deixando o Afeganistão, com 170 mortos entre a multidão que tentava fugir do país e treze militares americanos – um dos maiores vexames do governo de Joe Biden.
O racha entre sunitas e xiitas remonta à época da sucessão do profeta Maomé. Os xiitas acreditam que Maomé designou especificamente seu genro (e primo), Ali, para conduzir os fieis.
Muito sangue rolou desde então, embora os fundamentos religiosos sejam os mesmos: a revelação, o Corão, a adesão literal à sharia e o controle total da aparência feminina que provocou uma barbaridade recente como as 74 chibatadas a que foi submetida a curda iraniana Rosa Heshmati por não usar o pano na cabeça.
Além de divergirem sobre o passado, sunitas e xiitas também têm visões diferentes sobre o futuro. Os xiitas iranianos são mais messiânicos e aguardam a próxima volta de um imã histórico, numa espécie de juízo final.
Como minoria em todos os grandes países muçulmanos, com exceção do Irã, os xiitas sofreram perseguições históricas.
No Afeganistão e no Paquistão, são frequentemente alvos de atentados pavorosos praticados pelo Isis-K em mesquitas e outros locais religiosos. De novo, com zero de protestos nas sensíveis universidades da elite ocidental.
É claro que o Irã tentou empurrar a culpa pelo duplo atentado para Israel, dizendo, ridiculamente, que a linguagem do documento em que o Isis-K assumia a responsabilidade era suspeita. Imagina-se que os serviços de inteligência de Israel saberiam imitar direitinho a linguagem do Isis-K, mas todo mundo entende que é uma encenação. A letal prova de vida do grupo mais radical de um universo em que o fundamentalismo extremo predomina acrescenta um elemento de desestabilização num cenário em que não faltam perigos de que tudo o que já está muito ruim fique pior ainda.
A primeira cabeça é a do comunismo. A segunda é a do globalismo
Foto: Shutterstock
É cada vez mais visível que o outrora denominado “mundo livre” está sofrendo uma investida inédita e muito poderosa, uma enorme arremetida contra o que a dita humanidade possui de mais humano, desencadeada por agressores movidos por uma insaciável vontade de poder. Trata-se de um ataque impiedoso a todas as reservas de liberdades pessoais e de valores morais consagrados pela tradição.
O maior algoz da civilização ocidental, atualmente, com sua agenda destruidora radical, mas sempre apresentada sub-repticiamente como socialmente justa e politicamente correta, como promotora de igualdade e defensora do planeta, é um monstro de duas cabeças: a primeira é a do comunismo, e a outra é a do globalismo.
O ogro possui uma necessidade patológica de submeter os semelhantes ao seu totalitarismo, com a supressão dos direitos de escolha dos cidadãos e a imposição de seus conceitos peculiares de felicidade e de bem-estar, debuxados e definidos sempre por meia dúzia de políticos, intelectuais e bilionários iluminados.
É bastante disciplinado e organizado e vem trabalhando há décadas em busca de seus objetivos, valendo-se de todos os meios imagináveis, mediante um processo de paulatina ocupação e cooptação de todos os espaços, na política, na justiça, nas legislações, nas universidades, nas artes, nos esportes e em todas as manifestações culturais. publicidade
O que assusta é que, se antes agia em silêncio, disfarçado e sem alarde, há alguns anos passou a fazê-lo escancarando as suas duas carrancas e acelerando cada vez mais o ritmo de seus assaltos, até o frenético estado atual. Porém, antes, como agora, sempre fazendo uso indiscriminado da mentira e das falsas narrativas, que são o oxigênio essencial para a sua sobrevivência. Seu comportamento despótico tem sido tão ostensivo que não é exagero dizer que os cidadãos do Ocidente estão diante de um dilema terrível: ou permanecem comodamente na defensiva, o que acarretará em pouco tempo a supressão de praticamente todas as suas liberdades — e da sua própria dignidade —, ou enchem-se de coragem e, pensando na liberdade de seus descendentes, enfrentam corajosamente o problema.
Exemplos indiscutíveis de que o comuno-globalismo abandonou a tradicional cautelae passou a revelar abertamente as suas intençõessão algumas declarações do presidente brasileiro, na abertura da reunião do Foro de São Paulo, em Brasília, na semana passada.
Entre afagos a ditadores do naipe de Fidel, Maduro e Ortega, o chefe do nosso Executivo declarou: “Aqui no Brasil nós enfrentamos o discurso do costume, o discurso da família, o discurso do patriotismo, ou seja, aqui nós enfrentamos o discurso de tudo aquilo que a gente aprendeu historicamente a combater”; “Ele [o discurso] nos acusa de comunistas, achando que nós ficamos ofendidos com isso; nós não ficamos ofendidos; isso não nos ofende, isso nos orgulha”; e “Por que, em 1985, nós criamos o Foro de São Paulo? É que em 1985 eu tinha consciência de que jamais a gente poderia chegar ao poder pela via do voto, pela via democrática”. Dias antes, em Paris, na mesma frase, declarou-se um defensor da soberania nacional, mas fez questão de ressaltar que a Amazônia pertence a toda a humanidade. Bem, se dá para colher algo de positivo nessas afirmações, é a sua sinceridade, por revelar finalmente suas intenções reais, sem disfarces.
Globalismo e socialismo têm muitas áreas de interseção, como não poderia deixar de ser, uma vez que ambos são casos explícitos do radicalismo característico dos experimentos de engenharia social.
O globalismo é uma ideologia mais antiga do que normalmente se acredita. Alguns de seus traços são semelhantes aos do comunismo, como a tentativa de desmantelamento dos valores morais e da tradição — vale dizer, a supressão do princípio da dignidade da pessoa humana —, o que pressupõe ou a eliminação da religião ou a sua relativização e consequente desvirtuamento; o seu caráter internacionalista; e o controle das atividades econômicas e sociais, direta ou indiretamente, pelo Estado ou por grupos extraoficialmente dominados por ele.
