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segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

“De olho no agro” e outras notas - Revista Oeste

Bruno Meyer

Campo de plantação | Foto: Shutterstock
Campo de plantação - Foto: Shutterstock 

…depois do tiro no pé…
A elaboração dessa nova linha de crédito ocorre cerca de um mês depois de o Bradesco ter arranhado a imagem com o público-alvo. Um vídeo publicitário para promover um aplicativo do banco que calcula pegadas de carbono foi tirado do ar após irritar o agronegócio e levou o presidente do Bradesco a se retratar. Diversas associações, federações e sindicatos emitiram notas de repúdio e ameaças de fechamento de contas. Não ficaram só nas ameaças. A Caixa e o BB viram um aumento de novas contas no setor nos últimos dias de 2021.

…100 agências
Com 4.200 agências atualmente, a Caixa vai abrir mais 300, sendo 100 exclusivas para o agronegócio, sem porta giratória, uma em cada Estado brasileiro, para servir de relacionamento ao pequeno, médio e grande produtor. Executivos do banco, incluindo o presidente, identificaram o Espírito Santo e Santa Catarina como regiões de maciços pequenos agricultores, que praticamente nunca receberam auxílio. “São colônias italianas e alemãs, com 10 ou 15 hectares, mas com grande produtividade. A orientação da Caixa antes era o repasse apenas para cooperativas de crédito e bancos, como Bradesco e Santander. “Decidi acabar com os repasses e assumir a operação”, disse Guimarães a Oeste.

I have a dream
Pessoas próximas a João Doria nutrem um sonho: colocar o governador de São Paulo na liderança da chapa presidencial, com a senadora Simone Tebet como vice e o ex-juiz Sergio Moro como senador. Argumentam, inclusive, que o silêncio de Doria neste mês é estratégico e seria uma prova de que ele quer deixar o ex-juiz da Lava-Jato “se queimar” sob os holofotes no começo de 2022, para abraçá-lo daqui uns meses. Todos são unânimes em dizer que não há nenhuma chance de Doria abrir mão da candidatura a presidente para ser vice de um nome da terceira via.

Sem calça apertada
Aos 60 anos, o empresário de hotéis e restaurantes de luxo Rogério Fasano vai se aventurar em outro ramo em 2022: ele prepara o lançamento de uma grife de roupas masculinas. A Gero Fasano será uma linha mais sofisticada, premium — com a promessa, diz Fasano, de acabar com as calças justas para os homens.

Tudo por um popstar
A ordem na operação brasileira da Netflix, com sede em Barueri, é não economizar para reter as grandes estrelas de seu casting no país. Na surdina, o maior serviço de streaming do mundo tem oferecido a seletos nomes bolsas de estudos para cursos de atuação, direção ou inglês no Estado norte-americano da Califórnia e um contrato maior para estrelar produções estrangeiras da empresa. A ideia é investir no que o país tem dado em troca: a Netflix tem cerca de 221 milhões de assinantes no mundo, e o Brasil já é o segundo maior mercado da empresa. No último trimestre de 2021, a empresa adicionou 8,2 milhões de novas contas em sua base. Parece muito (e é), mas o mercado financeiro esperava mais — razão pela qual as ações da companhia já recuaram 40% só em janeiro. 

Duelo de gigantes
Os mimos oferecidos a poucos nomes brasileiros são uma resposta à concorrência feroz no mercado. A Disney quer expandir seu orçamento de conteúdo em US$ 8 bilhões em 2022. A Netflix deve gastar US$ 17 bilhões. A Amazon nem precisa falar: o gigante norte-americano de Jeff Bezos não mede esforços no conteúdo do Prime Video. Entre os funcionários da Netflix no Brasil, o nome mais temido é o da executiva Malu Miranda, da Amazon. É ela quem tem assediado nomes fortes do showbiz nacional, para atrair para a plataforma. Na lista, figuras com contrato vigente na Globo e na Netflix.

Brasil na tela
De fato, o Brasil gosta de ver o Brasil na tela:
entre as dez produções mais vistas da Netflix, a maioria é nacional, como as novelas infantis do SBT. Com uma semana no ar, a comédia brasileira Lulli, estrelada por Larissa Manoela, virou o filme de língua não inglesa mais visto no mundo na Netflix. A consultoria inglesa Ampere Analysis reportou, recentemente, que o investimento em conteúdo vai ultrapassar US$ 230 bilhões (R$ 1,3 trilhão), sobretudo por serviços de streaming por assinatura.

