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segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

Primeira vacina anti-Covid a chegar ao país, CoronaVac tem futuro incerto para 2022 - O Globo

Mariana Rosário

Imunizante chinês está fora dos planos do Ministério da Saúde para o PNI no próximo ano e, até meados de dezembro, não tinha novas remessas produzidas no Brasil há cerca de dois meses

Primeira vacina contra a Covid-19 a chegar aos braços dos brasileiros, em janeiro, a CoronaVac tem futuro incerto para 2022. Sem encomendas federais para 2022, o imunizante desenvolvido na China pela farmacêutica Sinovac BionTech e operacionalizado no Brasil pelo Instituto Butantan vive um limbo onde antes havia grandes expectativas.

Vacina:Proteção da dose de reforço contra a Ômicron sintomática diminui em dez semanas, diz estudo britânico [pergunta boba: a ômicron foi detectada há menos de dez semanas: como sabem que a proteção da dose de reforço diminui em dez semanas?]

O atual status da CoronaVac pouco lembra a onda de otimismo gerada pela sua aplicação na enfermeira Monica Calazans, em 1 de janeiro, cena que transformou o enredo do combate à pandemia no país. Quase um ano após essa estreia, o imunizante está, por ora, fora dos planos do Ministério da Saúde para o Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Há cerca de dois meses, quando a fábrica do Instituto Butantan envasou as mais recentes unidades, a vacina não tem novas remessas produzidas no Brasil. Novas compras de Insumo Farmacêutico Ativo (IFA), da China, não estão encomendados nem têm previsão de chegar. Na última sexta, o governo brasileiro anunciou que vai enviar 500 mil doses para o Paraguai, em uma doação para o consórcio Covax Facility, liderado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

A presença tímida da CoronaVac hoje destoa dos ambiciosos planos traçados para o imunizante no início. Os projetos do Butantan, em consonância com o governador de São Paulo, João Doria, envolviam a independência total na produção do antígeno em solo paulistano. Para isso, o instituto iniciou a instalação de uma fábrica de 11 mil metros quadrados em seu pátio de produção, na Zona Oeste da capital paulista.

Atrasadas, as obras devem se estender ao longo do ano que vem. O prazo anterior para a entrega do prédio, divulgado pelo Butantan, era de setembro de 2021 com as primeiras doses sendo totalmente produzidas no Brasil em dezembro — o que, evidentemente, não ocorreu. Agora, a previsão para ter a fábrica totalmente operacional é o segundo semestre de 2022, disse Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, ao GLOBO. — Estará apta a funcionar, mas qual vacina produzir é uma questão que neste momento não dá para responder —afirmou Covas.

Passada essa fase, as primeiras vacinas só devem ser produzidas após trâmites regulatórios. O custo para colocar a construção de pé é de cerca de R$ 200 milhões, sem contar equipamentos.  

Diversas vacinas
Desde o princípio, o projeto foi desenhado para produzir diversos imunizantes, mas com dedicação especial à CoronaVac. A estimativa anunciada era de que a fábrica produzisse em torno de 100 milhões de doses anuais da vacina. Essa fábrica em construção é multipropósito. Entre as vacinas que pode produzir, está a CoronaVac. Ela vem exatamente atender às demandas do Butantan para vários imunizantes, como a vacina da raiva, da hepatite B, da dengue —explica Covas.

Retomar o espaço que a CoronaVac teve no PNI nos primeiros meses de 2020 figura como uma missão dificílima, diante do amplo oferecimento de outros imunizantes contra a Covid no país. O veto da Saúde para o ano que vem, como afirmou diversas vezes o ministro Marcelo Queiroga, está relacionado ao fato de a CoronaVac só ter autorização de uso emergencial e não o registro definitivo na Anvisa. — O objetivo é oferecer vacinas para o mundo. Essa dependência que o Butantan tem atualmente do Ministério da Saúde não é salutar. O Butantan quer sua autossuficiência nessa área — afirma Dimas Covas. [esse cidadão, Dimas Covas, deve se considerar realizado se conseguir devolver ao Instituto Butantan, pelo menos parte do prestígio secular daquela instituição.
Ao nosso entendimento, não adianta o 'joãozinho' e companhia tentarem responsabilizar o governo Bolsonaro - fizeram a escolha errada e agora arquem com as consequências.
E jogar para as crianças o que não serve para os adultos é além de covardia uma esperteza criminosa.] 

Nicho infantil
Embora a ideia de transformar a CoronaVac em um imunizante de “nicho”, somente para crianças, não seja bem aceita pelo Butantan, especialistas em saúde acreditam que a vacina cairia bem especificamente para esse público, por conta de seu perfil de segurança, com poucos efeitos adversos.

Mas, para chegar ao braço da população de 3 a 17 anos, a vacina ainda precisa passar pelo crivo da Anvisa. O segundo pedido para essa liberação ocorreu no último dia 15 e tem prazo de até 30 dias. A agência alegou que faltaram documentos na requisição, o que o instituto nega. — A CoronaVac foi um prato de arroz e feijão para quem estava morrendo de fome, salvou muitas vidas. Mas hoje temos dados que não tínhamos. Sabemos, por exemplo, que ela tem resultado bom, mas inferior a outras quando se trata de pessoas acima de 60 anos. Antes não era correto ser sommelier de vacina, agora podemos, sim, escolher — diz o infectologista Alexandre Naime Barbosa, membro do Comitê de Monitoramento Extraordinário da Covid-19 da Associação Médica Brasileira (AMB).
 