O globalismo é uma ideologia mais antiga do que normalmente se acredita - Foto: Shutterstock
No trecho comum dos credos dessas duas seitas, os inimigos da humanidade recitam contritamente “glória ao coletivismo e abaixo o individualismo”, e o motivo para isso é facilmente dedutível, porque a nossa civilização foi construída sobre o fundamento da família, um ente formado por indivíduos distintos, interdependentes e livres, ou seja, não subordinados ou dependentes de um modelo de Estado que os submeta, à força, aos moldes exigidos pela ideologia dos engenheiros sociais.
É exatamente pelo fato de que a estrutura familiar não depende de nenhuma visão de Estado e de mundo que é preciso destruí-la, uma vez que impede a construção de uma sociedade baseada no coletivismo e submetida a seus devaneios opressores.
Comunistas e globalistas não aceitam — ou veem como um problema — a realidade histórica de que, cronologicamente, a instituição da família é anterior à formação do Estado e que este, por sua vez, nasceu da necessidade de existência de normas de conduta.
Assim, precisam forçar a inversão dessa ordem natural das coisas, e para isso é necessário, primeiro, que ditem comandos e ordens, que chamam eufemisticamente de leis, que sirvam de suporte para o tipo de Estado totalitário que têm em mente, para então consumarem a submissão plena de indivíduos, famílias e populações inteiras ao “Grande Irmão”.Comunismo e globalismo são ideologias internacionalistas; logo, são antissoberanistas | Foto: Shutterstock
Os candidatos a tiranos esclarecidos sabem perfeitamente que, se fracassarem nessa inversão de causalidades, todo o plano de construir uma nova civilização irá por água abaixo, mas insistem em seu intento porque ignoram ou se recusam a aceitar que os fatos históricos, embora possam temporariamente ser desvirtuados e invertidos, cedo ou tarde — mesmo ao custo do sacrifício de gerações — acabam prevalecendo. Seus experimentos nascem condenados ao fracasso, mas o problema é que, enquanto o fracasso não acontece, impõem frustrações e sofrimentos a milhões de pessoas usadas como cobaias.
Comunismo e globalismo são ideologias internacionalistas; logo, são antissoberanistas.
É certo que o conhecidíssimo mote expresso em 1848 por Marx e Engels no nefando Manifesto, “proletários de todos os países, uni-vos”, de fundo claramente internacionalista, perdeu de certa forma o seu sentido, mas seu espírito está claramente presente no vocabulário dos globalistas de Davos, da ONU, das ONGs,da União Europeia, da Otan, da OEA, dos liberals norte-americanos, dos partidos de esquerda espalhados pelo mundo, das big techs e dos banqueiros, em uma interminável lista de expressões — repercutidas exaustivamente como ladainhas pela mídia, universitários, artistas e pretensos intelectuais cooptados por décadas de doutrinação —, tais como “governo mundial”, “diversidade cultural”, “mudanças climáticas”, “nova ordem mundial”, “energia limpa”, “dívida histórica”, “branquitude”, “família tradicional”, “meu corpo minhas regras”, “heteronormatividade” e muitas outras.
Tanto o comunismo como o globalismo precisam impor uma estrutura social compatível com sua ideologia e filosofia política e tentam fazê-lo sem qualquer cerimônia, simplesmente afirmando que esse arranjo será melhor para todos e pagando bilhões de dólares para que intelectuais serviçais, pesquisadores impostores e jornalistas vigaristas façam o trabalho sujo de, como água mole em pedra dura, mentira após mentira, subliminarmente, terminar contaminando todo e qualquer cérebro avesso ao hábito salutar de pensar por conta própria.
Infelizmente, como foi escrito há milênios em Eclesiastes I, 15,stultorum infinitus est numerus, ou seja, “o número de tolos é infinito”, uma velha e simples constatação, a mesma que levou Nelson Rodrigues a escrever que “os idiotas vão tomar conta do mundo; não pela capacidade, mas pela quantidade, eles são muitos”.
Como disse sem qualquer laivo de pudor o presidente do Fórum Econômico Mundial —um lunático extremamente perigoso e poderoso —, Klaus Schwab: “Vocês não serão donos de nada, mas serão felizes”. É essa arrogância inacreditável que escondem a “Agenda 2030”, o “Grande Reinício”, a “Open Society“, a “Nova Ordem Mundial” e outros projetos de desumanização da sociedade.
Essas ideias de jerico representam um perigo sem precedentes para a nossa civilização, porque seus defensores são verdadeiros psicopatas, loucos, pretensiosos, arrogantes, tiranos, frios, dissimulados e — e como isso importa! — com o agravante de serem financeiramente poderosíssimos.Presidente do Fórum Econômico Mundial, Klaus Schwab | Foto: Remy Steinegger
É muito preocupante, para quem defende verdadeiramente a liberdade e os valores morais tradicionais, que Schwab tenha feito uma visita recente ao Brasil, tendo em vista essa amigação do comunismo com o globalismo e sabendo que o governo brasileiro atual, seja por ideologia, seja por interesses, endossa o caminho da servidão, com a escravização do indivíduo pelo Estado.
O que esse sujeito veio fazer aqui?
Já não nos bastam nossos déspotas domésticos?
Por isso, quem tem ouvidos para ouvir e um mínimo de inteligência e independência intelectual para saber interpretar as coisas entende perfeitamente muitas das declarações aparentemente estapafúrdias do presidente do nosso país, assim como inúmeras coisas do arco-da-velha que vêm se tornando comuns em nossa política.