“Os brasileiros estão lendo mais e continuarão a ler”
Além dos gigantes norte-americanos — como Google, Amazon e Microsoft, esta última viu o lucro crescer 21% no último trimestre —, um dos setores que se beneficiaram na pandemia foi o mercado de livros. No Brasil, o faturamento das editoras brasileiras subiu 29% em 2021, comparado com o ano anterior. A bonança se traduz em mais números: a indústria faturou R$ 2,28 bilhões no ano passado, contra R$ 1,76 bilhão em 2020. Os brasileiros compraram 55 milhões de exemplares em 12 meses, outro aumento significativo, comparado aos 42,5 milhões de 2020. Os dados são do Sindicato Nacional de Editores de Livros, o SNEL, em parceria com a consultoria Nielsen.

“Os brasileiros estão lendo mais”, conclui Marcos da Veiga Pereira, dono da editora Sextante e que acaba de encerrar um ciclo de sete anos na presidência do SNEL. Ele fala, em entrevista a Oeste, sobre os resultados positivos atuais e os desafios da indústria livreira, com a concorrência de gigantes como a Amazon às séries populares de TV. Para ele, o hábito das pessoas em maratonar uma série talvez inviabilize o surgimento de um novo fenômeno livreiro nos próximos anos, como Harry Potter, Cinquenta Tons de Cinza, O Código da Vinci, A Cabana e O Segredo. A propósito, os três últimos foram lançados por Pereira. 

Como o senhor vê o aumento de faturamento e exemplares vendidos no Brasil?
Foi uma gratíssima surpresa. Nenhum de nós imaginava isso no início da pandemia. Os brasileiros estão lendo mais e continuarão a ler, porque o hábito da leitura é muito poderoso. Há ainda uma porção de novas lojas menores surgindo e fazendo sucesso, como a rede Leitura, em Salvador, e a Vila, no Rio. Entre setembro de 2020 até o fim de 2021, 40 novas lojas foram abertas. Estão redescobrindo os novos lugares. Não é mais a megastore. A ideia da megastore (um dos motivos da recuperação judicial da Saraiva e da Cultura, duas redes que já foram as maiores do país) é ineficiente, desnecessária. Para que 100 mil títulos diferentes? A livraria tem de ter uma boa curadoria, bons livreiros, bom atendimento, ter os lançamentos. Hoje, a tendência são lojas que precisam ser menores, aconchegantes, como se fosse um ponto de encontro.  

Leia também “‘Os abusos do politicamente’ correto e outras notas”

Por falar em agro,  sugerimos: Cultivar é preciso

Bruno Meyer, Colunista,Revista Oeste - MATÉRIA COMPLETA


sexta-feira, 20 de maio de 2016

Secom manda suspender patrocínio da CEF para encontro de “blogs sujos”


Adivinhem quem vai fazer o discurso de abertura... Sim! Ela, a “Afastada”. Secom tem de fazer uma auditoria na área
Aplausos para a decisão! O governo Michel Temer ordenou que a Caixa Econômica Federal suspenda o patrocínio de R$ 100 mil reais para um evento promovido pelos sedizentes blogueiros progressistas, que já contavam com farto financiamento de estatais e do próprio governo federal.

O 5º Encontro Nacional de Blogueiros e Ativistas Digitais acontece entre os dias 20 e 22 de maio em Belo Horizonte, Minas. Adivinhem quem vai abrir o encontro… Sim, Dilma Rousseff, a Afastada. O tema não poderia ser mais eloquente: “A defesa da democracia e a luta contra o golpismo midiático”. Entenda-se: para um blogueiro dito “progressista”, de esquerda, “golpistas” são aqueles que não concordam com eles e que defendem a Constituição.

Aliás, a Secom (Secretaria de Comunicação Social) mandou reavaliar todas os contratos de publicidade com os veículos de comunicação. Até porque a companheirada decidiu torrar toda a verba, né?, o que inclui a farta distribuição de dinheiro para os blogs sujos.

