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domingo, 14 de outubro de 2018

O PT segue sendo o PT

Há tempo, sim, para Fernando Haddad virar o jogo a seu favor. Não é tarefa fácil, muito pelo contrário, é dificílima, mas é possível 

[cada um acredita no que quer - tem petista que acredita que Lula é inocente e que Papai Noel existe.]

Há tempo, sim, para Fernando Haddad virar o jogo a seu favor. Não é tarefa fácil, muito pelo contrário, é dificílima, mas é possível. Vejam o que mostrava a pesquisa Datafolha do dia 28 de setembro. Jair Bolsonaro tinha 28% das intenções de voto contra 22% de Haddad. Claro que era outro turno, outro cenário, mas a distância entre os dois somava seis pontos. Em duas semanas, Bolsonaro aumentou esta diferença para 16 pontos. Da mesma forma, Haddad havia crescido seis pontos entre as pesquisas dos dias 19 e 28 de setembro, enquanto Bolsonaro permanecia parado. Movimentos maciços de votos parecem ser uma característica brasileira.

Na eleição de 2014 também foi assim. No Datafolha de 19 de setembro daquele ano, Marina tinha 30% contra 17% de Aécio. Da urna, 16 dias depois, saíram Aécio com 33% e Marina com 21%. Em pouco mais de duas semanas, Aécio pulou de uma desvantagem de 13 para uma vantagem de 12 pontos e foi para o segundo turno. Os números provam que dá para Haddad virar o jogo. Mas, o problema é que seu ritmo é muito lento e aparentemente ele não tem força dentro do PT para fazer as mudanças que poderiam levar à vitória. [só que Aécio não conseguiu ganhar da escarrada Dilma e naquela ocasião Marina teve votos para transferir para Aécio.]

Do outro lado, Bolsonaro joga com desenvoltura para vencer. Entendeu muito bem como funciona a onda anti-PT e a explora com competência. Ataca o sectarismo dos adversários e prega um Estado que não se intrometa tanto na vida dos cidadãos. Hesitante no começo, conseguiu ser mais incisivo contra a violência que tomou conta da campanha e resultou em inúmeros ataques de seguidores seus contra militantes do PT, com uma morte.  [nada prova que Bolsonaro tenha alguma coisa a ver com a tal violência; desde quando o fato de um assassino ao cometer o crime usar uma camiseta de campanha de um candidato, justifica acusar o candidato? sequer insinuar que o candidato tenha alvo a ver;
muitos lembram que quando os sequestradores de Abílio Diniz foram presos - segundo turno de 89, Collor venceu Lula - usavam camisetas do PT e nunca foi provado que o PT tinha alguma coisa a ver com o sequestro.
Além do mais, Bolsonaro já se manifestou contra a violência e dispensou votos de quem pratica violência eleitoral.] Embora tenha afirmado que o assassino do capoeirista da Bahia não é eleitor seu, o capitão disse que dispensa o voto de quem pratica violência eleitoral.

Enquanto Bolsonaro reitera o discurso que o trouxe até aqui, Haddad tenta mudar o seu, mas não parece entusiasmar. Está certo que admitir categoricamente que abandonou a proposta da Constituinte e desautorizar publicamente a ideia de José Dirceu de tomar o poder foi um passo importante. Mas é preciso ir mais longe, sobretudo na questão econômica. Já era hora de Haddad ter anunciado seu ministro da Fazenda. O que ele anunciou foi o desejo de aumentar o imposto dos “super-ricos”, que pelos cálculos dos economistas do PT são aqueles que ganham mais de R$ 38 mil por mês.

Bolsonaro já está indicando nomes que vão compor seu ministério. São o economista Paulo Guedes, o deputado Onyx Lorenzoni, um astronauta e alguns generais. São os de sempre, mas pertencem ao time que está ganhando. Haddad também se cerca dos mesmos de sempre, mas seu grupo está levando goleada. Todo mundo sabe que time que está perdendo tem que ser mexido. Se o time vai muito mal e as regras permitem, a mudança tem que ser profunda. Na campanha de Haddad isso não ocorreu. As sondagens ao ex-ministro Joaquim Barbosa e ao filho do ex-vice José Alencar ainda não prosperaram.