A verdade é que o Estado moderno — no Brasil e no mundo — tornou-se máximo naquilo em que deveria ser mínimo e mínimo naquilo em que deveria ser máximo
Do ponto de vista estritamente econômico e para simplificar, o sucesso do amancebamento entre comunistas e globalistas significa tão somente que a presença do Estado vai continuar a aumentar em todo o mundo, mas não do modo gradual como aconteceu a partir dos anos 1930, e sim mais aceleradamente.
Na Holanda, por exemplo, o governo já está ameaçando confiscar propriedades rurais e até sacrificar gado, em nome de supostas “mudanças climáticas”,algo absolutamente inconcebível há poucos anos; - por sua vez, em nome da “diversidade”, em todo o mundo minorias vêm sendo favorecidas em concursos e em ofertas de emprego, sem critérios de mérito e em detrimento de maiorias; na França, Macron,um exemplo típico de esquerdista e globalista, está querendo se aproveitar do caos que as políticas que sempre defendeu instalaram no país para aumentar o poder do Estado sobre os indivíduos.
E o mais incrível é que não é difícil encontrar pessoas que apoiam esses tipos de violência.Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante discurso no evento Power Our Planet, em Paris, na França | Foto: Ricardo Stuckert/PR
Trazendo essas preocupações para o Brasil, trago uma questão:para que tem servido o Estado em nosso país, a não ser para explorar os cidadãos?
Em regimes efetivamente democráticos, ser de esquerda ou de direita é um direito de qualquer cidadão.
Muitos liberais aceitam que se pode justificar a presença do Estado, sempre visando ao bem comum e de preferência indiretamente, em cinco áreas: justiça, segurança (interna e externa), educação, saúde e infraestrutura.
E como andama justiça, a segurança, a educação, a saúde e a infraestrutura “neste país”?
Quem cuida desses cinco setores não é o Estado?
Você acredita mesmo que a ONU, a OMS, a Unesco ou algum governo mundial vão cuidar deles direitinho?
E que o caminho secular de fracassos do comunismo, “desta vez”, poderá ser bem-sucedido em gerar progresso?
A verdade é que o Estado moderno — no Brasil e no mundo — tornou-se máximo naquilo em que deveria ser mínimo e mínimo naquilo em que deveria ser máximo. Deformou-se, está grande demais para resolver os pequenos problemas e pequeno demais para resolver os grandes problemas, como afirmou, ainda nos anos 1960, o sociólogo norte-americano Daniel Bell. Mas o monstro de duas cabeças — insensível e insaciável — quer aumentá-lo.
Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.
O desgoverno Lula completa cem dias, e muita gente se mostra assustada, mesmo entre aqueles que fizeram o L. Não deveriam.
Não há surpresa para quem tem mais de dez anos de idade e não sofre de amnésia. Não tem como acusar o “descondenado” de estelionato eleitoral desta vez. Falam que Lula “dilmou”, mas esquecem que a desgraça do governo Dilma foi plantada ainda no governo Lula, cujo ministro da Economia era inclusive o mesmo.
Lula sequer apresentou um plano de governo, mas nem precisou:o ódio a Bolsonaro era tanto na elite tucana que isso foi o suficiente para se unirem ao PT com o intuito de “salvar a democracia”.
Nas poucas falas durante a campanha, Lula deu claros indícios de que faria exatamente isso:bagunçar a casa em ordem herdada de Bolsonaro, furar o teto de gastos, paralisar privatizações, reverter conquistas importantes da equipe de Paulo Guedes, aproximar-se de ditaduras socialistas companheiras etc.
Qual a novidade, então? No mais, era evidente que o terceiro mandato de Lula seria mais radical, pois o líder petista, após sua condenação e prisão, estava com sede de vingança, raivoso. A tal “frente ampla” nunca passou de uma piada de mau gosto.
Lula quer ver todos aqueles que lutaram contra a corrupção pagando penitência,o que alimenta sua narrativa fajuta de perseguido político.
Os tucanos que não foram capazes de enxergar isso são muito bobinhos mesmo.
Em suma, os cem primeiros dias da volta do lulismo ao poder são já uma catástrofe, mas não podemos aliviar a barra de quem colaborou com essa tragédia, pois ela era anunciada.
Todos aqueles que demonizaram Bolsonaro são cúmplices dessa situação lamentável.
Agora é torcer para que o sistema podre e carcomido, dominado por tucanos e fisiológicos, consiga impedir o pior e ao menos preservar a galinha dos ovos de ouro.
Pois o risco que corremos, claramente, é virarmos rápido demais a próxima Argentina.
Lula adapta o formato de comunicação de Bolsonaro, para falar o que quiser, na hora que quiser, sem contestação.
É próprio de governos com espírito autoritário querer uma ligação
direta com a população, prescindindo, ou pelo menos relegando a segundo
plano, os canais comuns nos regimes democráticos: partidos políticos,
imprensa livre. Na sua forma mais radical, a democracia direta se
utiliza de plebiscitos, que podem ser manipulados, para consultar o povo
sobre decisões importantes.
Quando esse sistema é usado localmente, como nos Estados Unidos e em
alguns países da Europa, para decidir questões que atingem o dia a dia
de uma comunidade, o plebiscito é um instrumento democrático eficiente.
Mas, quando se quer informar à população só o que interessa ao governo, a
comunicação direta se transforma em mera ação de propaganda.
Foi por isso que nasceu a “Voz do Brasil”, propaganda política do
governo Getúlio Vargas coordenada pelo tristemente famoso Departamento
de Imprensa e Propaganda (DIP) da ditadura da ocasião. [importante ter em conta que quando a VOZ DO BRASIL foi criada, a comunicação no Brasil, até a via rádio, era ineficiente, o que tornou aquele recurso um importando meio de comunicação, noticiando FATOS e não narrativas.
