Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador honesta. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador honesta. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

Lula, imprensa e mentiras - Luís Ernesto Lacombe

Vozes - Gazeta do Povo

Jornalismo e política

Lula aprendeu com a mãe que a mentira é poderosa. Andou pelo mundo mentindo e recebendo aplausos.  
Agora, voltou com tudo, escoltado por uma imprensa que também entrou nessa de inventar histórias, de criar narrativas, desprezando os fatos, o mundo real. Há um comportamento sistemático de jornalistas, já faz algum tempo, parecido com o de Lula, “a alma mais honesta do mundo”. Deixaram de ser observadores, curiosos, desconfiados, perderam o senso crítico, desistiram de perguntar, de questionar, de duvidar. 
As maiores mentiras já não são rebatidas, podem ser apenas ignoradas, ou confusamente atenuadas, editadas de forma militante, recriadas, lançadas como a mais pura verdade aos leitores de manchetes.
 
Lula e grande parte da imprensa podem chamar quem quiserem de terroristas. Não importa se a lei estabelece que terrorismo é a prática de atos de destruição, por uma ou mais pessoas, motivada por xenofobia, ou qualquer forma de discriminação, de preconceito...  
Não há referência a questões políticas, ideológicas, mas Lula e seus jornalistas estão autorizados por eles próprios a escolher como classificar os outros. Podem tratar como democratas aqueles que pensam como eles e como terroristas, golpistas, extremistas, nazistas, fascistas e genocidas todos os que pensam de forma diferente.  
Resolveram dividir a humanidade a partir de critérios insanos, absurdos, risíveis até. Esqueceram que a separação deveria se dar entre os que têm caráter e os que não têm, entre honestos e desonestos, entre a verdade e a mentira.

Não existe o Lula pacificador, “paz e amor”, o Lula da frente ampla, moderado. A agenda dele é rancorosa, velha, mofada. Ele é feito de mentiras, trabalha pelas mentiras

É um achincalhe, um escárnio, um escracho, quase tudo com o aval da imprensa. São bobagens em série, delírios... A Argentina vai muito bem economicamente? Claro. Uma inflação de quase 100% ao ano só existe mesmo na cabeça dos desatentos, de quem é dado a alucinações, invencionices. Se Alberto Fernández disse, está dito. 
Ele não veio dos índios, ele não veio da selva, ele veio da Europa, é um ser superior, mas quer uma moeda única com o Brasil e o dinheiro do BNDES... Lula já anunciou que vai derramar recursos do banco em ditaduras de companheiros. 
O calote contra o Brasil, mesmo tendo começado em 2018, é culpa do Bolsonaro. 
Sumiram as infectas agências de checagem, não há mais manchetes sobre mentiras presidenciais. 
Agora, há coisas assim: “Lula acertou sobre BNDES, apesar de ter errado”; “Teve calote, mas BNDES financiar obras em outros países é, sim, bom negócio”.
 
O impeachment de Dilma Rousseff foi golpe. Michel Temer é golpista. Ele reage com elegância, com argumentos, mas não une seu partido contra as mentiras. 
Então, um golpe de verdade é chefiado por Lula e apoiado por jornalistas amigos, alinhados ao governo, mas que se tratam como “independentes”. É assim: independentemente da bobagem que Lula engendrar, a turma o apoia. Acabar com a autonomia do Banco Central, com o sistema de metas de inflação, derrubar a taxa de juros por vontade “política”... 
Falam em exonerar o presidente do BC com a maior tranquilidade. 
São jornalistas parciais, partidários, passionais, que ignoram todos os lados da história. 
E eles sabem, sim, que os países com bancos centrais independentes têm taxas de inflação menores, mais estabilidade, mais crescimento, mais desenvolvimento.

Veja Também:

    Como era bom o Brasil
    As piadas sem graça da economia
    Quebra-quebra das leis


Quem será capaz de dizer a verdade, que uma rede de censura não pode ser chamada de “pacotão da democracia”?  
Quem vai apontar o artigo 220 da Constituição e dizer que um Departamento de Promoção da Liberdade de Expressão é uma piada? Quem vai deixar claro que a democracia não pode ser defendida com agressões à democracia? 
Certamente, não serão jornalistas que estranham incêndios no Chile na estação de mais calor, secura e vento, que se surpreendem com terremotos na Turquia, com o frio intenso no inverno canadense e o calor avassalador no verão carioca... 
Não há quase nada que faça sentido nos discursos toscos desses donos da verdade, de Lula e sua turma na imprensa.  
Não, eles não são seres especiais, superiores, não estão acima dos fatos, acima do bem e do mal. Eles não são infalíveis, não são capazes de educar as pessoas, de melhorar o país, mas sabem mentir como ninguém.
 
Lula está nisso há muito tempo, desde menino. Volta e meia, finge de forma canastrona uma “metamorfose”, mas é o mesmo líder sindical agressivo, malandro, que só se interessa por ele próprio e por sua turma restrita
Implodiram suas condenações, mas não implodiram sua essência, e ela é horripilante. 
Não existe o Lula pacificador, “paz e amor”, o Lula da frente ampla, moderado. 
Quem acreditou no Lula conciliador, apegado ao mundo real, esperava o quê?  Que ele defendesse a redemocratização da Venezuela, de Cuba, da Nicarágua? 
A agenda dele é rancorosa, velha, mofada. Ele é feito de mentiras, trabalha pelas mentiras..
E o que dói mais, no fim das contas, é a cumplicidade de uma imprensa que abandonou o que determina a sua existência: o respeito à verdade.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

Luís Ernesto Lacombe, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 


segunda-feira, 25 de julho de 2016

"Não queria destruir a presidente Dilma"



Após a prisão, João Santana admite caixa dois de campanha. “Só não sabia que era dinheiro sujo” 

O publicitário João Santana queria proteger Dilma Rousseff. Compreensível. Afinal, sua cliente já tinha pago US$ 4,5 milhões por fora a ele, o mago das campanhas enganosas do PT. Seu roteiro na TV havia pintado o Brasil de rosa, azul e o escambau. “Eu que ajudei, de certa forma, a eleição dela, não seria a pessoa que iria destruir a presidente”, disse enfim João Santana em depoimento ao juiz Sergio Moro.