O time de Haddad está escalado com Gleisi, Gabrielli, Okamoto, Genoino, Mercadante, Falcão, Dulci, Guimarães, Carvalho, Berzoini e Franklin. Nem mesmo o ex-governador da Bahia e senador eleito Jaques Wagner é novo. Por mais respeitáveis que sejam (alguns respondem a processos, mas nenhum está condenado), [Haddad tem contra ele 32 processos e já foi denunciado em alguns. não dá para imaginar uma campanha vitoriosa com os que melhor e mais enraizadamente representam os rejeitados PT e Lula.

E, mais grave, para atrair novos aliados o que faz o PT? Oferece cargos. Não há forma mais antiga de buscar apoio do que esta. O PT ofereceu um “ministério importante” até mesmo a Ciro Gomes. E depois, quando Ciro retribuiu com um apoio crítico e embarcou de férias para Paris, foi atacado por viajar “nesta hora grave da vida nacional”. A Ciro deveriam ter sido oferecidas a coordenação da campanha e a abertura do programa de governo para rediscussão. Mas, até aqui, o PT segue sendo o PT, egocêntrico e arrogante. Só mudar a cor da camisa não basta.

(...) 

O OUTRO LADO
O PT não é santo. Lula já ameaçou chamar o “Exército de Stédile” diversas vezes para mostrar quem manda no pedaço. Antes mesmo de a campanha começar, em frente ao Instituto Lula petistas intolerantes agrediram um adversário que acabou no hospital com a cabeça rachada. Também não é de hoje que o partido, estimulado pelo seu maior líder, adota o grito de guerra do “nós contra eles”. Mas nunca, é importante dizer, nunca petistas ameaçaram publicamente esfolar, torturar, estuprar e matar adversários.


Ascânio Seleme - Matéria completa em O Globo

 

quarta-feira, 11 de julho de 2018

O medo de Temer é perder Marcela


De cadeia, ele diz que não tem 

 
Temer e Marcela - Cristiano Mariz/Veja

Outro dia, um amigo do presidente Michel Temer comoveu-se às lágrimas com uma confissão que ouviu dele.  Os dois conversavam sobre as dificuldades que Temer poderá enfrentar com a Justiça depois que deixar o cargo e se for denunciado mais uma vez por corrupção.
“Sou inocente. Não tenho medo de ser preso e não serei”, disse Temer, elevando o tom da voz.

Para depois acrescentar em tom de confidência: “Mas se eu for preso, meu medo é perder Marcela”.
Bonitinho…

Temer e Marcela são casados há 15 anos. A diferença de idade entre os dois é de 33 anos. Ele a conheceu quando Marcela, com 19 anos, foi eleita Miss Paulínia. Temer morre de ciúmes dela.

 

domingo, 13 de maio de 2018

Ex-secretário de Crivella defende execuções na ditadura: 'Exército não mandou matar nenhum inocente'




Para Rubens Teixeira, militantes queriam implantar regime totalitário no país


Ex-secretário e um dos aliados mais próximos do prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), Rubens Teixeira que deve concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados pelo PRB — publicou neste sábado um vídeo em sua página no Facebook apoiando as execuções de militantes de esquerda durante a ditadura militar. As declarações foram dadas após a revelação de um memorando enviado em abril de 1974 pelo então diretor da CIA, William Egan Colby, ao então secretário de Estado dos Estados Unidos, Henry Kissinger. O chefe da agência de espionagem americana relata que o ex-presidente Ernesto Geisel sabia das execuções de inimigos do regime e determinou que elas continuassem, sendo autorizadas pessoalmente pelo ex-presidente João Figueiredo, que era na ocasião o chefe do Serviço Nacional de Informações do Exército.

Segundo Teixeira, as vítimas da ditadura militar usavam "armas financiadas por regimes totalitários que eles queriam implantar aqui (no Brasil)". Pastor evangélico, Teixeira foi diretor financeiro da Transpetro na gestão de Sergio Machado, delator no âmbito da Operação Lava-Jato. Na gestão de Crivella, ocupou as secretarias de Transportes, Conservação e a presidência da Comlurb.  — Certamente, se isso (execuções) aconteceu, o Exército não mandou matar nenhum inocente.

Para Teixeira, os mortos durante a ditadura militar sucumbiram "querendo impor um regime totalitário no Brasil".  — Não acredito que o Exército tenha autorizado ou promovido violência e morte contra algum brasileiro inocente — disse. — Se alguém enfrentou o Exército brasileiro querendo impor regime totalitário no Brasil e sucumbiu nessa batalha, uma pena que tenha sucumbido e que tenha enfrentado. Graças a Deus que não conseguiram impor nenhum regime totalitário em nosso país.

O Globo