Felizmente a TV do apedeuta sempre teve índice de audiência inferior a 0,1%.
Curioso é que o ilustre articulista inicia deixando a impressão de que vai criticar o atual presidente,mas como já virou rotina na mídia militante o alvo é o ex-presidente Bolsonaro = o inesquecível.] Com os modernos
meios de comunicação, primeiro a televisão, depois especialmente os
digitais, a tentação de atingir milhões de cidadãos cresceu, e no
primeiro governo Lula foi criada a Empresa Brasileira de Comunicação
(EBC). Teoricamente, seria uma rede de comunicação pública, com
emissoras de televisão, rádio e programação de internet.
Transformou-se, na prática, em instrumento de propaganda política, que
teve no governo Bolsonaro seu ápice oficialista, transmitindo todas as
ações do presidente da República, discursos em formaturas de militares
especialmente, já indicando o caminho de politização das Forças Armadas
que forjava desde o início do mandato. Só não foi mais efetivo pela
audiência praticamente nula. Um exemplo de como a ideia de empresa
pública se diferencia da máquina de propaganda governamental é a decisão
da nova direção da EBC de adotar a tese petista de que o impeachment da
presidente Dilma foi um golpe parlamentar.
(...)
Agora, anuncia-se que o
presidente Lula pretende adaptar a seu estilo a comunicação
governamental, usando podcasts para se dirigir diretamente ao
eleitorado.. O presidente Lula teve bons porta-vozes nos
dois primeiros mandatos, mas agora parece disposto a ser ele mesmo seu
porta-voz, falando quando quiser e sobre o que quiser. [haja paciência para escutar o festival de besteiras que o referido cidadão vai expelir - besteiras, mentiras e coisas do tipo = será uma versão piorada do falecido COMA andante Castro.]
(...)
O podcast a ser criado é uma consequência dessa decisão de não ter
intermediários na comunicação com o povo. Uma das principais armas do
político Lula é a oratória, por isso o tratamento de sua doença teve de
ser adaptado para ele não correr o risco de perder a voz. Nos podcasts
poderá desenvolver essa aptidão e também aparecer com imagens no YouTube
durante a gravação. No final das contas, o formato é outro, mas o
conceito é o mesmo: falar o que quiser, na hora que quiser, sem
contestação.
A eleição acabou e Lula foi declarado vencedor pelo TSE,
mas o petista e o ministro Alexandre de Moraes anunciam que a
perseguição aos adversários vai continuar
A
cerimônia de diplomação de Lula pelo Tribunal Superior Eleitoral,
apressada por uma antecipação de vários dias, reservada só para os seus
devotos e protegida por tropa de choque, deveria ser um ato normal do
processo de sucessão na presidência da República.
Foi uma exibição
grosseira, arrogante e mal-educada de ameaças.
Nós ganhamos, disseram
Lula e o presidente do TSE, quem votou no outro candidato é inimigo da
pátria,está na nossa lista negra e não vamos admitir que nos faça
oposição — não oposição de verdade.
Não houve para eles uma eleição
regular, livre e limpa, com a vitória natural de quem teve mais votos e o
cumprimento das regras de alternância de poder.
Luiz Inácio Lula da Silva e Alexandre de Moraes na cerimônia de
diplomação Foto: Antonio Augusto/Secom/TSE
O que houve, conforme disseram em seus discursos, foi uma guerra contra a democracia, movida pelo presidente Jair Bolsonaro, e sua defesa heroica por parte do TSE e do candidato do PT.
Quem votou em Lula foi um democrata que salvou o Brasil; quem votou contra foi um criminoso que queria criar uma ditadura no país. [votamos contra e sempre votaremos - ninguém nos obrigará a votar na esquerda maldita, no perda total, no comunismo.]
Disseram, também, que esse crime não acabou com a eleição.Segundo as ameaças feitas na cerimônia de diplomação,contestar o governo Lula também vai ser um ato contra a democracia, dependendo do que digam o sistema TSE-STF e o seu departamento de inquéritos criminais —que hoje governam o Brasil acima da Constituição, dos processos legais na justiça e dos direitos civis dos cidadãos.
Vai haver punição. Vai haver repressão. Vai haver proibição, multa e cadeia. Já houve tudo isso, durante a campanha eleitoral.
Agora a eleição acabou e Lula foi declarado vencedor pelo TSE, mas Lula e o ministro Alexandre de Moraes anunciam que a perseguição aos adversários vai continuar.
“Missão dada, missão cumprida”, disse a Moraes, no ato de diplomação, o integrante do TSE que mais militou a favor de Lula durante a campanha — foi, o tempo todo, um parceiro do ex-presidente, ou um subordinado que cumpria ordens, e não um magistrado.
Você se lembra dele: é aquele sujeito a quem Lula distribui seguidos tapinhas de amor no rosto, numa festa em Brasília antes da eleição, já comemorando a vitória que o TSE iria providenciar. O que pode significar uma frase dessas? Nenhum dos dois vai sequer se preocupar com uma resposta, mesmo porque ninguém vai perguntar nada a eles.
[MEMÓRIA]:Ministro Benedito Gonçalves, do TSE, recebe do companheiro Lula um carinhoso tapinha no rosto. - Foto: Reprodução/ Twitter [são momentos carinhosos e que mostram que autoridades e criminosos também são capazes de momentos de carinho.]
