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quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Juiz é inocentado pelo CNJ após se ausentar do trabalho para ir ao... motel - O Globo

Ancelmo Gois

Após denúncia da ex-mulher

O Conselho Nacional de Justiça julgou uma denúncia feita pela ex-mulher de um juiz federal cobrando uma punição ao ex-marido por... infidelidade. Alegou que o magistrado “se ausentou injustificadamente do seu local de trabalho para ir a um motel na companhia de outra pessoa”. 

Humberto Martins, corregedor nacional de Justiça, concluiu que, por mais doloroso que seja a traição para a ex, ela não resultou em negligência à atividade jurídica. Há controvérsia.

Ancelmo.com - Blog em O Globo

quinta-feira, 23 de junho de 2016

A infidelidade ao alcance de todos


Acho complicada essa história de site. Nunca se tem certeza de quem está do outro lado. E há os psicopatas

Aquilo que antes começava com uma troca de olhar, um encontro casual, hoje está ao alcance de um dedo. Ficou fácil um caso entre duas pessoas casadas que só desejam um relacionamento eventual. Sem culpa. Ao contrário da que caracterizou grandes personagens da literatura, como a Anna Karenina, de Tolstói, que termina se atirando embaixo de um trem. Ou a Madame Bovary, de Flaubert, que toma arsênico. Não, não. Os tempos atuais são mais leves para quem quer ter umas horas de infidelidade, se vestir e retornar serenamente para a vida conjugal. Há um site internacional com mais de 40 milhões de seguidores, criado para quem quer um caso sem compromisso! 

É o www.ashleymadison.com

A imagem de entrada é uma linda mulher com um dedo na boca, pedindo segredo. Precisa dizer mais?
As opções são para todos os gostos. Homens que procuram mulheres. Elas por eles. Homens que buscam homens. Mulheres interessadas em mulheres. Basta preencher os dados e partir para a luta. As opções surgem em fotos, inicia-se o relacionamento com trocas de mensagens. O primeiro mês, vejam só, é promocional. Depois, o internauta pode optar por pagar e continuar em busca de romances rápidos. Bem, não tão rápidos. Um amigo meu conheceu uma mulher casada. Também casado, alugou um flat no bairro de Moema, em São Paulo. Encontraram-se algumas vezes. Ela explicou: – Depois de mais de dez anos de casados, eu e meu marido nos tornamos amigos. Já não temos sexo. Mas os filhos, o companheirismo. Só que eu gosto de sexo.
O caso começou vibrante. Não havia compromisso. Futuro. Só a alegria do momento. O marido da moça desconfiou. Botou detetive. Vieram as fotos. O endereço do flat. A briga. Ameaçou separar. Ela optou por continuar casada. Dias depois, reapareceu em nova mensagem. – Agora que meu marido se acalmou, vamos nos encontrar novamente?
Voltaram a se ver. O marido contratou o detetive de novo. (Se o detetive tivesse programa de milhagem, ele ganharia passagens internacionais!) A briga continuou. Meu amigo não queria separar. Nem ela. Resolveram sumir um do outro. O marido se acalmou, mas agora tem ciúmes do celular dela. Fazer o quê? Ela, bem, não mudou. Só foi descoberta e deu um tempo.
É um site para ter casos sem compromisso. Isso atrai principalmente pessoas que já têm alguém, mas, que por um motivo ou por outro, precisam de outra pessoa. Parece uma ideia sofisticada? Coisa nenhuma. Fiz uma pesquisa. Entrei para saber como é. Entre as candidatas, há mulheres de todas as classes sociais. Às vezes, absolutamente diretas. Querem logo chegar ao ponto. Outras preferem dar uma namoradinha durante algumas mensagens, para se sentirem mais seguras. O primeiro encontro, com frequência, já é em um local discreto. Afinal, nenhum dos dois quer ser visto, não é?
Para os tradicionais, parece safadeza. Todos nós ficaríamos admirados se descobríssemos quantos parceiros bem casados só fazem sexo raramente. Homens gostam de comentar brincando que depois de 20 anos fica difícil. Acho que é bem antes. Sorte dos casais em que o interesse sexual se renova. Bem... sorte ou muita imaginação!
Acho complicada essa história de site. Nunca se pode ter certeza de quem está do outro lado. Os crimes impossíveis de resolver são aqueles em que o agressor não tem  laços conhecidos com a vítima. Sem falar na possibilidade de chantagens. Vídeos. Depois de alguma intimidade, é fácil descobrir onde a pessoa mora, o nome do marido, da mulher.

  Não serei dramático a ponto de avisar que entre os interessados há uma boa percentagem de psicopatas. (Só que há, segundo as estatísticas.) Mas o encontro casual pode atrair, sim, alguém a fim de um golpe. E, para proteger a vida conjugal, quem traiu se afunda. É um site que facilita a traição e que as pessoas usam alegremente. Tem seus prós e contras.
O que me perturba, porém, não são as possibilidades criminais. Meu amigo, que usa o site há um bom tempo, passa de um caso a outro. Se, depois de um encontro, não gostou, não responde mais às mensagens. Depois de dez, 20, está farto, quase sempre. E troca de parceira extraconjugal. Já não vive sem o site. Quando não tem o que fazer, fica teclando, à procura de novas oportunidades. Se a relação não é profunda, uma nova chance sexual sempre parece mais atraente que a anterior. E será menos que a próxima. É isso aí. Ele não tenta mais renovar o casamento. 

