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domingo, 28 de outubro de 2018

Haddad, o candidato de 32 processos

Uma extensa ficha corrida

 

[confiram aqui, com fatos e provas, também NÃO É Fake News,  que quem responde a 32 processos, é o Haddad.]

 

Preposto de Lula na disputa presidencial, Fernando Haddad responde a 32 processos, que vão do recebimento de dinheiro da Lava Jato a denúncias por improbidade administrativa e superfaturamento de obras. O candidato reproduz o modelo petista de malfeitos na gestão pública 

Fernando Haddad não foi escolhido pelo presidiário Lula para substituí-lo na corrida presidencial por acaso. Ele carrega o mesmo DNA dos malfeitos de seu padrinho político encarcerado na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, desde abril. O candidato do PT à Presidência responde a 32 processos na Justiça, que o colocam como um dos campeões da ficha de ilícitos cometidos na vida pública. Na extensa folha corrida, Haddad, já réu em dois processos, é acusado de receber dinheiro de caixa dois de empreiteira condenada na Operação Lava Jato, denunciado por crimes de Improbidade administrativa, suspeito de superfaturamento de obras e serviços, acusado pelo desvio de recursos e até da aplicação ilegal de dinheiro público. 


Não bastasse seu envolvimento direto em inúmeras irregularidades, o presidenciável petista se cercou na campanha rumo ao Palácio do Planalto, a mando de Lula, de assessores e coordenadores igualmente processados por crimes no Petrolão, dando indicativos concretos de que o partido reativará – num eventual futuro governo – a máquina de corrupção azeitada durante os 13 anos de PT no poder. Pior. Além do risco de retrocesso ético, a eleição de um novo poste de Lula para o cargo de presidente resgatará a ameaça da ineficiência e da incompetência administrativa que marcou a gestão de Haddad tanto à frente da Prefeitura de São Paulo, como do Ministério da Educação.

Dinheiro de caixa dois
Formado em Direito pela tradicional Faculdade do Largo do São Francisco, Haddad sempre alardeou pautar sua vida pública pelo caminho da retidão. A narrativa, como quase tudo no PT, não pára em pé. Basta jogar uma lupa sobre sua vida pregressa para se perceber que o presidenciável petista é lobo com cútis de cordeiro –ou seja, encontra-se tão encrencado quanto seus padrinhos políticos petistas. A Kurier Analytics, uma empresa de gestão de informações jurídicas, foi quem levantou, a pedido de ISTOÉ, a ficha corrida de Haddad na Justiça e catalogou a existência de 31 processos contra o ex-prefeito, apurando o número da ação, a vara em que está ajuizada a causa e os motivos dos procedimentos. A reportagem acessou um por um dos processos. Na relação, apenas não constava a 32ª ação contra o petista, por correr na Justiça Eleitoral. Versa sobre o recebimento de caixa dois na campanha a prefeito em 2012 e cuja denúncia, formulada pelo promotor Luiz Henrique Dal Poz, foi aceita pelo juiz Francisco Shintate.

Haddad parece mesmo não gostar de jogar às claras com a Justiça Eleitoral. Em declaração de bens obrigatória ao TSE, o presidenciável atesta que o apartamento em que reside em São Paulo vale a pechincha de R$ 90 mil. No Cartório de Registro de Imóveis, porém, consta que ele declarou ter pago R$ 120 mil pelo imóvel em 1998 e realizado um investimento de mais R$ 20 mil na compra de uma garagem, esta não declarada pelo presidenciável. O valor venal do apartamento é de R$ 997,9 mil – mais de 10 vezes a quantia orçada pelo candidato petista ao TSE.