Mas depois da eleição mais viciada, suspeita e contestada que o Brasil já teve, pela recusa absoluta do TSE em aceitar a mínima discussão no seu sistema eletrônico, só usado no Butão e em Bangladesh, ou qualquer sugestão de melhoria, essa “missão” não parece ter sido o bom e inocente acompanhamento do processo eleitoral. Ao contrário, tem toda a cara de ser o conjunto de decisões que o TSE tomou, na campanha e na apuração dos votos, para colocar Lula na presidência da República. Se não foi isso, o que seria? O homem diria a mesma coisa, “missão cumprida”, se o TSE estivesse diplomando Bolsonaro como presidente?
Alexandre de Moraes e seu tribunal, para completar a obra, não admitiram investigar, nem por cinco minutos, nenhuma das denúncias de fraude e irregularidades que receberam — como acreditar, com isso, na honestidade do processo?Ela foi destruída, sistematicamente, pela ação concreta do TSE durante toda a campanha.
O ministro, na diplomação, disse que nenhuma fraude eleitoral foi constatada. É claro que não. Como poderia ter sido, se nenhuma queixa foi examinada? Foi o oposto:Moraes multou em R$ 23 milhões quem fez a reclamação, uma punição sem precedentes na sua ilegalidade, na sua violência e na sua clara intenção de intimidar qualquer apelo à justiça.“Missão cumprida”, de fato.
Atendendo a um pedido do PT, o corregedor da Justiça Eleitoral, Benedito Gonçalves, proibiu Bolsonaro de usar imagens do 7 de Setembro em campanhas. Na posse de Moraes no TSE, Lula e Gonçalves, indicado pelo petista ao STJ, se encontraram: pic.twitter.com/2esb55edRR
Não se pode falar em “consciência pesada”onde não há consciência, e sim interesse político em estado bruto — mas ficou evidente, na diplomação, a obsessão de Moraes e de Lula em falar que “a democracia” tinha vencido. Na verdade, quase não falaram em outra coisa. Se a democracia venceu, então o outro lado era contra a democracia — embora não se aponte um único fato objetivo capaz de demonstrar no que, exatamente, os eleitores de Bolsonaro ofenderam essa democracia.
É como se os votos dados ao adversário fossem ilegais, contra o “Estado democrático de direito” e a favor de um “regime de exceção”; não lhes passou pela cabeça que existem no mínimo 58 milhões de brasileiros, ou 50% dos eleitores que votaram nesta eleição,que não concordam com eles e preferiam o outro candidato, como é normal em qualquer democracia. Por que isso? Por que a insistência desesperada em repetir, do começo ao fim da discurseira, que não houve uma escolha entre dois nomes, e sim o triunfo do“bem contra o mal”, de nós contra eles?
Por que dizer, repetir e dizer de novo que o único resultado aceitável para a “democracia”era a declaração da vitória de Lula pelo TSE?
Ficou a impressão de um acesso de ansiedade, de Lula e de Moraes, em encerrar o assunto.A “democracia” ganhou, certo? [Em nossa opinião o assunto não está encerrado, visto que de forma democrática e com apoio total da Constituição Federal - artigo 14, parágrafo 10 - , o assunto pode voltar a tona mediante apresentação de um pedido de impugnação do mandato eletivo do eleito presidente. Também entendemos que por se tratar de pedido apoiado na Carta Magna, se for negado pelo TSE, cabe recurso ao STF - ao nosso ver com efeito suspensivo.]
Não aconteceu nada de errado com nenhuma decisão do TSE.
Não há motivo para nenhuma reclamação a respeito de nada.
A lei não está sendo desrespeitada todos os dias pela ditadura do Judiciário. A eleição não foi roubada. Acabou, acabou.
Lula, o PT e a esquerda já começam a viver o velho sonho de chefiar no Brasil um Estado policial como o que existe em Cuba, onde quem protesta contra o governo é espancado pela tropa de choque, jogado numa cela e condenado a 15 anos de prisão
Mas dar a presidência de novo para Lula,após eliminarem a lei que determinava o cumprimento de suas penas na cadeia, e anulado as quatro ações penais contra ele, incluindo as condenações por corrupção e lavagem de dinheiro, não é suficiente para os donos do sistema TSE-STF.A cerimônia de diplomação deixou isso muito claro.
Também vai ser proibido fazer oposição a Lula, principalmente com o povo na rua e o exercício do direito constitucional de livre manifestação.
O novo presidente e os ministros do Supremo vão admitir, sim, discursinho de político que não dá em nada e que não vai ser publicado por ninguém na mídia; todo mundo, assim, faz de conta que a democracia está em pleno funcionamento.
Já avisaram, porém, que vão denunciar, perseguir e enfiar na cadeia quem agir “contra a democracia”— o que transforma numa piada a liberdade política no Brasil. Quem vai decidir, na vida real, o que é e o que não é agir “contra a democracia”?O próprio Moraes e mais os colegas do STF — por conta própria ou por exigência de Lula e dos capitães-do-mato de sua força de “segurança”.
Manifestação de rua, por exemplo, pode ser ato antidemocrático gravíssimo na hora em que o ministro disser que é.
Conversar no WhatsApp também.
Postar mensagens nas redes sociais também.
Criticar os ministros do STF também.
E ser contra o governo Lula? Também — cabe ao Supremo e ao próprio Lula decidirem o que pode e o que não pode ser feito pela oposição.
Já está sendo assim. Moraes diz que vai ser mais ainda.
Ele mostrou o seu desagrado, por exemplo, com as críticas que são feitas à imprensa “tradicional” — toda ela, há muito tempo, histericamente a favor de Lula e da ação política do STF. Falar mal da Rede Globo, pelo jeito, pode virar atentado à democracia. E o que mais? Nem Deus sabe.
Lula, o PT e a esquerda estão mergulhando de cabeça na repressão a quem não concorda com eles —antes mesmo da posse, em 1º de janeiro, já começam a viver o seu velho sonho de chefiar no Brasil um Estado policial como o que existe em Cuba, onde quem protesta contra o governo é espancado pela tropa de choque, jogado numa cela e condenado a 15 anos de prisão.