Saúde - O Globo  


quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

Bala no coronavirus! - Carlos Alberto Sardenberg

Ampla e cuidadosa reportagem de O Globo, publicada ontem, deu uma geral em todos os Estados para saber como estão se preparando para o programa de vacinação. O resultado é desalentador. Exceto o governo paulista, nenhum outro tem plano pronto, muito menos vacinas. (*) [*considerando que não se vacina sem a VACINA (FÍSICA, não valendo virtual, a decorrente de desejo ou ilusão ) e que plano não vale por vacina (exigir {e aceitar a exigência} de plano, antes da vacina usada ser definida, é apenas uma forma encontrada pelos inimigos do Brasil de aporrinhar o governo Bolsonaro = plano sem saber qual vacina será usada, vale apenas para estimar o quantitativo do imunizante = Doria também não tem plano nenhum. Com a agravante que qualquer imunizante APROVADO será repassado ao governo federal - o adido comercial chinês, Doria, continua esperando (outro gerúndio) ficar com um palito.] 

Estão todos no gerúndio: preparando, estudando, negociando. Alguns informam que já compraram insumos, como seringas e agulhas, outros dizem que já encomendaram freezers, todos prometem alguma coisa para as próximas semanas. Em resumo: excetuando o governador João Dória,[*]  nenhum outro depositou esforços e colocou dinheiro e organização para alcançar uma vacina. Os demais ficaram na dependência do governo federal, por motivos diversos, mas basicamente dois: estados mais pobres que não têm recursos e/ou administradores incompetentes.

Todo mundo sabia que a saída da crise estava na vacina, de modo que a política de saúde aplicada neste ano (distanciamento social, máscaras, quando aplicadas) e internações, tinha o objetivo de ganhar tempo até a chegada da vacina. Esta, portanto, deveria ser o alvo principal. Na prática, para os governadores, tratava-se de preparar os programas de imunização – coisa que não é difícil, já que estados e municípios fazem isso todo ano [o que é o principal motivo de quando houver vacina, sua aplicação ficar com o GOVERNO FEDERAL - governadores e prefeitos serão meros coadjuvantes.]   e agir na política e na diplomacia para ter acesso a todas as vacinas que estavam sendo pesquisadas.

Mas ficaram à espera das providências do governo federal, que passou meses negando a importância da pandemia. Até que o governador João Dória apareceu com a vacina e um plano de imunização. E ainda, num gesto obviamente político, oferecendo doses para outros estados. Foi uma revolução. O ministro da Saúde, o general Pazuello, que colocava suas fichas só numa vacina – a da Oxford/Astrazeneca – disse que estava negociando com a Pfizer, cujo medicamento havia rejeitado pouco antes dizendo que sua aplicação exigia uma logística quase impossível de obter por aqui.

Mas como, se outros países da América Latina já tinham comprado a vacina da Pfizer? Estariam tão mais adiantados que o Brasil? Agora o ministro está negociando com a farmacêutica – de novo, no gerúndio. A vacinação, que começaria lá por março, abril (os testes da Astrazeneca, por azar, atrasaram) agora pode – notaram? “pode” começar talvez em dezembro. [os testes da genérica chinesa, continuam encalhados - tanto que o bolsodoria promete agora para o fim de janeiro.]

Dezembro? É, isso se o contrato for fechado com a Pfizer, se a Anvisa der autorização de emergência e se a farmacêutica conseguir adiantar algumas doses, para pequena quantidade de pessoas. Se … algumas … pequena…Ou seja, não tem nada. Alguns governadores e prefeitos aceitaram a oferta de negociar com o Instituto Butantan, que tem [TEM MESMO???]  CoronaVac aqui no Brasil.

Outros, como Ronaldo Caiado, de Goiás, simplesmente disseram que nenhum estado pode começar a vacinação antes dos outros. Então vamos imaginar o seguinte: o Butantan, como prometido, entrega os estudos finais à Anvisa até 15 de dezembro; obtém a liberação da “Anvisa” chinesa, o que lhe dá o direito de solicitar autorização de emergência para a nossa Anvisa, que tem 72 horas para responder. Se não disser nada, a vacina está liberada. Pode negar, mas vai ser uma crise danada se a vacina tiver sido aprovada por outros institutos.

E o governador Doria ficará na seguinte situação: tem a vacina, tem as doses necessárias para começar a imunização conforme plano já divulgado e faz o que? [como estamos na etapa de imaginação, o governador continua esperando, mais um gerúndio, a chegada real, física, do imunizante chinês.] Deixa tudo estocado esperando que o governo federal compre as vacinas para todos os estados e organize os planos?

Claro que não pode fazer isso. Poderia até ser um crime de responsabilidade contra os moradores de São Paulo, onde a pandemia está em expansão. Tentar impedir o governo paulista de aplicar a vacina leva o caso para o STF – para onde aliás, o governador do Maranhão, Flavio Dino, já levou, mas no sentido contrário, de garantir autonomia aos Estados. Enquanto isso, o presidente Bolsonaro faz um tipo de museu com os trajes que ele e a primeira-dama usaram na posse e elimina impostos na importação de armas. Só se ele acha que vai matar o coronavirus a bala.

Transcrito em 17 dezembro 2020, do site do jornalista Carlos Alberto Sardenberg - (*)Reportagem de Johanns Eller, Raphaela Ramos e Rodrigo de Souza