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domingo, 6 de agosto de 2023

Ódio à classe média - Mais gastança, mais impostos - Gazeta do Povo

Vozes - Luiz Philippe de Orleans e Bragança

Governo não desistiu de cobrar impostos sobre dividendos e grandes fortunas. - Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Como se não bastassem as mudanças criadas com o fim do teto de gastos, o arcabouço fiscal, as regras do Carf e a famigerada reforma tributária, vêm aí mais pacotes para aumentar a arrecadação do governo e tentar sanar as gastanças incontroláveis. 
Trata-se de impostos que incidem sobre a renda e a propriedade, supostamente para pegar “os mais ricos e poderosos”, mas que na prática agirão contra a classe média: impostos sobre grandes fortunas, dividendos, altos salários e heranças. 
 Toda essa taxação é nociva a todos, e vamos explicar por quê.

“Grandes fortunas”
O primeiro ponto controverso é a definição do termo “grande fortuna”. Previamente e sem nenhum critério, foi estabelecido que ser rico é ter R$ 5 milhões ou mais em patrimônio. Parece muito?  
Certamente muitos dirão que sim, mas no contexto brasileiro e mundial é um valor extremamente baixo. Nos EUA há isenção até US$ 12 milhões (pouco menos de R$ 60 milhões) e diversas alternativas legais para se evitar pagar esse imposto.
 
No Brasil, várias propriedades adquiridas há 30 ou 50 anos, ou mesmo herdadas, valorizaram e já ultrapassam esse patamar de R$ 5 milhões. Muitas são moradias de aposentados ou de várias famílias. 
No momento em que se cria um imposto punitivo como esse, será necessário que os proprietários vendam seus bens; isso quer dizer que a casa onde uma família ou um casal aposentado mora será moeda para pagar o governo
Cria-se uma classe média sem patrimônio e empobrecida.

    Impostos desejados pelos petistas e que incidem sobre a renda e a propriedade, supostamente para pegar “os mais ricos e poderosos”, na prática agirão contra a classe média

Em segundo lugar, está evidente que as verdadeiras fortunas já estão fora do país há muito tempo. 
Os que realmente têm dinheiro são poucos em proporção à população e já se anteciparam; não esperaram ver o governo socialista confiscar seus bens. Detentores de muito capital já se protegem, faz tempo, com diversas camadas legais, vinculadas a entidades estrangeiras, e buscam até outras cidadanias para a família inteira. 
Ou seja, o brasileiro que tem de fato uma grande fortuna já deixou de ser só brasileiro e seus bens já não estão mais associados a suas pessoas físicas. A maior parte dos países que adotaram essa medida a abandonou, pois o custo de avaliar quantos ativos constituem uma grande fortuna não vale o valor dos impostos recolhidos.
 
O terceiro ponto, mas não menos polêmico, é o desincentivo a se criar e acumular capital e riqueza. 
É positivo e desejável que o cidadão crie patrimônio para sua família e seus descendentes, que comece de baixo para alçar postos de liderança e alcançar prosperidade financeira. Isso se chama mobilidade social. 
Mas na hipocrisia socialista a mobilidade social pelas mãos do mercado não vale. Para eles o que vale é manter a narrativa: “estamos fazendo justiça social!”

Na verdade, a maior parte das fortunas no Brasil não sobrevive por muitas gerações exatamente por causa de medidas destrutivas como essa que aparecem para o confisco da riqueza criada ciclicamente. Daí se criou um comportamento imediatista, pois o Brasil não proporciona um ambiente amigável à preservação de patrimônio. Medidas de taxação aleatória são mais um fator de êxodo de grandes fortunas do país que de aumento de arrecadação.