Se funciona tão bem em Cuba, por que não aqui? Lula já ficou contra presos políticos cubanos que faziam greve de fome; achava que o governo não deveria atender a nenhuma de suas reivindicações.
De lá para cá tornou-se mais radical, rancoroso e vingativo.
Por que pensaria de outro modo depois de assumir a presidência?
Seu ministro da Justiça, que usa boné do Exército de Cuba e desfila com a foice e o martelo no Carnaval, já deu um teaser do que vem aí pela frente. Não pronunciou até agora a palavra “justiça”;num país que fechará o ano de 2022 com mais de 40.000 homicídios não disse uma sílaba sobre o crime violento que é hoje a maior opressão imposta sobre a sociedade brasileira.
Sua prioridade é perseguir os clubes de tiro e os caçadores — não vê problema nenhum no bandido que mata, mas quer jogar todo o peso da repressão contra quem atira num alvo de clube ou num marrecão-do-banhado.
Não há absolutamente nenhuma questão de segurança pública envolvida nisso. Trata-se da mais pura e simples perseguição a gente que a esquerda identifica automaticamente como sendo “de direita” ou “bolsonarista” — pois quem tem arma legalmente registrada e não é “de direita” ou “bolsonarista”?Polícia neles, então.
O novo ministro também ameaça quem chamar Lula de ladrão; segundo ele, é crime de injúria, pois não está em vigor neste momento nenhuma condenação penal contra o ex-presidente. Tudo bem. E dizer que Lula foi condenado como ladrão pela justiça brasileira, pela prática dos crimes de corrupção e de lavagem de dinheiro, em três instâncias e por nove magistrados diferentes — o da primeira instância, em Curitiba, os três desembargadores do TRF-4, de Porto Alegre, e os cinco ministros do STJ que deram a sentença final?
Aí são fatos indiscutíveis e oficiais — e dá exatamente na mesma.
Como é que fica, então: pode ou não pode? O ministro da Justiça de Lula, igualmente, propõe uma parceria público-privada com o complexo TSE-STF — a ideia é reprimir os protestos em frente aos quartéis. [lembrando sempre que entrar em ÁREA MILITAR, ainda que sendo o entrante integrante de força policial, sem autorização da Força a qual pertence a OM lá instalada, pode trazer alguns problemas para os invasores.]
O novo diretor da Polícia Federal será o chefe da segurança pessoal de Lula;só isso deveria desqualificar qualquer um para a função, sobretudo entre pessoas que se apresentam dia e noite como “republicanas”. Leva-se a sério, no “governo de transição”, um “estudo” sobre ataques a escolas que chama a atenção para a circunstância de que os autores desses delitos são “brancos” e “heterossexuais”.Há uma cobrança cada vez mais fanática, por parte da mídia que Alexandre de Moraes admira, por medidas de censura nas redes sociais e punição penal para quem se opõe ao governo Lula nas ruas. A onda é toda na mesma direção — proibir, criminalizar, prender. É isso que significa democracia, no Brasil de Lula, de Moraes e do STF.
Todo bandido deveria conhecer uma cadeia antes de cometer crimes.
Todo juiz deveria visitar os hospitais e cemitérios onde estão as vítimas dos bandidos.
Toda prisão deveria ter, na entrada, uma galeria com fotos dos criminosos presos e a descrição dos crimes que eles cometeram.
Um sistema de justiça criminal decente deveria proteger e beneficiar a vítima, não o criminoso."
Roberto Motta
Outro desenho que era muito legal e que não passa mais (sem propaganda
infantil acabou tudo...) era “O Fantástico Mundo de Bob”. Podemos dizer
que era algo que bem mostrava como uma criança via o mundo. Em certo
episódio praticamente todos os adultos disseram alguma vez a ele: “se
fulano se jogar da ponte você também vai se jogar?”. Sim, nossa mãe
também já nos disse isso, nossa avó, nosso tio... Bob, no entanto, com
sua lógica infantil que ainda não discernia o real da fantasia, e que
não tinha a menor ideia de prioridade, respondia perguntando, sem
entender a mensagem e cada vez mais exasperado: “mas que ponte?!!!”
Tenho visto
muita gente se jogar infantilmente da ponte só porque outros o fizeram e
eles também não têm a menor idéia de que ponte era essa. Sequer
conseguem vê-la na sua frente, apesar de estarem nela há muito tempo,
como se fora o Piu-piu mencionado na crônica passada. Bob não entendia a
linguagem figurada: essa turma não entende linguagem nenhuma, apenas
desprezam argumentos fortes, repetem frases prontas e não pensam nas
consequências. Ainda mais que o papel aceita qualquer coisa e uma pena
equilibrada sobre um papel pode resultar em algo de dar pena, algo
muito feio, uma imagem lamentável. Algo que ajude a destruir o passado e
condenar o futuro sem que o burocrata sem perspicácia sequer entenda o
que fez.
Se não
conseguem pensar por si próprios, se não conseguem perceber questões de
causa e consequência, deveriam perceber o equívoco ao notarem a alegria
daqueles que devíamos combater ou dos que os defendem. Toda vez que
essa alegria é clara, é claro que vacilamos. E eles sabem, como
Napoleão, que não devem interferir quando nós estamos errando. Quando
estamos pulando da ponte, para imitar outros que já pularam e, com isso,
estamos arremessando quem devemos defender. Eles ficam só
acompanhando, batendo palmas, para depois colherem os frutos...
“Ah, Adriano, você está sendo muito radical!”. Estou?