A questão é tão importante para o PT que Rui Falcão, presidente do partido, resolveu escrever sobre o assunto na página oficial da legenda. Ele acha um absurdo que o governo federal e as empresas públicas parem de financiar blogs que se dedicam a defender o PT e os petistas e a atacar os adversários do partido — ou aqueles que eles julgam adversários. Falcão acha que a função do estado brasileiro é defender a sua agremiação.

A questão chega a ser surrealista. Venham cá: se um governo pode financiar os ditos “blogs progressistas”, não poderia, então, financiar também “blogs reacionários”??? A propósito: o que há de “progressista” em ter o nariz marrom, em viver de joelhos para o poder, em exercer a voz do oficialismo?

Aliás, espero que o governo Temer mude a relação com os veículos de comunicação. Há que se criar um critério objetivo para distribuir a verba publicitária que pertence ao povo brasileiro, não aos partidos. O único critério aceitável é o técnico. Não! Eu não acho que, agora, chegou a hora de “pagar para o outro lado”; eu não acho que Temer deva financiar os blogs que falem bem dele e mal do PT. Eu sou contra esse tipo de pistolagem. É preciso respeitar o dinheiro dos brasileiros.

Até porque, meus caros, não duvidem que alguns dos blogs sujos mudariam bem fácil de lado… Bastaria pagar o preço. É preciso parar com essa sem-vergonhice. Isso é chantagem.

Auditoria
Mas é preciso mais do que isso. A Secom tem de proceder a uma auditoria rigorosa para saber como o dinheiro da publicidade oficial foi empregado, ao longo dos anos, para fazer o trabalho sujo dos sujos. O lugar de alguns personagens que fizeram parte desse enredo macabro é a cadeia.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo


quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Milionário do DF só verá o dinheiro, que ganhou sozinho na Mega-Sena, quando acabar a greve dos bancários



Prêmio da Mega-Sena saiu da Lotérica Sonho Feliz, na 302 Sul
O mais novo milionário do Distrito Federal, que levou sozinho o prêmio de R$ 47 milhões da Mega-Sena, só verá o cheiro do dinheiro após o fim da greve dos bancários. O prêmio saiu da quadra 302 Sul, na Lotérica Sonho Feliz, próxima ao Shopping Fashion Mall.  

O sortudo ganhou sozinho um total de R$ 47.335.685,52 na noite desta quarta-feira (21/10).
De acordo com Eduardo Araújo, presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília, enquanto patrões e empregados não chegarem a um acordo, o ganhador só será milionário no discurso: ele pode retirar o prêmio em qualquer agência da Caixa Econômica Federal, mas só depois que a paralisação terminar. [é sabido que  várias agências bancárias estão funcionando, incluindo agências da Caixa, só que as da CEF funcionam em menor número, visto que devido uma dessas aberrações que só existe no Brasil os funcionários da Caixa,  que não tem personalidade jurídica de banco e sim de autarquia, são considerados funcionários públicos e com isso sempre são os primeiros ‘bancários’ a entrar em greve e os últimos a sair.
Mas, pelo volume em questão, o sortudo conseguirá ser atendido de modo VIP e investir o  prêmio.]
"Hoje teremos uma reunião com a Federação Nacional dos Bancos às 14h. Depois, vamos também conversar com a Caixa. Mas só após consultarmos os bancários em assembleia é que teremos uma decisão", explica. A categoria exige um reajuste salarial de 16%, maior segurança nas agências, novas contratações e o fim das metas consideradas abusivas

[todo ano os bancários fazem uma greve e conseguem reajuste. É a única categoria que não acumula perdas salariais. E agora querem trabalhar menos, ganhar mais e não ter metas a cumprir.]  Na última negociação, a Febraban ofereceu um reajuste de 8,75, abaixo da inflação acumulada na data-base. No Brasil, 11.437 agências estão fechadas. O movimento grevista acontece desde o dia 6 de outubro. 

 Investimento
O apostador gastou R$ 98 e escolheu oito números, de acordo com a Caixa Econômica Federal. Com esse "investimento", a probalidade de acerto é de 1 em 1.787.995. Ele tem 90 dias para resgatar a bolada, contados somente após o fim da greve.   