Tributação sobre dividendos
O problema principal de taxar esses ganhos é que as empresas que pagam dividendos a acionistas geralmente são estáveis, não estão em crescimento agressivo e, portanto, não precisam de fluxo de caixa. Essas empresas acham que remunerar seus investidores é a única saída para valorizar e dar liquidez às suas ações. Seus investidores têm perfil conservador, são na maioria os aposentados que buscam renda extra para poder pagar suas contas e viver melhor o seu dia a dia. 
O discurso de perseguir os grandes oligarcas com grandes estruturas financeiras obscuras não é válido, pois na prática regras de impostos sobre dividendos prejudicam justamente um segmento maior, mais visível e mais frágil da população, que são os idosos e seus dependentes. Apenas uma pequena parcela dos 5 milhões de pessoas que investem no mercado de capitais é formada por grandes investidores; então, trata-se de mais uma medida para perseguir o pequeno e médio investidor da classe média.
 
Investidores de empresas de capital aberto em bolsa não deveriam ser onerados com qualquer imposto sobre dividendos. 
Se fosse para discutir imposto sobre dividendos, o governo federal poderia focar nos valores pagos entre empresas que não são de capital aberto, ou seja, holdings privadas em que há arquiteturas de repasse de lucro, e não dividendos transparentes recebidos por pequenos investidores, que buscam mais renda em empresas abertas e estáveis.
 
Imposto sobre altos salários
Novamente, o que é um salário alto ou baixo, e quem os define? 
Essa provavelmente é a melhor fórmula para afastar executivos qualificados daqui e inibir a vinda de talentos do exterior. Estaremos, sim, exportando talentos e mentes criativas do Brasil, que provavelmente irão encontrar mais e melhores oportunidades no mercado internacional. Não é possível atrair executivos inovadores e que fazem diferença nas empresas brasileiras sem equiparar o valor que esses profissionais recebem em outros países.  
Se uma empresa paga um alto salário, é porque o funcionário é bom e ponto. 
O governo não tem nada a ver com isso. 
Trata-se de um desincentivo à competência e o resultado será uma classe gestora medíocre e ineficiente.
 
Imposto sobre herança
Com essa medida,
qual incentivo tem um pai de família para construir seu patrimônio e deixá-lo para seus descendentes? Nenhum.  
As consequências não param no âmbito familiar, mas se estendem à construção civil, aos empregos e à poupança. 
Bom lembrar que o sistema de poupança é financiador do mercado de construção, que emprega milhões de trabalhadores. 
Se a poupança também tiver data de expiração ou for taxada pesadamente, uma vez que dinheiro nas contas também é herança, não haverá incentivo para economizar.

Pessoas com alta renda deixarão o país, os aposentados perderão poder aquisitivo e qualidade de vida, as empresas não reterão talentos nem atrairão bons executivos para gerir seus negócios e haverá um grande desincentivo para se trabalhar e acumular patrimônio

Fico me perguntando de onde o governo vai tirar recursos para cumprir seus compromissos, pois sem poupança não há capital de giro para os bancos, que não poderão financiar nada nem ninguém. Provavelmente ambos devem tirar dos incautos que deixaram dinheiro parado na conta. 
Poucos países adotaram imposto sobre herança, e mesmo assim com uma alíquota baixa, pois essa medida vai contra a própria lógica do trabalho. Não há por que tributar bens e capital que já foram tributados; por isso, tal imposto também se configura como bitributação.

O pior é que para toda essa arrecadação não há nenhum programa específico, como a construção de uma ponte ou projeto de integração social; é tudo um blablablá que serve como desincentivo para a herança, a poupança, a renda e o desenvolvimento; tudo em nome de uma utópica e fictícia “justiça social” que só se observa nos gastos perdulários do governo.

A riqueza de um país é a riqueza nas mãos da sua população e não nas mãos do Estado.  
 