Mas vai de caso em caso. Traição virou vício.


Fonte: Walcyr Carrasco - Época


quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Fidelidade se compra?



As manobras de Dilma para angariar apoio não estão dando certo. A reforma ministerial dá frutos podres
Não, presidente Dilma Rousseff. Talvez seja tarde para descobrir o óbvio. Fidelidade se constrói, respeito se conquista, amor se cultiva. Mesmo num país em que os partidos políticos se desmoralizam a tal ponto que tudo parece estar à venda no Congresso – do voto à consciência –, Dilma percebe que é hoje uma mulher traída e uma líder mal-amada.

Não importa quantos cargos ela tenha distribuído, quantas concessões tenha feito. Não importa quantos mimos tenha oferecido a seus concubinos. Eles traem. Conspiram. Querem mais. A insatisfação costuma conduzir à infidelidade. Se até os partidos comprados traem Dilma, a rebeldia não se explica apenas pelo vício da prostituição do poder. Nem os pares de Dilma se afeiçoaram a ela – muitos, se não falam mal pela frente, o fazem pelas costas.

Toma lá. E não dá cá. De todas as derrotas sofridas por Dilma nos últimos diase não foram poucas –, a falta de quórum na Câmara para votar seus vetos às pautas-bomba pode ter sido a que mais a magoou. Um sinal do que vem por aí. Sua maior luta, hoje, é travada nas duas Casas, e não com juízes, procuradores, jornalistas ou eleitores. “Juntos, somos imbatíveis”, disse Dilma em Barreiras, na Bahia. Juntos... com quem, exatamente? Com senadores e deputados.

As manobras de Dilma para angariar apoio não estão dando certo. A “reforma ministerial”, de custo moral e ético muito alto, dá frutos podres. Delcídio do Amaral (PT-MS), líder do governo no Senado, diz: “Acho que alguma coisa não está funcionando”. Acha mesmo ou tem certeza? O líder do PR na Câmara, Maurício Lessa, afirma: “O governo não pode achar que resolve a vida só com o PMDB”. Não mesmo. Há um novo bloco de partidos revoltados. O “baixo clero” pode ser muito baixo. O que é pior: os dois maridos oficiais – o PT e o PMDB não estão unidos em torno da matriarca.

O elemento peemedebista Eduardo Cunha, presidente da Câmara, cada vez mais afundado em suas contas movediças, familiares e milionárias em dólares na Suíça, exerce poder avassalador contra Dilma – mas pode cair antes de qualquer um em Brasília. Comprovadas as contas secretas e a origem de corrupção, Cunha não poderá continuar a presidir a Câmara. Simples assim. Não tem moral para falar de moral. Dilma e Lula sonham em lavar Cunha a jato.

Não sinto pena de Dilma. Ela fez por merecer o pesadelo atual. Muito pior foi o pesadelo em que ela jogou o Brasil, ao usar no ano passado R$ 106 bilhões em barbeiragens fiscais para enganar o eleitor mais crédulo. Criou uma Ilha da Fantasia em que o estudante, a dona de casa, o trabalhador, o pequeno empresário, o jovem idealista, a classe média e os mais carentes se inspiraram para reelegê-la.

Dos R$ 106 bilhões, R$ 40 bilhões de bancos públicos foram usados nas pedaladas – o termo usado para adiar pagamentos e maquiar as contas públicas. Estamos, todos nós, pagando agora por isso. Nos primeiros  oito meses de 2015 como foi publicado no jornal O Globo na sexta-feira, o Tesouro Nacional já repassou a BNDES, Banco do Brasil e FGTS R$ 14,4 bilhões. Objetivo? Cobrir os gastos com juros subsidiados de programas federais no ano passado. Esse é o preço, até agora, da operação-bomba para reeleger Dilma.

Nunca antes na história um presidente pedalou com um doping dessa magnitude. Nunca antes se usou tamanho artifício para mascarar uma gestão incompetente e temerária e alimentar o marketing piegas da mãe do PACo. É uma constatação financeira, técnica, nada ideológica ou política. Basta examinar os gráficos, ano a ano. São números, não palavras. Não há subjetividade nem torcida contra.

Quando Dilma vê “luz no fim do túnel”, é natural. Não tem saída a não ser parecer otimista. 

Jaques Wagner, o novo escudeiro imposto por Lula na Casa Civil, é só elogios: “A presidente é uma guerreira, ela opera muito bem diante da dificuldade... ela entende que (a reprovação das contas pelo Tribunal de Contas da União) é uma página virada e que a batalha definitiva será no Congresso”. Leia-se batalha para continuar a governar. Batalha para não sofrer impeachment. Para não desmilinguir.

A reprovação das contas de Dilma pelo TCU já era esperada. Mas não por essa goleada de 8 a zero. Unânime, inédita, histórica. Dilma se preocupa com o uso que o Congresso fará dessa derrota. O país tenta olhar o lado bom. O da prestação de contas. Contas fiscais e morais. Afinal, quem quer fidelidade precisa ser fiel, em primeiro lugar. Precisa ser responsável. A moeda que conta para nós é esta, a da responsabilidade com a nação e com os eleitores. Tanto a presidente quanto o Congresso deveriam saber que não é possível cobrar sacrifício ou fidelidade de quem se sente espoliado ou traído.

Fonte: Ruth de Aquino – Revista Época