Confira os números
As dezenas sorteadas foram: 08 - 15 - 29 - 35 - 45 - 54. Cada uma das 149 apostas ganhadoras da Quina vai levar R$ 30.199.58. Na quadra, foram 8.929 bilhetes acertadores que vão receber R$ 719,92 cada.

Fonte: Correio Braziliense

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Brasil: tudo é crime, tudo é racismo. Não importa que haja crime, basta o ‘politicamente correto’ ser ignorado. Brincadeira entre jovens atletas é considerado racismo



Justiça manda Renner indenizar vendedora chamada de “filhote de macaco” por colegas de trabalho
Para Tribunal Superior do Trabalho, ficou constatada ‘conduta desrespeitosa, humilhante e discriminatória’
A rede de Lojas Renner S.A foi condenada a pagar R$ 40 mil de indenização por danos morais a uma assistente de vendas vítima de injúria racial de uma colega de trabalho e uma gerente. Para a Sétima Turma do Tribunal Superior do Trabalho, que não foi favorável a um recurso da empresa, ficou constatada a ‘conduta desrespeitosa, humilhante e discriminatória em razão da raça da funcionária’.
[faz parte da maldita política petista a luta de classes e entre as várias formas estimuladas se destaca o esforço de transformar qualquer brincadeira entre jovens em crime hediondo.

As informações foram divulgadas no site do Tribunal Superior do Trabalho. Na reclamação trabalhista, a vendedora contou que passou por longo processo seletivo e foi selecionada para trabalhar em uma loja da rede em São Paulo. Ela disse que a costureira da loja constantemente se referia a ela como “filhote de macaco” e “lixo”, e a gerente dizia que ela deveria continuar trabalhando com “vassouras e baldes”. O tratamento, afirmou, era injustificado, pois sempre procurava trabalhar bem vestida, maquiada e de salto alto, disposta a conquistar os clientes.

Segundo a Justiça, testemunhas confirmaram que as ofensas eram reiteradas e que a vendedora chegou a conversar com a psicóloga da empresa e com a supervisora do setor sobre o caso, que teriam orientado a costureira a pedir desculpas. Ainda assim, contou a vendedora, nada mudou em relação aos xingamentos. Condenada pelo juízo de origem e pelo Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (SP) a pagar R$ 40 mil de indenização, a Renner tentou levar o caso ao TST por meio agravo de instrumento. A rede de lojas argumentou que não havia prova cabal que configurasse a existência do dano sofrido, e que a trabalhadora nunca sofreu qualquer humilhação, abalo ou dano à honra nas dependências da loja.

O relator do processo, ministro Vieira de Mello Filho, observou que o TRT fez uma análise “acurada e detalhada” dos fatos e provas, sobretudo a testemunhal, para chegar à conclusão de que ficou comprovada a conduta desrespeitosa da empresa, não cabendo discussão quanto à ocorrência do dano moral.  “O empregado, ao firmar o contrato de trabalho com o seu empregador, não se despoja dos direitos inerentes à sua condição de ser humano, que devem ser respeitados pelo tomador dos serviços, em face dos postulados da dignidade da pessoa humana e da boa-fé objetiva”, afirmou, citando os artigos 1º, inciso IV, da Constituição da República e 422 do Código Civil de 2002.

A Renner foi procurada pela reportagem, mas ainda não respondeu ao contato.


Secretaria de Igualdade Racial encaminha caso do ginasta Ângelo para a Polícia e o Ministério Público
Ouvidor da secretaria vê crime de racismo agravado pela divulgação do vídeo com piadas ofensivas por meio das redes sociais – esse ouvidor quer transformar uma brincadeira entre jovens amigos em um crime.
As piadas contra o ginasta Ângelo Assumpção, que é negro, feitas por seus colegas de treinamento Arthur Nory, Fellipe Arakawa e Henrique Medina Flores, chocaram o ouvidor da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Carlos Alberto Júnior, que resolveu enviar ofícios ao Ministério Público Federal (MPF), à Polícia Federal (PF), à Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) e ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) da CBG. Por entender que o video exibido em primeira mão pelo GLOBO no dia 15 de maio evidencia dois graves crimes, o ouvidor solicitou que cada um desses órgãos tome providências cabíveis.