O atual governo ignora o fato de que há muito dinheiro barato circulando no mundo, buscando bons mercados. 
Ignora também como atrair esse capital abundante e barato e opta em se sabotar tornando o Brasil um ambiente hostil à geração e preservação de riqueza. 
E, na mesma moeda, está se limitando a captar somente o dinheiro mais escasso, mais caro e mais sacrificado, que é o dinheiro das famílias brasileiras, para financiar suas gastanças.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

Luiz Philippe de Orleans e Bragança, é deputado federal, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 


terça-feira, 25 de janeiro de 2022

Grandes fortunas - O Estado de S.Paulo

J. R. Guzzo

Imposto vai distribuir renda, mas a renda irá todinha para o bolso dos magnatas da máquina estatal

Fábio Motta/Estadão
                                       Fábio Motta/Estadão
 
A conversa sobre o imposto das grandes fortunas fica particularmente surreal neste momento em que um relatório obtido por O Estado de S. Paulo revela que os salários em empresas estatais controladas pela União podem chegar aos R$ 145 mil por mês. O salário médio na estatal Pré-Sal Petróleo S.A., por exemplo, é de R$ 34 mil mensais – imaginem, então, o máximo. Há pouco soube-se que há procuradores do Ministério Público levando R$ 400 mil por mês, e juízes de direito com mais de R$ 100 mil sem contar com o R$ 1,6 milhão que o ministro Luiz Fux gastou em 2021 unicamente com o aluguel de jatinhos para levá-lo ao Rio de Janeiro (e trazê-lo de volta) a cada fim de semana. O que você acha que vão fazer com o dinheiro dos milionários? Vai ter procurador ganhando R$ 500 mil.

Nada mais fácil de se encontrar neste país, nos dias de hoje, do que um defensor apaixonado do “imposto sobre grandes fortunas”. Imaginem só: os próprios donos dessas grandes fortunas, com as suas sensibilidades sociais subitamente chocadas, dizem que querem pagar mais imposto – algo que jamais se ouviu desde que o primeiro faraó cobrou o primeiro centavo para ajudar na construção da primeira pirâmide. 

O ato de contrição foi feito em público numa dessas reuniões internacionais periódicas em que milionários, durante 15 minutos, fazem e ouvem discursos para melhorar o mundo. “Forcem-nos a pagar mais impostos”, pediu ali, em abaixo-assinado, um grupo de cem bilionários e milionários angustiados por serem tão ricos como são. Os apóstolos do “imposto sobre grandes fortunas” ficam encantados com essas coisas. É a prova, dizem eles, de que está mais do que na hora de “debater o tema”.

Ninguém é bobo. Se o sujeito tem US$ 100 bilhões no bolso, e diz que topa ficar só com US$ 99,5 bilhões para tornar o mundo mais igual, todo mundo sabe que não vai acontecer absolutamente nada nem ele vai ficar mais próximo do “homem comum” nem a sociedade vai ficar menos desigual. É pura hipocrisia

Quem prega o novo imposto sabe muito bem que não vai pagar nem um real a mais – a coisa será desenhada, é claro, de forma a não atingir quem está escrevendo a lei. Os que eventualmente terão a pagar não vão sentir diferença; podem até dar uma gorjeta, para arredondar a sua parte. 

Pior que tudo: a população humilde a quem a nova arrecadação deveria beneficiar não vai ver um átomo sequer desse dinheiro. Os políticos, como sempre, dirão que o imposto servirá para “distribuir renda”. Sim, vai distribuir renda, mas essa renda irá todinha para o bolso dos magnatas da máquina estatal. 

J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo

 



sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Fogo amigo - PT aumenta críticas contra Dilma e logo estará votando contra

Veto de Dilma à correção da tabela do IR foi um erro, diz vice-presidente do PT

Para Alberto Cantalice, é preciso "criar novas alíquotas para taxar os cidadãos de altas rendas"

O vice-presidente do PT, Alberto Cantalice, condenou em postagem no Twitter o veto da presidente Dilma Rousseff (PT) à correção nas alíquotas sobre o Imposto de Renda (IR). "O veto à correção da tabela do imposto de renda foi um erro. O que se tem, é criar novas alíquotas para taxar os cidadãos de altas rendas", disse o dirigente petista em postagem na rede social.