Entre as dezenas de processos aos quais Haddad responde na Justiça, a maioria é composta por pelo menos 15 ações populares e nove por improbidade administrativa. Em uma delas, Haddad é acusado de superfaturar a ciclovia que liga o Ceagesp ao Ibirapuera, ao custo de R$ 54,7 milhões. Cada quilômetro custou para a Prefeitura R$ 4,4 milhões, bem acima do preço pago numa ciclovia na mesma região durante a gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab, — R$ 617 mil por quilômetro. Nesse caso, o juiz Kenichi Koyama, da 11ª Vara da Fazenda Pública, já aceitou a denúncia e Haddad virou réu. Ele é acusado também de superfaturar a compra de salsicha para a merenda escolar. O Ministério Público Estadual o acusa ainda de desviar R$ 129,2 milhões de verbas destinadas ao Teatro Municipal. Nesse processo, estão envolvidos ex-assessores diretos de Haddad.

Não bastassem os processos, o candidato do PT ao Planalto acumula uma grande rejeição entre o eleitorado – acima de 40% segundo as últimas pesquisas de intenção de voto. A reprovação segue em curva ascendente. A aversão ao seu nome por parte do eleitor não constitui propriamente uma novidade. Haddad experimentou o infortúnio em 2016, quando acabou perdendo para João Doria (PSDB) no primeiro turno. Atualmente candidato ao governo do Estado, Doria desenvolve uma explicação para o baixo desempenho do ex-prefeito. Guarda relação com a fama de laborfóbico do candidato do PT à Presidência. “Ele não gostava de trabalhar. Chegava à Prefeitura às 10h e ia embora às 18h. Nos finais de semana não aparecia”, disse o tucano. Num rápido balanço de sua gestão, percebe-se que o petista deixou de cumprir grande parte das promessas feitas ao assumir o cargo. Prometeu construir 243 creches e só entregou 38. Prometeu erguer três novos hospitais, mas nenhum deles abriu as portas. Disse que iria construir 55 mil casas populares e só levantou 10 mil. O déficit de professores aumentou de 1.800 para 4.700 ao final de seu mandato. Um desastre.

Fraudes no Enem
A passagem de Haddad pelo comando do Ministério da Educação também foi marcada por intempéries. Desde a polêmica criação do chamadokit gay” às fraudes na aplicação do Enem, que provocou um prejuízo de R$ 30 milhões aos cofres públicos. Logo no início de sua gestão, o petista virou alvo das primeiras reprimendas dos órgãos fiscalizadores. Uma ação da Controladoria Geral da União (CGU) detectou uma verdadeira “farra das passagens” no ministério. Conforme o relatório da CGU, em 2005 foram desembolsados R$ 3,3 milhões, um valor R$ 932 mil acima do teto estabelecido. “O gestor (Haddad) não adotou as providências necessárias para limitar os gastos com diárias e passagens, desconsiderando a Portaria da Subsecretaria de Planejamento e Orçamento – SPO”, descreve a CGU. Ainda segundo a auditoria a qual ISTOÉ teve acesso, a Controladoria fez uma análise minuciosa de gastos de 16 servidores, entre os quais Fernando Haddad, relacionada ao exercício financeiro de 2005 do MEC. O que a CGU descobriu é que o compromisso com a coisa pública não é uma máxima no petista. Para camuflar o péssimo desempenho no ministério, Haddad investia pesado em propaganda. Os gastos saltaram de R$ 9,5 milhões, em 2005, para R$ 30,1 milhões, em 2012.

Mesmo com uma gestão atabalhoada à frente do MEC, Haddad se manteve no cargo por sete anos, dois dos quais já no governo Dilma, que chegou a pensar em substituí-lo por Marta Suplicy. Mas Haddad era intocável. O petista só deixou o ministério em 2012, convencido por Lula a disputar a Prefeitura de São Paulo. Para catapultar Haddad novamente, desta vez ao posto de mandatário do País, Lula fez as vezes de tutor e coordenador informal da campanha. Conforme antecipou ISTOÉ na última edição, Lula montou um verdadeiro QG na cadeia, de onde articulou a cooptação de caciques do Nordeste e determinou até repasses de dinheiro, em troca do apoio de lideranças regionais a Haddad. Para torná-lo mais palatável ao núcleo duro petista, Lula o orientou a se inscrever na corrente majoritária do PT, a Construindo um Novo Brasil (CNB). Depois, destacou petistas de sua confiança para o assessorarem – todos investigados ou processados pela Justiça.