Não vou te responder com nada novo... Já falei isso, em crônica que
está no livro 2020 d.C. Esquerdistas Culposos e outras assombrações e, e em vez ficar criando novidades, vou apenas repetir um trecho do que dissera naquele texto, parafraseando o Pessoa:
Nunca conheci quem tivesse sido radical
Todos que me cercam são moderados em tudo, isentos... isentões... modinhas[1]... “progressistas”...
E eu? Tantas vezes radical, tantas vezes fascista, tantas vezes ideológico...
Eu, tantas vezes tendencioso, parcial, miliciano digital
Que tenho espalhado “fake news” pelas redes mesmo quando digo verdades
Que tenho feito discursos de ódio apenas porque discordo de quem “eu não devia”...
Que tenho sofrido censura e calado
E que quando não tenho calado, tenho sido mais censurado ainda.
Eu que tenho sido cômico aos “garantistas” de plantão
Que tenho sentido o olhar blasé de bandidólatras e laxistas[2]
Eu que tenho me defendido com base nas liberdades da Constituição
E que quando a hora da mordaça chegou: as tenho tido negadas
Para fora da possibilidade da Constituição...
Eu que tenho sofrido a angústia da perda das coisas boas e belas do mundo
Verifico que quase não tenho pares nisto neste país.
Todo “progressista” que conheço, doloso ou culposo[3]
Nunca teve um ato radical, nunca assassinou reputações,
nunca atacou opositores, nunca criticou a imprensa,
nunca atacou argumentos com slogans e mantras,
nunca pregou intolerância com os conservadores,
nunca negou espaço a quem pensa diferente...
Nunca foram senão democratas nesta vida, grandes democratas...
Quem me dera ouvir uma voz franca que me confessasse não uma “firme” opinião, mas um duplipensar.
Que me dissesse uma palavra existente e não da novilíngua
Que assumisse uma usurpação e não uma interpretação...
Mas são todos, todos eles (com plural no masculino como manda a língua mãe do Fernando) todos democratas sem nódoa.
Quem, neste país, confessaria sua vocação totalitária, oh, democratas, meus irmãos!
Então só eu que sou odiento e radical nesta terra?
Poderão
quebrar tudo, ameaçar idosos, avançar com violência sobre manifestantes
pacíficos, execrar quem cumpre a Constituição, ofender quem aplica
efetivamente a lei penal. Poderão censurar, cancelar e até cometer
crimes e abusos às vistas de todos, mas são “antifascistas”[4], são democratas: radicais?! Nunca!!!
Podem ter sido militantes em ambiente virtual, mas milicianos digitais: nunca!
Podem ter inventado um “novo” passado para alguém, mas divulgar “fake news” : nunca!
Podem ter escrachado e destruído reputações de opositores, mas discurso de ódio: nunca!
Podem ter apoiado isso tudo ou se omitido quando devia agir, mas partícipes: nunca!
Podem ter agido sem qualquer escrúpulo, mas radicais: nunca!
E eu,
que tenho sido miliciano sem estar em nenhuma organização, eu que tenho
dito fake News ao divulgar verdades e opiniões, eu que tenho feito
discurso de ódio por dar opinião fundamentada e fazer crítica de fatos
reais... Como poderei falar com esses meus iluminados superiores sem vacilar?
Eu que tenho sido radical, muito radical,
No sentido mais exagerado e infame do radicalismo!
Chega! Estou farto de “progressistas” dolosos e culposos, de isentões e de modinhas!
Chamam conservadores de radicais e ideológicos quando o conservadorismo é justamente contra revoluções e contra ideologias[5]. Acusam-me do que eles fazem, xingam-me do que eles são. E o radical sou eu?
Não
conseguem enfrentar um bom argumento lógico, um argumento de realidade,
um argumento de fatos, sem tentar distorcer, sem tentar desbordar, sem
tentar ignorar e fingir que não foi dito, sem tentar tirar invenções
ilógicas da cartola. Precisam negar o debate para manter a hegemonia,
precisam amedrontar todos os públicos por medo de serem desmascarados,
precisam manter todos às cegas para implantar suas ideologias
liberticidas. E o radical sou eu?
Precisam
distorcer os diplomas legais, exercer poderes que não possuem e negar o
poder àqueles de quem ele emana, mas o radical sou... EU?
Argh,
estou farto de iluminados, estou farto do ódio “do bem”, estou farto do
ativismo e do “garantismo” bandidólatra que despreza as vítimas e nos
fez campeões de homicídios e outros crimes.
Argh, onde há democratas no Brasil?
Continuemos procurando e buscando animá-los, porque já faz mais de um ano e nada melhorou...
O homem medíocre não acredita no que vê, mas no que aprende a dizer... (Olavo De Carvalho)
Na Tribuna Diária, publicado originalmente - Adriano Marreiros
Um rico acervo de seis meses de mensagens de WhatsApp guardadas pelo ex-ministro será levado ao inquérito no STF
Coup d´FHC - Sergio Moro - Honra e fuzis
[artigo de estreia do ex-juiz, ex-ministro Sérgio Moro -e, tudo indica,muito em breve ex-escritor.
A DefesaNet está iniciando duas séries especiais. Veja Nota.
"Nota DefesaNet
Iniciamos duas séries especiais:
1 -Coup d´Presse - contendo publicações da imprensa contra as Forças Armadas, sempre com intuito de desinforma e desestabilizar,
E iniciamos a segunda:
2 - Coup d´FHCcom as ações conduzidas pelo ex-presidente com o objetivo de
desestabilizar o Brasil e o Governo Constituído e as Forças Armadas.