No que diz respeito ao MPF e da PF, é possível que estes determinem a abertura de um processo judicial e de inquérito policial contra os atletas. O caso ocorreu quando o grupo treinava em Portugal na segunda quinzena deste mês. Um vídeo divulgado por Arthur em sua página na rede social Snapchat mostrou cenas em que ele e os outros dois tentavam ridicularizar Ângelo por ser negro. Depois de dizerem que num celular em funcionamento a tela é branca, eles perguntavam a Ângelo de que cor era a tela de um celular com defeito, tentando fazer com que ele respondesse que era preta. Noutra piada, eles disseram ao rapaz que um saco de supermercado era branco, querendo saber de que cor era um saco de lixo. O trio desejava que Ângelo afirmasse que era preto.

Após analisar o vídeo e o material que vem sendo veiculado pela imprensa, Carlos Alberto Júnior comentou:  — Nós entendemos que ocorreram ali dois tipos evidentes de indícios de crime a serem apurados pela PF e pelo MPF. É perceptível que houve um crime de injúria racial, bem como houve outra violação, a da postagem do vídeo nas redes sociais. Isso fere o Artigo 20 da Lei 7.716, de 1989, sobre incitar e induzir à prática de discriminação racial. 

A Ouvidoria da Seppir [que tem o status de ministério = em 38 ministérios, um  a mais ou a menos nada significa; tem ministérios tão importantes – certamente a Seppir é um deles – que seus titulares precisam ser citados por edital.], mas recebe as denúncias dos cidadãos ou atua também nos casos expostos pelas redes sociais — explicou o ouvidor, por telefone, de Brasília. — O caso foi difundido amplamente pelos movimentos sociais de defesa dos negros, pelos blogs e pela mídia. Por isso, abrimos um procedimento administrativo para análise prévia e decidimos encaminhar o caso às quatro instituições citadas.

De acordo com o ouvidor da Seppir, os quatro órgãos aos quais a Seppir enviou ofício ainda não se pronunciaram. Para Carlos Alberto Júnior, uma denúncia de racismo pode, sim, ser levada adiante, mesmo que a vítima, no caso Ângelo não queira fazê-lo. Recentemente, na terça-feira, os quatro atletas prestaram depoimentos perante o auditor Felipe Bevilácqua, do STJD da CBG, no Rio, e de lá saíram se abraçando, como velhos amigos. No entender do ouvidor, isso, porém, não quer dizer que o tribunal não vá levar o caso adiante.  — Continuo insistindo que o crime de racismo independe da vontade e da amizade (entre as pessoas envolvidas), não podendo ser omitido, escondido ou entendido como brincadeira — advertiu. — Também não acredito que o STJD, que prega a democracia, a igualdade, o combate ao racismo deixe de repreender esta prática. Em especial num ano olímpico, nosso país não pode ser visto como racista ou como omisso diante da prática de racismo.

De qualquer forma, Arthur, Henrique e Fellipe já vêm sentindo a punição em seus bolsos, além de terem sido suspensos preventivamente por 30 dias pela CBG. Procurada pelo GLOBO a respeito do caso, a Caixa Economica Federal (CEF), patrocinadora da CBG, respondeu por meio de sua assessoria de imprensa, que aguarda uma posição final da CBG a respeito do caso, mas confirmou que por enquanto os vencimentos dos três atletas acusados estão suspensos:   “A Caixa suspendeu a transferência de valores para pagamento de bolsas incentivos aos atletas envolvidos, conforme prevê o contrato, e aguarda a decisão final dos órgãos competentes. Em todos os contratos de patrocínio esportivo, há cláusula específica com obrigações e penalidades aos atletas e técnicos, no caso de sua participação ou envolvimento em atos não condizentes com a postura desportiva. As mesmas penalidades são aplicadas nos casos de condenação pela CBG, ou outro órgão controlador, por conduta desonrosa ou imoral”, afirmou o banco por meio de sua assessoria, antes de completar: “A Caixa repudia qualquer manifestação racista e acredita na dignidade de todo ser humano e na universalidade de seus direitos fundamentais.” [a Caixa é presidida por pau mandado do governo petista – acho que a presidente atual é a viúva do ex-prefeito Celso Daniel – e tem se destacado pela piora constante na qualidade dos serviços.
os serviços que já eram ruins estão agora péssimos.
Quanto a Educafro está em todas as questões em que possa aparecer.]