Por que sua delação a destruiria? Porque apenas começava o processo de impeachment quando o publicitário e sua mulher, Mônica Moura, foram detidos. E porque esses milhões de dólares não eram apenas caixa dois. Tinham sido pagos por um lobista, em conta não declarada na Suíça, e sua origem era criminosa. Os milhões de dólares vinham de propinas em contratos da Petrobras.

Segundo a Lava Jato, esse pagamento à propaganda política de Dilma foi desviado de um contrato fechado por um estaleiro para construir uma plataforma. Nem vou listar aqui todos os coadjuvantes porque ninguém mais consegue acompanhar o novelo de nomes e números, dignos de uma saga de Gabriel García Márquez. O que importa é: o mago caiu, a mulher do mago também, e ambos mentiram para proteger Dilma e a própria pele. Agora, caíram na real e tentam passar a imagem de bonzinhos e leais.  Antes de mentir para proteger Dilma, João Santana usou seu talento de publicitário para pintar a presidente como alguém que ela nunca foi, pintar a realidade brasileira de cores que escondessem a cor de burro quando foge e, assim, mentir ao eleitorado. Publicidade sem compromisso com a realidade deveria ser crime. Mas é, não é? Na televisão, o país editado por efeitos especiais é escandaloso. Num Brasil que lê pouco, por falta de instrução e de hábito, e onde o voto é compulsório, a tal propaganda política “gratuita” deveria ser sujeita a um crivo rigoroso para ir ao ar.

Não se trata de uma caça macarthista aos publicitários. Os clientes mandam, eles fazem. É só isso? Não. No caso de políticos, eles recriam os personagens, os cenários. Eles inventam. Eles convencem. Eles mostram como manipular o voto. Não consigo achar nada disso ético. E, ainda por cima, ganham uma fortuna, em dólares, que escondem fora do país. João Santana se arrepende.

Embora não tenha admitido conivência com “uma trapaça”, como perguntou Moro, o publicitário agora se penitencia. Receber pagamento no caixa dois ou “por fora” é sim, segundo João Santana após refletir na prisão, um “constrangimento profundo”, “um risco”, “um ato ilegal”. Um crime, não é mesmo? Chamando as coisas pelo nome. Só que era difícil para o PT de Dilma anunciar publicamente quanto estava pagando a seu “construtor de imagem” para vencer a eleição.

No início, João Santana e a mulher, aquela mesma que sorriu mascando chiclete ao ser presa, em atitude debochada, combinaram dizer aos investigadores que esses milhões de dólares eram de campanhas eleitorais feitas no exterior. [quando foi presa Mônica Moura declarou que não iriam conseguir que ela baixasse a cabeça; coitada - não havia sido informada sobre as normas do cárcere e escolheu para desafiar uma das regras básicas em uma prisão: o preso sempre que se dirige ou é interpelado por alguma autoridade (que pode ser um simples agente penitenciário) tem a obrigação de baixar a cabeça e cruzar as mãos para trás. Em uma semana Mõnica aprendeu as duas regras e passou a baixar a cabeça para qualquer autoridade e cruzar as mãos.] Queriam evitar o que chamaram de “um grave problema” para Dilma, a honesta como nunca antes na história. Aquela por quem os militantes cegos botam a mão no fogo, a que não cometeu nenhum crime, a mãe dos deserdados, dos sem-­teto, dos famintos – alguém ainda alardeia isso por convicção, sem ganhar milhões de patrocínio em troca?

João Santana acha que foi apanhado como bode expiatório. Denuncia a hipocrisia que crucifica a ele e a mulher, num país em que, segundo o publicitário, 98% das campanhas políticas no Brasil usam caixa dois. Por que só o casal está preso por isso? “Eu tinha consciência de uma prática ilegal. Dinheiro sujo, jamais. Caixa dois não é necessariamente caso de corrupção”, disse Santana ao juiz Moro. Na hora de eleição, sem vigilância apropriada, “ou faz a campanha dessa forma ou não se faz”.  

Caixa dois é prática disseminada não só entre políticos, mas em “todas as camadas sociais e dezenas de profissões que recebem por fora”, disse João Santana. Aí sim. É a pura verdade. O publicitário bota o dedo numa ferida gigantesca. “A fila poderia ser fotografada de satélite”, afirmou o ex-mago do PT. “Iria de Brasília a Manaus.” Em campanhas políticas eleitorais, porém, é difícil o caixa dois ser imaculado. João Santana não é iniciante nem ingênuo. Deveria saber desse detalhe ou nem se importar com a origem.

Oficialmente, o PT pagou R$ 170 milhões em campanhas entre 2006 e 2014. Se pagou milhões de dólares por fora, é porque não podia declarar. Se não podia declarar, é porque era sujo. O desvio do desvio do desvio. Mas Dilma não cometeu nenhum crime. Não sabia de nada. Tampouco sabia Lula, aliás líder, segundo as pesquisas do Datafolha, nas intenções de voto no primeiro turno da eleição presidencial de 2018. Quem será o mago do PT nessa disputa? Foram todos presos. Viraram delatores e traidores.

Fonte: Ruth de Aquino - Época