Na terça-feira, 20, a presidente vetou a correção de 6,5% na tabela do Imposto de Renda Pessoa Física, aprovada pelo Congresso Nacional em dezembro. O governo afirmou que vai enviar ao Congresso uma medida provisória para corrigir a tabela pelo centro da meta da inflação, de 4,5%. Desde 2010, no entanto, a inflação oficial medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) tem superado o centro definido pelo governo, acumulando uma defasagem que penaliza mais os pobres.
 
Também hoje, na mesma rede, Cantalice defendeu a taxação de grandes fortunas e criticou a discussão em torno da possibilidade de abertura do capital da Caixa Econômica Federal (CEF). "Outro erro crasso, seria a abertura do capital da Caixa Econômica Federal", tuitou na sequência da postagem em que criticou o veto à correção na tabela do IR. "Defendemos a criação do Imposto sobre Grandes Fortunas. Não podemos continuar ad eternum tendo os impostos indiretos taxando os mais pobres", disse em uma postagem.

 

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Taxação das grandes fortunas

Não funciona

O imposto sobre fortunas é uma daquelas invenções aparentemente simples, mas que não funcionam. Por uma razão: o tema é mais complexo do que parece


Taxar as chamadas grandes fortunas é desejo cultivado por qualquer governante em busca de dinheiro aparentemente fácil. E com a vantagem de poder apresentar o novo imposto como um ato de “justiça social”, bandeira sempre simpática, capaz de encobrir qualquer aberração de política econômica. A história desse imposto começou no século XIX, quando foi criado por socialistas ingleses. Caiu em desuso pelas dificuldades que cercam o gravame, e há pouco voltou ao noticiário por meio do best-seller “O capital no Século XXI”, de Thomas Piketty, economista francês.

Baseado em ampla compilação de estatísticas de vários países, Piketty se propõe a provar que a renda do capital derivado de herança e patrimônio próprio supera, e jamais deixará de ser assim, a renda do trabalho. Ato contínuo, Piketty propõe um imposto sobre patrimônio para reduzir as desigualdades sociais no mundo. Ideias como esta são tentadoras desde sempre. Por esse motivo, e considerando a atmosfera ideológica na qual trabalhou a Constituinte de 1987, a Constituição brasileira, promulgada no ano seguinte, prevê este imposto em um dos artigos. Jamais foi regulamentado. O então senador Fernando Henrique Cardoso apresentou projeto com este fim, e só.


Mais de uma década de governos do PT, partido de esquerda, já seria tempo de o dispositivo constitucional ser aplicado. Na base aliada, houve pelo menos uma tentativa. Sem sucesso. Pode-se entender que a base do Planalto é tão heterogênea que não conseguirá se unir em torno deste imposto.

Mas o ponto central nesta discussão é que se trata de ilusória a vantagem da taxação de fortunas. Um primeiro ponto é o custo de arrecadação do imposto, muito alto. Como se trata de um gravame declaratório — ele é arrecadado sobre o que é declarado pelo contribuinte —, a coleta tende a ser baixa, devido à previsível substimativa da base a ser taxada.

Logo, é imprescindível montar-se uma estrutura de fiscalização para combater a evasão. No final das contas, a conclusão sempre é que o custo da estrutura não compensa o resultado da arrecadação. Entende-se por que muitos países suprimiram este imposto, inclusive a Inglaterra.


Outro problema: tão logo se torne uma possibilidade concreta o imposto sobre fortunas, as famílias abastadas transferirão todo ou parte do patrimônio para países sem o tributo. E sua riqueza crescerá apenas no exterior. Os empregos e a renda gerados por grandes patrimônios familiares migrarão para o exterior, portanto. Péssimo negócio, certeiro tiro no pé do próprio país. Há, ainda, grandes riscos de se praticar injustiças: quando herdeiros de patrimônios imobiliários não têm dinheiro para arcar com a taxação. O imposto sobre fortunas é uma daquelas invenções aparentemente simples, mas que não funcionam. Por uma razão: o tema é mais complexo do que parece.

Fonte: Editorial - O Globo