A Educafro, que promove cursos pré-vestibulares para jovens negros e de classe sociais mais baixas, vem estudando uma ação na Justiça contra os três acusados, além de já ter enviado uma carta à CEF, exigindo uma posição oficial do banco sobre o assunto, solicitando até mesmo o corte do patrocínio à entidade esportiva. Presidente da Comissão de Igualdade Racial-CIR/ OAB-RJ e coordenador nacional de comunicação do Movimento Negro Unificado, o advogado Marcelo Dias lamentou que a Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) não tenha respondido ao pedido de uma reunião com os quatro atletas. — Vou consultar e propor à direção da OAB-RJ que convide os quatro atletas a prestarem esclarecimentos à nossa comissão — antecipou.


quarta-feira, 15 de abril de 2015

PSDB se divide sobre pedido de impeachment da presidente Dilma



Bancada da Câmara quer legenda à frente desse debate, mas Senado é contra; cúpula da sigla não tomou posição
Principal partido de oposição, o PSDB rachou sobre a proposta de entrar formalmente com um pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Enquanto a bancada da Câmara dos Deputados defende que a legenda tome a frente desse debate, a do Senado é contra levantar essa bandeira. A ideia também divide a Executiva nacional da legenda.  O tema foi levantado ontem em uma reunião da bancada de deputados com o presidente nacional da sigla, senador Aécio Neves (MG). No final do encontro, Aécio pediu para que deputados que defendiam a proposta se manifestassem. Praticamente todos os presentes levantaram a mão a favor.

O principal defensor da ideia na Câmara é o líder da minoria, Bruno Araújo (PE), que conta com o apoio do líder da bancada, Carlos Sampaio (SP).  Segundo um integrante da Executiva do partido, os deputados estão “radicalizando” por sentirem mais a pressão das ruas e temerem que outro partido de oposição assuma o protagonismo desse movimento. 
Pesa nesta iniciativa o fato de o PSDB tentar se aproximar dos movimentos que organizaram as últimas manifestações, que reuniram milhares de pessoas em todo o Brasil, Senador Aécio Neves presidente do PSDB, com o senador José Serra e o lider do partido na Câmara, deputado Carlos Sampaio durante reunião da sigla.
Horas antes da reunião com a bancada da Câmara, o assunto foi discutido entre os senadores tucanos num almoço. A avaliação da maioria é que ainda não há um fato concreto para pedir o afastamento da presidente Dilma. Também pesa o argumento jurídico de que a petista não poderia perder o mandato por ter cometido um crime antes de ter sido eleita. 
Aécio tem atuado para mediar as duas vontades. Nesta terça, ele afirmou que o PSDB ainda não tomou uma decisão, mas estuda a possibilidade de entrar com um pedido. “Nós estamos discutindo absolutamente todas as alternativas. Mas não existe uma posição, até este momento pelo menos, de o PSDB de protocolar institucionalmente o pedido de afastamento da presidente”, disse. 

ParecerEle confirmou que o partido pediu ao ex-ministro da Justiça Miguel Reale Júnior que avaliasse as denúncias que já surgiram contra Dilma para verificar se há elementos concretos para a abertura de um processo nessa direção. “O doutor Miguel Reale está avaliando todas essas denúncias que se sucedem, uma mais grave que a outra, para ver se há caracterizado neste momento um crime de responsabilidade.” 
Ao Estado, Reale Júnior disse que o seu parecer não se refere, na prática, ao impeachment, mas sim à avaliação se houve um crime comum para a solicitação de uma eventual ação penal. “O ponto nuclear é a análise das ‘pedaladas fiscais’ detectadas no TCU”, disse. O pedido dos tucanos foi revelado pelo jornal Folha de S.Paulo.
O jurista se refere a um relatório do Tribunal de Contas da União que diz que o governo descumpriu a lei de responsabilidade fiscal ao adiar repasses para os programas sociais, como o Bolsa Família, que ficaram a cargo da Caixa Econômica Federal. 

Fonte: Estadao