O Editor' ]
Sérgio Moro - 19 julho 2020
O ano era 2016, auge da Operação Lava
jato. Já naquela época começaram a ocorrer manifestações populares de
apoio na praça em frente à justiça Federal em Curitiba. Nunca fui a essas manifestações porque, como juiz, não seria
apropriado. Não é soberba, mas necessidade de adotar posturas de
prudência e resguardo. Meu gabinete ficava em frente à praça e, por
vezes, eu olhava a movimentação pelas frestas das persianas. Em uma
dessas espiadas, vi um grupo minoritário carregando uma grande faixa com
os dizeres "intervenção militar constitucional já".
Confesso que aquilo me incomodou. Compreendo a insatisfação de muitos
com algumas deficiências da democracia: falta de serviços públicos
decentes, corrupção sistêmica, impostos elevados, estagnação econômica,
entre outras. Ser, por vezes, forçado, em eleições, a escolher entre
candidatos ruins também não éxatamente um sonho democrático. Mas a
democracia é o que temos como melhor forma de governo e a única medida a
fazer é melhorá-la, não acabar com ela.
Fiquei receoso de que a Operação Lava Jato fosse identificada com
alguma pauta antidemocrática. Já não faltavam aqueles que afirmavam,
mesmo em 2016, que a Lava Jato representava a criminalização da
política, dando à operação um viés autoritário ou jacobino. Na verdade,
não entendia e nunca vou entender esse argumento. Os condenados na Lava
Jato eram políticos que haviam recebido suborno, ou seja, que haviam
praticado crime de corrupção. Não se vislumbra como a punição de
políticos corruptos possa ser compreendida como algo radical ou
antidemocrático.
Mas "intervenção militar constitucional" era algo totalmente estranho à
Lava jato. Nenhum dos agentes de lei envolvidos tratou desse tema ou
defendeu medida dessa espécie. Na oportunidade, escrevi e enviei um pequeno bilhete solicitando,
gentilmente, ao pequeno grupo de manifestantes que recolhesse a faixa em
questão, a fim de evitar confusão entre o combate à corrupção dentro de
uma democracia e uma proposta estranha a esse propósito. Fui atendido,
para minha alegria.
Não deve ser ignorado ou depreciado o papel dos militares na
consolidação da independência e da unidade do país. Ao contrário, cabe
aqui o reconhecimento por todos. A Batalha de Guararapes, a Batalha
Naval do Riachuelo, a tomada de Monte Castelo e a atuação da FAB no 22
de abril de 1945 contra o Eixo resumem alguns dos melhores momentos da
história de nossas Forças Armadas e do próprio Brasil.
As Forças Armadas também participaram ativamente da vida política do
país, ainda que sob controvérsia, em capítulos como a proclamação da
República, o tenentismo, o governo militar após 1964, entre outros.
Importante destacar que, em todas essas intervenções, as Forças Armadas
não agiram exatamente sozinhas. Sempre havia o elemento civil que as
apoiava. Isso é convenientemente esquecido por muitos, principalmente em
relação aos reprováveis excessos cometidos durante o regime militar.
Desde a redemocratização, as Forças Armadas vêm se profissionalizando e
merecendo o devido destaque em missões internas e externas, tendo
inclusive sido prestigiadas internacionalmente, principalmente pela
missão como Força de Paz no Haiti, por solicitação da Organização das
Nações Unidas. Pesquisas de opinião, não raramente, colocam as Forças Armadas em
destaque pelos índices de aprovação usualmente superiores aos das
instituições civis. Em outras palavras, as Forças Armadas brasileiras construíram sua
história e merecem reconhecimento. Não há lugar, porém, para uma
inusitada "intervenção militar constitucional" para resolução de
conflito entre Poderes.
Entre os Poderes, há que se respeitar a separação e a harmonia. O
Legislativo faz as leis, o Executivo as executa e o Judiciário as aplica
em julgamentos de casos concretos. Cabe ao Judiciário controlar os limites constitucionais dos demais
Poderes. Esse modelo, da revisão judicial, foi importado pelo Brasil, em
1891, da Constituição norte-americana. Importante relembrar que isso
não foi uma trama de juízes e advogados da época e que os primeiros
presidentes da República eram inclusive militares.
(....)
Os militares precisam ser honrados. Deles depende a segurança externa e
a unidade do país. A história mostra que fizeram jus à confiança neles
depositada nas batalhas mais difíceis. Na presente crise política,
sanitária e econômica, precisamos dos militares, mas não dos seus fuzis e
sim dos exemplos costumeiros de honra e disciplina. Se o Poder Executivo confunde os seus papéis, ultrapassa os seus
limites ou infringe a lei, é a província e o dever próprio do Judiciário
censurá-lo, sem que isso signifique qualquer violação de suas
atribuições. Da mesma forma, não é uma anormalidade a censura
constitucional de uma lei pelo Poder Judiciário. A revisão judicial dos
atos dos demais Poderes é algo usual e já ocorreu inúmeras vezes no
passado, sem que, a despeito de eventuais críticas, gerasse crises
institucionais.
Não há, portanto, espaço para urna "intervenção militar constitucional"
contra o Judiciário. Falando francamente, não vislumbro risco de
movimento da espécie por parte das Forças Armadas, mas faria um bem a
todos se não precisássemos tratar sobre esse tema tão recorrentemente.
Para tanto, parece ser necessário deixar de invocar a todo o momento o
apoio dos militares, algo que só gera instabilidade e desmerece tanto a
história das Forças Armadas, como nossa imagem de democracia moderna e
pujante. Com tudo o que aconteceu desde 2016, não deveria ser
necessário, a esta altura, escrever um novo bilhetinho.
PS: Esta é minha primeira coluna para a Crusoé. Quinzenalmente estarei por aqui. Escolhi a revista pela independência jornalística e por ter com o corpo editorial algumas causas comuns, como o repúdio à corrupção e ao arbítrio. Espero que o leitor tenha gostado desta primeira coluna. Se não foi o caso, sempre é possível tentar de novo.