O tesoureiro da campanha petista é Francisco Macena, vereador do PT e que responde ao lado de Haddad pela acusação de recebimento de R$ 2,6 milhões da UTC para o pagamento de dívidas da campanha à prefeitura paulista em 2012. A ex-presidente Dilma Rousseff, uma das acusadas pelo STF como integrante do “quadrilhão do PT, coordena a campanha em Minas Gerais, onde é candidata ao Senado. A senadora Gleisi Hoffmann, presidente do partido, também investigada na Lava Jato, é quem toca a campanha no Paraná. Outro que exerce papel de destaque é ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, que responde a duas ações de improbidade por prejuízos à estatal. Completam o time o presidente do Instituto Lula e o mais fiel escudeiro de Lula, Paulo Okamoto, Gilberto Carvalho, ex-chefe de gabinete de Lula investigado na Operação Zelotes, o ex-presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, e Lindberg Farias, candidato do PT ao Senado pelo Rio – velhos conhecidos das páginas político-policiais que regressarão ao poder, se Haddad eleito for.

Saiba mais, em IstoÉ
 

domingo, 14 de outubro de 2018

O PT segue sendo o PT

Há tempo, sim, para Fernando Haddad virar o jogo a seu favor. Não é tarefa fácil, muito pelo contrário, é dificílima, mas é possível 

[cada um acredita no que quer - tem petista que acredita que Lula é inocente e que Papai Noel existe.]

Há tempo, sim, para Fernando Haddad virar o jogo a seu favor. Não é tarefa fácil, muito pelo contrário, é dificílima, mas é possível. Vejam o que mostrava a pesquisa Datafolha do dia 28 de setembro. Jair Bolsonaro tinha 28% das intenções de voto contra 22% de Haddad. Claro que era outro turno, outro cenário, mas a distância entre os dois somava seis pontos. Em duas semanas, Bolsonaro aumentou esta diferença para 16 pontos. Da mesma forma, Haddad havia crescido seis pontos entre as pesquisas dos dias 19 e 28 de setembro, enquanto Bolsonaro permanecia parado. Movimentos maciços de votos parecem ser uma característica brasileira.

Na eleição de 2014 também foi assim. No Datafolha de 19 de setembro daquele ano, Marina tinha 30% contra 17% de Aécio. Da urna, 16 dias depois, saíram Aécio com 33% e Marina com 21%. Em pouco mais de duas semanas, Aécio pulou de uma desvantagem de 13 para uma vantagem de 12 pontos e foi para o segundo turno. Os números provam que dá para Haddad virar o jogo. Mas, o problema é que seu ritmo é muito lento e aparentemente ele não tem força dentro do PT para fazer as mudanças que poderiam levar à vitória. [só que Aécio não conseguiu ganhar da escarrada Dilma e naquela ocasião Marina teve votos para transferir para Aécio.]

Do outro lado, Bolsonaro joga com desenvoltura para vencer. Entendeu muito bem como funciona a onda anti-PT e a explora com competência. Ataca o sectarismo dos adversários e prega um Estado que não se intrometa tanto na vida dos cidadãos. Hesitante no começo, conseguiu ser mais incisivo contra a violência que tomou conta da campanha e resultou em inúmeros ataques de seguidores seus contra militantes do PT, com uma morte.  [nada prova que Bolsonaro tenha alguma coisa a ver com a tal violência; desde quando o fato de um assassino ao cometer o crime usar uma camiseta de campanha de um candidato, justifica acusar o candidato? sequer insinuar que o candidato tenha alvo a ver;
muitos lembram que quando os sequestradores de Abílio Diniz foram presos - segundo turno de 89, Collor venceu Lula - usavam camisetas do PT e nunca foi provado que o PT tinha alguma coisa a ver com o sequestro.
Além do mais, Bolsonaro já se manifestou contra a violência e dispensou votos de quem pratica violência eleitoral.] Embora tenha afirmado que o assassino do capoeirista da Bahia não é eleitor seu, o capitão disse que dispensa o voto de quem pratica violência eleitoral.

