Ontem à noite, num exercício de zapeação de canais, deparei-me com uma propaganda do PT.
Fazia referência à mulher. O que me chamou a atenção, de forma extremamente agressiva, embora sem nenhum grau de novidade, foram os motes. Dizia que o PT defende o Brasil, “defende você”, a mulher.
Por óbvio que faz parte da estratégia gramsciana manipular mentes e dividir, jogando uns cidadãos contra os outros.
Embora o governo atual afirme que deseja a união, qualquer sujeito com um mínimo de esclarecimento já percebeu que o plano - uma vez que não há plano algum - é atacar o governo anterior e buscar, até a última gota, a vingança e o revanchismo.
Fato é que o presidente Luiz Inácio da Silva, ontem, mimetizando o Capitão, em seu programa semanal muito bem produzido, não fazia outra coisa senão criticar o ex-presidente e o atual presidente do BC.
Desde que o mundo é mundo sempre existiram distintas crenças e visões de mundo, o que no meu sentir, é positivo.
No entanto, nesse mundo da pós-verdade e da hiperpolarização política, das bolhas e dos sentimentos e das ações tribais, há uma total incapacidade de tratar e de discutir temas fundamentais para a sociedade brasileira, sem que se procure destruir supostos “inimigos”, e se corrompa a verdade e os fatos, em prol de uma ideologia que factualmente despreza o genuíno bem comum.
É amplamente conhecido que foi justamente esse partido “dos trabalhadores” que aprofundou, de maneira nefasta, a destruidora mentalidade de “nós” versus “eles”.
A propaganda petista, aparenta-me mais uma vez, uma peça que tem como objetivo central dividir a sociedade. Sempre que diferenças identitárias são enfatizadas, o convite ao conflito de uma “outra parte” é inevitável.
Unir de verdade o país, significaria sair do palanque e governar, buscando planejar e alcançar objetivos efetivamente de interesse geral e popular, tais como o aumento da atividade econômica, liderada pelo setor privado, a redução de impostos e a criação de mais empregos e de maior renda.
Objetivamente, a meta presente é o aumento do obeso Estado, e mais da devastadora coletivização.
Uma vez que o foco míope do governo está justamente em temas secundários, nas agendas das políticas identitárias e ambiental, não no indispensável crescimento econômico e social, as divisões e os conflitos tendem a crescer.
Não há como apostar um vintém no verdadeiro sucesso econômico e social desse “projeto” para o povo brasileiro. Aliás, penso que muitos daqueles que fizeram o “L” em razão da antipatia à figura do Capitão, arrependeram-se.
A lógica é lógica: alguns depositaram esperanças na união nacional.
A realidade é de efetiva desunião e da grotesca vingança.
A propaganda petista faz parte da marca PT, em que o nível de diferenciação dessa é justamente a desunião.
Não se pode esperar que essa marca, de fato, se concentre em ativos distintivos que salientem projetos pujantes e sadios para todos.
Alex Pipkin - PhD