Enquanto Bolsonaro reitera o discurso que o trouxe até aqui, Haddad tenta mudar o seu, mas não parece entusiasmar. Está certo que admitir categoricamente que abandonou a proposta da Constituinte e desautorizar publicamente a ideia de José Dirceu de tomar o poder foi um passo importante. Mas é preciso ir mais longe, sobretudo na questão econômica. Já era hora de Haddad ter anunciado seu ministro da Fazenda. O que ele anunciou foi o desejo de aumentar o imposto dos “super-ricos”, que pelos cálculos dos economistas do PT são aqueles que ganham mais de R$ 38 mil por mês.

Bolsonaro já está indicando nomes que vão compor seu ministério. São o economista Paulo Guedes, o deputado Onyx Lorenzoni, um astronauta e alguns generais. São os de sempre, mas pertencem ao time que está ganhando. Haddad também se cerca dos mesmos de sempre, mas seu grupo está levando goleada. Todo mundo sabe que time que está perdendo tem que ser mexido. Se o time vai muito mal e as regras permitem, a mudança tem que ser profunda. Na campanha de Haddad isso não ocorreu. As sondagens ao ex-ministro Joaquim Barbosa e ao filho do ex-vice José Alencar ainda não prosperaram.

O time de Haddad está escalado com Gleisi, Gabrielli, Okamoto, Genoino, Mercadante, Falcão, Dulci, Guimarães, Carvalho, Berzoini e Franklin. Nem mesmo o ex-governador da Bahia e senador eleito Jaques Wagner é novo. Por mais respeitáveis que sejam (alguns respondem a processos, mas nenhum está condenado), [Haddad tem contra ele 32 processos e já foi denunciado em alguns. não dá para imaginar uma campanha vitoriosa com os que melhor e mais enraizadamente representam os rejeitados PT e Lula.

E, mais grave, para atrair novos aliados o que faz o PT? Oferece cargos. Não há forma mais antiga de buscar apoio do que esta. O PT ofereceu um “ministério importante” até mesmo a Ciro Gomes. E depois, quando Ciro retribuiu com um apoio crítico e embarcou de férias para Paris, foi atacado por viajar “nesta hora grave da vida nacional”. A Ciro deveriam ter sido oferecidas a coordenação da campanha e a abertura do programa de governo para rediscussão. Mas, até aqui, o PT segue sendo o PT, egocêntrico e arrogante. Só mudar a cor da camisa não basta.

(...) 

O OUTRO LADO
O PT não é santo. Lula já ameaçou chamar o “Exército de Stédile” diversas vezes para mostrar quem manda no pedaço. Antes mesmo de a campanha começar, em frente ao Instituto Lula petistas intolerantes agrediram um adversário que acabou no hospital com a cabeça rachada. Também não é de hoje que o partido, estimulado pelo seu maior líder, adota o grito de guerra do “nós contra eles”. Mas nunca, é importante dizer, nunca petistas ameaçaram publicamente esfolar, torturar, estuprar e matar adversários.


Ascânio Seleme - Matéria completa em O Globo

 

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Corrupção - MP faz denúncia grave sobre Haddad

Ao invés de discutirem o teor da decisão de Moro e sua suposta precipitação. Deviam -se escandalizar com o exagero da corrupção 

 MP faz denúncia grave sobre Haddad 

Ao invés de discutir o teor da decisão de Moro, critica-se a suposta precipitação
Por que manter em sigilo as denúncias de Palocci?
Carlos Alberto Sardenberg - O Globo

 
Dizem que o juiz Sergio Moro não deveria ter levantado o sigilo da delação de Antonio Palocci neste momento, a apenas uma semana da votação, porque isso foi uma interferência política indevida na disputa eleitoral — interferência obviamente contra a candidatura do PT. Mas, se levando isso em consideração, o juiz resolvesse adiar sua decisão para depois da eleição, isso seria o quê? Interferência política na direção contrária, para ajudar ou ao menos não atrapalhar a campanha do PT.


Continue lendo em o "Juiz e os Jornalistas" 
 

Sobre as acusações contra Haddad, 32 processos, saiba mais clicando aqui

A Verdade Sufocada